domingo, 6 de julho de 2025

Líderes dos BRICS condenam "ataques militares" contra o Irão... Os chefes de Estado e de Governo do grupo BRICS condenaram hoje "os ataques militares" contra o Irão e mostraram preocupação com a "escalada da situação de segurança no Médio Oriente".

© Lusa   06/07/2025

"Condenamos os ataques militares contra a República Islâmica do Irão desde 13 de junho de 2025, que constituem uma violação do direito internacional e da Carta das Nações Unidas, e expressamos profunda preocupação com a subsequente escalada da situação de segurança no Médio Oriente", lê-se na declaração de líderes do grupo formado por 11 países do chamado sul global e que incluiu países como o Brasil, China, Rússia, Índia e, desde 2024, o próprio Irão.

Na declaração, na qual o nome dos Estados Unidos e de Israel não foi mencionado, os países do grupo expressaram "séria preocupação com os ataques deliberados contra infraestruturas civis e instalações nucleares pacíficas sob totais salvaguardas da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), em violação ao direito internacional e a resoluções pertinentes da AIEA".

Para os membros dos BRICS, "as salvaguardas e a segurança nucleares devem ser sempre respeitadas, inclusive em conflitos armados, para proteger as pessoas e o meio ambiente contra danos".

A declaração surge na sequência da guerra de 12 dias lançada em meados de junho por Israel contra o Irão, na qual os Estados Unidos participaram bombardeando três instalações nucleares iranianas.

O ministro dos Negócios Estrangeiros do Irão, Abbas Araqchi, que chefia a delegação do seu país, membro dos BRICS desde 2024, e encontra-se no Rio de Janeiro para participar da reunião dos BRICS.

Lula da Silva recebeu hoje no Rio de Janeiro líderes dos BRICS para a cimeira anual do grupo, marcada pela ausência de presidentes como o russo, Vladimir Putin e do chinês, Xi Jinping, numa cimeira que conta com entre os cerca de 30 países representados e uma dezena de organizações internacionais.

O grupo BRICS foi inicialmente formado pelo Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul e, desde o ano passado, conta com seis novos membros efetivos: Egito, Irão, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Arábia Saudita e Indonésia.

A estes juntam-se, como membros associados, a Bielorrússia, a Bolívia, o Cazaquistão, Cuba, a Malásia, a Nigéria, a Tailândia, o Uganda, o Uzbequistão e o Vietname.


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Putin diz aos BRICS que modelo de globalização liberal "tornou-se obsoleto"... O presidente russo, Vladimir Putin, considerou hoje, numa intervenção por videoconferência na cimeira do grupo BRICS, que o modelo de globalização liberal "tornou-se obsoleto".

Por LUSA 

"A mudança na ordem económica mundial continua a ganhar força. Estamos todos a testemunhar que o modelo de globalização liberal tornou-se obsoleto", afirmou.

Como resultado, acrescentou, "o foco da atividade empresarial está a deslocar-se para os mercados em desenvolvimento, o que está a impulsionar uma grande onda de crescimento, incluindo nos países BRICS".

Putin sublinhou que os países BRICS representam não só um terço da superfície terrestre e quase metade da população mundial, mas também "40% da economia mundial".

"E o PIB total em termos de paridade do poder de compra já atingiu 77 biliões de dólares, de acordo com o FMI. Aliás, neste indicador, os BRICS ultrapassam significativamente outros blocos, incluindo o G7, que tem 57 biliões", disse.

Putin sublinhou que 90% das transferências entre a Rússia e os outros países do grupo são efetuadas em moedas nacionais e congratulou-se com o apoio do Brasil à iniciativa da presidência russa de criar uma bolsa de cereais, uma vez que os BRICS representam 44% da produção mundial de cereais.

O presidente brasileiro, Lula da Silva, recebeu hoje no Rio de Janeiro os líderes dos BRICS para a cimeira anual do grupo, marcada pela ausência de presidentes como o russo, Vladimir Putin e do chinês, Xi Jinping.

Entre os líderes presentes estão os da Etiópia, Abiy Ahmed; da Índia, Narendra Modi, que foi o segundo a chegar e da Indonésia, Prabowo Subianto.

Estão também presentes presidente de Angola e da União Africana, João Lourenço, o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, entre os cerca de 30 países representados e uma dezena de organizações internacionais.

Uma das principais ausências na cimeira é Putin, que recusou o convite de Lula da Silva por estar sob mandado de captura emitido pelo Tribunal Penal Internacional por alegados crimes cometidos durante a guerra na Ucrânia, e será representado pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, Sergey Lavrov.

Mais surpreendente é a ausência de Xi Jinping da China, que tem sido um participante constante em cimeiras anteriores, e será substituído pelo primeiro-ministro Li Qiang.

Hoje, os chefes de Estado e de Governo dos BRICS têm agendadas duas sessões plenárias, a primeira sobre "Paz e Segurança e Reforma da Governança Global" e a segunda relativa ao Fortalecimento do Multilateralismo, Assuntos Económico-Financeiros e Inteligência Artificial".

Nesta última, deverá ser discutida a revisão das participações acionárias no Banco Mundial, o realinhamento de quotas do FMI e o aumento da representação dos países em desenvolvimento em posições de liderança nas instituições financeiras internacionais e a importância de uma reforma no Conselho de Segurança da ONU.

Para além disso, e tal como tem vindo a acontecer durante as reuniões ministeriais dos BRICS ao longo dos últimos meses, deverá ser feita uma denúncia ao aumento de medidas protecionistas unilaterais injustificadas, numa referência às medidas anunciadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump; assim como um apelo ao reforço da utilização de moedas locais no comércio entre os países do bloco.

No último dia, na segunda-feira, sessão plenária será sobre "Meio Ambiente, COP30 e Saúde Global".

O grupo BRICS foi inicialmente formado pelo Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul e, desde o ano passado, conta com seis novos membros efetivos: Egito, Irão, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Arábia Saudita e Indonésia.

A estes juntam-se, como membros associados, a Bielorrússia, a Bolívia, o Cazaquistão, Cuba, a Malásia, a Nigéria, a Tailândia, o Uganda, o Uzbequistão e o Vietname.


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O presidente brasileiro, Lula da Silva, criticou o compromisso dos países membros da NATO em aumentar as despesas com a Defesa para 5% do PIB, no seu discurso de abertura da cimeira de líderes dos BRICS.


Número de mortos em inundações no Texas sobe para 59... As inundações no Texas, no sul dos Estados Unidos (EUA), fizeram 59 mortos, de acordo com um novo número provisório de mortos anunciado hoje pelo vice-governador daquele estado, Dan Patrick.

Por LUSA 

"Perdemos mais pessoas. Agora estamos nos 59", avançou o responsável estadual ao canal de televisão Fox News, acrescentando esperar que "este número aumente".

As cheias repentinas, que começaram antes do nascer do sol de sexta-feira no condado de Kerr, no estado norte-americano do Texas, causaram ainda um número desconhecido de pessoas desaparecidas, segundo as autoridades.

Entre os desaparecidos estão 27 raparigas do Camp Mystic, um acampamento de verão cristão ao longo do rio Guadalupe, naquele condado.

Mas, à medida que as autoridades iniciam um dos maiores esforços de busca e salvamento da história recente do Texas, estão sob crescente escrutínio sobre os preparativos e a razão pela qual os residentes e os campos de férias para jovens espalhados ao longo do rio não foram alertados atempadamente ou instruídos para abandonar os locais de perigo, avançou a AP.

Equipas aéreas, terrestres e aquáticas estão a realizar operações em busca de sobreviventes e corpos, tendo sido mobilizados cerca de 500 socorristas e 14 helicópteros, enquanto a Guarda Nacional do Texas e a Guarda Costeira enviaram reforços, segundo a AFP.

Movimentos palestinianos ameaçam atuar contra milícia inimiga em Gaza... Vários movimentos armados palestinianos, incluindo o Hamas e a Jihad Islâmica, ameaçaram hoje lutar contra os membros de uma nova milícia palestiniana liderada por Abu Shabab que atua em zonas da Faixa de Gaza sob controlo israelita.

Por LUSA 

O aviso surge depois de Abu Shabab ter admitido pela primeira vez, numa entrevista à estação de rádio israelita Makan, cooperar "a algum nível com Israel".

"Não teremos misericórdia com nenhum deles, nem com ninguém que siga o seu caminho de apoio à ocupação. Serão tratados como merecem os traidores e colaboradores", reagiram, num comunicado conjunto, vários movimentos armados palestinianos da Faixa de Gaza.

Para estas organizações, Abu Shabab é "um traidor a soldo" que, com o seu grupo, abandonou a nação.

"Foram completamente despojados da sua identidade palestiniana. Com o tempo, agarrar-se-ão às costas e aos tanques do inimigo como parasitas, quando o arrependimento já não lhes servir", acrescentam na nota.

Na entrevista à estação de rádio israelita Makan, Abu Shabab admitira também que não se coibirá de entrar em conflito direto com o Hamas, que chegou a incluir a sua rendição como uma das condições para um cessar-fogo com Israel, segundo a agência de notícias Europa Press.

Abu Shabab, 32 anos, nascido em Rafah, no sul do enclave palestiniano, foi condenado pelas autoridades do Hamas em Gaza por tráfico de droga, mas conseguiu fugir da prisão no início da guerra com Israel, segundo o 'site' Middle East Monitor.

O diário israelita Maariv noticiou recentemente que terá sido recrutado pelos serviços secretos israelitas para boicotar as operações do Hamas, cujo ataque a Israel, em 07 de outubro de 2023, desencadeou a guerra em curso em Gaza.

Netanyahu admitiu que financiava o grupo, a que chamou "Forças Populares", no início de junho, depois de o deputado e ex-ministro da Defesa Avigdor Lieberman ter declarado que o Governo israelita fornecia armas "a um bando de criminosos e malfeitores".

O ataque do Hamas a Israel em 07 de outubro de 2023 causou cerca de 1.200 mortos, na maioria civis, e mais de duas centenas de reféns.

Em retaliação, Israel lançou uma operação militar na Faixa de Gaza, que já provocou mais de 57 mil mortos, segundo as autoridades locais controladas pelo Hamas, a destruição de quase todas as infraestruturas do território e a deslocação forçada de centenas de milhares de pessoas.

Israel, Estados Unidos e União Europeia consideram o Hamas uma organização terrorista.


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O bombardeamento do café Al-Baqa, na cidade de Gaza, pelo exército israelita na segunda-feira, que vitimou 33 pessoas, matou também um comandante e outros dois membros do grupo islamita Hamas, segundo um comunicado militar hoje divulgado.


Muçulmanos xiitas celebram Ashura no meio de tensões com Israel... Milhões de seguidores do ramo xiita do Islão, maioritário no Irão e no Iraque, celebraram hoje a Ashura para recordar a morte, no século VII, de Hussein, neto do profeta Maomé.

© Lusa   06/07/2025

As celebrações realizam-se no meio das tensões entre os países árabes e muçulmanos do Médio Oriente e Israel.

A Ashura tem um profundo significado religioso e histórico para os xiitas, segundo a agência norte-americana Associated Press (AP).

Assinala a Batalha de Karbala, em 680, na qual o Imã Hussein, juntamente com a família e companheiros, foi morto depois de se ter recusado a jurar fidelidade ao califado omíada, cimentando o cisma entre o Islão sunita e xiita.

Considerado pelos xiitas como o legítimo sucessor de Maomé, a data da morte de Hussein passou a simbolizar a resistência contra a tirania e a injustiça.

No Irão, milhões de pessoas participaram em procissões por todo o país, um luto que se realiza todos os anos e que, nesta ocasião, foi marcado por um forte tom nacionalista, na sequência da guerra de 12 dias com Israel, em junho.

Em algumas celebrações, para além das orações, ressoou o hino persa "Hey Iran" e a leitura de poemas nacionalistas, algo pouco habitual nestes eventos, segundo a agência de notícias espanhola EFE.

O líder supremo do Irão, Ali Khamenei, aproveitou uma cerimónia na véspera da Ashura, no sábado à noite, para aparecer em público pela primeira vez desde a guerra com Israel.

A guerra arrastou-se até 24 de junho, quando o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou um cessar-fogo.

Durante o conflito de 12 dias, Israel atacou instalações militares, nucleares e energéticas iranianas, bem como zonas residenciais em Teerão.

Matou pelo menos 30 comandantes militares de topo e 11 cientistas nucleares, enquanto o Irão respondeu com vagas de ataques de mísseis.

No Iraque, milhares de peregrinos árabes e de outros países entraram no país nos últimos dias, por via terrestre e aérea, para participar nas comemorações, informou o Ministério do Interior num comunicado.

O ministério disse que até agora não tinham sido detetados problemas de segurança.

Referiu que havia um grande afluxo de visitantes que fazem a peregrinação anual à cidade sagrada de Kerbala, no sul do Iraque, e a outros locais religiosos venerados para assinalar a morte do Imã Hussein.

"Todos os postos fronteiriços terrestres e aéreos do país registaram um elevado volume de chegadas nos últimos dias", declarou o ministério.

A mesma fonte assegurou que as autoridades estavam em "alerta máximo para fornecer todo o apoio organizacional e logístico" que garantisse que as celebrações decorreriam sem problemas.

Muitos dos fiéis assinalam a Ashura com rituais de automutilação.

A Ashura é celebrada todos os anos no 10.º dia de Muharram, o primeiro mês do calendário islâmico, mas tem um significado diferente para os muçulmanos sunitas, o ramo maioritário no Médio Oriente, e para os muçulmanos xiitas.

Nos países sunitas, a data assinala o dia em que Noé desembarcou da arca e em que Moisés separou as águas do Mar Vermelho, permitindo o êxodo dos israelitas do Egito, que é celebrado com jejum e orações nas mesquitas.

Para os xiitas, o martírio de Hussein foi um dos principais pontos de viragem na divisão entre os dois principais ramos do Islão, segundo a EFE.


Cérebro continua a produzir neurónios até quase aos 80 anos... Estudo confirma que a formação de novos neurónios no hipocampo persiste ao longo da vida adulta, uma descoberta que pode ter impacto em doenças neurodegenerativas.

Por  SIC Notícias

O cérebro humano não deixa de produzir neurónios com o passar dos anos. Um novo estudo revelou que a formação de novas células nervosas no hipocampo, região ligada à memória e aprendizagem, continua até, pelo menos, aos 78 anos.

O cérebro humano mantém a capacidade de gerar novos neurónios na idade adulta - uma descoberta que pode mudar a forma como olhamos para o envelhecimento cerebral e o tratamento de doenças neurodegenerativas. 

A conclusão é de um novo estudo do Instituto Karolinska, na Suécia, agora publicado na revista Science.

Descoberta reforça estudo anterior

Há 12 anos, a mesma equipa de investigação já tinha mostrado que o hipocampo - uma região central para a aprendizagem e memória - mantém a produção de novos neurónios em adultos.

Essa descoberta baseou-se na medição dos níveis de carbono-14 no ADN de tecido cerebral.

O novo estudo vai mais longe: identificou diferentes estádios de desenvolvimento neuronal no hipocampo de cérebros humanos com idades até aos 78 anos. 

Os investigadores encontraram desde células estaminais, com potencial para se transformarem noutras células, até neurónios imaturos, alguns em fase de divisão.

“Conseguimos identificar as células de origem, o que confirma que há uma formação contínua de neurónios no hipocampo do cérebro adulto”, afirmou o coordenador do estudo, Jonas Frisén, citado em comunicado pelo Instituto Karolinska.

A equipa recorreu a técnicas de análise genética e celular para chegar a estas conclusões. As chamadas células progenitoras de neurónios, responsáveis pela formação de novas células nervosas, são semelhantes às encontradas noutros mamíferos como ratos, porcos e macacos. No entanto, há diferenças quanto aos genes que estão ativos. 

Esperança para novos tratamentos

O estudo mostrou ainda que a quantidade de células progenitoras neuronais varia muito entre indivíduos: alguns adultos apresentavam bastantes, outros quase nenhumas. Essa variação poderá ajudar a explicar diferenças na forma como o cérebro envelhece ou responde a doenças.

Para Jonas Frisén, os resultados são “uma peça importante” para compreender o funcionamento do cérebro ao longo da vida.

 “Podem também ter implicações para o desenvolvimento de tratamentos regenerativos que estimulem a neurogénese em perturbações neurodegenerativas e psiquiátricas”.


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Guiné-Bissau: Ilhas de Bijagós poderão integrar lista do Património Mundial... As ilhas dos Bijagós estão a poucos dias de poder integrar a lista do Património da Humanidade, naquela que será uma conquista histórica para a Guiné-Bissau, com o primeiro sítio reconhecido com o estatuto mundial.

© LUSA   06/07/2025 

As ilhas consideradas um tesouro natural e cultural fazem parte da lista de 32 sítios de todo o mundo candidatos a Património Mundial, que vão conhecer a decisão da UNESCO, a Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura, a 11 de julho, em França. 

A 47.ª reunião do Comité do Património Mundial decorre entre hoje e 16 de julho, na sede da UNESCO em Paris, França, e a decisão sobre as candidaturas de sítios que desejam ser reconhecidos como Património Mundial está marcada para 11 de julho, de acordo com o programa provisório divulgado pela organização.

"Se o Arquipélago dos Bijagós for reconhecido como Património Mundial Natural pela UNESCO, será uma conquista histórica para a Guiné-Bissau e para o povo Bijagó", segundo o Instituto da Biodiversidade e das Áreas Protegidas (IBAP), o organismo público guineense que coordenou a candidatura.

O arquipélago na costa ocidental de África é uma parte do território marinho e costeiro da Guiné-Bissau, composto por 88 ilhas e ilhéus, com uma extensão de 2,6 quilómetros quadrados, onde vivem, nas 23 ilhas habitadas, cerca de 33 mil dos dois milhões de habitantes da Guiné-Bissau.

As ilhas Bijagós já conquistaram várias distinções, também da UNESCO, concretamente Reserva da Biosfera, em 1996, Don a Terra, em 2001, e Sítio RAMSAR, em 2014, pela importância desta zona húmida a nível internacional.

Há mais de uma década, a Guiné-Bissau tentou elevar as ilhas a Património Mundial, mas a candidatura foi rejeitada.

Em fevereiro deste ano, foi entrega nova candidatura, que recebeu, no final de maio, parecer favorável para análise e decisão sobre a inclusão das exóticas ilhas da Guiné Bissau na lista UNESCO, do Comité de Avaliação da União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN).

A poucos dias da decisão final, o IBAP pede a união de todos os guineenses "em apoio a este marco importante" e assegura que "o estatuto de Património Mundial não impede o desenvolvimento".

"Pelo contrário, promove um modelo sustentável que respeita o ambiente, os direitos das comunidades e os saberes tradicionais, abrindo portas ao turismo responsável, à educação e ao financiamento internacional", defende.

A candidatura do "Ecossistema Marinho e Costeiro do Arquipélago dos Bijagós -- OMATÍ MINHÕ" não abrange todas as ilhas, concentra o propósito da elevação a Património Mundial em três que são parques naturais, concretamente o Parque Natural das Ilhas de Orango, o Parque Nacional Marinho João Vieira e Poilão e a Área Marinha Protegida Comunitária das Ilhas Urok e a ligação entre esses três parques.

A diretora-geral do IPAB, Aissa Regalla de Barros, explicou à Lusa, na preparação do processo, que as restantes ilhas representam a zona tampão do bem candidato à UNESCO, que reconheceu o conjunto dos Bijagós como Reserva Mundial da Biosfera em 1996.

Os responsáveis guineenses querem conquistar o estatuto de Património Mundial concentrando-se na zona mais relevante do ponto de vista da biodiversidade nas ilhas e ilhéus onde desovam tartarugas, habitam hipopótamos e se alimentam aves migratórias.

Esta candidatura a Património Mundial é, segundo disse, "muito mais robusta" que a indeferida em 2013. 

Foram trabalhadas as 12 recomendações anteriores da UNESCO em relação ao limite do bem candidato, ao estatuto jurídico, à governação, ao desenvolvimento de outros setores e das ameaças, assim como ao envolvimento de todas as estruturas guineenses no processo de elaboração do dossiê.

Os três parques naturais abrangidos são apontados como "a parte central da biodiversidade", como "zonas que permitem uma grande produtividade, que têm impactos além-fronteira".

Servem de "zona de alimentação para as aves que vêm de longe, às comunidades, às pescas", e permitem "a reprodução de um ciclo importante da biodiversidade ameaçada, como as tartarugas marinhas, tubarões e raias".

Estão, também, na rota migratória de aves do Atlântico Leste.


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Satélite "zombie" da NASA emite sinal de rádio após 60 anos de silêncio... Um satélite dado como "morto" emitiu uma poderosa explosão de ondas de rádio, mas não sabem ao certo o que a terá provocado.

Por  sicnoticias.pt  06 jul.2025

No ano passado, os cientistas detetaram uma misteriosa e poderosa explosão de ondas de rádio vinda do interior da nossa galáxia. Os investigadores dizem agora que foi causada por um satélite da NASA desativado há muito tempo - mas não sabem ao certo como aconteceu.

O Relay 2 foi lançado em 1964, mas o satélite de comunicações ficou inoperacional em 1967, após uma falha nos seus dois transmissores-recetores de bordo. Quase 60 anos depois, em junho de 2024, o satélite produziu um sinal inesperado, afirmaram os investigadores num novo estudo pré-publicado, publicado a 13 de junho no servidor arXiv e ainda não revisto por pares.

"Este foi um sinal de rádio incrivelmente poderoso que ofuscou em muito tudo o resto no céu durante um período muito curto", disse o autor principal do estudo, Clancy James, professor associado do Instituto de Radioastronomia da Universidade Curtin, na Austrália, à New Scientist.

O sinal durou apenas 30 nanossegundos, o que não corresponde a nenhum dos sistemas do satélite inoperacional — descartando a possibilidade de uma transmissão deliberada. Em vez disso, James e os seus colegas acreditam que o impacto de um micrometeorito ou de uma acumulação de eletricidade desencadeou a explosão de ondas de rádio.

Os investigadores detetaram o sinal estranho enquanto examinavam o céu em busca de explosões rápidas de rádio (FRB) com o Australian Square Kilometer Array Pathfinder (ASKAP) - um radiotelescópio na Austrália composto por 36 antenas parabólicas idênticas.

As explosões de rádio são rajadas intensas de ondas de rádio que podem libertar tanta energia numa fração de segundo como o Sol emite em três dias. São geralmente provenientes de galáxias distantes e, em particular, de galáxias raras e massivas, de acordo com um artigo da Nature de 2024.

Mas o sinal que James e os seus colegas intercetaram em junho de 2024 não veio de uma galáxia distante - teve origem na Via Láctea, a cerca de 4 500–20 000 km da Terra, ou seja, na órbita baixa/média do Relay 2 .

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