sábado, 7 de junho de 2025

Na Coreia do Norte, os telemóveis tiram secretamente screenshots a cada 5 minutos para vigilância governamental... Os smartphones são semelhantes aos vendidos noutros países, mas o software tem muitos segredos.

Por   pcguia.pt

Um smartphone contrabandeado da Coreia do Norte oferece um vislumbre raro – e perturbador – da extensão do controlo que o regime de Kim Jong Un exerce sobre os seus cidadãos, até às próprias palavras que inserem nos seus telemóveis. Embora o aparelho pareça exteriormente similar a qualquer smartphone moderno, o seu software revela uma realidade muito mais opressiva.

O telemóvel foi apresentado numa reportagem da BBC, que o mostrava a ligar-se com uma bandeira norte-coreana animada no ecrã. Embora a reportagem não especificasse a marca, o design e a interface de utilizador assemelhavam-se muito aos de um dispositivo Huawei ou Honor.

Não é claro se estas empresas vendem oficialmente telemóveis na Coreia do Norte, mas se o fazem, são provavelmente personalizados com software aprovado pelo estado, concebido para restringir a funcionalidade e facilitar a vigilância governamental.

Uma das características mais reveladoras é a censura automática feita pelo software do telemóvel a palavras consideradas problemáticas pelo estado. Por exemplo, quando os utilizadores digitavam “oppa”, um termo sul-coreano usado para se referir a um irmão mais velho ou a um namorado, o telemóvel substituía-o automaticamente por “camarada”. Um aviso surgiria então, admoestando o utilizador de que “oppa” só poderia referir-se a um irmão mais velho.

Escrever “Coreia do Sul” desencadeia outra mudança. O nome é substituído automaticamente por “estado fantoche”, reflectindo a linguagem usada na retórica oficial norte-coreana.

Depois há outras características mais perturbadoras. O telemóvel captura silenciosamente um screenshot a cada cinco minutos, armazenando as imagens numa pasta escondida à qual os utilizadores não podem aceder. Segundo a BBC, as autoridades podem mais tarde rever estas imagens para monitorizar a actividade do utilizador.

O aparelho foi contrabandeado da Coreia do Norte pelo Daily NK, um órgão de comunicação social sediado em Seul e especializado em assuntos norte-coreanos. Após examinar o telemóvel, a BBC confirmou que os mecanismos de censura estavam profundamente embutidos no software. Especialistas dizem que esta tecnologia é concebida não só para controlar a informação, mas também para reforçar a mensagem do estado ao nível mais pessoal.

O uso de smartphones tem aumentado na Coreia do Norte nos últimos anos, mas o acesso é muito controlado. Os dispositivos não podem ligar-se à Internet global e estão sujeitos a uma intensa vigilância governamental.

O regime terá intensificado os esforços para eliminar a influência cultural sul-coreana, que considera subversiva. As chamadas “brigadas de repressão juvenil” têm sido destacadas para fazer cumprir estas regras, parando frequentemente jovens nas ruas para inspeccionar os seus telemóveis e rever mensagens de texto em busca de linguagem proibida.

Alguns desertores norte-coreanos partilharam que a exposição a dramas sul-coreanos ou a emissões de rádio estrangeiras desempenhou um papel fundamental na sua decisão de fugir do país. Apesar dos riscos, a comunicação social externa continua a ser contrabandeada – muitas vezes via pendrives USB e cartões de memória escondidos em carregamentos de alimentos. Grande parte deste esforço é apoiada por organizações estrangeiras.

Mensagem de Dom Lampra em crioulo para todos catequistas.

Tcherno Sulemane Balde, Presidente da União Nacional de Imames da Guiné Bissau.

Reza de Tabaski (Eid al-Adha), com Presidente da União Nacional de Imames ao lado da comunidade muçulmana.

Componente-chave da vida descoberto em disco de formação planetária... Os astrónomos descobriram uma forma rara de metanol, um tipo de álcool, num disco de formação planetária, um passo crucial para a compreensão de como a vida se pode formar fora da Terra.

Por LUSA 

O resultado da investigação revela detalhes vitais sobre a composição química do gelo nos discos de formação planetária e quais as moléculas orgânicas disponíveis para os cometas transportarem para os planetas, mesmo no sistema solar da Terra, noticiou na sexta-feira a agência Europa Press.

Embora os astrónomos tenham encontrado evidências de outras moléculas mais complexas em discos de formação planetária em torno de outras estrelas, esta descoberta mais recente marca a primeira vez que foram detetados isótopos raros de metanol.

Os isótopos são versões diferentes de um elemento ou composto químico que possuem o mesmo número de protões, mas diferentes números de neutrões.

"Encontrar estes isótopos de metanol fornece informações essenciais sobre a história dos ingredientes necessários para a formação da vida aqui na Terra", frisou Alice Booth, do Centro Harvard-Smithsonian de Astrofísica (CfA), que liderou o estudo, citada num comunicado.

Os cientistas descobriram estes isótopos de metanol em torno de HD 100453, uma estrela com cerca de 1,6 vezes a massa do Sol, localizada a cerca de 330 anos-luz da Terra. Um ano-luz tem cerca de 9,46 triliões de quilómetros.

Utilizaram dados do Atacama Large Millimeter-submillimeter Array (ALMA), um conjunto internacional de rádio localizado no Deserto do Atacama, no Chile, tendo o resultado sido publicado no The Astrophysical Journal Letters.

Os cientistas, como esta equipa de investigação e muitos outros, consideram os discos de formação planetária em torno das estrelas como laboratórios, uma vez que revelam a abundância de moléculas orgânicas complexas presentes durante a formação dos planetas e dos cometas.

"Descobrir que o metanol faz parte deste cocktail estelar é motivo de celebração", destacou a coautora Lisa Wölfer, do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT).

Como o HD 100453 é mais massivo que o Sol, possui um disco de formação planetária mais quente à sua volta. Isto faz com que as moléculas do disco, incluindo o metanol, existam como gás a distâncias maiores da estrela, permitindo que o ALMA o detete.

Em contraste, as estrelas menos massivas, como o Sol, têm discos mais frios, pelo que o metanol ficaria retido no gelo e seria indetetável pelo ALMA.

A proporção de metanol em relação a outras moléculas orgânicas simples observada em HD 100453 é praticamente a mesma que a dos cometas no sistema solar da Terra.

Isto reforça o potencial para aprender sobre a história do próprio planeta Terra através do estudo destes mundos mais distantes e primitivos.

Mais especificamente, este trabalho sugere que o gelo dentro dos discos de formação planetária, que serve como o material que eventualmente se aglutinará para formar cometas, é rico em moléculas orgânicas complexas.

"Esta investigação apoia a ideia de que os cometas podem ter desempenhado um papel importante no transporte de material orgânico importante para a Terra há milhares de milhões de anos", destacou o coautor Milou Temmink, do Observatório de Leiden, nos Países Baixos.

Podem ser a razão pela qual a vida, incluindo na Terra, se pôde formar.

O metanol já foi detetado em vários discos de formação estelar, mas a deteção de isótopos de metanol --- que são 10 a 100 vezes menos abundantes --- é um passo importante, pois confirma que os discos são provavelmente ricos em moléculas orgânicas ainda não detetadas em HD 100453, incluindo aminoácidos simples e açúcares como a glicina e o glicolaldeído.

Descoberto estranho objeto celeste na nossa galáxia... Enigmático ASKAP J1832−0911 emite raios X e ondas de rádio a cada 44 minutos.

Uma imagem do céu que mostra a região em redor de ASKAP J1832-0911captada pelo Observatório de Raios-X Chandra da NASA, dados de rádio do radiotelescópio sul-africano MeerKAT e dados infravermelhos do Telescópio Espacial Spitzer da NASA.Ziteng (Andy) Wang, ICRAR   Por Sicnoticias 

Um objeto misterioso, localizado a cerca de 15.000 anos-luz da Terra, está a intrigar a comunidade científica. Foi captado com o radiotelescópio ASKAP, na Austrália, e pelo Observatório de Raios X Chandra da NASA, o que permitiu uma análise simultânea em diferentes comprimentos de onda.

Designado ASKAP J1832−0911, este corpo celeste — talvez uma estrela, um par de estrelas ou algo completamente diferente — está a emitir raios X quase ao mesmo tempo que emite ondas de rádio. Além disso, o ciclo repete-se a cada 44 minutos, pelo menos durante períodos de atividade extrema.

Os astrónomos do International Centre for Radio Astronomy Research (ICRAR) identificaram o objeto peculiar durante observações com o radiotelescópio ASKAP, na Austrália. O objeto também foi captado pelo Observatório de Raios X Chandra da NASA, que por coincidência estava a observar a mesma parte do céu, permitindo uma análise simultânea em diferentes comprimentos de onda. Os resultados foram publicados na revista Nature.

Um ritmo cósmico fora de comum

ASKAP J1832−0911 emite sinais de rádio e raios X durante dois minutos a cada 44 minutos. Este padrão regular de emissão é altamente invulgar e não se alinha com o comportamento conhecido de pulsares ou outras estrelas compactas. A deteção simultânea de raios X e ondas de rádio torna este objeto único entre os chamados “long-period transients" (LPT).

“Descobrir que o ASKAP J1832-0911 estava a emitir raios X foi como encontrar uma agulha num palheiro”, disse o autor principal, Dr. Ziteng (Andy) Wang, do núcleo do ICRAR da Universidade de Curtin.

“O radiotelescópio ASKAP tem um amplo campo de visão do céu noturno, enquanto o Chandra observa apenas uma fração do mesmo. Por isso, foi uma sorte que o Chandra tenha observado a mesma área do céu noturno ao mesmo tempo”.

“Long-period transients" (LPT)

Os LPT, que emitem impulsos de rádio com intervalos de minutos ou horas, são uma descoberta relativamente recente. Desde a sua primeira deteção pelos investigadores do ICRAR em 2022, foram descobertos dez LPT por astrónomos em todo o mundo.

Atualmente, não existe uma explicação clara para o que causa estes sinais nem para a razão pela qual "ligam" e "desligam" em intervalos longos e regulares.

"Este objeto é diferente de tudo o que já vimos", disse Wang.

Possíveis explicações

Os cientistas consideram várias hipóteses para explicar este fenómeno:

  • Um magnetar- o núcleo de uma estrela morta com um campo magnético extremamente forte.
  • Um sistema binário em que uma das estrelas é uma anã branca altamente magnetizada (os núcleos densos e frios que restam de estrelas como o Sol, depois de terem esgotado o seu combustível).

No entanto, nenhuma destas explicações consegue, por si só, justificar todas as características observadas.

"Esta descoberta pode indicar um novo tipo de física ou novos modelos de evolução estelar”, segundo Wang.

Esta imagem artística baseia-se no resultado de uma explosão de supernova, SN 2022jli, observada por duas equipas de astrónomos com o Very Large Telescope (VLT) e o New Technology Telescope (NTT), ambos do ESO. Esta explosão ocorreu num sistema binário, o que significa que a estrela que criou a supernova e deixou para trás um objeto compacto tinha uma estrela companheira. O objeto compacto e a sua companheira continuaram em órbita um do outro, com o objeto compacto a "roubar" regularmente matéria da sua companheira sempre que se aproxima dela.ESO/L. Calçada