segunda-feira, 28 de novembro de 2022

FRANÇA: Central a carvão francesa volta a produzir eletricidade após encerramento

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POR LUSA  28/11/22 

A central a carvão Emile-Huchet em Saint-Avold, no leste de França, que encerrou em março, voltou a produzir eletricidade na manhã de hoje, disse à agência de notícias AFP o diretor da infraestrutura, Philippe Lenglart.

"(...) Fomos chamados a produzir desde as 09:00 [08:00, em Lisboa] (...) da manhã", disse.

A central Emile-Huchet ia encerrar no final de março, mas o Governo francês não fez por "precaução", de modo garantir o fornecimento de eletricidade no país devido ao conflito na Ucrânia e aos contratempos da frota nuclear da Électricité de France (EDF).

No final de junho, o Governo de França anunciou a sua vontade em reabrir na época do inverno, uma reabertura que "faz parte do plano de encerramento", sublinhou então o Ministério da Transição Energética.

O ministério insistiu que o compromisso do Presidente francês, Emmanuel Macron, de fechar todas as centrais a carvão tem permanecido "inalterado".

A lei do poder de compra aprovada no início de agosto também incluiu uma medida que permite ao fornecedor de gás e eletricidade GazelEnergie recontratar funcionários neste inverno. Mais de metade iria reformar-se e os mais novos iram ser reclassificados nos novos projetos da empresa.

A GazelEnergie planeia, entre outras coisas, construir uma caldeira de biomassa para substituir a central a carvão.

No total, serão necessárias mais de 500.000 toneladas de carvão para o local até o final de março que, trabalhando em plenas capacidades, produz até 600 Megawatts-hora e pode abastecer um terço das residências da região de Grand-Est.

Apenas existe mais uma central a carvão, em Cordemais (oeste), ainda em funcionamento em França.

No país, mais de 67% da eletricidade produzida é de origem nuclear, tendo a quota dos combustíveis fósseis sido em 2020 de 7,5%, dos quais 0,3% de carvão e 6,9 de gás.

O Primeiro-ministro Nuno Gomes Nabiam visita armazéns de fertilizantes em Bissau e, elogia o Ministro de Estado da Agricultura pelo trabalho para melhoria da produção agrícola do país.

Radio Voz Do Povo

A governadora da região de Gabú, Elisa Tavares Pinto, ordena desmantelamento de locais improvisados de negócios de sexo _ PROSTITUIÇÃO_ por questão de saúde pública.

Radio Voz Do Povo

A exportação de cerca cem mil toneladas da castanha de caju que se encontram estocadas em Bissau constitui preocupação do Governo e do setor privado. O Ministro do Comércio Abás Djaló chamou os atores da fileira de caju, agricultores, Intermediarios e exportadores, para uma solução viável.

Radio Voz Do Povo

Ucranianos acusam Rússia de deportar mais de 12 mil crianças... Cerca de 440 crianças morreram na guerra e 329 estão dadas como desaparecidas.

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Notícias ao Minuto   28/11/22 

A procuradoria-geral ucraniana disse, esta segunda-feira, que já foram dadas como desaparecidas 329 crianças, denunciando que a Rússia terá deportado outros 12.034 menores.

Numa publicação no Telegram, a autoridade diz que foram encontradas e devolvidas às famílias mais de 7.800.

"Estes números não são definitivos, pois o trabalho segue em locais de conflito ativo, em territórios temporariamente ocupados ou libertados", acrescenta a procuradoria.

As autoridades ucranianas têm acusado os russos de raptar crianças e adolescentes, de territórios ocupados ucranianos para o interior de fronteiras russas, como forma de as doutrinar para a propaganda do Kremlin.

Segundo os dados apresentados pelos ucranianos, terão sido mortas ao longo da guerra 440 crianças e outras 1.291 ficaram feridas, um número ligeiramente superior ao valor calculado pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, que dá conta de 419 menores mortos.

As autoridades ucranianas apontam que a maioria das baixas de menores foram registadas na região de Donetsk, que está maioritariamente ocupada pela Rússia, e em Kyiv e Kharkiv, as duas maiores cidades do país.

A procuradoria-geral acrescenta ainda que foram atingidas por ataques russos 2.719 instituições de ensino; dessas, 332 foram contadas como destruídas.

O conflito na Ucrânia já fez quase 6.600 mortos civis, segundo os dados do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos. No entanto, a entidade adverte que o real número de mortos poderá ser muito superior, devido às dificuldades em contabilizar os mortos em zonas sitiadas ou ocupadas pelos russos, como em Mariupol, por exemplo, onde se estima que tenham morrido milhares de pessoas.


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UCRÂNIA/RÚSSIA: "Tudo está a ser feito para evitar que África sofra" devido à guerra

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POR LUSA  28/11/22 

O chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, reconheceu hoje, em Bruxelas, que a guerra na Ucrânia levantou novos problemas na relação União Europeia (UE)-África, garantindo, porém, que nada afetará a ajuda monetária ao continente.

"Tudo está a ser feito para evitar que África sofra com consequências da guerra na Ucrânia do ponto de vista dos recursos", disse Borrell, acrescentando que "nem um único euro que foi atribuído a África será desviado para a Ucrânia".

O Alto Representante para a Política Externa da UE salientou ainda, em declarações aos jornalistas à entrada de um Conselho de Ministros do Desenvolvimento, que há novos desafios lançados pela crise alimentar e energética em África e ainda pelas consequências da invasão da Ucrânia pela Rússia, em 24 de fevereiro deste ano.

Hoje reúnem-se também, em Bruxelas, representantes da Comissão Europeia e da Comissão da União Africana (UA) para debater compromissos de investimento assumidos na cimeira dos dois blocos, em fevereiro, e as relações geopolíticas, no contexto da guerra na Ucrânia.

A reunião, que acontece pela 11.ª vez, vai abordar, ao abrigo da parceria entre a UE e a UA, temas como segurança alimentar, energia, clima, segurança e multilateralismo, e ainda as consequências da agressão russa à Ucrânia, nomeadamente no mercado de cereais e óleos alimentares.

Os compromissos assumidos com a UA na cimeira de fevereiro, ao abrigo da estratégia Portal Global da UE, estarão também em debate na reunião conduzida pela presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e pelo líder da UA, Moussa Faki Mahamat, e na qual participam mais de duas dezenas de comissários dos dois blocos.

A Comissão Europeia apresentou em dezembro de 2021 a estratégia "Global Gateway" (Portal Global) de ajuda da UE ao desenvolvimento, programa que ambiciona mobilizar 300 mil milhões de euros em projetos de infraestruturas em todo o mundo até 2027, em resposta ao investimento chinês.

Cabo Verde restringe acesso e uso de viaturas do Estado

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POR LUSA  28/11/22 

Praia, 28 nov 2022 (Lusa) - O primeiro-ministro cabo-verdiano, Ulisses Correia e Silva, anunciou hoje regras mais apertadas no acesso e uso de viaturas do Estado, com a aprovação de um novo decreto-lei nesse sentido e o aumento da fiscalização.

"Há uma definição clara e restritiva das entidades que podem ter direito a viaturas de representação e do uso pessoal. Irá ter um impacto na redução de viaturas do Estado fora dos horários fixados, em fins de semana e feriados", afirmou esta manhã Ulisses Correia e Silva, durante uma declaração ao país, a partir da Praia, sobre a aprovação, na madrugada de sábado, da proposta de lei do Orçamento do Estado para 2023.

De acordo com o chefe do Governo, o novo decreto-lei que regula o uso de viaturas do Estado foi aprovado em Conselho de Ministros há cerca de duas semanas, elencando as entidades e órgãos de soberania que "podem ter acesso e o uso de viaturas para representação e uso pessoal".

"Tudo o resto, incluindo dirigentes da administração pública, de institutos públicos, agências de regulação e de empresas públicas terão viaturas para o uso em serviço durante o horário de expediente do serviço. Durante os fins de semana e feriados as viaturas poderão ser utilizadas com condutores", explicou.

"Isto permite-nos fazer uma maior racionalização do uso das viaturas e uma distinção muito clara entre aquilo que é uso pessoal e que é muito restrito para entidades que são órgãos de soberania e aquilo que são usos para fins de serviço, que só podem ser realizados em determinadas condições que de facto obedeçam ao requisito do serviço", acrescentou o chefe do Governo.

Ulisses Correia e Silva garantiu que "haverá fiscalização" das novas regras: "A grande vantagem é que as regras, agora muito mais claras, são muito mais vinculativas. E faz uma diferenciação muito clara que permite com que haja também uma fiscalização mais efetiva".

Cabo Verde enfrenta uma profunda crise económica e financeira, decorrente da forte quebra na procura turística - setor que garante 25% do PIB do arquipélago - desde março de 2020, devido à pandemia de covid-19.

Em 2020, registou uma recessão económica histórica, equivalente a 14,8% do PIB, seguindo-se um crescimento de 7% em 2021 impulsionado pela retoma da procura turística. Para 2022, devido às consequências económicas da guerra na Ucrânia, nomeadamente a escalada de preços, o Governo cabo-verdiano baixou em junho a previsão de crescimento de 6% para 4%, que, entretanto, voltou a rever, agora para mais de 8%.

"Em 2023, o Governo aprovará uma nova lei de estrutura orientada para a racionalização e eficiência da administração pública. A transformação digital da administração pública irá aumentar o nível de serviços 'online', a interoperabilidade entre os serviços, a transparência e a interação com os utentes e os cidadãos", anunciou ainda.

Ulisses Correia e Silva acrescentou que a lei do Orçamento de Estado para 2023 -- aprovada na madrugada de sábado apenas com os votos a favor do Movimento para a Democracia (MpD, maioria) -- "define e restringe as entidades que podem viajar em classe executiva", o que não estava previsto na versão inicial do documento, que só admitia viagens em classe económica.

"Para viagens em avião de duração inferior a quatro horas e meia, com exceção do Presidente da República, do primeiro-ministro e do presidente da Assembleia Nacional, as viagens são em classe económica", disse igualmente.

A proposta de lei do Orçamento do Estado para 2023 está avaliada em 77,9 mil milhões de escudos (712 milhões de euros), inclui o aumento dos salários mais baixos da Administração Pública e prevê um crescimento económico de 4,8% do Produto Interno Bruto (PIB) cabo-verdiano e uma inflação inferior a 4%, contra os mais de 8% esperados para este ano.

"O crescimento económico e as políticas ativas de emprego, através da formação profissional, estágios profissionais e empreendedorismo, vão criar seguramente mais e melhores condições de emprego e de rendimento, e particularmente dirigidos aos jovens. As empresas podem continuar a contar com o Governo. Juntos, passamos por momentos muito difíceis", afirmou o primeiro-ministro, na mesma mensagem.

"Apoios à recuperação das empresas, estímulos e incentivos fiscais e financeiros ao investimento, ecossistema de financiamento mais robusto e melhoria do ambiente de negócios continuam e vão ser reforçados em 2023. Um novo acordo estratégico de médio prazo com os parceiros sociais, estamos a falar de entidades patronais e sindicatos, será celebrado em sede do Conselho de Concertação Social", acrescentou.

Ulisses Correia e Silva defendeu que Cabo Verde precisa de um "tecido empresarial mais dinâmico, com atitude empreendedora, qualidade de gestão e capacidade de inovação" e que "do lado do Governo, todos os ministérios vão orientar-se para os objetivos de melhoria do ambiente, de negócios e de condições para o fomento do investimento privado, com uma atitude mais proativa, mais eficiência e maior efetividade" em 2023.

"O momento é de reforçar a confiança no país. Cabo Verde é um país com uma boa reputação internacional", sublinhou.

União Africana - Chefes de Estado e de Governo aprovaram Relatório do BAD sobre Industrialização de África

Bissau, 28 nov 22 (ANG) - Os Chefes de Estado e de Governo da União Africana presentes em Niamey(Niger) no dia 24 do corrente mês, analisaram e aprovaram com algumas emendas o Relatório do Banco Africano de Desenvolvimento(BAD) e de parceiros sobre a Industrialização de África.

Segundo a página oficial da Presidência da República no facebook,  37 países africanos se industrializaram na última década, e os países com melhor desempenho não são necessariamente aqueles com as maiores economias, mas sim, os que geram um elevado valor acrescentado de produção per capita.

“Trinta e sete dos 52 países africanos tornaram-se mais industrializados nos últimos onze anos, de acordo com um relatório recentemente divulgado pelo Banco Africano de Desenvolvimento, a União Africana e a Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (UNIDO)”, refere a página.

O relatório do Índice de Industrialização de África (AII) fornece uma avaliação a nível nacional dos progressos de 52 países africanos através de 19 indicadores-chave.

O relatório permitirá aos Governos africanos  identificar países comparáveis para aferir o seu próprio desempenho industrial e identificar as melhores práticas de forma mais eficaz.

O Banco Africano de Desenvolvimento, a União Africana e a UNIDO lançaram conjuntamente a edição inaugural do AII à margem da Cimeira da União Africana sobre Industrialização e Diversificação Económica, em Niamey, no Níger.

 A Cimeira Extraordinária da União Africana sobre Industrialização e Diversificação Económica e a Sessão Extraordinária da organização sobre a Área de Comércio Livre Continental que decorreu em Niamey, Níger, entre os dias 24 e 25 de novembro de 2022, foi dedicado ao tema: "Industrialização da África: Compromisso Renovado para a Industrialização Inclusiva e Sustentável e a Diversificação Económica".

ANG/LPG/ÂC//SG

Sublevação militar - Presidente da República condena tentativa de golpe de Estado em São Tomé e Príncipe

Bissau, 28 Nov 22 (ANG) - O Presidente da República e igualmente Presidente em exercício da Conferência dos Chefes de Estado e de Governo da CEDEAO, condena a tentativa de golpe de Estado ocorrida no dia 25 de Novembro do ano em curso em São Tomé e Príncipe.

A informação consta numa nota de condenação e de solidariedade, da Presidência da República feita no dia 25 de Novembro de 2022, à que a ANG teve acesso hoje, e enviada  as instituições da República de São Tomé e Príncipe, na qual o chefe de Estado guineense considerou inadmissível e inaceitável qualquer tipo de acção que ponha em causa o Estado de Direito Democrático.

Segundo a nota, Umaro Sissoco Embaló declarou na nota a sua  total solidariedade ao Presidente da República, ao Primeiro-Ministro e ao seu Governo , bem como ao povo irmão de São Tomé e Príncipe.

O chefe de Estado guineense disse sedejar  que as instituições democraticamente eleitas se mantenham coesas, unidas e determinadas em prol do desenvolvimento e bem-estar dos são-tomenses.

Úmaro Sissoco Embaló ainda exaltou o posicionamento republicano assumido pelas Forças Armadas e policiais de S. Tomé e Príncipe e exorta-os a prosseguirem e a reforçarem cada vez mais essa postura constitucional.

Na madrugada de sexta-feira, quatro homens atacaram o quartel das Forças Armadas, na capital são-tomense, num assalto que se prolongou por quase seis horas, com intensas trocas de tiros e explosões, e em que fizeram refém o oficial de dia, que ficou ferido com gravidade devido a agressões, dos quatro atacantes, três morreram, bem como o suspeito Arlécio Costa.

O ataque foi neutralizado pelas 06:00 locais  da sexta-feira, com a detenção dos quatro assaltantes e de alguns militares suspeitos de envolvimento na ação.

Foram também detidos pelos militares o antigo presidente da Assembleia Nacional Delfim Neves (que concluiu igualmente o mandato este mês) e Arlécio Costa, antigo oficial do 'batalhão Búfalo' que foi condenado em 2009 por uma tentativa de golpe de Estado, alegadamente identificados pelos atacantes como mandantes. 

ANG/MI/ÂC//SG

A delegação dos Emirados Árabes Unidos está em missão de prospeção económica para futuros investimentos na Guiné-Bissau. O Ministro da Economia, Plano e Integração Regional, José Casimiro Varela destaca setores prioritários da missão.

 Radio Voz Do Povo

Guiné-Bissau: Manifestação em Bissau contra a Violência dos homens

A sociedade guineense está confrontada com atos violentos práticados pelas mulheres contra os homens. A manifestação visa travar este novo comportamento que deixou todos surpresos e indignados.

 Radio Voz Do Povo 

CABO VERDE: Na praia de Moiá-Moiá, a areia branca está praticamente coberta de algas, empurradas pelas correntes da baía cabo-verdiana onde investigadores descobriram um campo de corais de cerca de 1.000 metros quadrados que precisa ser preservado.

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POR LUSA  28/11/22 

 Cabo Verde. Investigadores descobrem campo de corais e pedem preservação

Na praia de Moiá-Moiá, a areia branca está praticamente coberta de algas, empurradas pelas correntes da baía cabo-verdiana onde investigadores descobriram um campo de corais de cerca de 1.000 metros quadrados que precisa ser preservado.

"A zona é particularmente rica em corais e outros elementos de biodiversidade por causa do constante fluxo de água. Aqui as correntes costumam ser muito fortes e sempre renovam as águas, trazendo peixes e eliminando uma eventual poluição", descreve à Lusa Wlodzimierz Szymaniak, polaco residente há muitos anos em Cabo Verde e que mergulhou até às profundezas da baía de Moiá-Moiá, no concelho de São Domingos, na parte oriental da ilha de Santiago, para descobrir o campo de coral duro.

Uma monitorização feita durante meses em parceria com a Associação Cabo-verdiana de Ecoturismo (ECOCV), que considerou que esta foi uma das "descobertas mais notáveis" deste ano, estimando que o campo tem aproximadamente uma área de até 1000 metros quadrados.

"Aqui foi uma boa surpresa porque mergulhando, pesquisando sobre as ervas marinhas, descobrimos uma zona muito grande dos corais pétreos, com nome científico 'Sidastrea radians'", precisou Edita Magileviciute, bióloga marinha e vice-presidente da ECOCV.

Szymaniak, que é reitor da Universidade Jean Piaget de Cabo Verde e um dos maiores entusiastas e praticantes do mergulho nas costas do arquipélago, disse que a descoberta só foi possível depois de muito trabalho de preparação e de pesquisa.

"Neste caso, eu descobri a baía de Moiá-Moiá através dos livros antigos, por exemplo, os livros do Cristiano de Sena Barcelos", explica, em entrevista no local, que a norte tem a igreja de Alcatraz e mais a sul o farol da Ponta Leste, do século XIX.

"Atualmente esta zona é quase completamente esquecida e degradada pela apanha ilegal de areia, mas antigamente foi bem descrita nos livros de navegação e mencionada nos mapas, por ser extremamente perigosa para os navios", diz, apontando o Pentalina B, que encalhou nessa baía em junho de 2014, e cujo casco ainda se encontra no local.

O nome Moiá-Moiá, segundo o investigador, vem do português 'molhado', lembrando que quando um navio naufragava no local, geralmente as populações nas imediações, atualmente de cerca de duas centenas, mostravam-se pouco solidárias e pilhavam a carga.

"Muitas vezes era o milho, cereais, que, molhados, tinham de ser vendidos a preços muito convidativos porque estragavam muito facilmente, daí surgiu a palavra crioula 'moiá', que significa preço baixo e o nome da baía e da aldeia", explica Wlodzimierz Szymaniak.

Funcionando como o 'barómetro' da poluição e importante para salvaguardar o equilíbrio biológico, o professor universitário aponta para o "autêntico tapete" de corais de Moiá-Moiá, zona onde também descobriu muitos vestígios arqueológicos subaquáticos, nomeadamente âncoras antigas e canhões dos séculos XVI e XVII.

"É uma zona muito rica cultural e biologicamente, e que merece mais atenção de todos nós", pede, garantindo que vai continuar a mergulhar no local, para descobrir as "muitas surpresas" em Cabo Verde.

Um trabalho sempre em parceria com a ECOCV, que desde 2015 tem um plano de gestão e conversão de corais em Cabo Verde, mas que precisa de ser posto em prática.

"Por isso, o segundo passo é fazer mais investigação, identificar a gravidade dos impactos, como poluição e extração de areia na zona costeira, o impacto destas algas e fazer um mapeamento específico destes corais e outras espécies associadas", indicou Edita Magileviciut, considerando que a baía é muito importante para a biodiversidade dos corais no arquipélago cabo-verdiano.

Tal como existe nas ilhas de São Vicente e Boa Vista, a bióloga marinha não descarta a hipótese de ter uma enseada de corais em Moiá-Moiá, mas vai alertando para as muitas ameaças a essas espécies, com poluição de todo o tipo, desde sacos e garrafas de plástico, redes de pesca, mas também a apanha ilegal da areia, que está a descaraterizar o local.

"Este habitat é muito sensível, pelo que temos de fazer mais investigação, educar as populações, sensibilizar, aumentar atividades de conservação. Porque senão vamos perder sem descobrir", avisa a membro da ECOCV, criada em 2015 por um grupo de profissionais de diversas áreas para conservar o meio ambiente em Cabo Verde.

O mais importante, segundo a investigadora, é que estes corais "são mais ou menos saudáveis", mas nesta época as algas 'sargassum' reproduzem-se muito, cobrem a superfície do mar, impedindo a penetração da luz na água, provocando a morte dessas espécies.

"A mensagem muito importante é que todas as espécies, no mar, tal como na terra, estão ligados, se perdermos os corais, perdemos as nossas costas, perdemos áreas de reprodução de peixes de importância comercial, peixes endémicos, e tudo isso. Portanto, protegendo uma espécie de corais, protegemos o ecossistema", insiste a bióloga.

CHINA: Jornalista da BBC "espancado" pela polícia ao cobrir protestos em Xangai

© Twitter

POR LUSA  28/11/22 

Um jornalista da BBC foi "espancado e pontapeado pela polícia", antes de ser detido, em Xangai, no domingo, enquanto cobria um dos protestos contra medidas de prevenção da covid-19 impostas na China.

A emissora pública britânica, através de um porta-voz, mostrou-se "muito preocupada" ao confirmar que o repórter de imagem Edward Lawrence "foi atacado" em Xangai no domingo, como demonstram imagens partilhadas nas redes sociais, nas quais se vê agentes da policia a arrastarem o jornalista algemado pelo chão.

"É muito preocupante que um dos nossos jornalistas tenha sido atacado desta maneira no desempenho das suas funções", acrescentou o porta-voz, em declarações à estação de rádio britânica LBC, citadas pela agência de notícias Europa Press.

A BBC criticou o facto de não ter recebido nenhuma explicação oficial nem um pedido de desculpas por parte das autoridades, "além de uma declaração de que ele teria sido detido para seu próprio bem, caso fosse contagiado com o coronavírus no meio da multidão".

"Não consideramos uma explicação credível", afirmou o porta-voz da BBC.

Edward Lawrence, que trabalha na delegação da BBC em Pequim, viajou para Xangai para cobrir os protestos dos últimos dias.

As medidas de prevenção epidémica da China são as mais restritivas do mundo, ao abrigo da política de 'zero casos' de covid-19. A estratégia inclui o isolamento de todos os casos positivos e contactos próximos, o bloqueio de bairros ou cidades inteiras e a realização constante de testes em massa.

Nos últimos dias, manifestações contra as restrições espalharam-se por grandes cidades da China como Pequim, Xangai e Nanjing.

Os protestos intensificaram-se na quinta-feira, após a morte de dez pessoas num incêndio num edifício alvo de confinamento em Urumqi.

De acordo com o jornalista agredido, em publicações partilhadas na sua conta no Twitter, a polícia bloqueou estradas e não deixava passar as pessoas, depois de a multidão ter aumentado.

"Vi a polícia a deter três pessoas, duas das quais confrontaram os agentes. Há uma tensão silenciosa até alguém gritar, depois a multidão canta e aplaude em sinal de apoio", explicou, depois de assinalar que os protestos eram pacíficos e com grande controlo policial.

A capital chinesa, que tem estado especialmente protegida contra surtos desde 2020, está agora a experimentar os níveis mais elevados de contágio: de acordo com o último relatório oficial, mais de 4.300 novos casos foram detetados no sábado, 82% dos quais assintomáticos.

Estes números, baixos pelos padrões internacionais, mas intoleráveis para as autoridades chinesas, resultaram em restrições e confinamentos que afetam uma grande parte da população da capital.

De acordo com dados da Comissão Nacional de Saúde, a China bateu no sábado o número recorde de infeções, detetando quase 40.000 novos casos, embora mais de 90% se tratem de casos assintomáticos.

Os números oficiais mostram que cerca de 1,8 milhões de pessoas estão atualmente sob quarentena, uma vez que a diretriz é transferir os casos - incluindo assintomáticos - e também, mas separadamente, aqueles que tiveram em contacto com os infetados, para hospitais ou centros de isolamento.