Rádio Capital Fm 05.05.2024
domingo, 5 de maio de 2024
Cheias já fizeram 67 mortos no Brasil, 101 pessoas desaparecidas
© Lusa
Por Lusa 05/05/24
As autoridades brasileiras atualizaram hoje para 67 o número de vítimas mortais das inundações no sul do Brasil, enquanto 101 pessoas continuam desaparecidas.
O estado do Rio Grande do Sul - que faz fronteira com Argentina e Uruguai e é o mais afetado pelas chuvas - registou 66 mortes no último balanço, enquanto o estado vizinho de Santa Catarina registou uma morte.
Além disso, as autoridades investigam se outras seis mortes estão relacionadas com a tragédia climática que atinge o sul do país desde o início da semana e já é considerada o pior desastre natural da história da região.
As inundações deslocaram dezenas de milhares de pessoas: um total de 80.573 habitantes tiveram que abandonar as suas casas e mudar-se para casas de familiares e amigos, enquanto 15.192 encontraram alojamento em abrigos públicos.
No Rio Grande do Sul, com uma população de 11 milhões de pessoas, cerca de 421 mil residências continuam sem luz e 115 municípios não têm serviços de telefone e internet, havendo ainda 61 estradas com bloqueios totais e parciais devido às cheias dos rios.
O nível do rio Guaíba - cujas águas inundaram o centro histórico da capital regional, Porto Alegre, cidade de 1,3 milhão de habitantes - voltou a subir esta manhã para a maior marca da história.
O aeroporto internacional da cidade, que fechou na noite de sexta-feira depois de a enchente ter atingido as pistas, permanece fechado.
Depois de, na quinta-feira, ter visitado a região afetada, o Presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, viaja novamente hoje para o Rio Grande do Sul, para acompanhar a resposta a esta situação, para a qual o Governo destacou mil soldados em apoio ao governo regional.
As autoridades do Rio Grande do Sul alertaram que, apesar da redução das chuvas no fim de semana, as enchentes ainda devem continuar por vários dias.
No último ano, o sul do Brasil sofreu uma série de eventos climáticos extremos associados ao fenómeno El Niño, que provocou um aumento na precipitação nesta parte do país.
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Operadora de televisão de Israel interrompe emissões da Al Jazeera
© Reuters
Por Lusa 05/05/24
A principal operadora de TV por cabo de Israel interrompeu as transmissões da estação televisiva noticiosa Al Jazeera, respeitando uma proibição do canal aprovada hoje pelo Governo, cuja revogação foi já pedida pelas Nações Unidas.
A operadora de TV por cabo Hot desligou na tarde de hoje as transmissões da Al Jazeera em inglês e árabe, apesar de os portais de Internet da estação em árabe e em inglês terem permanecido operacionais.
As emissões da Al Jazeera podem também continuar a ser assistidas ao vivo na rede social YouTube em ambos os idiomas.
Hoje, o Governo do primeiro-ministro Netanyahu aprovou uma medida para encerrar o canal de notícias Al Jazeera do Qatar, acusando-o de transmitir mensagens de incitamento anti-Israel.
As autoridades israelitas já entraram nas instalações da Al Jazeera, para efetivar a decisão governamental.
"Inspetores do Ministério das Comunicações, apoiados pela polícia israelita, estão neste momento a ocupar os escritórios da Al Jazeera em Jerusalém e a confiscar o equipamento do canal", informou o ministro israelita das Comunicações, Shlomo Karhi, na sua conta na rede social X.
O grupo islamita Hamas já reagiu, lamentando que o Governo israelita tenha votado por unanimidade pelo encerramento das emissões da Al Jazeera, considerando a decisão o culminar de uma guerra declarada contra jornalistas, num conflito em que já mais de cem profissionais da informação morreram.
"É uma violação flagrante da liberdade de imprensa e uma ação repressiva e retaliatória contra o papel profissional da Al Jazeera na exposição dos crimes da ocupação", disse o Hamas numa declaração oficial, na qual apela à comunidade internacionais para que os direitos humanos e de imprensa sejam respeitados.
O gabinete do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos denunciou a ordem de suspensão da Al Jazeera e instou o Governo israelita a revogar a sua decisão.
"Lamentamos a decisão do Governo de encerrar a Al Jazeera em Israel", disse o gabinete na sua conta na rede social X, depois de tomar conhecimento da ordem do Governo israelita.
Na mensagem, a agência das Nações Unidas sublinha que "uma comunicação social livre e independente é essencial para garantir a transparência e a responsabilização" e ainda mais neste momento, "dadas as restrições à informação proveniente de Gaza".
"A liberdade de expressão é um direito humano fundamental. Instamos o Governo israelita a revogar a proibição", conclui a nota.
A decisão do Governo israelita está protegida por uma lei sobre os meios de comunicação estrangeiros, aprovada em abril pelo parlamento israelita, e agora denunciada perante o Supremo Tribunal de Israel pela ONG Associação Para os Direitos Civis, que a considera um ataque à liberdade de expressão.
Esta legislação autoriza o governo israelita a ordenar aos emissores de televisão do país que deixem de transmitir a Al Jazeera, que encerrem os escritórios da cadeia de televisão em Israel, além de permitir confiscar os equipamentos do canal, incluindo telemóveis, e bloquear o acesso ao seu site por um período mínimo de 45 dias, que pode ser prolongado.
A ONG Repórteres Sem Fronteiras já condenou a decisão e apela à suspensão imediata desta "lei da censura" que representa "um precedente terrível" para o exercício do trabalho jornalístico em Gaza e integra um exercício de Israel "para silenciar por todos os meios o canal pela sua cobertura da realidade do destino dos palestinianos na Faixa de Gaza e na Cisjordânia".
Leia Também: A ONG Repórteres Sem Fronteiras (RSF) denunciou hoje a ordem do governo israelita para encerrar as operações da cadeia Al-Jazeera no país como uma tentativa de "silenciar a realidade" da guerra em Gaza.
Leia Também: Israel anuncia fecho da redação da Al-Jazeera no país
Chegada de Sua Excelência Ismail Omar Guelleh, Presidente da República do Djibouti
Israel anuncia fecho da redação da Al-Jazeera no país
© Christophe Ena/Pool via REUTERS
Por Lusa 05/05/24
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, anunciou hoje que o governo aprovou por unanimidade o fecho da redação da televisão Al Jazeera, detida pelo Qatar, em Israel.
A decisão foi anunciada na rede X, anteriormente conhecida como Twitter, mas os detalhes sobre quando a medida entraria em vigor ou se seria permanente não foram imediatamente avançados, de acordo com a agência norte-americana de notícias AP.
O voto surge no contexto do conflito entre Israel e o canal, que piorou durante a guerra com o Hamas, e surge também numa altura em que o Qatar está a tentar ajudar a mediar um acordo de cessar-fogo entre Israel e o Hamas na guerra em Gaza.
A Al Jazeera é dos poucos meios de comunicação internacionais que continua em Gaza durante a guerra, transmitindo cenas sangrentas de ataques aéreos e hospitais sobrelotados, acusando Israel de cometer massacres, ao passo que Israel acusa a estação de televisão de colaborar com o Hamas.
A Al Jazeera, fundada pelo governo do Qatar, não comentou imediatamente a decisão, escreve a AP, notando que na versão árabe, a notícia do encerramento da redação já foi difundida, enquanto a versão inglesa continua a transmitir de Jerusalém, minutos após o anúncio de Netanyahu.
De acordo com a agência francesa de notícias, a France-Presse (AFP), a ordem de apreensão do equipamento técnico e de transmissão já foi assinada hoje, entrando em vigor de imediato.
O ministro israelita das Comunicações, Shlomo Karhi, assinou e publicou hoje uma ordem de apreensão do equipamento do canal Al-Jazeera, detido pelo governo do Qatar, na sequência da decisão do governo de "fechar" o canal em Israel e bloquear a sua emissão.
De acordo com o documento, citado pela AFP, são dadas instruções para apreender "o equipamento utilizado para transmitir o conteúdo do canal", que é detalhado numa lista que inclui câmaras, microfones, mesas de edição, servidores informáticos, computadores, equipamento de transmissão e telemóveis.
Leia Também: As autoridades israelitas disseram no sábado à noite que desmantelaram uma célula do grupo islamista palestiniano Hamas, na localidade de Tulkarem, na Cisjordânia ocupada, matando pelo menos quatro pessoas.
Leia Também: Netanyahu não aceitará acordo com o Hamas que exija fim da guerra
Guiné-Bissau: Guardião que sonha nova vida para histórico quartel de Guiledge na Bissau
© Lusa
Por Lusa 05/05/24
Cinquenta anos depois do fim da guerra colonial, há uma batalha que se trava no sul da Guiné-Bissau pela revitalização do histórico quartel de Guiledje para espaço de memória da luta de libertação para a independência.
Cassima Mara tornou-se num guardião do que foi o mais fortificado quartel português nas ex-colónias e que se encontra "desprezado", com pouco mais que os escombros das batalhas que se travaram no sul da Guiné-Bissau.
Este guineense esteve na luta ao lado dos portugueses e agora está empenhado em fazer cumprir o propósito daquele a quem chamavam "o fazedor de sonhos", conhecido por "Pepito", e que sonhou para Guiledje o único espaço museológico na Guiné-Bissau sobre a luta de libertação nacional para a independência.
O projeto parou com a morte do mentor, em 2014, e ficaram apenas dois pavilhões com algum espólio entre escombros de antigos edifícios, carcaças de viaturas de guerra, munições e monumentos do antigo quartel junto à fronteira com a Guiné-Conacri.
Cassima Mara sente-se "feliz" por guiar a Lusa numa visita ao local e por ser um dos personagens da história deste espaço, onde se juntou aos portugueses, quando tinha entre "15 e 16 anos".
Nasceu na tabanca (aldeia) junto ao quartel e ali continua a viver, convicto de que "é importante manter este lugar porque é histórico".
"É histórico", repete várias vezes, insistindo que "a história não se perde, a história valoriza um local".
Sente orgulho quando fala de Guiledje, "do vasto quartel" que "tinha muito armamento para os portugueses", que não tinham um quartel tão segurado como este.
"Aqui era o grande amparo dos portugueses, havia todo o tipo de materiais aqui, inclusive abrigos blindados. Só os militares portugueses eram um batalhão, também havia aqui milícias recrutadas, militares locais muito valentes para os portugueses", contou.
Cassima "fazia alguns serviços para os portugueses, lavava pratos, trazia a comida, levava as roupas para a lavadeira e trazia água para os militares".
Também fazia carregamento de munições de armas pesadas quando havia um ataque ao quartel.
"Eu não ia para o mato fazer a guerra, mas se houvesse guerra aqui no quartel eu era uma das pessoas que ajudava os portugueses a carregar as munições das armas", especificou.
Diz que "para conquistar a independência" da Guiné-Bissau de Portugal, o Partido para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) "tinha que derrubar Guiledje". E derrubou.
Em 22 de maio de 1973, os portugueses abandonaram o quartel, levando consigo os guineenses que os acompanhavam.
Cassima recorda esse dia, em que fugiram juntos e o destino foi Bolama, depois de uma longa caminhada de militares, mulheres e crianças.
Este guineense e outros conterrâneos decidiram voltar para a tabanca depois da independência, quase um ano passado e com o quartel já na posse do PAIGC e do novo Estado guineense.
Mais tarde, Guiledje entrou nos projetos do agrónomo guineense Carlos da Silva, conhecido por "Pepito" e pela diversidade de ações, abarcadas na organização não-governamental AD (Ação para o Desenvolvimento).
"Pepito" planeou para o antigo quartel militar português o Museu Memória de Guiledge, que Cassima ajudou a construir com financiamento estrangeiro.
"No início da construção do museu, tivemos que desmatar o local, porque havia perigo para andar, tinha minas, tinha cobras, fui eu que fiz o caminho e contratei pessoas", afirmou.
O que foi feito agora "está desprezado", observou o homem que acompanha as visitas ao local. No tempo seco há algumas.
Foi ele, também, o indicado por "Pepito" "para gerir o museu, mas com o tempo a comunidade local e a comunidade governamental não respeitou isso", o que o entristece.
Tem outros recursos para viver, mas continua a ir ao quartel "só para cumprir o propósito de Pepito".
Gostava que esta ideia, que sonharam juntos, se concretizasse e que a memória não se apague.
Nas memórias guarda o dia da abertura do quartel de Guiledge, em que "veio um batalhão de artilharia".
A este quartel iam também "muitos chefes militares". O próprio António Spínola ia a Guiladge "fazer formatura e dar ordens militares".
"Pepito", como recordou, "fez um grande esforço" para revitalizar este espaço, "mas a canoa ficou pelo caminho" porque "sem sucessor o trabalho não vai".
Continua a acreditar que "possa haver alguém que faça" tanto ou mais do que ele fez.
O Presidente da República, S.E Umaro Sissoco Embaló, participou em Banjul, Gambia, da cerimónia de abertura da 15.ª Cimeira da Organização de Cooperação Islâmica (OCI), sob o lema "Promover a unidade e a solidariedade através do diálogo para o desenvolvimento sustentável".
No seu discurso, o chefe de Estado sublinhou: “A situação internacional nos exige unir as nossas fileiras e trabalhar sempre pela preservação da paz e pelo fortalecimento da cooperação internacional, privilegiando o diálogo e promovendo a compreensão, a tolerância, a harmonia, a convivência e o respeito mútuo entre as religiões do mundo.”🇬🇼🇬🇲