sexta-feira, 11 de julho de 2025

EUA vão construir nova embaixada em Bissau após 27 anos

PR Sissoco Embaló     Podw.com/pt  11/07/2025

Os EUA vão iniciar a construção da nova embaixada em Bissau, fechada há 27 anos. O Presidente Umaro Sissoco Embaló anunciou o arranque das obras após a época das chuvas, reforçando laços bilaterais.

O Presidente guineense afirmou hoje que os Estados Unidos da América vão iniciar as obras de construção de raiz da sua embaixada em Bissau, encerrada há 27 anos, na sequência do conflito político-militar na Guiné-Bissau.

As obras serão iniciadas logo após a época das chuvas, que normalmente termina em outubro, num terreno que o Governo norte-americano já adquiriu, disse Umaro Sissoco Embaló.

O Presidente guineense fez este anúncio hoje em Bissau, durante o balanço da sua recente visita aos Estados Unidos da América (EUA), juntamente com mais quatro líderes de países africanos, a convite do Presidente norte-americano, Donald Trump.

Sobre a visita e o encontro com o líder norte-americano, Sissoco Embaló disse tratar-se de algo normal, como já tinha sido com os Presidentes da Rússia, Vladimir Putin, da China, Xi Jinping, e da França, Emmanuel Mácron.

Embaló disse ter dito isso mesmo a uma pessoa que lhe perguntou, na quinta-feira, numa visita que realizou a um instituto da paz em Washington, qual era a sua sensação após se ter encontrado com Donald Trump.

"Disse-lhe que me encontrei com o meu homólogo, é como me ter encontrado com o Presidente Xi Jinping ou Putin, embora este seja um homem impressionante", referiu o Presidente guineense.

"Um país soberano e não-alinhado"

Umaro Sissoco Embaló disse ter repetido diante de Trump que a Guiné-Bissau "é um país soberano e não-alinhado" a quem ninguém pode ditar o que fazer ou visitar.

"Somos coitados, mas dignos", observou Embaló, salientando, contudo, que o país está aberto a receber empresários norte-americanos em prospeção de oportunidades de negócios, que adiantou a Trump existirem na Guiné-Bissau.

O chefe de Estado guineense disse ter informado o líder norte-americano de que a Guiné-Bissau, embora ainda não esteja a explorar recursos naturais, poderá ter potencialidades nesses domínios, por se situar na mesma bacia de países como o Senegal e a Guiné-Conacri.

Estes dois países, disse Embaló, têm e já estão a explorar diversos recursos naturais.

O Presidente guineense aproveitou o encontro com jornalistas para anunciar que irá realizar ainda este ano uma visita de Estado aos EUA, antes das eleições legislativas e presidenciais guineenses, que o próprio marcou para 23 de novembro próximo. 


O Diretor Geral da Energia Carlos Handem, prestou esclarecimentos sobre o desmantelamento de postos de eletrificação financiados pelo Banco Mundial no âmbito do projecto de expansão da rede elétrica nacional.

“Não há qualquer surpresa. Não basta apenas sentar-se à mesa, é preciso estar preparado.” — Domingos Simões Pereira, sobre a visita de alguns líderes africanos ao Salão Oval com Donald Trump, Presidente dos Estados Unidos.

Número de mortos em protestos no Quénia sobe para 38

Por LUSA 

Pelo menos 38 pessoas foram mortas após os protestos violentos de segunda-feira no Quénia, segundo novo balanço divulgado hoje pela Comissão Nacional dos Direitos Humanos do Quénia (KNCHR, na sigla em inglês).

Um relatório anterior, divulgado na terça-feira pela KNHCR, uma instituição pública, mas independente, indicou 31 mortes.

Este é o maior número de mortos desde que os protestos contra o Presidente, William Ruto, começaram, há mais de um ano, e abalaram o país do leste de África.

Na segunda-feira, no dia de "Saba Saba" ("Sete, Sete" em suaíli, uma referência à revolta pró-democracia de 07 de julho de 1990), a polícia mobilizada em grande número cortou as principais vias de acesso a Nairobi, capital do país, cujas ruas estavam vazias.

Confrontos entre a polícia e manifestantes ocorreram nos arredores da cidade.

A KNHRC anunciou, em comunicado, que o número de "vítimas agora é de trinta e oito pessoas" e que outras 130 ficaram feridas.

Segundo a comissão, as três cidades com mais vítimas são Kiambu (oito), Nairobi (seis) e Kaijado (seis).

Na terça-feira, a ONU declarou estar "muito perturbada" com os primeiros números publicados no dia anterior, referindo-se a "assassínios".

Na quarta-feira, o Presidente Ruto lançou um aviso firme contra aqueles que pretendem "derrubar" o Governo e avisou que a polícia iria disparar contra "os saqueadores", o que motivou reações do principal partido da oposição.

Desde há um ano, o Quénia vive uma vaga de manifestações, desencadeada em junho de 2024 por um controverso projeto de lei orçamental, criticado em especial pelos jovens.

O movimento tem sido severamente reprimido pela polícia e, com este último número de mortos, já fez mais de uma centena de vítimas mortais.

As organizações de defesa dos direitos humanos estão a denunciar a responsabilidade da polícia na violência, na morte de manifestantes e nos muitos desaparecimentos forçados.

No dia 25 de junho de 2024, a KNCHR registou 19 mortes ocorridas nas manifestações realizadas nos dias anteriores e que já se tinham transformado em confrontos entre os manifestantes e a polícia.

Nos dias que se seguiram, o Governo afirmou ter "frustrado um golpe de Estado", enquanto os manifestantes o acusaram de ter contratado homens armados para desacreditar o seu movimento.

A violência policial manchou a imagem do Quénia, que até agora era considerado um dos poucos Estados estáveis e democráticos numa região conturbada.

Nigéria recusa-se a receber cidadãos deportados dos EUA: "Pressão"... O ministro dos Negócios Estrangeiros da Nigéria anunciou hoje que o país se recusa a aceitar 300 cidadãos venezuelanos que serão deportados dos Estados Unidos da América até porque já têm "230 milhões de habitantes".

Por LUSA 

Os Estados Unidos da América (EUA) estão a exercer uma pressão considerável sobre os países africanos para que aceitem venezuelanos deportados, alguns diretamente das prisões", disse o ministro dos Negócios Estrangeiros da Nigéria, Yusuf Tuggar, em entrevista ao cança africano Channels Television, na quinta-feira.

Será difícil para a Nigéria aceitar prisioneiros venezuelanos, pelo amor de Deus. Já temos problemas suficientes (...) Somos mais de 230 milhões de pessoas", acrescentou.

Trump contactou pelo menos quatro nações africanas - Benim, Essuatíni, Líbia e Ruanda - para acolherem deportados sendo que, no início do mês, oito pessoas foram enviadas para o Sudão do Sul, após uma batalha judicial que as levou a ficarem detidas no Djibuti durante várias semanas, segundo o órgão de comunicação social britânico BBC.

Esta semana, o chefe de Estado norte-americano reuniu com cinco homólogos africanos do Gabão, Guiné-Bissau, Libéria, Mauritânia e Senegal e o norte-americano Wall Street Journal noticiou que este foi um dos temas abordados e que Trump os pressionou para tal.

Contudo, o Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, disse aos repórteres que Trump levantou a questão das deportações para países terceiros, mas não lhes pediu "para receber de volta os imigrantes".

A deportação de pessoas para países terceiros tem sido uma prática do Governo Trump aos migrantes indocumentados, nomeadamente com o envio de centenas para uma prisão em El Salvador e para o Panamá, países da América Central.

Os EUA ameaçaram o bloco político BRICS - do qual faz parte a Nigéria - com taxas o que, para Tuggar, é uma medida que está relacionada precisamente com a questão das deportações, noticiou o meio de comunicação social francês RFI.

Especificamente sobre a Nigéria, Trump anunciou uma tarifa de 10% aos produtos deste país da África Ocidental.

Também esta semana, terça-feira, os EUA anunciaram novas restrições para vistos a cidadãos nigerianos que não se enquadram nas categorias de "imigração" ou "diplomacia", uma medida que tem sido considerada vingativa, apesar da diplomacia norte-americana ter negado hoje essa retórica.

De acordo com o aviso publicado no 'site' da embaixada norte-americana na Nigéria, os vistos emitidos serão estritamente de entrada única e não excederão um período máximo de três meses.

Até agora, os nigerianos podiam beneficiar de vistos de múltiplas entradas, com validades muito superiores.

Os estudantes, comerciantes e turistas nigerianos terão, portanto, muito mais dificuldade em viajar para os EUA, noticiou a RFI. 

O Ministério dos Negócios Estrangeiros nigeriano considerou que "esta decisão parece contrária aos princípios de reciprocidade, equidade e respeito mútuo que devem orientar as relações bilaterais entre nações amigas".

Por isso, pediram "respeitosamente" aos Estados Unidos que reconsiderem esta decisão "num espírito de parceria e cooperação".

Em 2024, a Nigéria representava 20% dos vistos de não imigrantes distribuídos pelos EUA, sendo esta a nação africana que mais jovens tem lá a estudar.

Segundo o comunicado de hoje da embaixada dos EUA em Abuja "a verdadeira razão para as restrições de vistos são os padrões técnicos e de segurança que tinham de ser respeitados".

Trump admite que EUA estão a passar armas para Kyiv compradas pela NATO... Os EUA estão a vender armas aos seus aliados da NATO na Europa para que estes as possam fornecer à Ucrânia, admitiu hoje o Presidente norte-americano, Donald Trump.

Por LUSA 

"Estamos a enviar armas para a NATO, e a NATO está a pagar por essas armas, a 100%", disse Trump numa entrevista à cadeia televisiva NBC, na noite de quinta-feira.

O que está a acontecer é que as armas que estão a ser enviadas vão para a NATO. E depois a NATO vai doá-las (à Ucrânia). E a NATO vai pagar por elas", explicou Trump.

Também hoje, o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, informou que algumas das armas fabricadas nos EUA que a Ucrânia procura estão a ser utilizadas por aliados da NATO na Europa.

"É muito mais rápido transportar algo, por exemplo, da Alemanha para a Ucrânia do que encomendá-lo a uma fábrica (nos EUA) e levá-lo até lá", explicou Rubio aos jornalistas, durante uma visita a Kuala Lumpur, na Malásia.

A Ucrânia precisa urgentemente de mais sistemas de defesa aérea Patriot fabricados nos EUA para deter mísseis balísticos e de cruzeiro russos.

O Governo de Trump deu sinais contraditórios sobre a sua disponibilidade para prestar mais ajuda militar vital à Ucrânia durante os seus mais de três anos de luta contra a invasão russa.

Contudo, após uma pausa em alguns envios de armas, Trump assegurou que continuará a enviar armas defensivas para a Ucrânia.

As autoridades norte-americanas informaram esta semana que munições de 155 mm e foguetes guiados de precisão estão a caminho da Ucrânia.

Na quinta-feira, o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, informou que a Ucrânia pediu aos países estrangeiros que lhe forneçam mais 10 sistemas e mísseis Patriot.

A Alemanha, Espanha e outros países europeus possuem sistemas de mísseis Patriot, e alguns fizeram encomendas de mais, explicou Rubio.

A Alemanha está pronta para fornecer dois sistemas, e a Noruega concordou em fornecer um.

Zelensky também disse que a Ucrânia precisa de mais 'drones' intercetores, para abater os 'drones' Shahed de fabrico russo.


Leia Também: "Apoio de Portugal à Ucrânia é compromisso inabalável, rumo a paz justa" 

PAM suspende assistência a vários países africanos. Porquê?... O Programa Alimentar Mundial (PAM) anunciou hoje a suspensão de assistência alimentar e nutricional a vários países africanos devido à falta de financiamento da agência, nomeadamente por causa dos cortes na ajuda externa dos Estados Unidos da América.

Por LUSA 

De acordo com o alerta desta agência das Nações Unidas, a suspensão das operações já está em curso na Mauritânia, Mali e República Centro-Africana, onde os 'stocks' alimentares "só deverão durar algumas semanas".

A distribuição de ajuda já foi também significativamente reduzida nos campos de refugiados nigerianos nos Camarões, lamentou o PAM.

"Estamos a fazer tudo o que podemos para dar prioridade às atividades mais vitais, mas sem um apoio urgente dos nossos parceiros, a nossa capacidade de resposta diminui de dia para dia. Precisamos de financiamento contínuo para manter o fornecimento de alimentos e a esperança viva", declarou a diretora regional do PAM, Margot van der Velden, à agência Associated Press.

Para a agência da ONU, a decisão do Presidente norte-americano, Donald Trump, de cortar os fundos da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID, na siglaem inglês) e o financiamento vital às Nações Unidas deixou muitas agências humanitárias em dificuldades para sobreviver.

Calcula-se que milhões de pessoas sejam afetadas de forma imediata, incluindo 300.000 crianças na Nigéria em risco de "desnutrição severa", o que eleva o risco de morte, segundo dados do PAM.

O Comité Internacional de Resgate (IRC, na sigla em inglês) indicou este mês que houve um aumento de 178% nas admissões em internamento nas suas clínicas entre março e maio no norte da Nigéria, onde 1,3 milhões de pessoas dependem da ajuda do PAM.

Os deslocados no Mali não recebem alimentos de emergência desde junho, precisamente no início do período em que a produção alimentar atinge os níveis mais baixos no Sahel.

Apesar da contínua chegada de refugiados provenientes do Darfur do Norte, devido ao conflito em curso no Sudão, os fornecimentos de emergência no Chade só deverão durar até ao final do ano.

O Níger enfrenta uma suspensão total da ajuda alimentar até outubro.

Estes países já estão mergulhados em crises humanitárias agravadas por ataques constantes de diversos grupos terroristas, que provocaram milhares de mortos e milhões de deslocados, segundo a ONU. Os ataques são ainda intensificados pelas alterações climáticas, que têm afetado as colheitas e fragilizado as economias de vários países do continente.

O PAM afirma precisar de 494 milhões de dólares (cerca de 423 milhões de euros) para cobrir as operações na segunda metade de 2025, mas os fundos estão completamente esgotados, forçando a organização a dar prioridade aos grupos mais vulneráveis.

Formação em Segurança Rodoviária arranca com apoio do Ministério do Interior... O Colectivo de Condutores e Proprietários de Transportes Rodoviários da Guiné-Bissau (CCPTR) deu início esta quinta-feira, 11 de julho, à formação oficial em segurança rodoviária, numa ação realizada em estreita parceria com o Ministério do Interior. A formação decorre até dia 14 do corrente mês, sob o lema "ZERO ACIDENTE NA GUINÉ-BISSAU".

PR General Umaro Sissoco Embaló faz balanço da visita à EUA no quadro da Cimeira de Alto Nível, organizanda pelo Presidente Donald Trump


O Presidente da República, General Umaro Sissoco Embaló, regressado de Washington, destacou à imprensa os principais pontos da sua deslocação oficial aos Estados Unidos.

Durante a visita, o Chefe de Estado participou numa cimeira com o Presidente Donald Trump e outros líderes africanos, sublinhando a importância do encontro para o reforço das relações bilaterais e parcerias económicas.

O Presidente esteve ainda acompanhado da Ministra da Justiça e da Direcção da Polícia Judiciária, que mantiveram contactos com a DEA para aprofundar a cooperação no combate ao narcotráfico.

A agenda incluiu também uma reunião com empresários na Câmara de Comércio dos EUA, com foco nas oportunidades de investimento na Guiné-Bissau.

Sobre a organização da próxima Cimeira da CPLP, prevista para 18 de julho, o Presidente assegurou que os preparativos estão em curso.

Para concluir, reafirmou o respeito profundo por figuras históricas da luta pela independência, como Amílcar Cabral e Nino Vieira.

Exército da Nigéria mata centenas de alegados membros de grupo criminoso... Uma emboscada montada pelo exército da Nigéria matou pelo menos 150 alegados membros de um grupo criminoso, no estado de Kebbi, no noroeste do país, disse um político local.

Por LUSA 

"Mais de 150 bandidos foram mortos durante a operação militar, que envolveu tropas terrestres e caças", disse, na quinta-feira, Husaini Bena, administrador político do distrito de Danko-Wasagu.

As tropas montaram uma emboscada a uma caravana de membros de um grupo armado que passava por aldeias no estado de Kebbi na quarta-feira, originando um tiroteio de duas horas entre o exército e o grupo.

Os soldados obrigaram os membros do grupo criminoso a recuar, e os caças do exército "bombardearam-nos enquanto fugiam", acrescentou Bena.

Num comunicado, o diretor de segurança do governador local, Abdulrahman Zagga, confirmou o incidente e disse que as tropas lutaram contra cerca de 400 membros do grupo, "eliminando um grande número".

Nos últimos anos, grupos armados intensificaram os ataques em zonas rurais do noroeste e centro da Nigéria, onde a presença do Estado é fraca, saqueando aldeias e matando residentes ou raptando-os para pedir resgates.

No domingo, pelo menos 40 membros de um grupo de autodefesa morreram durante um ataque de um grupo armado a uma aldeia no centro da Nigéria, avançou a agência de notícias France-Presse (AFP), citando locais e a Cruz Vermelha.

O secretário da Cruz Vermelha do estado de Plateau, Nuruddeen Hussain Magaji, disse à AFP que "centenas de milicianos de autodefesa foram emboscados" no domingo na aldeia de Kukawa.

O ataque ocorreu quando o grupo de autodefesa se reagrupava após confrontos que causaram dez mortes entre os milicianos na aldeia vizinha de Bunyun, segundo um morador.

Regularmente assolado por tensões intercomunitárias, nomeadamente entre agricultores sedentários e criadores de gado nómadas que disputam o acesso à terra e aos recursos, o estado de Plateau tem vivido nos últimos meses uma escalada de violência.

"De acordo com os primeiros relatos do nosso pessoal no terreno, pelo menos 30 corpos foram levados para um hospital local e alguns feridos foram transferidos para um hospital no estado vizinho de Bauchi", referiu Magaji.

No centro da Nigéria, as terras disponíveis para a agricultura e a pecuária estão a diminuir em resultado das alterações climáticas e da expansão humana, o que leva a confrontos.