sexta-feira, 5 de setembro de 2025

OMS anuncia que mpox deixou de ser uma emergência de saúde pública... A mpox, causada por um vírus da mesma família da varíola, já não é uma emergência internacional de saúde pública, anunciou hoje o responsável da Organização Mundial da Saúde (OMS), citando o declínio no número de mortes e casos.

Por LUSA 

"Há mais de um ano, declarei a disseminação da mpox em África como uma emergência de saúde pública de interesse internacional, com base no parecer de um comité de emergência", mas na quinta-feira o comité decidiu que já não era assim e "aceitei esse parecer", disse Tedros Adhanom Ghebreyesus numa conferência de imprensa.

Esta decisão baseia-se no declínio sustentado do número de casos e de mortes na República Democrática do Congo (RDCongo) e em outros países afetados, incluindo o Burundi, a Serra Leoa e o Uganda", disse.

O diretor-geral da OMS explicou que os especialistas compreendem agora também melhor as vias de transmissão e os fatores de risco. Além disso, "a maioria dos países afetados desenvolveu uma capacidade de resposta sustentável", observou.

Mas alertou que o levantamento do alerta "não significa que a ameaça tenha terminado", nem que a resposta da OMS cessará.

A mpox manifesta-se principalmente com febre alta e o aparecimento de lesões cutâneas, denominadas vesículas.

Identificada pela primeira vez na RDCongo em 1970, a doença esteve durante muito tempo confinada a cerca de dez países africanos.

Tem dois subtipos, o clado 1 e o clado 2. O vírus, há muito endémico na África Central, ultrapassou fronteiras em maio de 2022, quando o clado 2 se espalhou pelo mundo, afetando sobretudo homens que têm sexo com homens.


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Exército israelita anuncia ataques contra edifícios altos em Gaza... O Exército israelita anunciou hoje que vai fazer, "nos próximos dias", um ataque contra edifícios altos na Cidade de Gaza antes de conquistar a cidade, argumentando que os prédios "se tornaram infraestruturas terroristas".

Por LUSA 

"Nos próximos dias, o Exército vai atacar estruturas que se tornaram infraestruturas terroristas na Cidade de Gaza: câmaras, centros de comando e observação, posições de atiradores 'snipers' e antitanques e complexos de comando e controlo", referiu, em comunicado, especificando que os edifícios altos serão alvos em particular.

Antes dos ataques, "serão tomadas várias medidas para minimizar ao máximo o risco de baixas civis, incluindo alertas direcionados, o uso de munições de precisão, vigilância aérea e inteligência melhorada", acrescentou.

O anúncio surge depois de o Exército ter afirmado na quinta-feira que já controla 40% da capital de Gaza, cidade que pretende ocupar na totalidade expulsando o milhão de pessoas concentradas na cidade a sul.

No seu comunicado, o Exército afirma que "realizou extensas operações de recolha de informações e identificou uma atividade terrorista significativa do [grupo islamita] Hamas em várias infraestruturas na Cidade de Gaza, particularmente em edifícios altos".

"Além disso, as infraestruturas terroristas subterrâneas do Hamas estão localizadas em locais adjacentes a estes edifícios, concebidas para facilitar as emboscadas contra as tropas israelitas e fornecer rotas de fuga dos centros de comando ali estabelecidos", explicou ainda.

Também o ministro da Defesa israelita, Israel Katz, anunciou hoje que os ataques contra a capital de Gaza vão ser intensificados, referindo que "as portas do inferno" estão a abrir-se.

"Quando os portões se abrirem, não se fecharão, e a atividade do Exército aumentará até que os assassinos do Hamas aceitem as condições de Israel para o fim da guerra, começando pela libertação de todos os reféns e o desarmamento" do grupo, ameaçou.

Na última semana, os ataques à Cidade de Gaza já foram intensificados e, desde o início desta manhã, quase 20 palestinianos, incluindo sete crianças, foram mortos nos bombardeamentos israelitas contra casas e tendas, segundo a agência de notícias palestiniana Wafa, que cita fontes médicas.

O anúncio do Exército foi feito no mesmo dia em que o braço armado do Hamas divulgou um vídeo de dois reféns israelitas sequestrados durante o ataque do movimento islamita a solo israelita, a 07 de outubro de 2023, que desencadeou a guerra.

O vídeo, com mais de três minutos e meio de duração, mostra um refém num carro a conduzir por entre edifícios destruídos, pedindo em hebraico ao primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, que não realize a planeada ofensiva militar israelita contra a Cidade de Gaza.

O refém, filmado a encontrar outro refém no final do vídeo, afirma estar na Cidade de Gaza e diz que o vídeo foi filmado a 28 de agosto, mas não foi possível verificar a autenticidade do vídeo nem a data em que foi gravado.

O governo de Israel lançou a ofensiva contra Gaza a 07 de outubro de 2023, após ataques do movimento islamita palestiniano Hamas em território israelita, nos quais 1.200 pessoas morreram e 251 foram feitas reféns. Destes, 48 permanecem no enclave palestiniano, dos quais mais de metade estarão mortos, admitem as autoridades israelitas.

Nos 700 dias de ofensiva, mais de 64 mil palestinianos foram mortos por Israel em ataques contra casas, hospitais, escolas, universidades e abrigos, segundo dados do Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas, considerados fiáveis pela ONU.

As Nações Unidas declararam no mês passado uma situação de fome em algumas zonas do enclave,

Países como a África do Sul denunciaram esta ofensiva perante o Tribunal Internacional de Justiça (TIJ) como genocídio, denúncia feita também por organizações de defesa dos direitos humanos internacionais e israelitas.


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Tailândia tem o terceiro primeiro-ministro em dois anos. Quem é?

Por LUSA 

O parlamento da Tailândia elegeu hoje o conservador Anutin Charnvirakul como novo primeiro-ministro, o terceiro em dois anos, uma semana depois da destituição de Paetongtarn Shinawatra por críticas ao exército no conflito com o Camboja.

O líder da formação Bhumjaithai ultrapassou os 247 votos necessários, numa câmara composta por 492 deputados, graças ao apoio do reformista Partido do Povo (PP), o de maior representação parlamentar, de acordo com a agência de notícias espanhola EFE.

Ex-ministro do Interior e da Saúde, Anutin Charnvirakul torna-se o 32.º primeiro-ministro da Tailândia, quase três meses depois de ter abandonado o governo de coligação liderado por Paetongtarn Shinawatra.

A agora ex-primeira-ministra foi destituída devido à divulgação de uma conversa em que criticou um general do exército tailandês pela gestão da disputa territorial com o Camboja, que degenerou num conflito armado em julho.

O governo tentou adiar a votação de hoje para dissolver o parlamento, mas o pedido foi rejeitado pelos deputados e a eleição realizou-se ao fim da tarde (hora local).

Nem Paetongtarn Shinawatra, nem os colaboradores mais próximos do executivo foram vistos na sessão de votação.

O PP ofereceu apoio a Anutin Charnvirakul com o compromisso de convocar novas eleições dentro de quatro meses, período em que a formação reformista permanecerá na oposição, disseram fontes do partido à EFE.

Horas antes, foi confirmado que o influente bilionário Thaksin Shinawatra, pai de Paetongtarn e primeiro-ministro entre 2001 e 2006, tinha deixado o país, onde tem uma audiência na Justiça na próxima semana.

Thaksin partiu de surpresa para o Dubai, onde viveu durante o exílio autoimposto a partir de 2008.

A viagem ocorreu dias antes de uma decisão judicial sobre o regresso à Tailândia em 2023, que poderá levar a uma nova pena de prisão.

A notícia da viagem gerou especulações de que estava a fugir novamente, embora tenha dito que ia apenas fazer exames médicos e que voltaria à Tailândia em poucos dias.

O novo primeiro-ministro, de 58 anos, é conhecido por ter feito lóbi pela descriminalização do uso da canábis para fins médicos, que está agora a ser regulamentada, indicou a agência de notícias Associated Press (AP).

Saxofonista, piloto amador e herdeiro de uma fortuna, Anutin Charnvirakul soube manobrar para se impor como uma personalidade-chave nos sucessivos governos da Tailândia ao longo dos tumultuosos últimos anos, até ser nomeado primeiro-ministro.

Tal como a antecessora, membro de uma família com influência considerável na Tailândia há duas décadas, Anutin Charnvirakul também faz parte de uma dinastia de elites políticas e económicas, referiu a agência de notícias France-Presse (AFP).

O pai foi primeiro-ministro interino durante a crise política de 2008 e, posteriormente, ministro do Interior durante três anos.

A família fez fortuna numa empresa de construção civil, que garantiu contratos públicos lucrativos durante décadas.

A empresa construiu, entre outras infraestruturas, o principal aeroporto de Banguecoque e o edifício do parlamento, onde Anutin Charnvirakul foi agora nomeado primeiro-ministro.

Depois de estudar engenharia industrial em Nova Iorque, entrou na política aos trinta e poucos anos como conselheiro do Ministério dos Negócios Estrangeiros.

Verdadeiro camaleão político, tornou-se posteriormente ministro da Saúde, ministro do Interior e, entre 2019 e 2025, vice-primeiro-ministro de três chefes de governo, uma estabilidade rara no reino, cuja vida política é bastante agitada.

Apelidado de "Noo", que significa "rato" em tailandês, Anutin Charnvirakul procura construir uma imagem de homem do povo, apesar da fortuna.

Nas redes sociais, mostra-se a cozinhar vestido com calções e t-shirt, ou a interpretar sucessos da música pop tailandesa ao saxofone e ao piano, segundo a AFP.


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Ucrânia? China "opõe-se firmemente" a qualquer pressão dos EUA ou Europa... A China disse hoje opor-se a qualquer tipo de coerção, depois dos Estados Unidos terem pedido aos líderes europeus para aumentar a pressão económica sobre Pequim devido ao alegado apoio à máquina de guerra russa.

Por LUSA 

A China "opõe-se firmemente às chamadas pressões económicas" contra o país, tal como "se opõe à tendência de ser invocada para tudo", declarou o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês Guo Jiakun, em conferência de imprensa em Pequim.

"A China não está na origem desta crise, nem é parte envolvida", sublinhou.

Pequim reagia a declarações feitas na véspera pelo Presidente norte-americano, Donald Trump, que instou a UE a "pressionar economicamente a China pelo apoio ao esforço de guerra da Rússia" na Ucrânia, de acordo com um responsável da Casa Branca.

O porta-voz escusou-se a comentar a recente decisão da Casa Branca de passar a referir o Departamento de Defesa como "Ministério da Guerra", por considerar tratar-se de "um assunto interno dos Estados Unidos".

Pequim tem evitado condenar explicitamente a invasão russa da Ucrânia, afirmando manter uma postura neutra e defendendo o papel de mediador no conflito.

No entanto, países ocidentais têm acusado a China de ajudar Moscovo a contornar as sanções, incluindo através da exportação de componentes tecnológicos que podem ser usados na produção de armamento.

Trump vai (mesmo) mudar nome do Pentágono para Departamento de Guerra... A ordem executiva prevê o uso do Departamento de Guerra como título secundário para o Departamento de Defesa, sediado no Pentágono. Já na semana passada, Trump tinha considerado que o nome "soava melhor".

Por LUSA 

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, vai mesmo mudar o nome do Departamento de Defesa, sediado no Pentágono, para Departamento de Guerra. A ordem-executiva será assinada esta sexta-feira e surge dias após o republicano ter afirmado que Guerra "tinha um som mais forte".

A informação foi confirmada pela Casa Branca à Fox News, depois de Trump e o secretário de Defesa, Pete Hegseth, terem indicado que queria mudar o nome do departamento. 

A ordem executiva prevê o uso do Departamento de Guerra como título secundário para o Departamento de Defesa, bem como a nomeação de "secretário de Guerra" para Hegseth.  

Na quinta-feira, quando questionado sobre a mudança de nome, o (ainda) secretário de Defesa indicou também que poderia acontecer esta sexta-feira.

"Eu diria para ficarem atentos amanhã", disse, citado pela CNN. "É algo que — as palavras importam. Os títulos importam. As culturas importam. E George Washington fundou o Departamento de Guerra. Veremos."

Já na semana passada, a 25 de agosto, Trump também manifestou a sua intenção de mudar o Departamento de Defesa para Departamento de Guerra.

"Por que somos 'Defesa'? Antigamente, era chamado de Departamento de Guerra, e tinha um som mais forte", disse Donald Trump, durante uma conferência de imprensa na Casa Branca. "Soa melhor", frisou.

"Não quero ser apenas defesa. Queremos defesa, mas também queremos passar à ofensiva", atirou.

Trump argumentou, ainda, que durante as vitórias norte-americanas na 1.ª e na 2.ª Guerra Mundial o nome usado era Departamento de Guerra.

O Departamento de Guerra, sublinhe-se, foi criado por George Washington em 1789 e existiu até 1947, altura em que foi reorganizado pelo então presidente, Harry Truman.

Em 1949, passou a chamar-se Departamento de Defesa, mantendo a designação há mais de três quartos de século.

Apesar da sugerida mudança de nome, Trump enfatizou os seus esforços para mediar o cessar-fogo e as tréguas nos conflitos globais, destacando os sucessos nos conflitos entre a Índia e o Paquistão e a Arménia e o Azerbaijão, entre outros.

Putin rejeita presença de tropas estrangeiras na Ucrânia... O Presidente russo, Vladimir Putin, rejeitou hoje a presença de tropas estrangeiras na Ucrânia, tanto antes como depois da assinatura de um acordo de paz que ponha fim ao conflito.

© Lusa   05/09/2025 

Se estas tropas forem enviadas agora, durante a guerra, Moscovo irá considerá-las "um alvo legítimo", disse Putin, durante o seu discurso no Fórum Económico do Leste, realizado na cidade portuária de Vladivostok. 

"E se forem tomadas decisões que conduzam à paz, a uma paz duradoura, simplesmente não vejo sentido na sua presença" em território ucraniano, acrescentou Putin, pedindo que "ninguém duvide que a Rússia respeitará integralmente" as futuras garantias de segurança para a Ucrânia.

Durante o seu discurso, Vladimir Putin convidou o seu homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky, para conversações de paz em Moscovo, algo que este já rejeitou.

"Já disse: 'Estou disposto, por favor, venha, nós garantimos condições de trabalho e segurança completas e seguras. A garantia é de 100%'", disse.

A Rússia acusou hoje os estados europeus de "atrapalharem" a resolução do conflito na Ucrânia, um dia depois de 26 países se terem comprometido com uma "força de segurança" em caso de acordo de paz.

"Os europeus estão a obstruir a resolução na Ucrânia. Não estão a contribuir", disse o porta-voz da Presidência da Rússia.

Na quinta-feira, 26 países, na maioria europeus, comprometeram-se com a criação de uma "força de segurança" em caso de um acordo de paz no conflito da Ucrânia, anunciou o Presidente francês.

De acordo com Emmanuel Macron, o grupo de países, reunidos em Paris e por videoconferência no âmbito da Coligação dos Dispostos, prontificou-se para prestar garantias de segurança às autoridades da Ucrânia, com presença "em terra, no mar ou no ar".

Emmanuel Macron sublinhou que a força de segurança "não tem intenção nem objetivo de travar qualquer guerra contra a Rússia" e referiu que os Estados Unidos foram também "muito claros" sobre a disponibilidade para participar.

O líder francês observou que não se pretende que as forças a destacar estejam presentes na linha da frente, mas "prevenir qualquer nova grande agressão" por parte da Rússia e garantir a "segurança duradoura da Ucrânia".

Ao fim de três anos e meio da invasão russa da Ucrânia, as propostas para um acordo de paz entre Moscovo e Kyiv têm fracassado, apesar das iniciativas do Presidente norte-americano para aproximar as partes.

O líder russo, Vladimir Putin, exige que a Ucrânia ceda territórios e renuncie ao apoio ocidental e à adesão à NATO, condições que Kyiv considera inaceitáveis, reivindicando, pelo seu lado, um cessar-fogo imediato como ponto de partida para um acordo de paz, a ser salvaguardado por garantias de segurança que previnam uma nova agressão de Moscovo.


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A Força Aérea ucraniana disse hoje que a Rússia lançou 157 aparelhos aéreos não tripulados e disparou sete mísseis contra a Ucrânia desde quinta-feira à tarde.

EUA denunciam voo de caças venezuelanos sob navio norte-americano nas Caraíbas... Num comunicado oficial divulgado na quinta-feira, o Pentágono descreveu o ato como uma "manobra provocatória" para interferir nos esforços de combate ao "terrorismo ligado ao tráfico de droga".

Stocktrek Images  Por sicnoticias.pt

O Departamento de Defesa dos Estados Unidos alegou que dois caças F-16 do exército da Venezuela sobrevoaram o contratorpedeiro norte-americano USS Jason Dunham, que navegava em águas internacionais nas Caraíbas.

Num comunicado oficial divulgado na quinta-feira, o Pentágono descreveu o ato como uma "manobra provocatória" para interferir nos esforços de combate ao "terrorismo ligado ao tráfico de droga".

Um porta-voz do departamento, citado pelos meios de comunicação norte-americanos, descreveu a manobra como uma "demonstração de força desnecessária e perigosa" e garantiu que a marinha dos EUA "continuará a operar livremente e em segurança em qualquer parte do mundo onde o direito internacional o permita".

O USS Jason Dunham faz parte das operações de segurança marítima dos Estados Unidos no sul das Caraíbas, para onde o país destacou oito navios de guerra e três navios anfíbios com mais de 4.500 operacionais no âmbito do combate ao tráfico de droga. 

As forças armadas norte-americanas dispararam na terça-feira contra um "barco que transportava droga", que acabara de sair da Venezuela e estava na região das Caraíbas, anunciou o Presidente norte-americano, Donald Trump, pouco depois da operação.

"Assassinaram 11 pessoas sem passar pela justiça. Pergunto se isso é aceitável"

O ataque, alegadamente contra traficantes do cartel "Tren de Aragua", provocou a morte de 11 pessoas. Na quarta-feira, o ministro do Interior venezuelano, Diosdado Cabello, acusou os Estados Unidos de cometerem execuções extrajudiciais.

"Assassinaram 11 pessoas sem passar pela justiça. Pergunto se isso é aceitável", disse Cabello, no seu programa de televisão "Con el Mazo Dando" ("Dando com o Martelo").

"Nenhuma suspeita de tráfico de droga justifica execuções extrajudiciais no mar", denunciou Cabello, considerado o segundo dirigente mais importante na liderança da Venezuela. "Não é claro, não explicaram nada, anunciam pomposamente que assassinaram 11 pessoas. É muito delicado. E o direito à defesa?", insistiu o ministro.

Horas antes, o secretário da Defesa dos Estados Unidos, Pete Hegseth, avisou que Washington vai realizar mais operações militares contra cartéis de droga. Este "é um sinal claro para o 'Tren de Aragua', o 'Cartel dos Sóis' e outros oriundos da Venezuela, de que não permitiremos este tipo de atividade", sublinhou Hegseth.

No final de julho, os Estados Unidos classificaram como uma organização terrorista o "Cartel dos Sóis", um grupo que Washington alega estar ligado ao Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro.

Maduro "não foi eleito e os Estados Unidos oferecem uma recompensa de 50 milhões de dólares [cerca de 43 milhões de euros] por ele", afirmou Pete Hegseth.

Também na quarta-feira, o Parlamento do Peru aprovou uma moção que declara o "Cartel dos Sóis" uma organização terrorista, alegando que representa uma ameaça externa à nação sul-americana.