quarta-feira, 2 de outubro de 2024

África. O financiamento europeu em matérias de saúde em África aumentou, mas a ajuda é "mal coordenada" no terreno, alertou o Tribunal de Contas Europeu (TCE), num relatório hoje divulgado.

© Wikimedia Commons/ Euseson    Por Lusa  02/10/24 

Ajuda europeia para saúde em África aumentou, mas é "mal coordenada"

O financiamento europeu em matérias de saúde em África aumentou, mas a ajuda é "mal coordenada" no terreno, alertou o Tribunal de Contas Europeu (TCE), num relatório hoje divulgado.

De acordo com o relatório "Apoio financeiro da UE aos sistemas de saúde em países parceiros selecionados -- Objetivos estratégicos gerais seguidos, mas questões de coordenação e sustentabilidade afetam intervenções", apresentado hoje na cidade do Luxemburgo, a ajuda europeia em matérias de saúde "é mal coordenada no terreno" e há "falhas na distribuição de equipamentos e de medicamentos".

Segundo o tribunal, "a eficácia dos projetos apoiados pode ser posta em causa pela fraca coordenação e por riscos para a sustentabilidade [dos mesmos]".

Para chegar a estas conclusões, o TCE analisou, em concreto, a ajuda prestada em projetos em três países africanos: Burundi, República Democrática do Congo - que faz fronteira com Angola - e Zimbabué -- país vizinho de Moçambique.

De um modo geral, "estes projetos abrangiam áreas como os cuidados de saúde gratuitos, a formação dos profissionais de saúde e a reconstrução de centros de saúde", disse.

Entre vários problemas, após as investigações, os auditores destacaram "a má análise das necessidades e a fraca coordenação ao nível distrital, que, por vezes, resultaram em prateleiras vazias nas clínicas ou em equipamento pouco utilizado devido a ações duplicadas", mas também a inadequação nas doações dos materiais, pois também foi verificado que alguns aparelhos deixaram de ser usados por avarias, devido à fraca manutenção, e a uma dificuldade local em resolvê-las.

"A ajuda da UE totalizou mais de três mil milhões de euros em cada um dos dois períodos de programação [de apoios] anteriores (2007-2013 e 2014-2020) e mais de dois mil milhões de euros foram atribuídos no início de 2024 para o período atual (2021-2027)", frisou.

De acordo com o TCE, a ajuda bilateral a países parceiros tem vindo a diminuir, mas o apoio a iniciativas globais tem vindo a aumentar, nomeadamente desde a pandemia da covid-19.

"Detetámos vários problemas no apoio da UE aos sistemas de saúde dos países parceiros selecionados", alertou um membro do TCE, George-Marius Hyzler, responsável por esta auditoria, citado em comunicado pela instituição.

"É urgente usar as verbas da UE de forma mais eficaz, mas, sobretudo, é preciso melhorar a forma como se atribui o dinheiro, garantir que os custos de gestão são razoáveis - devido ao facto de parceiros de execução subcontratarem outras pessoas - e resolver os problemas ao nível da sustentabilidade dos projetos porque, por exemplo, ainda não há estratégias claras de transição e saída após a ajuda dos doadores diminuir", acrescentou.

Segundo o TCE, em alguns casos, os custos de gestão eram quase o dobro do montante atribuído a ações em áreas como a saúde materna ou infantil e a nutrição.

Outra questão levantada por esta análise do TCE é o incumprimento dos países beneficiários em matéria de alocação de recursos orçamentais para os sistemas de saúde.

"De acordo com os dados mais recentes da União Africana (2021), apenas dois países africanos - África do Sul e Cabo Verde - cumpriram a meta da Declaração de Abuja de afetar anualmente, pelo menos, 15% dos orçamentos nacionais ao setor da saúde", lamentou.

Por isso, os países beneficiários africanos permanecem dependentes da ajuda internacional, frisou.

Por fim, o TCE lamentou a falta de visibilidade dada ao apoio europeu, frisando que "raramente as populações visadas sabiam que a ajuda era prestada pela UE, em especial nos casos em que as verbas são acrescentadas às de outros doadores".

O apoio da UE na área da saúde em países parceiros contribui para o principal objetivo da política de desenvolvimento da união: "reduzir a pobreza extrema e, um dia, eliminá-la por completo", indicou.

"A pobreza extrema pode ser tanto uma causa como uma consequência da falta de cuidados de saúde", declarou.

O apoio da UE no domínio da saúde aos países parceiros assenta no artigo 168.º, nº 3, do Tratado sobre o Funcionamento da União Europeia, que estabelece que "[a] União e os Estados-Membros fomentarão a cooperação com os países terceiros e as organizações internacionais competentes no domínio da saúde pública", concluiu.


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Leopold Sedar Domingos 

Declaração do advogado dos detidos caso de 01 de fevereiro de 2022


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Milhares de iranianos concentraram-se hoje nas ruas de Teerão para comemorar o ataque de terça-feira com mísseis contra Israel, embora a grande maioria da população tenha demonstrado indiferença, segundo relatou a agência noticiosa espanhola EFE.

© ATTA KENARE/AFP via Getty Images      Por Lusa  02/10/24 

 Milhares nas ruas de Teerão para comemorar ataque contra Israel

Milhares de iranianos concentraram-se hoje nas ruas de Teerão para comemorar o ataque de terça-feira com mísseis contra Israel, embora a grande maioria da população tenha demonstrado indiferença, segundo relatou a agência noticiosa espanhola EFE.

Com cânticos de "morte a Israel" e "morte à América", os manifestantes reuniram-se na Praça Imam Hussein, onde também se ouviram frases de apoio ao "Eixo da Resistência", uma aliança informal anti-israelita liderada por Teerão e que integra os libaneses do Hezbollah, os palestinianos do Hamas, os Huthis do Iémen e as milícias xiitas do Iraque.

"Haniyeh, Hassan, o vosso caminho continua", cantavam os manifestantes, referindo-se aos líderes mortos do Hamas (Ismail Haniyeh) e do Hezbollah (Hassan Nasrallah).

A multidão agitava as bandeiras do Irão e dos seus aliados Hezbollah, Líbano e Palestina, bem como as fotografias de Nasrallah, segundo os relatos da agência noticiosa estatal IRNA.

A manifestação ocorreu um dia depois do lançamento de cerca de 200 mísseis, incluindo mísseis hipersónicos, segundo o regime de Teerão, contra o território israelita, em resposta aos assassinatos de Nasrallah, do general de brigada da Guarda Revolucionária iraniana Abbas Nilforushan, e de Haniyeh. Da parte de Israel foi estimado o disparo de 180 mísseis.

Apesar desta concentração na capital do Irão, e de acordo com a EFE, a grande maioria dos iranianos viveu o dia com aparente normalidade e com uma certa despreocupação no rescaldo dos ataques.

"Por agora estou a viver normalmente, a fazer as compras de rotina e na cidade até está tudo normal e parece que não aconteceu nada", disse Mahan, uma dona de casa de 58 anos, que estava num supermercado cheio de clientes no norte de Teerão.

Ainda assim, expressou receio sobre as consequências do ataque contra Israel.

"Acho que teria sido melhor se o Irão não tivesse atacado Israel", disse a mulher, em declarações à EFE.

Israel prometeu punir o Irão pelos mísseis disparados contra o seu território na terça-feira à noite, ameaçando ainda com uma resposta ainda mais forte se o país voltar a ser visado.

O bombardeamento iraniano de terça-feira foi o segundo feito por este país diretamente contra Israel, após um outro realizado em abril em resposta a um ataque aéreo mortal ao consulado iraniano em Damasco, que Teerão atribuiu a Israel.

Os israelitas têm bombardeado redutos dos xiitas libaneses do Hezbollah, incluindo ataques violentos no sul de Beirute na madrugada de hoje.

Desde o mês passado, Israel divergiu a atenção da guerra na Faixa de Gaza, desencadeada pelo ataque de 07 de outubro de 2023 contra o seu território pelo movimento islamita palestiniano Hamas, para proteger a sua fronteira norte com o Líbano, onde o exército de Telavive combate o Hezbollah.

Israel e Hezbollah estão envolvidos num intenso fogo cruzado diário desde outubro de 2023, após o ataque do Hamas em solo israelita que desencadeou a atual guerra na Faixa de Gaza, levando a que dezenas de milhares de pessoas tenham abandonado as suas casas em ambos os lados da fronteira israelo-libanesa.


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A Juventude da Renovação Social_JRS visitou hoje a Juventude do Partido dos Trabalhadores Guineenses_JTG. Após o encontro, as duas estruturas de juventude integrantes da Plataforma Republicana destacam a necessidade de criação da Plataforma Juvenil Republicana para os futuros embates eleitorais.


Radio Voz Do Povo


Israel declara António Guterres 'persona non grata'

© Lev Radin/Pacific Press/LightRocket via Getty Images  Por Lusa   02/10/24 

O ministro dos Negócios Estrangeiros israelita, Israel Katz, anunciou hoje ter declarado o secretário-geral da ONU, António Guterres, "persona non grata" no país, criticando-o por não ter condenado o ataque massivo do Irão a Israel na noite de terça-feira.

"Qualquer pessoa que não possa condenar inequivocamente o ataque hediondo do Irão a Israel não merece pôr os pés em solo israelita. Estamos a lidar com um secretário-geral anti-Israel, que apoia terroristas, violadores e assassinos", disse Katz num comunicado.

Terça-feira, Guterres condenou o alargamento do conflito no Médio Oriente "com escalada após escalada" e apelou a um cessar-fogo imediato após o Irão atacar Israel com mísseis.

"Condeno o alargamento do conflito no Médio Oriente com escalada após escalada. Isso deve parar. Precisamos absolutamente de um cessar-fogo", frisou o ex-primeiro-ministro português, através da rede social X.

A publicação de Guterres surgiu pouco depois do início de um ataque com mísseis do Irão contra Israel.

"Em resposta ao martírio de [Ismail] Haniye, de Hassan Nasrallah e do mártir [Abbas] Nilforushan (ex-comandante da Guarda Revolucionária iraniana morto na sexta-feira Beirute), atacámos o coração dos territórios ocupados", declarou a Guarda Revolucionária do Irão num comunicado divulgado pela agência noticiosa estatal ISNA.

Este anúncio iraniano surgiu depois de o Exército israelita ter informado que tinham sido disparados mísseis do Irão, pouco depois das 19:30 locais (menos duas horas em Lisboa), e ordenado à população para procurar abrigo.

Guterres já se tinha manifestado "extremamente preocupado" com a escalada do conflito no Líbano, pedindo respeito pela "soberania e integridade territorial" deste país, horas depois de as Forças de Defesa de Israel (IDF) terem iniciado uma ofensiva terrestre para deter a ameaça da milícia xiita Hezbollah, cujo líder, Hassan Nasrallah, foi morto na sexta-feira num bombardeamento israelita em Beirute.


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México. Claudia Sheinbaum é primeira mulher presidente do México em 200 anos

© CARL DE SOUZA/AFP via Getty Images  Por Lusa  02/10/24 

Claudia Sheinbaum foi hoje empossada no Congresso como presidente do México, após o que os congressistas gritaram a forma feminina do cargo: "Presidenta!", uma novidade nos 200 anos de história do país.

Esta cientista, de 62 anos, que se tornou política, recebeu um país com vários problemas imediatos, como uma economia anémica, programas de construção inacabados, uma dívida pública em alta e a conhecida cidade de Acapulco devastada por um furacão.

Na altura, declarou: "Agora é o tempo da transformação. Agora é o tempo das mulheres".

Sheinbaum ganhou as eleições, em junho, com cerca de 60% dos votos, a aproveitar a popularidade no seu antecessor no cargo e mentor político, Andrés Manuel López Obrador.

Prometeu continuar as políticas dele, mesmo a que reforçam o poder dos militares e enfraquecem o conjunto de contrapoderes e de fiscalização do sistema político.

López Obrador foi empossado há seis anos, quando declarou "Para o bem de todos, primeiro os pobres".

Sheinbaum prometeu a continuidade das suas políticas populares.

Apesar as suas declarações de continuidade, Sheinbaum é uma personalidade muito diferente do antecessor: uma cientista cautelosa e universitária de esquerda, em contraste com o estar amigável e de homem comum cultivado por López Obrador.

Sheinbaum não herda uma situação fácil.

Os carteis de traficantes de droga reforçaram o seu controlo sobre grande parte do país e a sua primeira viagem como presidente vai ser à instância turística de Acapulco, na costa do Oceano Pacífico, a sofrer os efeitos de uma inundação grave.

Atingida agora pelo furacão John, que causou 17 mortos nas suas redondezas, Acapulco ainda não tinha recuperado dos efeitos do furacão Otis, em outubro de 2023.

Por outro lado, relações com o vizinho do Norte esperam pelo resultado eleitoral de novembro para saber como vão evoluir.

Mas já há áreas identificadas onde Sheinbaum pode tentar mudar a direção do país. Por exemplo, é doutorada em engenharia de energia e tem defendido a necessidade de responder às alterações climáticas.

Jennifer Piscopo, professora de Género e Política na Royal Holloway University de London, que tem estudado a América Latina desde há décadas, disse que o México ao eleger uma mulher como presidente mostra que as raparigas também podem conseguir ter sucesso em ermos políticos, mas que também pode criar expectativas irrealistas.

"Mulheres primeiro é um símbolo importante, mas não ganham um poder mágico", disse, acrescentando que, "especialmente quando os desafios de governação são tão grandes, esperar soluções mágicas do dia para a noite pode gerar um desapontamento generalizado".


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