sexta-feira, 3 de maio de 2024

Guiné-Bissau: Sindicato dos Jornalistas exorta Embaló a promulgar Lei da Carteira

© Horacio Villalobos#Corbis/Corbis via Getty Images
Por Lusa  03/05/24 
A presidente do Sindicato dos Jornalistas e Técnicos da Comunicação Social da Guiné-Bissau, Indira Correia Baldé, exortou hoje o Presidente do país, Umaro Sissoco Embaló, a promulgar a Lei da Carteira Profissional de Jornalistas.

Indira Baldé, que falava no âmbito de um fórum comemorativo do Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, que hoje se assinala, afirmou que a promulgação da Lei da Carteira "vai permitir que se saiba quem é o verdadeiro jornalista" na Guiné-Bissau.

A Lei da Carteira Profissional de Jornalistas aguarda pela promulgação de Sissoco Embaló desde novembro de 2020, quando foi aprovada pelo Conselho de Ministros.

Para a presidente do sindicato, aquele instrumento, caso seja aprovado, vai permitir regular e valorizar o trabalho do jornalismo no país.

"A Lei da Carteira Profissional vai permitir o reforço do jornalismo de verdade na Guiné-Bissau", sublinhou Indira Baldé.

A presidente do sindicato observou que a Guiné-Bissau "subiu no 'ranking'" mundial de Liberdade de Imprensa, elaborado anualmente pela organização Repórteres Sem Fronteiras, entre 2022 e 2023, estando em 68.º entre 180 países avaliados.

"A Guiné-Bissau subiu 14 lugares em relação a 2022, mas ainda estamos na zona laranja, isto é, numa situação problemática", notou.

Na avaliação dos Repórteres Sem Fronteiras, além da instabilidade política, os jornalistas guineenses ainda são vítimas de pressões políticas, económicas e trabalham num ambiente de precariedade, disse a presidente do sindicato.

Indira Correia Baldé lançou igualmente um apelo ao Governo para que analise uma proposta que lhe foi submetida sobre o estatuto remuneratório dos profissionais de comunicação social no país.

"Que o Estado crie um fundo de subvenção aos órgãos de comunicação social públicos, privados e comunitários, dada a importância do trabalho que prestam" à sociedade, referiu.

No âmbito das celebrações do Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, foi hoje lançado o "Quadro Nacional Abrangente para a Segurança dos Jornalistas na Guiné-Bissau", um mecanismo que, segundo a presidente do sindicato, "vai permitir reduzir a vulnerabilidade dos profissionais da comunicação social".

"Esse mecanismo vai permitir uma resposta rápida em caso de ameaça ou agressão aos profissionais" do setor, declarou Indira Baldé.

Um dos convidados para a cerimónia da celebração do Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, o presidente da Liga Guineense dos Direitos Humanos, Bubacar Turé, saudou "a resiliência" dos jornalistas do país, os quais trabalham num ambiente caracterizado "por intimidações e ameaças".

"Quero lançar, mais uma vez, um vibrante apelo ao poder político vigente na Guiné-Bissau, no sentido de criar condições para um livre exercício da liberdade de imprensa, facilitando o acesso à informação" aos profissionais de comunicação social, destacou Turé.

O presidente da Liga dos Direitos Humanos salientou que a Guiné-Bissau celebra o Dia da Liberdade de Imprensa numa altura em que "vários casos de ataques" aos profissionais da comunicação social "continuam impunes".


Presidente da RDCongo considera "possível" guerra com Ruanda

© Reuters
Por Lusa   03/05/24 
O presidente congolês, Felix Tshisekedi, alertou hoje que "é possível" uma guerra com a República Democrática do Congo (RDCongo), numa entrevista ao jornal francês Le Fígaro.

Há meses que combates violentos decorrem no leste da RDCongo, onde as forças governamentais se opõem ao movimento rebelde M23, apoiado pelo Ruanda.

"É claro que uma guerra é possível, não vou esconder isso", declarou Tshisekedi, que fez uma visita oficial a França no início desta semana.

"Este país, que é nosso vizinho, está a violar o nosso território para pilhar os minerais críticos e aterrorizar a população", acusou mais uma vez o chefe de Estado congolês, denunciando "a inércia da comunidade internacional", à qual Kinshasa pede para adotar sanções contra o Ruanda.

Kigali nega o envolvimento, mas a comunidade internacional, incluindo França e os Estados Unidos, acredita que o Ruanda apoia o M23 e comprometeu forças no leste.

"O M23 é uma concha vazia! Pode ter apenas 500 milicianos. Não, são soldados ruandeses que estão a semear a morte no nosso solo", continuou Tshisekedi, que acredita ter recebido apoio durante a sua visita de Paris, que também mantém boas relações com Kigali.

"Quero adiar este prazo tanto quanto possível, porque prefiro colocar toda a nossa energia e riqueza no desenvolvimento dos 145 territórios da RDC e não no esforço militar", disse Tshisekedi.

Questionado sobre a possibilidade de encetar conversações com o homólogo ruandês, Paul Kagame, salientou que a mediação angolana está a trabalhar nesse sentido.

"As nossas delegações vão reunir-se em Luanda nos próximos dias para trabalhar e encontrar um terreno comum. Estou a pedir uma coisa simples: que o Ruanda retire as suas tropas do território congolês", acrescentou.

Apoiados por unidades do exército ruandês, os rebeldes M23 (Movimento 23 de Março) pegaram novamente em armas no final de 2021 e tomaram grandes áreas de território no Kivu do Norte, chegando a quase cercar inteiramente Goma.

A cidade tem mais de um milhão de habitantes e quase um milhão de deslocados, que chegam em vagas sucessivas desde o início da ofensiva rebelde.

Chuvas torrenciais na África Oriental obrigam milhares de pessoas a fugir

© Reuters
Por Lusa  03/05/24 
Milhares de pessoas, incluindo refugiados, continuam a ter de fugir das suas casas, na África Oriental, devido às chuvas torrenciais provocadas pelo fenómeno El Niño, comunicou hoje a agência das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR).

"O ACNUR está particularmente preocupado com o facto de milhares de refugiados e outras pessoas deslocadas serem obrigadas a fugir mais uma vez para salvar as suas vidas depois de as suas casas terem sido arrastadas pelas águas", declarou a agência através de um comunicado.

No Quénia, cerca de 20.000 pessoas dos campos de refugiados de Dadaab - que acolhem mais de 380.000 refugiados - foram deslocadas devido à subida do nível das águas, declarou o ACNUR.

"Muitas delas encontram-se entre as que chegaram nos últimos dois anos, depois de terem fugido da grave seca na vizinha Somália", referiu o ACNUR.

No Burundi, cerca de 32.000 refugiados - quase metade da população refugiada do país - vivem em zonas afetadas pelas inundações, indicou.

"O acesso a alimentos e a outros bens de primeira necessidade é cada vez mais difícil, uma vez que os preços aumentaram devido às elevadas taxas cobradas pela utilização de canoas para transportar mercadorias", declarou.

Segundo o ACNUR, a educação foi interrompida porque as salas de aulas foram inundadas e os materiais didáticos destruídos.

"Os preços das rendas duplicaram, tornando demasiado dispendioso para muitas famílias de refugiados mudarem-se, deixando-as com poucas opções além de permanecerem nas suas casas inundadas", disse.

Na Somália, mais de 46.000 pessoas deslocadas internamente em cinco localidades do sul do país foram obrigadas a deslocar-se devido a inundações repentinas. O mesmo aconteceu na Tanzânia onde mais de 200.000 refugiados, principalmente da República Democrática do Congo e do Burundi, foram obrigados a fugir.

No Quénia, o ACNUR está a fornecer aos refugiados artigos de socorro como lonas, redes mosquiteiras, 'kits' de higiene, sabão e jerricãs, com especial atenção para os idosos e as pessoas com deficiência.

No Burundi, como parte da resposta interagências liderada pelo Governo, o ACNUR fornecerá 'kits' de abrigo e assistência em dinheiro para ajudar os refugiados.

"Na Tanzânia, estamos a trabalhar com parceiros locais para reabilitar os abrigos para refugiados. Na Somália, está a ser prestada assistência crítica em matéria de proteção e fornecida assistência em artigos essenciais às famílias deslocadas internamente", enumerou.

As alterações climáticas estão a tornar muitas partes do mundo - especialmente em regiões frágeis como a África Oriental e o Corno de África - cada vez mais inabitáveis, alertou.

"As tempestades são mais devastadoras. Os incêndios florestais tornaram-se comuns. As inundações e as secas estão a intensificar-se. Alguns destes impactos são irreversíveis e ameaçam continuar a agravar-se, e as pessoas deslocadas estão a suportar o peso do impacto", afirmou.

Segundo o ACNUR, estas inundações mostram as lacunas na preparação e na ação rápida.

"O financiamento disponível para os impactos das alterações climáticas não está a chegar às pessoas deslocadas à força, nem às comunidades que as acolhem", advertiu.

Em abril de 2024, o ACNUR lançou o seu primeiro Fundo de Resiliência Climática para reforçar a necessidade de ajuda aos refugiados, das comunidades deslocadas e dos seus anfitriões face ao aumento dos fenómenos meteorológicos extremos.


Leia Também: Sobe para 210 número de mortos nas inundações no Quénia  



Papa Francisco: Liberdade de imprensa é fundamental para distinguir a verdade da mentira

© Vatican Media via Vatican Pool/Getty Images
Por Lusa  03/05/24 
O Papa Francisco considerou hoje a liberdade de imprensa fundamental para distinguir a verdade da mentira, numa mensagem por ocasião do Dia Mundial da Liberdade de Imprensa.

"A liberdade de imprensa é fundamental para desenvolver um sentido crítico prudente", escreveu o chefe da Igreja Católica nas redes sociais, citado pela agência espanhola EFE.

Francisco acrescentou que a liberdade de imprensa é crucial "para distinguir a verdade da mentira e para aprender a trabalhar de forma não ideológica pela justiça, pela paz e pelo respeito pela criação".

A organização não-governamental Repórteres Sem Fronteiras (RSF) alertou hoje que os governos de todo o mundo estão a exercer uma pressão crescente sobre os jornalistas e a restringir a liberdade de imprensa a nível global.

A RSF também acusou a comunidade internacional de não fazer o suficiente para proteger os jornalistas na guerra entre Israel e o Hamas na Faixa de Gaza, onde morreram cerca de cem de profissionais da informação.

Segundo o índice anual da RSF para 2024, que avalia a situação da liberdade de imprensa em 180 países, apenas 25% dos analisados têm uma situação "satisfatória" ou "boa", a maioria dos quais europeus.

"A RSF constata uma deterioração preocupante do apoio e do respeito pela autonomia dos meios de comunicação social e um agravamento das pressões exercidas pelos Estados ou por outros atores políticos", disse a organização.

O índice de liberdade de imprensa da RSF é liderado pela Noruega, seguida da Dinamarca e da Suécia.

Portugal subiu dois lugares em relação a 2023, figurando agora no sétimo lugar, depois da Estónia e à frente da Irlanda, da Suíça e da Alemanha.

"A liberdade de imprensa é sólida em Portugal. Os jornalistas podem informar sem restrições, mas enfrentam desafios económicos, jurídicos e de segurança", concluiu a RSF no relatório (https://rsf.org/en/index).


O Comissariado Nacional da Ordem Pública faz balanço das operações de segurança para os festejos do 1° de Maio.

Por  Radio Voz Do Povo

Fórum Nacional Público assinala "03 de Maio", Dia Mundial da Liberdade de Imprensa sob o lema "Salvaguardar a Liberdade de Expressão para a Consolidação Democrática na Guiné-Bissau".

Por  Radio Voz Do Povo

Guiné-Bissau : Antigo Presidente da JRS nomeado Diretor-geral das Contribuições e Impostos

Por Rádio Capital Fm
Bissau - (03.05.2024) - O antigo Presidente de Juventude da Renovação Social, Ufé Vieira, foi nomeado para exercer, em comissão de serviços, as funções do Diretor-geral das Contribuições e Impostos.

A informação consta do despacho, com a data de 30 de abril, assinado pelo Ministro das Finanças, Ilídio Vieira Té, que justificou a nomeação com a necessidade de ir ao encontro das políticas traçadas pelo governo da iniciativa presidencial ao nível das Finanças Públicas para melhorar eficácia na arrecadação de recitas para o Tesouro Públicas. 

Para cumprir com este pressuposto, lê-se no documento, requer que as suas estruturas operativas sejam dotadas seriamente comprometidos e com o foco e visão que concorram para  cumprimento das metas fixadas, não apenas pelo governo, bem como as acordadas com os Parceiros Tecnicos Internacionais. 

Refira-se que Ufé Vieira foi exonerado do cargo de Presidente da JRS após se envolver na busca de consenso entre a Direção Superior do PRS e o Grupo dos Dirigentes Inconformados Com Liderança de Fernando Dias no PRS.
Por: Mamadú Candé

 

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Guiné-Bissau: Diretor-geral dos Desportos demite-se das suas funções

Bissau - (03.05.2024) - O Diretor-geral dos Desportos, Emanuel Pinto Lopes, demetiu-se das suas funções por alegado mal estar com o Ministro da tutela, Augusto Gomes, confidenciou à CFM uma fonte, que avançou que a decisão de Emanuel Lopes já foi comunicada ao ministro da Cultura, Juventude e Desportos.

A mesma fonte avançou que, nos últimos tempos, a relação entre Augusto Gomes e Emanuel Pinto Lopes não tem sido boa.

"O ambiente entre os dois era de total fingimento. O ministro não se encontrava com o diretor- geral e este despachava com o Chefe do Gabinete por via WhatsApp" disse a fonte, sublinhando que o político decidiu bater com a porta por estar cansado de estar como uma figura que não move nenhuma palha no ministério. 

Emanuel Pinto Lopes foi nomeado para o cargo do Diretor-geral pela então Ministra da tutela, Indira Cabral Embaló.
Por: Mamadú Candé

Costa do Marfim: Uma jazida de ouro foi descoberta por um grupo canadiano no oeste da Costa do Marfim, a maior do país até à data, segundo um comunicado da Presidência marfinense consultado hoje pela agência de notícias France-Presse.

© Shutterstock
Por Lusa  03/05/24
 Grupo canadiano descobre maior jazida de ouro da Costa do Marfim
Uma jazida de ouro foi descoberta por um grupo canadiano no oeste da Costa do Marfim, a maior do país até à data, segundo um comunicado da Presidência marfinense consultado hoje pela agência de notícias France-Presse.

Mundo

No comunicado da Presidência da Costa do Marfim, refere-se que o anúncio foi feito pelo presidente do grupo mineiro canadiano Montage Gold, Martino de Ciccio, que se encontrou com o chefe de Estado, Alassane Ouattara, em Abidjan, na quinta-feira, para o informar da "descoberta de uma importante jazida de ouro de classe mundial nos departamentos de Kani e Dianra", situados no distrito de Woroba.

"Os recursos minerais deste depósito, a maior mina do país até à data, estão estimados, segundo Martino de Ciccio, em cinco milhões de onças, ou 155,5 toneladas de ouro com um grau médio de 0,72g/t", acrescentou a Presidência.

Segundo o presidente do grupo canadiano a capacidade anual de processamento da fábrica neste depósito, conhecido como projeto Koné, será de "11 milhões de toneladas de minério".

Quando estiver em funcionamento, a mina será "a terceira maior da África Ocidental", depois das do Burkina Faso e Guiné, "que têm capacidades de 12,3 milhões de toneladas e 12 milhões de toneladas, respetivamente".

Em novembro, o ministro das Minas, Petróleo e Energia da Costa do Marfim, Mamadou Sangafowa Coulibaly, estimou que o país produziria 55 toneladas de ouro em 2024, contra 41,8 toneladas em 2021, um valor já superior ao dos anos anteriores.

Um montante inicial de 400 mil milhões de francos CFA (cerca de 609 milhões de euros) será investido na jazida descoberta, que criará "4.500 empregos diretos e indiretos" e "financiará projetos sociais para a população local", segundo a Presidência.

Os trabalhos de construção da mina terão início no último trimestre de 2024. A mina entrará em produção em 2027, com "uma duração de vida estimada em 20 anos".

De acordo com Coulibaly, a Costa do Marfim tinha 227 minas semi-industriais e 149 minas artesanais ativas no final de 2023.

O país possui também diamantes, ferro, níquel, manganês, bauxite e cobre.



Leia Também: Conselho da UE mobiliza 15 milhões para Forças Armadas da Costa do Marfim  

Forças russas e dos EUA em base militar no Níger? Não é "problema"

© Reuters
Por Lusa   03/05/24
Uma base militar nos arredores da capital do Níger, Niamey, que tem albergado forças norte-americanas, é agora ocupada também por tropas russas, admitiu o secretário da Defesa dos EUA, negando que isso constitua um problema.

Esta coexistência é a prova da reconfiguração política do Níger desde o golpe de Estado de julho de 2023, que derrubou o então Presidente, Mohamed Bazoum. A nova junta procura uma aproximação a Moscovo, ao ponto de ter pedido a saída dos militares norte-americanos, o que Washington já aceitou.

No entanto, enquanto se aguarda este pedido, a Base Área 101, junto ao Aeroporto Internacional de Niamey, acolhe soldados norte-americanos e russos.

O secretário da defesa norte-americano, Lloyd Austin, que na quinta-feira compareceu perante os meios de comunicação social depois de se ter reunido com os homólogos da Austrália, Filipinas e Japão, explicou que "os russos estão num complexo separado, sem acesso às forças americanas ou ao seu equipamento".

Assim, não vê um "problema significativo" em termos de proteção das tropas norte-americanas.

A junta militar do Níger confirmou em abril que já estão em curso conversações com os Estados Unidos sobre a retirada das tropas, com o objetivo de determinar um calendário o mais rapidamente possível. O primeiro-ministro do Níger, Ali Lamine Zeine, deslocou-se recentemente a Washington para tentar fazer avançar este diálogo.

Os Estados Unidos suspenderam a maior parte da cooperação, incluindo a militar, com o Níger depois do golpe de Estado.

Em março, o Níger denunciou o acordo de cooperação militar assinado com os Estados Unidos em 2012, alegando que este tinha sido "imposto unilateralmente" por Washington.

Os mil soldados norte-americanos presentes no Níger estão envolvidos na luta contra o extremismo islâmico no Sahel e têm uma importante base de drones em Agadez (norte).

Em meados de janeiro, a Rússia anunciou que tinha concordado "em intensificar" a cooperação militar com o Níger.



Leia Também: Tropas russas entram em base aérea que acolhe militares dos EUA no Níger  

Esperança de vida à nascença na UE sobe para 81,5 anos em 2023

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Por Lusa   03/05/24
A esperança de vida à nascença na União Europeia (UE) era de 81,5 anos em 2023, uma subida de 0,9 anos face a 2022 e de 0,2 na comparação com 2019, segundo dados preliminares do Eurostat.

O serviço estatístico europeu destaca ainda que a esperança de vida à nascença era, em 2023, superior à média da UE em 15 Estados-membros, com destaque para Espanha (84,0), Itália (83,8) e Malta (83,6) e incluindo Portugal (82,4 anos, a 8.ª maior na UE).

No outro extremo da tabela, com a mais baixa esperança de vida, situam-se a Bulgária (75,8 anos), a Letónia (75,9) e a Roménia (76,6).

Comparando com 2019, antes da pandemia de covid-19, 18 Estados-membros registaram subidas na esperança de vida, dois mantiveram-se estáveis e seis viram o indicador recuar em 2023.

Os maiores aumentos face a 2019 foram observados na Roménia (1,0 anos), Lituânia (0,8 anos), Bulgária, Luxemburgo, Malta e República Checa (0,7 anos cada).

Por outro lado, a Áustria e a Finlândia viram a esperança de vida à nascença recuar (-0,4 anos cada), seguidas da Estónia e Países Baixos (-0,2 anos cada), Alemanha e Croácia (0,1 anos cada).

Em Portugal, o indicador cresceu, em 2023 face a 2019, 0,5 anos, para os 82,4 anos.



Leia Também: Bem-estar em Portugal aumentou nos últimos 30 anos em convergência com UE  


Tropas russas entram em base aérea que acolhe militares dos EUA no Níger

© Jacob Silberberg/Getty Images
Por  Notícias ao Minuto   03/05/24

Esta ação terá sido feita com o apoio das autoridades do país, que querem desta forma tentar expulsar os militares norte-americanos, afirmou um oficial dos EUA, que preferiu manter o anonimato.

Militares russos entraram, esta manhã, numa base aérea no Níger que serve tropas norte-americanas, avança a Reuters.

Esta ação terá sido feita com o apoio das autoridades do país, que querem desta forma tentar expulsar os militares norte-americanos, afirmou um oficial dos EUA, que preferiu manter o anonimato.

Segundo a Reuters, as forças militares locais, que governam a nação da África Ocidental, já tinham dito aos EUA para retirarem os seus cerca de mil efetivos militares do país. Este, saliente-se, tinha sido, até ao golpe de Estado do ano passado, um parceiro fundamental na luta contra os insurrectos que mataram milhares de pessoas e deslocaram milhões.

Tudo indica que, após a entrada na base em causa, as tropas russas ocuparam um hangar separado na Base Aérea 101, que fica ao lado do Aeroporto Internacional Diori Hamani, em Niamey, capital do Níger. Significa isto que não se misturou com as tropas norte-americanas.

Porém, a ação coloca as tropas americanas e russas em estreita proximidade, numa altura em que a rivalidade militar e diplomática das nações é cada vez maior devido ao conflito na Ucrânia.

Leia Também: Cerca de 150.000 soldados russos foram mortos desde que a Rússia invadiu a Ucrânia em fevereiro de 2022, segundo estimativas divulgadas pelo ministro dos Negócios Estrangeiros francês, Stéphane Séjourné, numa entrevista publicada hoje.  


Leia Também: Alemanha acusa Rússia de ataque cibernético contra partido alemão 

Sobe para 210 número de mortos nas inundações no Quénia

© Reuters
Por Lusa  03/05/24
O número de mortos nas devastadoras inundações causadas pelas chuvas torrenciais que atingem o Quénia desde meados de março subiu para 210, enquanto cerca de 165.500 pessoas ficaram desalojadas, anunciou hoje o Ministério do Interior queniano.

O número total de mortos aumentou depois de terem sido confirmadas mais 22 pessoas mortas nas últimas 24 horas, referiu o ministério num comunicado divulgado pelos média locais, segundo a agência de notícias espanhola EFE.

O número de feridos e desaparecidos continua a ser de 125 e 90, respetivamente, e um total de 196.000 pessoas foram afetadas pelas inundações em todo o país.

As chuvas torrenciais, ampliadas pelo fenómeno meteorológico El Niño, já provocaram inundações devastadoras neste país da África Oriental, resultando na destruição de estradas, pontes e outras infraestruturas.

No episódio mais mortífero deste mau tempo, dezenas de pessoas morreram no domingo à noite quando uma barragem natural no centro do país rebentou sob o efeito da chuva acumulada.

De acordo com o Ministério do Interior, foram encontrados 52 corpos e 51 pessoas continuam desaparecidas perto de Mai Mahiu, no Vale do Rift, a cerca de 60 quilómetros da capital, Nairobi.

Além disso, cerca de uma centena de turistas ficaram retidos na quarta-feira, quando um rio da famosa reserva nacional de Masai Mara transbordou após fortes chuvas.

De acordo com o Ministério do Turismo, as equipas de salvamento conseguiram retirar 90 pessoas da reserva, onde 19 alojamentos ficaram inundados.

Perante a calamidade que o Quénia está a viver, ontem, a Human Rights Watch (HRW) criticou o Governo queniano acusando o mesmo de não ter agido a tempo nem respondido adequadamente às devastadoras inundações.

Vários outros países da África Oriental estão a enfrentar as consequências devastadoras das chuvas sazonais que foram multiplicadas por dez pelo El Niño. Na Tanzânia, pelo menos 155 pessoas morreram em inundações ou deslizamentos de terras.

O El Niño é um fenómeno climático natural geralmente associado ao aquecimento global, que provoca secas em algumas partes do mundo e chuvas fortes noutras.



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Moradores de Phayuha Khiri acreditam que os felinos atraem a precipitação. Após meses de seca, habitantes da região estão desesperados e fazem tudo para que chova.

Liberdade de imprensa ameaçada em África por violência contra jornalistas

© Lusa
Por Lusa  03/05/24
Jornalistas e meios de comunicação social estão a ser sujeitos a crescente violência por parte de políticos e apoiantes na África subsaariana durante campanhas eleitorais, denunciou hoje a organização não-governamental (ONG) Repórteres sem Fronteiras (RSF).

Mais de 8% dos países africanos estão agora assinalados a vermelho no Índice Mundial da Liberdade de Imprensa de 2024 publicado hoje pela organização não-governamental, o dobro do número registado em 2023.

A RSF salienta a Nigéria, onde cerca de 20 jornalistas foram atacados no início de 2023, apesar de o país ter subido 11 lugares para o 112.º, e Madagáscar (100.º), onde dez jornalistas foram visados durante os protestos pré-eleitorais.

Na República Democrática do Congo (123.º), a detenção do jornalista Stanis Bujakera, a aguardar julgamento devido a uma acusação forjada, é dado como um exemplo das tentativas frequentes dos políticos de intimidação da comunicação social.

Noutros casos, salientou a ONG, os políticos tentam instrumentalizar a comunicação social criando os seus próprios meios, como no Senegal (94º), na RDCongo e na Nigéria, ou, no caso do Togo, usaram os reguladores para tomar "medidas arbitrárias e desproporcionadas" contra jornalistas e empregadores.

Zimbabué (116.º lugar), Gabão (56.º) e Guiné-Conacri (78.º) subiram no Índice, mas a RSF afirma que as autoridades políticas desses países reforçaram o controlo sobre as notícias e a informação no período anterior às eleições, desligando arbitrariamente a Internet, expulsando jornalistas estrangeiros ou interferindo nas emissões de rádio e televisão.

As restrições são frequentemente alargadas a meios estrangeiros, como vários países do Sahel fizeram a meios de comunicação social estrangeiros, principalmente franceses, como a France 24, a RFI e a TV5 Monde.

O Níger (80.º lugar), Burkina Faso (86.º) e Mali (114.º) desceram no Índice em consequência das medidas adotadas pelas juntas militares que tomaram o poder através de golpes de Estado para obstruir o trabalho dos jornalistas.

No norte de África, jornalistas que criticam a manutenção do Presidente da Tunísia (118º), no poder desde 2019, foram detidos e interrogados, à semelhança do que acontecia antes da revolução de 2010/11.

A RSF elogiou melhorias na Tanzânia (97.º lugar), que subiu 46 posições, e na Mauritânia (33.º).

Marrocos (129º) registou uma subida no indicador político, mas apenas devido à ausência de novas detenções, pois a perseguição de jornalistas, nomeadamente judicial, mantém-se naquele país.

O Índice Mundial da Liberdade de Imprensa, publicado anualmente pela Repórteres sem Fronteiras, avalia as condições para o jornalismo em 180 países e territórios. 



Leia Também: Angola, Brasil e Portugal subiram no índice de liberdade de imprensa  

Orangotango é o 1.º animal observado a curar ferida com planta medicinal

© Getty Images
Por Lusa  03/05/24
Rakus, um orangotango de Sumatra macho (Pongo abelii) que sofreu um ferimento debaixo de um olho, aplicou a si próprio uma planta com conhecidas propriedades medicinais, comportamento observado pela primeira vez num animal selvagem.

Este orangotango, que vive na área de investigação de Suaq Balimbing, no Parque Nacional Gunung Leuser (Indonésia), comeu e aplicou repetidamente seiva de uma planta trepadeira, Akar Kuning (Fibraurea tictoria), na ferida, que também cobriu com folhas mastigadas, segundo um estudo publicado esta quinta-feira na Scientific Reports.

Akar Kuning é uma espécie de liana conhecida pelos seus efeitos analgésicos e antipiréticos. Na medicina tradicional é utilizada no tratamento de feridas e doenças como disenteria, diabetes e malária.

O comportamento de Rakus foi observado e acompanhado, em junho de 2022, por investigadores do Instituto Max Planck de Comportamento Animal (Alemanha) e da Universitas Nasional (Indonésia).

"O comportamento de Rakus parecia ser intencional", já que tratou seletivamente apenas a ferida facial com a seiva da planta, e isso foi repetido várias vezes, frisou Isabelle Laumer, do Instituto Max Planck e uma das autoras do estudo.

O comportamento sugere que o tratamento médico de feridas pode ter surgido num ancestral comum partilhado por humanos e orangotangos, destacou, em comunicado, o Instituto Max Planck.

Antes deste estudo, espécies de primatas selvagens foram observadas a engolir, mastigar ou esfregar plantas com propriedades medicinais, mas não a aplicá-las em feridas recentes.

"Durante as observações diárias dos orangotangos, observamos que um macho chamado Rakus tinha sofrido um ferimento no rosto, provavelmente durante uma luta com um outro macho", explicou Isabelle Laumer.

Três dias após o ferimento, Rakus arrancou seletivamente as folhas de Akar Kuning, mastigou-as e aplicou a seiva resultante precisamente por sete minutos na ferida.

Depois, passou as folhas mastigadas na ferida até que esta ficasse completamente coberta e continuou a alimentar-se da planta durante mais de 30 minutos.

As folhas mastigadas podem ter ajudado a reduzir a dor e a inflamação causadas pela ferida e promovido a sua cicatrização, pois esta fechou em cinco dias e cicatrizou completamente num mês.

Como todo comportamento de automedicação em animais não humanos, o caso descrito levanta questões sobre a intencionalidade destes comportamentos e como estes surgem.

"É possível que o tratamento de feridas com Fibraurea tinctoria em orangotangos Suaq surja de inovação individual", sublinhou Caroline Schuppli, principal autora do estudo.

Os orangotangos locais raramente comem a planta. No entanto, podem tocar acidentalmente nas suas feridas durante a alimentação e, assim, aplicar acidentalmente a seiva nas feridas. Por terem efeitos analgésicos potentes, podem sentir uma liberação imediata da dor, levando-os a repetir o comportamento várias vezes, sugeriu Schuppli.

Como este comportamento não tinha sido observado anteriormente, pode ser que o tratamento de feridas com Fibraurea tinctoria tenha estado ausente até agora no repertório comportamental da população de orangotangos de Suaq, uma vez que, como todos os machos adultos da região, Rakus não nasceu lá e a sua origem é desconhecida.

"É possível que o comportamento seja demonstrado por mais indivíduos da sua população natal fora da área de investigação de Suaq", apontou.

Este comportamento possivelmente inovador apresenta o primeiro relato de tratamento ativo de feridas com uma substância biológica numa espécie de grande primata e fornece novas perspetivas sobre a existência de automedicação nos parentes mais próximos dos humanos e sobre as origens evolutivas da medicação para feridas de forma mais ampla.



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Turquia suspende todas as relações comerciais com Israel

© REUTERS/Bernadett Szabo
Por Lusa  02/05/24
A Turquia suspendeu hoje as suas relações comerciais com Israel, depois de já ter restringido as exportações para e
ste país em abril, anunciou o Ministério do Comércio turco.


"As exportações e importações em relação a Israel foram suspensas", frisou o ministério num comunicado, numa decisão que marca uma nova etapa na deterioração das relações entre os dois países.

A Turquia aplicará estas novas medidas "estritamente até que o governo israelita autorize um fluxo ininterrupto de ajuda humanitária para Gaza", acrescentou o ministério.

O ministro dos Negócios Estrangeiros israelita, Israel Katz, acusou hoje o Presidente turco Recep Tayyip Erdogan de "quebrar acordos [entre Israel e Turquia] ao bloquear as importações e exportações israelitas nos portos".

O chefe da diplomacia israelita frisou ainda que pretende "criar alternativas ao comércio com a Turquia, concentrando-se na produção local e nas importações de outros países".

O ministro do Comércio turco não especificou se as exportações de petróleo do Azerbaijão para Israel através do porto turco de Ceyhan (sul) são afetadas pela decisão de Ancara.

Segundo analistas, mais de um terço das necessidades petrolíferas de Israel, até recentemente, passavam por este porto turco no Mediterrâneo.

Em resposta à guerra em Gaza e à crescente insatisfação entre a população turca contra a manutenção de relações comerciais com Israel, a Turquia já tinha restringido no início de abril as exportações para Israel de muitos bens, incluindo produtos feitos de aço, ferro e alumínio.

Em 07 de outubro, um ataque sem precedentes do Hamas em Israel causou cerca de 1.200 mortos e mais de duas centenas de reféns, segundo as autoridades israelitas, que responderam com uma ofensiva militar contra a Faixa de Gaza.

A operação israelita provocou cerca de 34.600 mortos e a destruição de muitas infraestruturas em Gaza, de acordo com dados atualizados hoje pelo governo do Hamas.



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