domingo, 5 de novembro de 2023
ISRAEL: Telavive acusa Hamas de usar hospitais em Gaza para ocultar túneis
© Lusa
POR LUSA 05/11/23
O Exército israelita acusou este domingo o grupo islamita Hamas de utilizar dois hospitais em Gaza como cobertura "para a sua infraestrutura terrorista subterrânea" de túneis, disse o porta-voz militar Daniel Hagari.
Em plena guerra entre Israel e as milícias palestinianas em Gaza, já no seu trigésimo dia, Hagari revelou, numa conferência de imprensa, dados dos seus serviços de informações e do Exército segundo os quais o Hospital Indonésio e o Hospital do Qatar, ambos no norte da Faixa, estão a ser usados "para atividades terroristas clandestinas do Hamas".
O porta-voz explicou que os dois centros médicos são usados como parte da estrutura do túnel subterrâneo dos combatentes do Hamas na Faixa de Gaza.
Em relação ao Hospital do Qatar, observou que no âmbito da sua ofensiva terrestre, os soldados israelitas descobriram que nas suas instalações havia "uma abertura para um túnel que é utilizado para atividades terroristas".
"Os terroristas também dispararam contra os nossos soldados de dentro do hospital", acrescentou Hagari, que reiterou a sua acusação de que o Hamas usa a população civil de Gaza como escudo humano, e denunciou que o grupo islamita "é fraco sem escudos humanos".
Por outro lado, também acusou o Hamas de ter construído o Hospital Indonésio, há anos, como esconderijo para o seu "centro de comando" entre as cidades de Beit Hanoun e Jabalia, no norte de Gaza, onde agora ocorrem combates no terreno desde o início da ofensiva terrestre israelita, que começou em 27 de outubro e em que já morreram 29 soldados israelitas.
Segundo Hagari, a prova de que o hospital estaria conectado à rede subterrânea das milícias é que Israel identificou pontos de lançamento de projéteis supostamente ligados à estrutura subterrânea a apenas 75 metros do próprio centro médico.
O Hamas "coloca armas debaixo de escolas, mesquitas, casas", acrescentou o porta-voz, que reiterou a acusação de que o principal hospital da Faixa, o Al Shifa, na cidade de Gaza, abriga, nos túneis, um quartel-general do Hamas.
Desde o início da guerra, em 07 de outubro, os palestinianos em Gaza denunciaram as repetidas ameaças de Israel de evacuar os centros de saúde sob ameaça de ataque, bem como os ataques nos seus arredores, que causaram danos, feridos ou mesmo mortes.
Na sexta-feira, um ataque israelita que atingiu ambulâncias em frente ao Hospital Shifa, em Gaza, fez 15 mortos.
Israel afirma que tenta minimizar as baixas civis e que ataca com base em informações de inteligência, enquanto os palestinianos e grupos de direitos humanos acusam Telavive de atacar indiscriminadamente locais densamente povoados.
Considerado terrorista pela UE, Estados Unidos e Israel, o grupo islamita palestiniano Hamas efetuou em 07 de outubro um ataque de dimensões sem precedentes em território israelita, fazendo mais de 1.400 mortos, na maioria civis, e mais de 200 reféns, que mantém em cativeiro na Faixa de Gaza.
Iniciou-se então uma forte retaliação de Israel àquele enclave palestiniano pobre, desde 2007 controlado pelo Hamas, com cortes do abastecimento de comida, água, eletricidade e combustível e bombardeamentos diários, seguidos de uma ofensiva terrestre que completou na quinta-feira o cerco à cidade de Gaza.
De acordo com o mais recente relatório do Hamas, divulgado hoje, 9.770 pessoas, incluindo 4.800 crianças e 2.550 mulheres, foram mortas na Faixa de Gaza desde 7 de outubro, em bombardeamentos de retaliação perpetrados por Israel.
Pelo menos 345 soldados israelitas foram mortos desde 7 de outubro, segundo o exército.
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Leia Também: As linhas telefónicas e de Internet na Faixa de Gaza foram cortadas hoje por Israel, pela terceira vez desde o início da guerra, em 07 de outubro, anunciou a operadora palestiniana Paltel.
Míssil ucraniano atingiu navio russo com mísseis de cruzeiro na Crimeia
© STRINGER/AFP via Getty Images
POR LUSA 05/11/23
A Força Aérea ucraniana anunciou que um dos seus mísseis atingiu um navio russo com mísseis de cruzeiro Kalibr num estaleiro na cidade portuária de Kerch, na Crimeia.
A informação foi confirmada pelo comandante da Força Aérea, tenente-general Mikola Oleschuk, na sua conta no Telegram, depois de as Forças Armadas ucranianas terem relatado no sábado que tinham atacado infraestruturas marítimas e portuárias em Kerch, conforme relatado pela agência de notícias Ukrinform.
Por seu lado, o Ministério da Defesa russo reconheceu "danos" num navio e acrescentou que os sistemas antiaéreos russos abateram 13 dos 15 mísseis de cruzeiro lançados pela Ucrânia contra o estaleiro Butoma.
"Alguns restos dos mísseis caídos caíram no território de uma das docas secas. Não houve vítimas", disse o governador da Crimeia, Sergei Aksenov, no Telegram, conforme noticiado pela agência de notícias russa Interfax.
Em abril de 2022, Moscovo confirmou que o navio de guerra "Moskva", um dos principais ativos da frota russa, afundou enquanto era rebocada após sofrer um incêndio na sequência de um ataque do Exército ucraniano.
A Ucrânia e a Rússia estão em guerra há mais de um ano, desde que as tropas russas invadiram, em 24 de fevereiro de 2022, território ucraniano. A região ucraniana da Crimeia foi ocupada e anexada pela Rússia em 2014.
Leia Também: O Ministério da Defesa russo anunciou que a sua aviação destruiu um armazém de mísseis na região ucraniana de Dnipropetrovsk (centro), em retaliação a um ataque de Kyiv contra um navio de mísseis russo na Crimeia.
Ministro israelita ameaça Gaza com bomba nuclear. Netanyahu reage... Ministro israelita afirmou que lançar uma bomba nuclear em Gaza era uma opção para Telavive... mas não só.
© ABIR SULTAN/POOL/AFP via Getty Images
Notícias ao Minuto 05/11/23
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, distanciou-se das polémicas declarações de um dos ministros do seu governo, que afirmou que havia a "possibilidade" de Israel lançar uma bomba nuclear sobre a Faixa de Gaza.
Numa entrevista à Rádio Kol Berama, citada pelo The Times of Israel, o ministro do Património, Amichai Eliyahu, do partido de extrema-direita Otzma Yehudit, opôs-se ainda à entrada de ajuda humanitária no pequeno enclave e defendeu a retoma do território.
"Eles podem ir para a Irlanda ou para os desertos, os monstros em Gaza devem encontrar uma solução por si próprios", atirou, acrescentando que qualquer pessoa que abane uma bandeira palestiniana ou do Hamas "não deveria continuar a viver na face da terra".
Agora, através de uma publicação divulgada nas redes sociais, Netanyahu distanciou-se destas declarações.
"As declarações do ministro Amihai Eliyahu não são baseadas na realidade. Israel e as IDF [Forças de Defesa de Israel] operam de acordo com os mais elevados padrões do direito internacional para evitar ferir inocentes. Continuaremos a fazê-lo até à nossa vitória", lê-se na publicação partilhada pelo gabinete do primeiro-ministro israelita.
Amihai Eliyahu não faz parte do gabinete de gestão guerra, criado na sequência dos ataques do Hamas de 7 de outubro, nem exerce qualquer influência sobre este. De acordo com a Associated Press, Benjamin Netanyahu terá suspendido o ministro das reuniões do governo indefinidamente.
Entretanto, o ministro da Segurança Nacional de Israel, Itamar Ben Gvir, de extrema-direita, afirmou, também no X, que havia conversado com Eliyahu e que este lhe garantiu que "as suas palavras foram ditas de forma metafórica".
"É claro para todos nós que a organização Hamas deve ser destruída e apagada e é claro que faremos todos os possíveis para devolver as pessoas raptadas às suas casas", escreveu Ben Gvir.
Já o líder da oposição israelita, Yair Lapid, pediu a demissão de Eliyahu, considerando que com as suas palavras "prejudicou as famílias dos que estão sequestrados", bem como a "sociedade civil" e o "estatuto internacional de Israel".
De realçar que já morreram mais de nove mil pessoas na Faixa de Gaza, na sequência da ofensiva lançada pelas forças israelitas em resposta aos ataques do Hamas.
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Rússia testa com sucesso lançamento de míssil balístico intercontinental
© Reuters
POR LUSA 05/11/23
A Rússia anunciou hoje que testou com sucesso um míssil balístico intercontinental, capaz de transportar ogivas nucleares a partir de um submarino nuclear de 4.ª geração.
O lançamento do míssil 'Boulava', o primeiro em cerca de um ano, acontece poucos dias depois de a Rússia ter revogado a ratificação do Tratado de Proibição Total de Ensaios Nucleares (CTBT, na sigla em inglês).
"O novo submarino nuclear estratégico 'Imperador Alexandre III' disparou com sucesso o míssil balístico intercontinental 'Boulava'" a partir do Mar Branco, indicou o Ministério da Defesa russo em comunicado.
O míssil atingiu na "hora prevista" o seu alvo localizado num campo de testes na península de Kamtchatka, no extremo oriente da Rússia, precisou a mesma fonte, citada pela AFP.
Com um alcance de 8.000 quilómetros e 12 metros de comprimento, o 'Boulava' (SS-NX-30 na classificação da NATO) pode ser equipado com 10 ogivas nucleares.
Segundo o exército russo, o submarino 'Imperador Alexandre III' está equipado com 16 mísseis 'Boulava'.
O Presidente russo, Vladimir Putin, assinou no dia 02 a lei que revoga a ratificação do Tratado de Proibição Total de Ensaios Nucleares.
As autoridades russas disseram que a revogação não significa que a Rússia vá retomar os ensaios nucleares, pelo menos por enquanto, uma vez que "a moratória continua" em vigor, segundo a agência espanhola EFE.
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Mais de 200 mil refugiados afegãos expulsos do Paquistão
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POR LUSA 05/11/23
Mais de 200 mil refugiados afegãos já foram expulsos do Paquistão no âmbito do combate do país contra a imigração ilegal, declarou no sábado o Ministério do Interior paquistanês.
"Até agora, mais de 200 mil refugiados afegãos foram repatriados", disse o ministro do Interior, Sarfraz Bugti, à agência de notícias alemã DPA.
Ainda de acordo com o responsável, o processo está a decorrer sem problemas em todos os postos fronteiriços de Khyber Pakhtunkhwa e Baluchistão, as duas províncias que fazem fronteira com o Afeganistão.
Nas últimas semanas, mais de 160 mil refugiados atravessaram a fronteira a partir de Khyber Pakhtunkhwa, no noroeste do país, e mais de 50 mil deixaram o Paquistão a partir do Baluchistão, no sudoeste.
De acordo com dados oficiais, cerca de 4,4 milhões de refugiados afegãos vivem no Paquistão, 1,7 milhões dos quais sem documentos válidos.
O Governo paquistanês deu há cerca de um mês um ultimato a todos os imigrantes em situação irregular para que abandonassem o país até 31 de outubro, uma ordem que afetou particularmente os cidadãos afegãos e que foi criticada por governos ocidentais e grupos internacionais de defesa dos direitos humanos.
A campanha de expulsão acelerou a 01 de novembro, após o fim do prazo para partir voluntariamente e evitar a deportação.
O Paquistão ordenou então a expulsão, após meses de tensões com os dirigentes talibãs do Afeganistão devido a ataques transfronteiriços que Islamabade atribuiu a militantes islâmicos que atuam a partir do lado afegão.