quinta-feira, 30 de agosto de 2018

Pai morto, mãe espancada e filha violada por causa da feitiçaria na Guiné-Bissau

Populares de uma aldeia de Biombo, no nordeste da Guiné-Bissau, assassinaram um homem idoso, espancaram a sua mulher e violaram a filha de 24 anos, por consideram que o progenitor era um feiticeiro.


Samba Baldé, presidente da Liga Guineense dos Direitos Humanos na região de Biombo, confirmou à Lusa a ocorrência do macabro caso, que, disse, "abalou e está a intrigar toda população" daquela região, situada a 60 quilómetros de Bissau.

"Toda a gente está por saber quem foi, ou quem foram os autores destes atos hediondos", afirmou Baldé, salientando que o ataque teria acontecido na madrugada de segunda-feira.

Citando relatos de populares, o presidente da Liga dos Direitos Humanos de Biombo, indicou que o patriarca, de cerca de 70 anos, foi encontrado morto e o corpo deixado debaixo de cajueiros.

A filha disse ter sido violado por cinco homens e que só escapou quando um sexto homem a tentava levar à força para fora da casa do pai que, entretanto, já tinham assassinado com golpes de armas brancas, contou.

A jovem referiu que o pai foi morto quando se encontrava deitado no seu quarto. A mãe, uma idosa também, foi agredida pelos carrascos do pai.

Os autores do crime disseram que "estavam a castiga-lo pelas práticas de feitiçarias que ele andava a fazer na aldeia", observou a filha do homem assassinado.

"Há muito tempo que certas pessoas aqui da aldeia ameaçavam que um dia ainda matariam o meu pai e foi o que acabou por acontecer", explicou a jovem, citada por uma rádio de Bissau.

O presidente da Liga dos Direitos Humanos de Biombo está a acompanhar o caso "até que os todos os implicados sejam traduzidos à Justiça".

MB // PVJ

Lusa/Fim

SOCIEDADE CIVIL GUINEENSE RECOMENDA SUSPENSÃO DE CAMPANHA DE EDUCAÇÃO CÍVICA


O Grupo das Organizações da Sociedade Civil para as Eleições (GOSCE), recomendaram esta semana ao Governo a suspenção imediata da campanha de educação cívica para o recenseamento nos órgãos de comunicação social por não envolver partidos políticos e a sociedade civil.

De acordo com um comunicado à imprensa datada de 27 de agosto à que a ANG teve acesso, o grupo alega que os conteúdos transmitidos devem ser atualizados e melhorados.

O GOSGE insta o governo a convocar o parlamento, os partidos políticos, as organizações da sociedade civil, e todos os parceiros internacionais implicados no processo para definir um novo cronograma eleitoral e deste modo anunciar a data do início efetivo do recenseamento eleitoral.

Exige a Comunidade Internacional a aceleração do processo de desbloqueamento dos fundos prometidos para o apoio ao processo eleitoral de modo a viabilizar o cronograma a ser atualizado. 

O grupo saúda os esforços que estão a ser empreendidos, destacando a melhoria das instalações para o funcionamento do Gabinete Técnico de Apoio ao Processo Eleitoral (GTAPE), tornando-a mais propícia para a gestão eleitoral.

“Enaltecemos a disponibilidade da República de Timor Leste em apoiar as autoridades nacionais no processo eleitoral com a indicação de uma equipa técnica que se vai instalar no país para o efeito. Não obstante, continuamos a persistir da falta da disponibilização dos fundos para o processo”, lê-se na nota.

Na missiva o grupo critica que o lançamento do recenseamento pelo Chefe de governo no passado dia 23 de corrente, não foi acompanhado com o início efetivo do ato e foi lançado sem condições técnicas, operacionais, materiais e financeiras para o fazer.

Notabanca; 30.08.2018