domingo, 26 de outubro de 2025

Israel quer direito de veto sobre membros de força internacional em Gaza... O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, afirmou hoje que tem poder de veto em relação aos membros da força internacional que o seu aliado norte-americano está a tentar formar para proteger a Faixa de Gaza no pós-guerra.

Por LUSA 

De acordo com o plano do presidente Donald Trump, no qual se baseia o acordo de cessar-fogo entre Israel e o movimento radical palestiniano Hamas, uma força internacional de estabilização, composta principalmente por tropas de países árabes e muçulmanos, será enviada para Gaza à medida que o exército israelita se retira do enclave.

Deixamos (...) claro, em relação às forças internacionais, que Israel decidirá quais as forças que são inaceitáveis para nós", declarou Netanyahu, que se opôs ao envio de forças da Turquia, um país com laços estreitos com o Hamas.

"Somos um Estado independente", insistiu perante os seus ministros. "A nossa política de segurança está nas nossas mãos".

Na sexta-feira, o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, disse que os membros da força internacional "devem ser pessoas ou países com os quais Israel se sinta confortável", depois de uma fonte do Ministério da Defesa turco ter relatado discussões sobre a participação turca.

A primeira fase do acordo de cessar-fogo, que entrou em vigor a 10 de outubro, prevê, além do cessar-fogo, a libertação de todos os reféns, vivos e mortos, a retirada parcial do exército israelita de Gaza e a distribuição pelas Nações Unidas de ajuda humanitária em Gaza.

O Hamas libertou todos os 20 reféns vivos a 13 de outubro, mas até agora só entregou 15 dos 28 corpos, alegando dificuldades em encontrar restos mortais no território devastado pela ofensiva de retaliação israelita.

Hoje, antes do amanhecer, veículos e camiões egípcios que transportavam equipamento pesado de construção entraram em Gaza e seguiram para Al-Zawayda (centro), onde ficarão sediados.

Shosh Bedrosian, porta-voz do gabinete de Netanyahu, confirmou que uma equipa técnica egípcia foi "autorizada a entrar para lá da linha amarela", que demarca a zona de Gaza controlada por Israel, "para procurar os [corpos dos] reféns".

"Não daremos à ocupação (israelita) uma desculpa para retomar a guerra. Novas áreas estarão acessíveis para a busca de alguns dos corpos" de reféns, declarou o negociador do Hamas Khalil al-Hayya.

Além do envio de uma força multinacional, as fases subsequentes do plano de Trump incluem a continuação da retirada israelita de Gaza, o desarmamento do Hamas e a reconstrução do território, entre outras.

O Hamas, que tomou o poder na Faixa de Gaza em 2007, recusou até agora considerar o desarmamento, embora Netanyahu queira expulsá-lo do território.

Na quinta-feira, o vice-presidente dos Estados Unidos, J.D. Vance, disse que a força internacional deve estar na linha da frente para garantir o desarmamento do Hamas.

"Gaza será desmilitarizada" e isso "será feito da forma mais fácil ou mais difícil", reiterou Bedrosian, reafirmando que Israel "exercerá um controlo total sobre a segurança de Gaza".

O cessar-fogo visa pôr fim a dois anos de guerra em Gaza, desencadeada pelos ataques a Israel, liderados pelo Hamas em 07 de outubro de 2023, que causaram cerca de 1.200 mortos e 251 reféns.

A retaliação de Israel já provocou mais de 68 mil mortos e cerca de 170.000 feridos na Faixa de Gaza, a maioria civis, de acordo com dados do Ministério da Saúde do território (tutelado pelo Hamas), que a ONU considera credíveis.

Maior refinaria de África vai duplicar capacidade para 1,4 milhões... A maior refinaria africana, na Nigéria, vai duplicar a sua capacidade para 1,4 milhões de barris de petróleo por dia, em três anos, tornando-se "a maior" do mundo, anunciou hoje o proprietário, Aliko Dangote.

Por LUSA 

"Vamos mais do que duplicar a capacidade de produção de barris, de 650.000 para 1,4 milhões", anunciou o empresário nigeriano, numa conferência de imprensa, na cidade de Lagos, citado pela AFP.

Segundo o proprietário, isto fará com que o gigante complexo petroquímico na Nigéria se torne na maior refinaria do mundo, ultrapassando a de Jamnagar, na Índia.

Antes da inauguração da Refinaria Dangote, no ano passado, a Nigéria precisava de importar quase todo o seu combustível, apesar de ser o maior produtor de petróleo de África.

"Esta expansão reflete a nossa confiança no futuro da Nigéria, a nossa crença no potencial de África e o nosso compromisso em construir a independência energética do nosso continente", salientou o homem mais rico de África segundo a revista Forbes.


Não é psicológico... Respirar fundo ajuda mesmo a relaxar, diz estudo... Investigadores da universidade ETH Zurique descobriram que respirar fundo ajuda, de facto, a aliviar o stress e a tensão, uma vez que esta ação tem um efeito no surfactante pulmonar, líquido que reduz de forma significativa a tensão superficial nos alvéolos pulmonares.

Por noticiasaominuto.com

Sente-se melhor depois de respirar fundo? Não é por caso. A sensação de relaxamento acontece devido a um 'fluído' presente nos seus pulmões, denominado de surfactante pulmonar, que ajuda estes órgãos a funcionarem corretamente. 

Investigadores suíços da universidade ETH Zurique descobriram que respirar profundamente tem um efeito interessante na forma como esse 'fluído' interage com os pulmões. 

O fluído 'mágico' que tem fascinado os especialistas

Há já muito tempo que os cientistas se interessam pelo surfactante pulmonar e pela forma como nos ajuda a respirar. Na década de 80, conforme revela o 'website' CNET, pesquisas nesta área ajudaram ao desenvolvimento de tratamentos que salvaram a vida de bebés prematuros com pulmões subdesenvolvidos. 

Para tal, os médicos extraíram o fluído de pulmões de animais, aplicando-os a bebés prematuros, o que se revelou essencial para o seu correto funcionamento.

Respire profundamente para aliviar o stress

Uma das coisas que os investigadores analisaram foi a forma como o surfactante pulmonar se comporta ao ser estendido ou comprimido, simulando para isso movimentos de respirações normais e mais profundas, em laboratório. 

Entretanto mediram a tensão superficial deste líquido e compararam os dados. Feito isto, descobriram que a tensão diminuía significativamente após cada respiração profunda. 

Segundo Maria Novaes-Silva, que faz parte do grupo de investigadores, o alongamento e a compressão do surfactante pulmonar, que ocorre após inspirações profundas, reorganiza a composição da camada superficial dos pulmões.  

É por isso que depois de inspirarmos profundamente, a respiração torna-se mais fácil. 

Os investigadores acreditam que estas descobertas poderão contribuir para uma compreensão mais aprofundada da insuficiência pulmonar em adultos.

Dificuldades em respirar? Falta de água poderá ser o problema

Todo o organismo precisa de água e os pulmões não são exceção. Para mantê-los a funcionar da melhor forma, a hidratação é bastante importante. A redução da produção de muco é uma das consequências, mas há mais.

Segundo um estudo de 2018, publicado na Thorax, quando fica desidratado a elasticidade dos tecidos pulmonares fica comprometida. Assim, é mais complicado expandirem e contraírem a cada respiração que faz.

Desta forma, a respiração pode tornar-se mais difícil e poderá trazer até outro tipo de problemas. Segundo um relatório do American Journal of Respiratory Cell and Molecular Biology, existe uma ligação clara entre pessoas com falta de hidratação e casos de asma ou bronquite.

Numa entrevista que deu ao Lifestyle ao Minuto, Catarina Carvalheiro, cirurgiã cardiotorácica, da unidade de pulmão do Centro Clínico Champalimaud, destacou a importância da reabilitação respiratória, essencial na recuperação de doentes com patologias respiratórias.

Netanyahu diz que Israel controla a sua política de segurança e nega pressões... O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu afirmou hoje que "Israel é um Estado independente", responsável pela sua própria segurança, e classificou como "ridículas" as afirmações que sugerem interferências dos Estados Unidos.

Por LUSA 

"No último mês, testemunhámos afirmações ridículas sobre a relação entre os Estados Unidos e Israel. Quando estive em Washington, dizia-se que eu controlo a administração norte-americana e que dito a sua política de segurança. Agora afirmam o contrário: a administração norte-americana controla-me e dita a política de segurança de Israel", disse o líder israelita no início de uma reunião do executivo de Telavive.

"Israel é um Estado independente. Vamos defender-nos por conta própria e continuar a controlar o nosso próprio destino", insistiu.

Após uma semana em que recebeu a visita de uma série de altos funcionários norte-americanos, que procuravam consolidar o cessar-fogo em vigor em Gaza desde 10 de outubro, o líder israelita aproveitou a sua intervenção para sublinhar que a relação com os Estados Unidos, o seu maior aliado e principal financiador da ofensiva militar que devastou Gaza, atingiu "um máximo histórico" com a chegada de Trump.

No entanto, realçou que Israel não está "disposto a tolerar ataques" contra o país.

"Respondemos aos ataques segundo o nosso critério, como vimos no Líbano e recentemente em Gaza. Lançámos 150 toneladas contra o Hamas e os elementos terroristas após o ataque aos nossos dois soldados", acrescentou, referindo-se aos bombardeamentos do dia 19 que mataram pelo menos 45 habitantes de Gaza, apesar do cessar-fogo.

De acordo com informações divulgadas pela imprensa norte-americana, Netanyahu teria pedido permissão ao Governo Trump para romper o cessar-fogo no domingo passado, após a morte de dois soldados em Rafah, em circunstâncias que ainda não foram esclarecidas e nas quais parece que o Hamas não esteve envolvido.

"Não pedimos a aprovação de ninguém para isso. Controlamos a nossa própria segurança e, no que diz respeito às forças internacionais, deixámos claro que Israel determinará quais as forças que são inaceitáveis para nós", afirmou Netanyahu, referindo-se à chamada "força de estabilização" internacional que deverá operar em Gaza para consolidar o cessar-fogo.

O acordo de cessar-fogo, em vigor desde 10 de outubro, só aconteceu após o anúncio de um plano de 20 pontos, impulsionado por Trump, e semanas depois de Netanyahu ordenar uma nova invasão terrestre à cidade de Gaza.

A pressão externa, sobretudo dos EUA, segundo vários analistas, fez com que Netanyahu finalmente cedesse, dando lugar a um cessar-fogo no qual já foram libertados os últimos 20 reféns vivos e 15 corpos de reféns mortos em troca de cerca de 2.000 detidos e prisioneiros palestinianos, além de corpos de habitantes de Gaza (muitos com sinais de tortura e abusos).


Leia Também: Unicef insta Israel a permitir a entrada de material educativo em Gaza

A Unicef exigiu hoje que Israel agilize a passagem de ajuda humanitária para a Faixa de Gaza e permita a entrada urgente de diversos materiais de ajuda, nomeadamente de apoio educativo, psicossocial e de saúde mental.


Rússia anuncia teste bem-sucedido com míssil de cruzeiro com propulsão nuclear... O Presidente russo, Vladimir Putin, anunciou hoje o sucesso do teste final de um míssil de cruzeiro com propulsão nuclear, elogiando esta arma "única" com um alcance de até 14.000 quilómetros, em resposta ao escudo antimísseis dos EUA.

© Lusa  26/10/2025

"Os testes decisivos estão agora concluídos", disse Putin num vídeo divulgado pelo Kremlin, durante uma reunião com responsáveis militares, ordenando que se comecem a "preparar as infraestruturas para colocar esta arma ao serviço nas forças armadas" russas.

Segundo garantiu, o Burevéstnik (pássaro da tempestade em russo) tem um "alcance ilimitado" e "é uma criação única que mais ninguém no mundo possui".

Durante o último teste, em 21 de outubro, o míssil Burevéstnik permaneceu no ar "cerca de 15 horas", sobrevoando 14.000 quilómetros, precisou o chefe do Estado-Maior russo, Valéri Guérasimov, acrescentando que "este não é um limite" para este armamento.

"As características técnicas do Burevéstnik permitem utilizá-lo com precisão garantida contra locais altamente protegidos situados a qualquer distância", afirmou.

Vladimir Putin anunciou em 2018 o desenvolvimento pelo exército russo destes mísseis, capazes, segundo ele, de superar praticamente todos os sistemas de interceção.

Segundo Guérasimov, "durante o seu voo, o míssil completou todas as manobras verticais e horizontais", demonstrando assim "as suas grandes possibilidades na hora de eludir os sistemas antiaéreos e antimísseis".

Putin destacou que se trata de "uma peça de armamento única que mais ninguém tem no mundo" e lembrou que especialistas do mais alto nível previram que tal projeto era "irrealizável".

"E agora concluímos os testes finais", afirmou orgulhosamente, acrescentando ser preciso construir a infraestrutura necessária para a sua implantação e colocá-lo ao serviço das Forças Armadas, para o que ainda há "muito trabalho pela frente".

Putin anunciou pela primeira vez em outubro de 2023 um teste bem-sucedido com o Burevéstnik, um míssil envolto em controvérsia devido aos numerosos testes falhados realizados no final da década passada.

A Rússia decidiu avançar com o desenvolvimento desses mísseis quando os EUA abandonaram, em 2001, o tratado antimísseis, assinado por Moscovo e Washington em plena Guerra Fria (1972), para criar o seu próprio escudo antimísseis.

Putin dirigiu esta semana manobras das forças nucleares russas por terra, mar e ar, logo após o cancelamento da cimeira de Budapeste com o seu homólogo dos EUA, Donald Trump, devido à recusa de Moscovo em cessar as hostilidades na Ucrânia.


Taiwan: Unificação com a China? "Democracia e autoritarismo são incompatíveis"... O Governo de Taiwan declarou que as supostas vantagens da unificação com a China não atraem o povo taiwanês e que "a democracia e o autoritarismo são incompatíveis".

© Lusa   26/10/2025

O Conselho dos Assuntos Continentais (MAC) de Taiwan, responsável pelas relações com a China, reagiu assim no sábado a um evento organizado no mesmo dia, na capital chinesa, para celebrar o "Dia da Retrocessão de Taiwan", nome dado por Pequim à devolução da ilha após a rendição japonesa em 1945. 

Dirigindo-se a cerca de 500 participantes, incluindo taiwaneses, Wang Huning, membro do Comité Permanente do Politburo do Partido Comunista Chinês (PCC), no poder, pediu às pessoas dos dois lados do Estreito para trabalharem em conjunto para avançarem no sentido da "reunificação nacional" para "não deixarem espaço para atividades separatistas".

Em comunicado, o MAC sublinhou que o "problema essencial" das relações entre os dois lados do Estreito "reside na diferença de sistemas", uma vez que "a democracia e o autoritarismo são incompatíveis".

"A experiência de Hong Kong demonstrou que o sistema 'um país, dois sistemas' equivale, em última instância, ao domínio autoritário do PCC. Por isso, o suposto 'futuro próspero após a unificação' não é atrativo para a população taiwanesa", afirmou o MAC.

De acordo com Taipé, o princípio "uma só China", o "Consenso de 1992" - segundo o qual ambas as partes reconheceram a existência de uma única China, embora com interpretações diferentes - e a política "um país, dois sistemas" têm como objetivo "eliminar a República da China [nome oficial da ilha] e anexar Taiwan".

A comemoração do "Dia da Retrocessão de Taiwan" teve lugar num contexto de persistentes tensões políticas e militares entre a China e Taiwan, alimentadas este ano por diferentes narrativas históricas sobre o fim da Segunda Guerra Mundial e pelo aumento da pressão diplomática e militar de Pequim sobre a ilha.