domingo, 8 de maio de 2022

Ucrânia: Soldados em Azovstal descartam render-se à Rússia ..."A rendição não é uma opção porque a Rússia não está interessada na nossa vida. Eles não querem saber se ficamos vivos"

© Getty Images

Por LUSA  08/05/22 

Os soldados ucranianos que estão há várias semanas nas galerias subterrâneas do complexo siderúrgico de Azovstal, em Mariupol, garantiram hoje que não se vão render à Rússia.

"A rendição não é uma opção porque a Rússia não está interessada na nossa vida. Eles não querem saber se ficamos vivos", afirmou um membro do batalhão de Azovstal, Ilya Samoïlenko, em conferência de imprensa, transmitida por vídeo.

Samoïlenko notou ainda que as reservas dos soldados são limitadas, precisando que dispõem de água e munições.

"Nós somos as testemunhas dos crimes de guerra cometidos pela Rússia", vincou o soldado.

Este sábado, a Ucrânia pediu aos Médicos Sem Fronteiras (MSF) para retirarem e tratarem soldados entrincheirados no complexo siderúrgico de Azovstal, num comunicado difundido algumas horas após o anúncio de retirada dos civis.

No mesmo dia, mulheres, crianças e idosos foram retirados de Azovstal, anunciou a vice-primeira-ministra da Ucrânia.

"A ordem do Presidente foi cumprida: todas as mulheres, crianças e idosos foram retirados de Azovstal", adiantou Iryna Veheshchuk, citada pela agência Associated Press (AP).

Por sua vez, a agência de notícias russa Tass já tinha indicado que outras 50 pessoas tinham sido retiradas da fábrica.

Na sexta-feira, o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirmou que a cidade de Mariupol está "completamente destruída" e que à Rússia apenas resta apoderar-se do seu complexo siderúrgico, Azovstal.

A Rússia invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro, uma ação que foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.


Os países que integram o G7 defenderam hoje que o Presidente Vladimir Putin envergonha "os sacrifícios históricos" da Rússia e reiteraram apoio à Ucrânia.

As ações de Putin na Ucrânia "cobrem de vergonha a Rússia e os sacrifícios históricos do seu povo", defendeu o grupo, citado pela Agência France Presse (AFP).

Numa reunião virtual, que contou com a presença do Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, os chefes de Estado e do Governo da Alemanha, Canadá, EUA, França, Itália Japão e Reino Unido reiteraram o compromisso de adotarem "mais medidas que ajudem a Ucrânia a garantir um futuro livre e democrático", assim como a "defender e repelir futuros atos de agressão", segundo um texto divulgado no final do encontro...Ler Mais

Primeiro-ministro de Cabo Verde na Guiné-Bissau para reforçar relações

© Lusa

Por LUSA   08/05/22 

O primeiro-ministro de Cabo Verde, Ulisses Correia e Silva, afirmou hoje o objetivo de reforçar as relações bilaterais com a Guiné-Bissau durante a primeira visita que realiza ao país, a partir de segunda-feira.

"Esta é a minha primeira visita enquanto chefe do Governo cabo-verdiano à Guiné-Bissau, país com o qual Cabo Verde já demonstrou claramente a sua intenção e vontade no reforço de cooperação e aprofundamento da histórica relação entre os dois Estados elevando-a a patamares superiores de parceria estratégica", afirmou hoje Ulisses Correia e Silva.

Segundo o programa, o primeiro-ministro, no cargo desde 2016, é esperado ainda hoje em Bissau, mas a visita de trabalho tem início na segunda-feira, com um encontro com o primeiro-ministro guineense, Nuno Gomes Nabiam, seguido de um encontro bilateral alargado às duas delegações, que será concluído com a assinatura de acordos de cooperação.

Ulisses Correia e Silva chefia uma delegação que integra ainda os ministros dos Negócios Estrangeiros, Cooperação e Integração Regional, Rui Figueiredo, e do Turismo e Transportes, Carlos Santos, bem como os secretários de Estado da Economia Digital, Pedro Lopes, e do Ensino Superior, Eurídice Monteiro.

Para o chefe do Governo, um "sinal muito claro" do reforço das relações entre os dois países foi a abertura, em 2021, da Embaixada de Cabo Verde em Bissau, seguida da nomeação do primeiro embaixador do arquipélago.

"É uma manifestação de vontade política e de melhorar ainda mais as relações bilaterais e o diálogo político, assim como de afirmação das relações de história, cultura, diplomáticas, mas também, económicas que se pretende ver desenvolvidas", disse ainda Ulisses Correia e Silva, sobre a visita que vai realizar a Bissau.

Destacou igualmente que a Guiné-Bissau "acolhe uma importante comunidade cabo-verdiana muito bem integrada na sociedade guineense" e que, por outro lado, "a comunidade bissau-guineense continua, atualmente, a representar a maior comunidade estrangeira residente em Cabo Vede, com cerca de 31% do total da população imigrante, que se estima ser 14.347 cidadãos".

Na agenda para segunda-feira, e após uma declaração à imprensa, o chefe do Governo cabo-verdiano segue para a Assembleia Nacional Popular, onde fará uma visita de cortesia ao presidente do parlamento, Cipriano Cassamá, sendo depois recebido pelo chefe de Estado guineense, Umaro Sissoco Embaló, na Presidência da República.

A encerrar a visita, na terça-feira, o primeiro-ministro cabo-verdiano visita a Escola Nacional da Administração, onde dará uma palestra dedicada ao tema "Estabilidade e Desenvolvimento", e a Faculdade de Medicina, estando também previsto um encontro com a comunidade cabo-verdiana.

GUINÉ-BISSAU: Ataque contra deputado? Regime "pretende silenciar todas as vozes"

© Lusa

Por LUSA  08/05/22 

O ataque contra o deputado guineense Agnelo Regala confirma a intenção do regime de impor a ditadura na Guiné-Bissau, afirmou hoje o líder do Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), Domingos Simões Pereira.

"A única reação possível é confirmar que é um padrão comportamental de um regime que pretende silenciar todas as vozes que sejam contrárias à intenção de impor a ditadura na Guiné-Bissau", afirmou aos jornalistas Domingos Simões Pereira.

O líder do PAIGC falava na residência do deputado e presidente do partido União para a Mudança, que foi no sábado ferido a tiro.

Domingos Simões Pereira também considerou haver uma ligação entre o ataque e a conferência de imprensa do Espaço de Concertação dos Partidos Democráticos sobre o envio de uma missão de estabilização da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental para o país.

"Ato contínuo a essa conferência de imprensa vários membros do nosso grupo receberam chamadas anónimas, chamadas de ameaças à integridade física dos elementos e à integridade física de familiares dos elementos desse grupo. Para mim nada de extraordinário, a vida na Guiné passou a valer isto", afirmou Domingos Simões Pereira.

O líder do PAIGC salientou que "basta não estar de acordo e usar aquilo que são as prerrogativas constitucionais para se atentar contra a integridade física das pessoas".

"Não só está ligado como faz parte de um todo, da construção de um quadro de medo, de um quadro de resignação popular, no sentido de permitir de que a anarquia, mas anarquia ordenada de cima, possa ser a nova ordem do país", afirmou.

O ataque representa um "atentado à própria integridade do país" e sua "soberania", acrescentou.

O líder do PAIGC afirmou também que o Espaço de Concertação dos Partidos Democráticos vai reagir, "falar à Nação", para que "todos percebam" que não vão silenciar as suas vozes.

"Não vamos ter medo, não vamos escondermo-nos, estamos cá, que continuem a disparar, porque um dia o povo vai realmente acordar e perceber que tem de enfrentar este regime e por termo a esta situação", ressalvou, lamentando uma vez mais a falta de posição da comunidade internacional em relação ao que se está a passar no país.

Agnelo Regala foi vítima de um ataque junto à sua residência no centro de Bissau, tendo sofrido ferimentos numa perna.

A União para a Mudança, na oposição no parlamento da Guiné-Bissau, faz parte Espaço de Concertação dos Partidos Democráticos guineenses, que está semana afirmou que o incumprimento da lei para o envio de uma missão militar para o país pode configurar uma invasão pelas forças da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO).

O espaço de concertação "condenou sem reservas os sinais de desprezo e desconsideração à soberania da República da Guiné-Bissau por parte das entidades promotora e autora da decisão" e exortou a CEDEAO a respeitar os princípios fundamentais que sustentam a organização.

O espaço de concertação exigiu que a "Assembleia Nacional Popular seja ouvida e a sua resolução levada em conta na determinação do mandato e constituição de qualquer eventual força a estacionar" no país.

A CEDEAO anunciou o envio de uma missão militar de interposição para a Guiné-Bissau em fevereiro na sequência de um ataque contra o Palácio do Governo, quando o decorria uma reunião do Conselho de Ministros, em que participavam o chefe de Estado, Umaro Sissoco Embaló, e o primeiro-ministro, Nuno Gomes Nabiam.

A semana passada a força começou a chegar ao país, mas o porta-voz do Governo e ministro do Turismo guineense, Fernando Vaz, remeteu mais pormenores para a cimeira dos chefes das Forças Armadas da CEDEAO, que vai decorrer em maio no Gana.

Fontes militares confirmaram à Lusa que a força de estabilização será composta "num primeiro momento" por 631 militares.

Umaro Sissoco Embaló afirmou na África do Sul que a força é composta por elementos do Senegal, Nigéria, Gana e Costa do Marfim.


Leia Também: 

O Ministério dos Negócios Estrangeiros condenou hoje o ato de violência contra o deputado guineense Agnelo Regala que no sábado sofreu um ataque junto à sua residência em Bissau, tendo ficado ferido numa perna devido a um tiro.

"O Ministério de Negócios Estrangeiros condena o ato de violência contra o deputado Agnelo Regala", pode ler-se numa nota publicada no Twitter oficial do ministério liderado pelo ministro João Gomes Cravinho.

Na curta mensagem pode ler-se ainda: "o livre exercício da democracia deve ser garantido por um ambiente de segurança e liberdade".

O deputado guineense Agnelo Regala foi no sábado vítima de um ataque junto à sua residência em Bissau, Guiné-Bissau, tendo sofrido ferimentos numa perna na sequência de disparos feitos contra si, disse à Lusa o próprio...Ler Mais

UCRÂNIA: Zelensky assinala fim da II Guerra mostrando "escuridão" da atual Ucrânia... Vídeo é partilhado no dia em que se assinala o Dia da Vitória na Europa.

© Reprodução Instagram

Notícias ao Minuto  08/05/22 

Embora a Rússia celebre o Dia da Vitória a 9 de maio, um dia antes celebra-se aquele que será o dia da vitória da Europa.

O presidente da Ucrânia escreve, por isso, hoje, um longo texto onde lembra o dia em que "o mundo civilizado" honra aqueles que "defenderam o planeta do nazismo durante a Segunda Guerra Mundial" mas assemelha a situação àquilo que se vive hoje na Ucrânia.

"Sabíamos o preço que os nossos antepassados pagaram por esta sabedoria. Sabíamos como é importante preservá-la e transmiti-la às próximas gerações. Mas não tínhamos ideia de que a nossa geração iria testemunhar a profanação das palavras, que, como se veio a verificar, não são a verdade para todos", escreve numa publicação na sua página de Instagram.

"Décadas após o fim da II Guerra Mundial, a escuridão chegou à Ucrânia", refere Volodymyr Zelensky referindo que a 24 de fevereiro, data do início da invasão russa, a "palavra 'nunca' foi apagada" e voltaram a ouvir-se bombas.

O discurso de Zelensky é ilustrado com um vídeo a preto e branco, que simboliza que "a Primavera também pode ser a branco e preto", referindo-se ao facto de o país ter perdido as suas cores, nos 74 dias de guerra.

"Hoje, no Dia da Memória e Reconciliação, prestamos homenagem a todos aqueles que defenderam a sua pátria e o mundo do nazismo. Registamos a façanha do povo ucraniano e a sua contribuição para a vitória da coligação anti-Hitler", remata o líder ucraniano.

O fim da II Guerra Mundial é celebrado em dois dias. Os Aliados haviam acordado que o dia 9 de maio de 1945 seria o da celebração, contudo o Ocidente lançou a notícia da rendição alemã mais cedo do que era previsto, precipitando as celebrações. Apesar disso, a União Soviética manteve as celebrações para a data combinada, sendo por isso que o fim da Segunda Guerra Mundial, conhecida como a Grande Guerra Patriótica na Rússia e outras zonas da antiga URSS, é celebrado no dia 9 de maio.


Leia Também: 

As comemorações do Dia da Vitória, que a Rússia assinala a 9 de maio, poderão marcar o início da mobilização total de russos para irem combater na Ucrânia, disse à Lusa a cientista política ucraniana Nataliia Kasianenko. 

"Poderá ser o anúncio da mobilização obrigatória para a guerra na Ucrânia", afirmou a especialista, professora do departamento de Ciência Política na Universidade Estadual da Califórnia em Fresno.

A ocasião, afirmou, poderá também servir para o "Kremlin mudar a sua narrativa, afastando-se da descrição atual de operação militar especial e falando abertamente de guerra". 

O Dia da Vitória marca o triunfo dos soviéticos sobre a Alemanha nazi, em 1945, e no contexto da atual invasão da Ucrânia é esperado um "grande anúncio" por parte do presidente Vladimir Putin...Ler Mais 


No total, estavam 90 pessoas refugiadas no local.

As tropas russas bombardearam, este sábado, uma escola que servia de abrigo para cerca de 90 pessoas na vila de Bilohorivka, localizada a cerca de 11 quilómetros da linha da frente.

Segundo avançou o chefe da administração militar da região separatista do Lugansk, Serhiy Hayday, há pelo menos dois mortos e dezenas de pessoas desaparecidas nos escombros do edifício.

Cerca de 90 pessoas estariam refugiadas no local, tendo 30 delas sido já resgatadas. Pelo menos 60 pessoas estão desaparecidas nos escombros da escola, sendo que as autoridades ucranianas acreditam que a maioria não deverá ter resistido...Ler Mais


ARÁBIA SAUDITA: Rei saudita hospitalizado para exames médicos

© Reuters

Por LUSA   08/05/22 

O monarca octogenário da Arábia Saudita foi submetido hoje a exames médicos, noticiou a imprensa estatal, semanas depois de ter mudado a pilha do seu "pacemaker".

A informação na agência oficial de imprensa saudita não forneceu mais pormenores sobre o estado do rei Salman ou sobre a natureza dos exames médicos, apenas dizendo que foi internado num hospital na cidade portuária saudita de Jiddah.

A saúde do monarca é vigiada de perto porque detém o poder absoluto no reino.

O rei Salman nomeou o seu filho de 36 anos, o príncipe herdeiro Mohammed bin Salman, como seu sucessor, embora também já lhe tenha dado poderes para liderar os assuntos do dia-a-dia.


Deputado e líder da União para a Mudança vítima de assalto a mão armada na sua residência em Bissau

 

Agnelo Regala terá sido atingido a tiro com uma casadeira numa perna e teve ferimentos ligeiros.

Tudo aconteceu na sua residência na rua São Tomé na capital Guineense.

Assalto a mão armada tem aumentado nos últimos tempos em Bissau.

Alfa Umaro

Leia Também:

Foto: ditaduraeconsenso
Por LUSA 07/05/2022

O deputado guineense Agnelo Regala foi hoje vítima de um ataque junto à sua residência em Bissau, Guiné-Bissau, tendo sofrido ferimentos numa perna na sequência de disparos feitos contra si, confirmou à Lusa o próprio

“Levei um tiro e foram disparados quatro”, disse o também líder da União para a Mudança e proprietário da Rádio Bombolom.

Agnelo Regala contou à Lusa que estava no passeio juntamente com um vizinho quando foram feitos os disparos.

“Passou uma viatura ao fundo da rua e, quando desceu a rua, foi disparado um tiro de dentro da viatura. Baixei-me e fugi e foram disparados mais três tiros”, disse.

A União para a Mudança, na oposição no parlamento da Guiné-Bissau, faz parte do Espaço de Concertação dos Partidos Democráticos guineenses, que esta semana afirmou que o incumprimento da lei para o envio de uma missão militar para o país pode configurar uma invasão pelas forças da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO).

O Espaço de Concertação “condenou sem reservas os sinais de desprezo e desconsideração à soberania da República da Guiné-Bissau por parte das entidades promotoras e autoras da decisão” e exortou a CEDEAO a respeitar os princípios fundamentais que sustentam a organização.

O Espaço de Concertação exigiu que a “Assembleia Nacional Popular seja ouvida e a sua resolução levada em conta na determinação do mandato e constituição de qualquer eventual força a estacionar” no país.

A CEDEAO anunciou o envio de uma missão militar de interposição para a Guiné-Bissau em fevereiro, na sequência de um ataque contra o Palácio do Governo, quando decorria uma reunião do Conselho de Ministros, em que participavam o chefe de Estado, Umaro Sissoco Embaló, e o primeiro-ministro, Nuno Gomes Nabiam.

A força começou a chegar ao país na semana passada, mas o porta-voz do Governo e ministro do Turismo guineense, Fernando Vaz, remeteu mais pormenores para a cimeira dos chefes das Forças Armadas da CEDEAO, que vai decorrer este mês no Gana.

Fontes militares confirmaram à Lusa que a força de estabilização será composta, “num primeiro momento”, por 631 militares.

O Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló, afirmou na África do Sul, que a força é composta por elementos do Senegal, Nigéria, Gana e Costa do Marfim.