quinta-feira, 27 de janeiro de 2022
DEFESA NACIONAL: Senegal avisa jornalistas de que podem enfrentar sanções
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Por LUSA 27/01/22
O Governo senegalês avisou os jornalistas e os utilizadores da Internet de que poderão enfrentar sanções se publicarem informações que "minam a defesa nacional", na sequência da perda e desaparecimento recente de soldados num confronto na Gâmbia.
O aviso, emitido pelo Ministério da Defesa na quarta-feira à noite, ocorre pouco depois de dois soldados terem sido mortos no início desta semana e de outros nove terem desaparecido na sequência de um confronto com supostos rebeldes pertencentes ao Movimento das Forças Democráticas de Casamansa (MFDC) na Gâmbia, um país que forma um enclave no sul do Senegal.
O ministério senegalês não esclarece o que motivou a declaração.
O comunicado destina-se aos "atores envolvidos no domínio da divulgação de informação, a título profissional ou não" e pede-lhes "que prestem especial atenção para não divulgarem ou transmitirem informações que possam prejudicar a defesa nacional".
A lei pune crimes e delitos contra a defesa nacional, adverte o Governo senegalês, que lembra que as penas são mais severas contra militares e paramilitares que eventualmente venham a infringi-la.
As autoridades senegalesas anunciaram na segunda e na terça-feira a morte de dois soldados senegaleses integrados na missão da África Ocidental na Gâmbia (Ecomig), e o desaparecimento de outros nove, na sequência de confrontos com alegados rebeldes de Casamansa durante uma operação contra o tráfico de madeira em território da Gâmbia.
Dacar acredita que os soldados senegaleses desaparecidos sejam prisioneiros dos rebeldes do MFDC.
A Gâmbia tem servido de base dos rebeldes do MFDC, que lutam há 40 anos pela independência de Casamansa, uma região do sul do Senegal, separada precisamente do resto do país pelo território gambiano.
A região de Casamansa, no sul do Senegal e junto à fronteira com a Guiné-Bissau, é o cenário de uma rebelião armada desde 1982, atualmente considerada como um conflito de baixa intensidade, entre o Governo em Dacar e o MFDC.
O movimento exige a independência daquela região senegalesa, separada do resto do país pela vizinha Gâmbia, e que historicamente se reclama abandonada pelo Governo senegalês.
Ao contrário do norte do país, mais árido, o sul do Senegal tem terras férteis e é rico em recursos florestais, sendo o tráfico ilegal de madeira nos últimos anos a principal fonte de financiamento do MFDC, segundo um relatório da organização não-governamental britânica Environmental Investigation Agency (EIA).
Casamansa já foi a zona turística mais popular do Senegal pelas suas florestas e qualidade das praias e, ainda que a rebelião independentista tenha limitado o seu potencial, tem gozado de longos períodos sem incidentes violentos.
Catorze lenhadores foram mortos em janeiro de 2018 por homens armados que, no mesmo mês, assaltaram também quatro turistas espanhóis, depois de terem parado o veículo em que viajavam.
Os incidentes do início desta semana foram o acontecimento mais grave em vários anos, relacionados com o conflito de Casamansa, que no passado já colheu milhares de vidas e devastou a economia senegalesa, obrigando dezenas de milhares de pessoas a fugir ou refugiar-se na Guiné-Bissau e na Gâmbia nos seus primeiros anos.
O exército senegalês realizou, por várias ocasiões nos últimos anos, operações militares com o objetivo de neutralizar os rebeldes que se refugiam na zona e combater as atividades dos bandos armados, permitindo às populações regressar às suas casas.
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HOMOSSEXUALIDADE: "Apoiem os vossos filhos se eles forem gays, não os condenem", disse Papa ...O chefe da Igreja Católica apelou à compreensão dos pais.
© Reuters
Notícias ao Minuto 26/01/22
O Papa Francisco disse, esta quarta-feira, num comentário que fez sobre as dificuldades enfrentadas ao criar os filhos, que os pais de crianças homossexuais não devem condená-las mas, em vez disso, oferecer-lhes apoio.
O chefe da Igreja Católica mencionou que os “pais que veem diferentes orientações sexuais nos seus filhos devem acompanhá-los e não se esconder atrás de uma atitude de condenação”.
Anteriormente, o Papa Francisco salientou que as pessoas homossexuais têm o direito de ser aceites pelas suas famílias, frisando, segundo a Reuters, que embora a Igreja não possa aceitar o casamento entre pessoas do mesmo sexo, pode apoiar leis de união civil destinadas a dar aos parceiros direitos conjuntos nas áreas de pensões e saúde e questões de herança.
"Os homossexuais têm o direito de estar numa família. São filhos de Deus", disse Francisco no passado. "Não se pode expulsar alguém de uma família, nem tornar a sua vida miserável por isso. O que temos que ter é uma lei de união civil, que os proteja legalmente", defendeu.
Já enquanto arcebispo de Buenos Aires, antes de se tornar Papa, Francisco defendia uniões civis para casais gay como uma alternativa aos casamentos. Contudo, no ano passado, o escritório doutrinário do Vaticano emitiu um documento que esclarecia que os padres católicos não podem abençoar uniões do mesmo sexo.
De referir que no mês passado, um departamento do Vaticano pediu desculpas por “causar dor a toda a comunidade LGBTQ” removendo do site um link para material de recurso de um grupo católico de defesa dos direitos gays em preparação para uma reunião do Vaticano em 2023 sobre a direção futura da Igreja.
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Afeganistão. ONU pede fundos para que famílias deixem de vender bebés
© Lusa
Por LUSA 26/01/22
Os talibãs devem reconhecer "os direitos humanos fundamentais de mulheres e meninas" e os fundos afegãos devem ser libertados para que as famílias não precisem de vender "bebés para comprarem comida", referiu hoje o secretário-geral das Nações Unidas.
Estes apelos de António Guterres foram aceites e reivindicados pelo responsável afegão nas Nações Unidas, durante uma reunião do Conselho de Segurança, noticia a agência AFP.
"Instamos os talibãs a aproveitarem este momento e conquistarem a confiança e a boa vontade da comunidade internacional, reconhecendo - e defendendo - os direitos humanos fundamentais que pertencem a todas as meninas e mulheres", sublinhou o diplomata português.
O responsável das Nações Unidas manifestou-se "profundamente preocupado" com os recentes relatos de prisões arbitrárias e sequestros de ativistas, pedindo "vigorosamente" a libertação destes.
Naseer Ahmad Faiq, o atual responsável das Nações Unidas para o Afeganistão, desde a saída, em meados de dezembro, de um diplomata demitido pelos talibãs, interveio no final da reunião, garantido falar "em nome do povo afegão" e não do antigo governo derrubado em agosto.
"Peço aos talibãs que ponham fim às violações dos direitos humanos" denunciadas pelas ONG, que "permitam que as mulheres trabalhem" e que "abram as portas das escolas e universidades às raparigas", atirou.
O diplomata apelou ainda aos talibãs para que forneçam informações sobre o paradeiro dos ativistas que desapareceram recentemente e que estes sejam "libertados imediatamente".
Ahmad Faiq pediu também ao Conselho de Segurança que convoque uma "conferência internacional para discutir temas intra-afegãos", com o objetivo de alcançar "a formação de um governo inclusivo e responsável, reformando a Constituição e permitindo que os afegãos escolham os seus líderes através de eleições".
O secretário-geral da ONU já tinha anteriormente instado a "comunidade internacional a fortalecer o seu apoio ao povo afegão", em particular através da libertação dos fundos congelados em Washington pelo Banco Mundial e Estados Unidos, num momento em que o país do Médio Oriente está "no fio da navalha".
"Mais da metade dos afegãos enfrentam níveis extremos de fome" e "algumas famílias estão a vender os seus bebés para comprar comida", alertou o português.
Também o embaixador chinês na ONU, Zhang Jun, comentou esta situação extrema, revelando que uma mulher "vendeu as suas duas filhas e um rim" para poder alimentar a sua família.
"É uma tragédia humana", denunciou, pedindo implicitamente aos Estados Unidos que levantem "sanções unilaterais" e permitam o acesso do Afeganistão aos fundos.
Os EUA bloquearam quase 9,5 mil milhões de dólares (8,3 mil milhões de euros) em reservas do Banco Central Afegão, o que equivale a metade do Produto Interno Bruto (PIB) do país em 2020.
O Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial também interromperam as suas atividades no Afeganistão, suspendendo as ajudas e 300 milhões de euros em novas reservas emitidas pelo FMI em agosto.
António Guterres argumentou que a economia afegã deve ser "reanimada" com mais dinheiro.
"Sem ação, vidas serão perdidas e o desespero e o extremismo aumentarão", enquanto um "colapso da economia afegã pode levar a um êxodo em massa de pessoas que fogem do país", alertou.
O Afeganistão enfrenta uma grave crise económica, afetada pela escassez de alimentos e crescente pobreza, intensificada com a chegada ao poder dos talibãs em agosto.
O país do Médio Oriente enfrenta também uma grave crise de liquidez, após doadores internacionais terem suspendido a ajuda que suportava o orçamento governamental há 20 anos.
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Foguetão da SpaceX em rota de colisão com a Lua
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Notícias ao Minuto 26/01/22
O objeto deverá causar uma explosão, prevista para o dia 4 de março, deixando uma pequena cratera artificial na Lua.
Um foguetão lançado pela SpaceX, a empresa de exploração espacial detida pelo bilionário Elon Musk, está em rota de colisão com a Lua, não havendo forma de controlar a sua trajetória.
Segundo a BBC, o foguetão Falcon 9 que foi lançado em 2015 ficou sem combustível, deixou de ser controlável e ficou, desde então, à deriva no espaço.
Mas os riscos para o satélite natural da Terra serão mínimos, esclarece à televisão britânica o astrónomo Jonathan McDowell, do centro de astrofísica Harvard-Smithsonian.
Ainda assim, o foguetão deverá causar uma explosão, prevista para o dia 4 de março, deixando uma pequena cratera artificial na Lua.
"É basicamente um tanque de metal vazio de quatro toneladas, com um motor de foguetão na traseira. Portanto se imaginarmos lançar isso a uma pedra a 5 mil milhas por hora (cerca de 8 mil quilómetros por hora), não vai ser bonito", disse McDowell.
O Falcon 9 foi lançado para deixar na atmosfera terrestre um satélite meteorológico, mas desde que ficou sem combustível e saiu do campo gravitacional da Terra, o seu percurso tornou-se "caótico".
"Tem estado morto, a seguir apenas as leis da gravidade", diz McDowell, que alerta ainda para o crescimento do lixo espacial que está a ocupar os limites espaciais terrestres e que pode atingir a Lua.
"Ao longo das décadas, perdemos cerca de 50 grandes objetos. Isto pode ter acontecido algumas vezes, mas nunca percebemos. Este poderá ser o primeiro caso", esclarece.
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Cientistas conseguiram regenerar pernas amputadas em sapos adultos
Um passo que aproxima a ciência do objetivo da medicina regenerativa. Segundo os investigadores, estas descobertas podem servir de base para futuros trabalhos que explorem a regeneração em humanos
Uma mistura de cinco medicamentos permitiu regenerar membros posteriores amputados em sapos adultos, segundo um estudo conduzido por investigadores norte-americanos, que aproxima a ciência do objetivo da medicina regenerativa.
Os cientistas das universidades norte-americanas de Tufts e Harvard referiram que este trabalho, divulgado na quarta-feira e publicado na revista Science Advances, “aproxima [a ciência] um pouco mais do objetivo da medicina regenerativa”.
A maioria dos estudos anteriores sobre regeneração de membros foi realizado em animais em crescimento natural, como o axolote [anfíbio], mas as novas descobertas demonstram uma técnica para induzir a regeneração de membros num animal incapaz de regenerar membros por conta própria.
Estas descobertas podem servir de base para futuros trabalhos que explorem a regeneração em humanos, refere a revista.
No entanto, para doentes que perderam os seus membros devido à doença de diabetes, ou por trauma, a possibilidade de recuperar a função através de regeneração natural continua fora do alcance.
"A regeneração de pernas e braços ainda é coisa para salamandras e super-heróis", refere um comunicado da Universidade Tufts.
No estudo, os cientistas desenvolveram um dispositivo, um biorreator feito de um hidrogel chamado BioDome, que pode administrar uma mistura de cinco compostos pró-regenerativos numa ferida.
Os dispositivos foram aplicados em 115 sapos [xenopus laevis] amputados, alguns apenas com hidrogel e outros com o tratamento.
Após 24 horas, os cientistas retiraram os aparelhos e avaliaram a regeneração dos membros posteriores destes animais durante 18 meses.
Cada um dos medicamentos serviu um propósito diferente, como reduzir a inflamação, inibir a produção de colagénio que causaria cicatrizes e estimular o crescimento de novas fibras nervosas, vasos sanguíneos e músculos.
A combinação de medicamentos e o biorreator proporcionaram um ambiente local e sinais de que foi interrompida a tendência natural para ‘fechar’ o coto e dado início ao processo regenerativo, segundo os autores.
Os sapos que receberam o tratamento mostraram aumentos de longo prazo no comprimento do osso, padrões de tecidos moles e reparo neuromuscular, e foram capazes de usar os novos membros para nadar, tal como um anfíbio normal faria.
"É emocionante ver que os medicamentos que selecionamos ajudaram a criar um membro quase completo", referiu Nirosha Murugan, da Universidade de Tufts, o primeiro autor do artigo.
“O facto de que foi necessário apenas uma breve exposição aos medicamentos para iniciar um processo de regeneração de meses sugere que os sapos, e talvez outros animais, podem ter habilidades regenerativas latentes que podem ser iniciadas”, defendeu.
Os investigadores detetaram, nos primeiros dias após o tratamento, a ativação de vias moleculares conhecidas, que normalmente são usadas num embrião em desenvolvimento para ajudar o corpo a ganhar forma.
O próximo passo da equipa de cientistas será testar a forma como este tratamento pode ser aplicado a mamíferos.
Preço do barril de petróleo Brent ultrapassa os 90 dólares pela primeira vez desde 2014
FOTO: PORTAL ANGOLA/ARQ
O preço do barril de petróleo Brent ( Mar do Norte) ultrapassou hoje (26) o limiar de 90 dólares, pela primeira vez desde outubro de 2014, impulsionado pelas tensões na Ucrânia e no Médio Oriente.
A meio da tarde desta quarta-feira, a cotação do crude do Mar do Norte, que é referência na Europa, para entrega em março estava a ser negociado a 89,78 dólares por barril, mais 1,79%, pouco depois de ter atingido os 90,02 dólares.
A tensão na Ucrânia e as implicações que um conflito com a Federação Russa pode ter no mercado energético voltou a impulsionar a cotação do barril.