sábado, 5 de julho de 2025

Guiné-Bissau: Incidente em Lisboa? "Provocações de marginais", diz presidente guineense... O presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló, explicou hoje que o incidente ocorrido em Lisboa, na quinta-feira, entre o seu corpo de segurança e um grupo de ativistas teve origem em "provocações" de "marginais, guiados por políticos" adversários.

Por Lusa    05/07/2025

Em declarações hoje, já no aeroporto de Bissau, proveniente de Cabo Verde, onde assistiu às comemorações do 50.º aniversário da independência, o chefe de Estado disse que o incidente ocorreu "devido às provocações de marginais". 

Fonte da PSP disse à Lusa na quinta-feira que a estada em Lisboa, a título privado, do Presidente da Guiné-Bissau tinha ficado marcada nesse dia por incidentes entre um grupo de ativistas e a comitiva presidencial.

A fonte indicou que os incidentes ocorreram ao final da tarde junto a uma unidade hoteleira e que um dos ativistas ficou com ferimentos ligeiros. Na altura, Umaro Sissoco Embalo já se encontrava no interior da unidade hoteleira.

De acordo com Umaro Sissoco Embaló, o homem que ficou ferido é um ativista "a soldo de políticos", que lhe pagam "para importunar o Presidente da Guiné-Bissau".

Os incidentes de quinta-feira não foram os primeiros envolvendo comitivas de Sissoco Embaló.

Em dezembro, segundo relatou na altura o chefe de Estado, num encontro com a comunidade guineense na capital francesa, o corpo de segurança teve de o proteger "perante ameaças de violência".

Na mesma altura, um grupo de cidadãos guineenses apresentou uma queixa à polícia francesa contra alguns elementos da Presidência da República da Guiné-Bissau, que acusaram de os terem agredido no encontro que Embaló realizou com a comunidade guineense em Paris.


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Estados Unidos: Elon Musk cria o 'Partido da América' para "devolver a liberdade"... O multimilionário Elon Musk, antigo aliado próximo do presidente norte-americano, Donald Trump, com quem se desentendeu recentemente, anunciou hoje a criação da sua formação política, o "Partido da América".

© Kayla Bartkowski/Getty Images      Lusa    05/07/2025

"Hoje, o Partido da América foi criado para vos devolver a liberdade", escreveu na sua rede social X (antigo Twitter).

Mantendo-se firme contra o projeto de lei orçamental do Presidente dos Estados Unidos da América, que acusa de aumentar a dívida pública, Musk tinha prometido lançar o seu próprio partido político caso o projeto fosse aprovado.

Natural da África do Sul, Elon Musk não poderá concorrer em futuras eleições presidenciais, uma vez que os candidatos têm de ter nascido nos Estados Unidos.

O empresário lançou uma sondagem sobre a criação da nova formação política na sua rede social na sexta-feira, dia do feriado nacional americano e da promulgação com grande alarido da "grande e linda lei", como foi apelidada por Donald Trump.

"Numa proporção de dois para um, quer um novo partido político, e tê-lo-á!", afirmou o magnata da tecnologia, uma vez que 65% dos cerca de 1,2 milhões de eleitores responderam "sim" à pergunta se queriam que o "Partido da América" visse a luz do dia.

"Quando se trata de arruinar o nosso país através do desperdício e da corrupção, vivemos num sistema de partido único, não numa democracia", continuou Musk.

Antigo aliado próximo de Donald Trump, cuja campanha financiou durante as eleições presidenciais de 2024, Musk foi encarregado de cortar nas despesas federais com o Departamento de Eficiência Governamental (DOGE, na sigla em inglês), antes de os dois multimilionários se terem desentendido de forma pública e polémica em maio.


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Elon Musk, que já fez parte do governo dos EUA, prometeu a criação de um partido caso a "bela lei" de Donald Trump fosse aprovada. Para já, fez uma sondagem, e, segundo os comentários, os utilizadores respondem "maioritariamente sim."


PR Umaro Sissoco Embaló destaca laços de irmandade com Braima Camará após missão internacional

Por Radio Voz Do Povo

O Presidente da República, General Umaro Sissoco Embaló, regressou este sábado à Guiné-Bissau após uma intensa agenda internacional que incluiu a participação na 4.ª Conferência das Nações Unidas sobre Financiamento para o Desenvolvimento, em Sevilha, e nas celebrações dos 50 anos da independência de Cabo Verde.

À chegada ao Aeroporto Internacional Osvaldo Vieira, o Chefe de Estado partilhou com a imprensa detalhes do seu encontro em Lisboa com Braima Camará, líder político e figura de destaque na cena nacional.

"Em Lisboa, tive a oportunidade de me encontrar com o meu irmão Braima Camará. Foi um momento de reafirmação dos laços de irmandade e de compromisso com o futuro do nosso país", declarou Embaló, sublinhando a importância da união entre líderes nacionais para a estabilidade e progresso da Guiné-Bissau.

Durante a conferência da ONU, o Presidente guineense apelou a uma reforma profunda da arquitetura financeira internacional, defendendo mecanismos de financiamento mais realistas e adaptados às necessidades dos países em desenvolvimento, como a Guiné-Bissau.

As celebrações em Cabo Verde marcaram meio século de independência do país, reforçando os laços históricos e culturais entre as nações lusófonas.

O regresso de Embaló ao país é visto como um momento de renovação de compromissos internos, com foco na coesão nacional e no fortalecimento das relações políticas e institucionais.

// TV VOZ DO POVO - Tidjane Cande

O Presidente da República da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, participa nas cerimónias oficiais na cidade da Praia, no âmbito das comemorações dos 50 anos da independência de Cabo Verde. O Chefe de Estado integra a sessão solene na Assembleia Nacional, juntamente com outros Chefes de Estado convidados.


 Presidência da República da Guiné-Bissau

Pelo menos 19 tribunais destruídos nas manifestações em Moçambique... Pelo menos 19 tribunais foram destruídos e vandalizados durante as manifestações pós-eleitorais em Moçambique, disse hoje a vice-presidente do Tribunal Supremo (TS) moçambicano, alertando que os prejuízos ainda estão por contabilizar.

© Lusa  05/07/2025 

"Tivemos um grande retrocesso no âmbito das vandalizações. Foram vandalizados 19 tribunais. Já fizemos algumas avaliações, e algumas ainda estão em curso, daquilo que estão a ser os custos", disse Matilde de Almeida, vice-presidente do TS, em visita de trabalho à cidade de Nampula, a mais populosa e importante cidade no norte de Moçambique.

De acordo com a dirigente, o maior número de tribunais destruídos ocorreu na província da Zambézia (oito), no centro do país, seguido por Maputo (cinco), no sul, Nampula (quatro) e Gaza (dois), no sul.

"Esses tribunais precisam de ser reabilitados. Alguns deles precisam de ser construídos, porque a vandalização foi tão grande que não permite que reabilitemos, mas sim, uma nova construção", justificou.

O tribunal do distrito da Manhiça, na província de Maputo "foi completamente destruído" e em Liúpo, na cidade de Nampula, as casas dos magistrados estão na mesma situação, exemplificou.

Ao nível de Nampula, alguns tribunais estão na fase de conclusão da reabilitação, casos de Eráti e Lalaua, disse ainda.

A vice-presidente disse que o TS teve de encontrar mecanismos alternativos para que os tribunais continuassem a funcionar, como alguns que estão a ser assegurados pelos juízes próximos.

No caso de de Liúpo, a juíza trabalha na província, mas tem ido regularmente a sua zona de jurisdição para receber os processos e julgar noutro local por falta de instalações para julgar e albergar o tribunal.

Em janeiro, o TS contabilizava 18 tribunais vandalizados, mas o número subiu durante a vaga de protestos pós-eleitoral que ainda se registou até março.

Moçambique viveu quase cinco meses de tensão social, com manifestações, inicialmente em contestação aos resultados eleitorais de 09 de outubro, convocadas pelo ex-candidato presidencial Venâncio Mondlane - que não reconhece os resultados das eleições gerais de 09 de outubro, saldando-se na morte de 400 pessoas e destruição de bens.

O Governo moçambicano confirmou pelo menos 80 mortos, além da destruição de 1.677 estabelecimentos comerciais, 177 escolas e 23 unidades sanitárias durante as manifestações.

Os partidos moçambicanos com assento parlamentar e nas assembleias municipais e provinciais assinaram em 05 de março um compromisso político com o Presidente de Moçambique, visando reformas estatais, o qual foi, posteriormente, transformado em lei pelo parlamento moçambicano.

Em 23 de março, Mondlane e Chapo encontraram-se pela primeira vez e foi também assumido um compromisso de acabar com a violência pós-eleitoral no país, tendo voltado a reunir-se em 21 de maio com uma agenda para pacificar o país.

Ucrânia anuncia ataque a base aérea russa enquanto se defende de drones... A Ucrânia reivindicou ter atacado uma base aérea russa, enquanto a Rússia continuou a bombardear o país com centenas de drones durante a noite.

Por  sicnoticias.pt

A Ucrânia reivindicou ter atacado este sábado uma base aérea russa, enquanto a Rússia continuou a bombardear o país com centenas de drones durante a noite.

O Estado-Maior da Ucrânia disse que as forças ucranianas atacaram a base aérea de Borisoglebsk, na região russa de Voronezh, descrevendo-a como a base dos caças russos Su-34, Su-35S e Su-30SM.

O Estado-Maior ucraniano afirmou que o ataque atingiu um depósito de bombas planadoras, um avião de treino e "possivelmente outros aviões", segundo a agência notícias norte-americana Associated Press (AP).

As autoridades russas não comentaram imediatamente o ataque.

Os ataques a bases aéreas russas visam diminuir a capacidade militar russa e demonstrar a capacidade da Ucrânia para atingir alvos de elevado valor na Rússia.

A Ucrânia afirmou em junho ter destruído mais de 40 aviões russos estacionados em vários aeródromos no interior do território russo num ataque surpresa com drones.

Segundo a força aérea ucraniana, a Rússia disparou 322 drones contra a Ucrânia durante a noite de hoje, dos quais 157 foram abatidos e 135 foram perdidos, provavelmente por terem sido bloqueados eletronicamente.

De acordo com a força aérea, a região ocidental de Khmelnytsky, na Ucrânia, foi o principal alvo do ataque.

O governador da região, Serhii Tyurin, disse que não foram registados danos, feridos ou mortos.

A Rússia tem vindo a intensificar os ataques de longo alcance contra a Ucrânia.

Ondas de drones e mísseis atingiram Kiev na sexta-feira, no maior ataque aéreo desde o início da invasão russa da Ucrânia.

O presidente da câmara de Kiev, Vitali Klitschko, disse hoje que o número de mortos no ataque aumentou para dois e que 26 pessoas ficaram feridas.

A nova vaga de ataques ocorreu depois de o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, ter dito na sexta-feira que teve uma conversa telefónica "muito importante e produtiva" com o homólogo norte-americano, Donald Trump.

Zelensky disse que discutiram a forma como as defesas aéreas ucranianas podem ser reforçadas, a possível produção conjunta de armas e os esforços mais amplos liderados por Washington para acabar com a guerra.

"Tivemos um telefonema muito bom, eu acho", respondeu Trump ao ser questionado na sexta-feira à noite por repórteres sobre o telefonema.

Os Estados Unidos suspenderam algumas remessas de ajuda militar à Ucrânia, incluindo mísseis de defesa aérea cruciais, e os principais apoiantes europeus de Kiev estão a ponderar a forma de ajudar a colmatar esta lacuna.

Zelensky disse que estavam a ser elaborados planos para desenvolver a indústria de armamento nacional da Ucrânia, mas que a expansão levará tempo.

O Ministério da Defesa russo afirmou ter abatido 94 drones ucranianos durante a noite de hoje e mais 12 drones já de manhã.

Não foram registadas vítimas, acrescentou, segundo a AP.

🇨🇻✨ Cabo Verde celebra 50 anos de Independência! 🇨🇻✨... 🇬🇼 O Presidente da República da Guiné-Bissau, General Umaro Sissoco Embaló, já está na cidade da Praia para participar nas comemorações oficiais, a convite do seu homólogo cabo-verdiano. À chegada, foi recebido em ambiente de festa e calorosa hospitalidade.

Imigração e nacionalidade? Marcelo espera que se compatibilizem posições... O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, disse na sexta-feira, durante uma visita a Cabo Verde, esperar que os partidos compatibilizem posições sobre imigração e nacionalidade, após o início do debate sobre os temas no Parlamento.

Por LUSA 

"A minha ideia é esta: é um tema em que todos os partidos vão fazer os possíveis e impossíveis para tentar encontrar uma solução que compatibilize as preocupações que justificam as iniciativas legislativas com uma visão estratégica geral do país", referiu, na sexta-feira, após chegar ao arquipélago para uma visita até domingo, por ocasião dos 50 anos de independência.

"Os países de língua oficial portuguesa", em particular, são uma "fraternidade e comunidade muito importante", acrescentou.

"Vamos esperar. Acredito que, provavelmente, a seguir ao verão, surja o resultado do trabalho parlamentar", altura em que será encaminhado para Belém, disse.

"Só nessa altura é que me posso pronunciar", referiu ainda -- dando a mesma resposta quando questionado sobre eventuais inconstitucionalidades nas propostas legislativas, como apontado pelo constitucionalista Jorge Miranda.

Iniciativas do Governo de alteração aos diplomas da nacionalidade e da imigração baixaram na sexta-feira à fase de especialidade, sem serem votadas na generalidade, bem como projetos-lei do Chega sobre as mesmas matérias.

O Governo pediu que se tente assegurar consenso com os partidos da oposição.

A proposta de lei do Governo de alteração ao diploma da nacionalidade quer aumentar o período de permanência em Portugal exigido para a obtenção da cidadania (de cinco para 7 ou 10 anos, consoante se trate de cidadãos lusófonos ou não lusófonos).

O Governo prevê, ainda, a possibilidade da perda da nacionalidade para os naturalizados há menos de 10 anos e que sejam condenados a pena de prisão efetiva igual ou superior a 5 anos pela prática de crimes graves. 

Quanto à atribuição de nacionalidade originária a descendentes de estrangeiros residentes em Portugal, passa a exigir-se a residência legal durante o período de três anos.

Já o projeto-lei do Chega, que também passou à especialidade, propõe "a perda da nacionalidade adquirida por naturalização ou quando tenham dupla nacionalidade, nos casos em que o indivíduo pratique atos que atentem gravemente contra a soberania, a segurança nacional ou os princípios essenciais do Estado de Direito".

Na lei de estrangeiros, o Governo pretende restringir o visto para procura de trabalho "a atividades altamente qualificadas", limitar o acesso ao reagrupamento familiar e alterar as condições para a concessão de autorização de residência aos cidadãos nacionais de Estados-Membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).

Apreendidas cerca de 30.000 unidades de medicamentos ilegais em Portugal... Cerca de 30.000 comprimidos, cápsulas e outras apresentações individuais de medicamentos ilegais foram apreendidos em Portugal na operação Pangea XVII, que decorreu em 90 países, e os fármacos para a disfunção erétil continuam no topo da lista.

Por LUSA 

De acordo com o Infarmed, em Portugal, as autoridades impediram a entrada de 29.225 unidades de medicamentos ilegais, com um valor superior a 74.000 euros.

Foram controladas em Portugal 675 encomendas, das quais 146 foram apreendidas durante a operação, que decorreu entre dezembro de 2024 e maio deste ano.

Os medicamentos para a disfunção erétil continuam a liderar as apreensões, representando cerca de 60% do total registado durante a operação, seguidos dos suplementos alimentares, que corresponderam a cerca de 33% das apreensões, muitos dos quais "sob suspeita de conterem substâncias ativas cuja utilização é exclusiva de medicamentos", explica o Infarmed.

"A triagem é feita com base na suspeita de falsificação do medicamento", disse à Lusa Ana Rita Martins, Unidade de Inspeção do Infarmed.

Em Portugal, a operação envolveu a Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (Infarmed), a Autoridade Tributária e Aduaneira (AT) e a Polícia Judiciária (PJ).

Se a apreensão dos medicamentos falsificados ou a devolução dos que não estão autorizados a circular em Portugal decorre ao abrigo da legislação em vigor, já a criminalização de quem coloca estes fármacos no mercado é mais dificil de conseguir.

Em declarações à Lusa, o inspetor Afonso Sales, coordenador de investigação criminal na Unidade Nacional de Combate à Corrupção (UNCC) da PJ explicou que o código penal português já tem um artigo relativo à corrupção de substâncias alimentares ou medicinais que prevê sanções penais, contudo, "tem de haver um perigo concreto para a vida".

"Nessa perspetiva, Portugal também aderiu em 2011 à Convenção MEDICRIME, relativa à contrafação de medicamentos (...) e estamos agora a trabalhar no sentido de introduzir um crime concreto na nossa jurisdição penal, para poder penalizar a contrafação dos medicamentos por si", acrescentou o responsável, que falava à Lusa durante uma ação de controlo em Portugal.

O responsável relatou ainda que, tal não se consegue atualmente "com a mera contrafação ou o transporte" e, por isso, as autoridades tentam "ir por outro tipo de crime" ou até mesmo "tipificar na lei antidoping para o desporto".

Em declarações à Lusa, o inspetor João Faria, do gabinete nacional da Interpol - promotora da operação Pangea -, contou que as autoridades têm detetado "várias ligações de nomes que aparecem, não só em Portugal, como 'fornecedores', que também aparecem noutros países".

"É um trabalho que está a ser feito e que é fundamental para poder identificar possíveis redes", acrescentou.

Confirmando que depois da pandemia aumentou o acesso e a compra via internet deste tipo de produtos, Manuela Manta, da AT, afirma: "As pessoas tendem a encomendar cada vez mais este tipo produtos e isso reflete-se nos resultados".

A operação anual Pangea, que vai na 17.ª edição, visa a apreensão e dissuasão do comércio de medicamentos ilícitos, que representam uma ameaça à segurança do consumidor, incluindo medicamentos contrafeitos e fármacos desviados das cadeias de abastecimento legais e reguladas, que acabam por ser também uma fonte de rendimento para grupos transnacionais de crime organizado.

Em Portugal, os controlos decorreram na Alfândega do Aeroporto de Lisboa (incluindo a Delegação Aduaneira das Encomendas Postais), local onde os funcionários da AT, Infarmed e PJ trabalharam em conjunto, e na Alfândega do Aeroporto do Porto.

De acordo com o comunicado divulgado pela Interpol, a Pangea XVII levou à apreensão de 50,4 milhões de doses de medicamentos ilícitos, no valor de 65 milhões de dólares, à detenção de 769 suspeitos e ao desmantelamento de 123 grupos criminosos a nível mundial, os maiores valores da história da operação.

A operação contou com o apoio adicional da Europol, da Organização Mundial das Alfândegas, da Organização Mundial de Saúde, do Conselho Internacional de Controlo de Estupefacientes, das agências nacionais reguladoras da saúde e do Instituto de Segurança Farmacêutica.


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Cabo Verde celebra hoje 50 anos de independência... Cabo Verde celebra hoje 50 anos de independência e recebe quatro chefes de Estado para as cerimónias oficiais, a par de um programa cultural alargado.

Por LUSA 

Marcelo Rebelo de Sousa e Sissoco Embaló (Guiné-Bissau) serão os dois presidentes lusófonos presentes, Diomaye Faye representará o vizinho mais próximo, Senegal, enquanto o Grão-Duque Henrique chefiará a delegação do Luxemburgo, um dos principais parceiros de cooperação e onde há uma grande comunidade de emigrantes cabo-verdianos.

Amina Mohammed, secretária-geral adjunta das Nações Unidas, também deverá estar presente, assim como a primeira-ministra de Moçambique, Maria Benvinda Levy, segundo fonte ligada às comemorações.

O programa cerimonial arranca às 09:00 (11:00 em Lisboa) com a tradicional deposição de coroa de flores no Memorial Amílcar Cabral, seguindo-se uma sessão solene na Assembleia Nacional, onde vão intervir representantes das bancadas parlamentares e o Presidente cabo-verdiano, José Maria Neves.

Durante a tarde, haverá um desfile das forças de segurança e para as 18:00 (20:00 em Lisboa) está agendada uma sessão evocativa com a intervenção de todos os chefes de Estado convidados para as celebrações, em frente ao Quartel Jaime Mota, no centro histórico da capital.

Um programa paralelo de atividades, iniciado na sexta-feira, inclui espetáculos musicais, conferências, exposições, mostras de cinema, um festival gastronómico e uma feira do livro, que se prolonga até dia 13.

A independência de Cabo Verde foi declarada a 05 de julho de 1975, numa cerimónia no Estádio da Várzea, na atual baixa da cidade da Praia, colocando fim ao regime colonial português no arquipélago.

Kyiv matou mais de 230 mil combatentes russos nos últimos 6 meses... As forças ucranianas mataram mais de 230 mil combatentes russos e destruíram mais de 1.300 tanques no primeiro semestre do ano, adiantou na sexta-feira o comandante-chefe das Forças Armadas ucranianas, Oleksandr Syrskyi.

Por LUSA 

A informação foi divulgada pelo comandante-chefe das Forças Armadas ucranianas na rede social Facebook e citada pela agência de notícias ucraniana Ukrinform.

"Nos primeiros seis meses de 2025, as Forças de Defesa da Ucrânia já neutralizaram mais de 230 mil ocupantes russos, 1311 tanques e 2885 veículos blindados inimigos", pode ler-se.

Syrskyi endereçou também palavras de gratidão a "todos os defensores ucranianos pelo seu desempenho de combate eficaz e profissional".

As perdas totais da Rússia em combate na guerra contra a Ucrânia, de 24 de fevereiro de 2022 a 04 de julho de 2025, totalizaram aproximadamente 1.024.210 militares, incluindo 1.120 mortos ou feridos em 03 de julho, de acordo com a Ukrinform.

A linha da frente registou na sexta-feira 136 confrontos, com as forças russas lançam 42 ataques no setor de Pokrovsk, Donetsk, ainda segundo a agência de notícias.

Oito batalhas neste setor ainda estão em curso, adiantou o Estado-Maior das Forças Armadas ucranianas, isto numa atualização operacional publicada no Facebook.

"Hoje (sexta-feira), as forças russas lançaram quatro ataques com mísseis e 55 ataques aéreos, utilizando 15 mísseis e lançando 74 bombas guiadas. Além disso, mobilizaram 1.436 drones kamikazes e realizaram 4.496 ataques de bombardeamento contra as nossas posições e áreas povoadas", pode ler-se no comunicado.

A Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022, com o argumento de proteger as minorias separatistas pró-russas no leste e "desnazificar" o país vizinho, independente desde 1991 - após a desagregação da antiga União Soviética - e que tem vindo a afastar-se do espaço de influência de Moscovo e a aproximar-se da Europa e do Ocidente.  

A guerra na Ucrânia já provocou dezenas de milhares de mortos de ambos os lados, e os últimos meses foram marcados por ataques aéreos em grande escala da Rússia contra cidades e infraestruturas ucranianas, ao passo que as forças de Kiev têm visado alvos em território russo próximos da fronteira e na península da Crimeia, ilegalmente anexada em 2014.


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O secretário de Defesa norte-americano, Pete Hegseth, suspendeu a entrega de armamento à Ucrânia, alegando preocupações com as reservas dos EUA, mas autoridades citadas pela estação NBC garantem que a ajuda militar não comprometeria as Forças Armadas norte-americanas.


Trump diz que enviará cartas a 12 países com notificação de tarifas... O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse na sexta-feira que seu governo enviará cartas, "provavelmente a 12" países, com os quais não chegou a um acordo comercial, para notificá-los das tarifas que pretende impor.

Por LUSA 

"Assinei cartas e serão enviadas na segunda-feira, provavelmente doze", disse o Presidente a bordo do Air Force One, numa troca de impressões com a comunicação social que o acompanhou esta madrugada até à Base Aérea de Andrews, procedente de Iowa.

Na viagem, Trump detalhou alguns planos que tinha anunciado no mês passado, de enviar cartas a dezenas de países em vez de entrar em negociações.

O Presidente dos Estados Unidos vai enviar cartas a uma dúzia de países notificando-os dos direitos aduaneiros que pretende aplicar à entrada dos respetivos produtos nos Estados Unidos, e espera que os países que vierem a ser abrangidos estejam "totalmente cobertos" e notificados até 09 de julho, data em que termina a trégua de 90 dias após a qual imporá os chamados "direitos recíprocos".

O Governo norte-americano começará a cobrar esses direitos em 01 de agosto.

"O valor das taxas varia entre 60 a 70% e 10 a 20%", disse Trump sobre as taxas que irá propor nessas cartas, que serão mais elevadas, em alguns casos, do que as que anunciou a 02 de abril, que apelidou de "Dia da Libertação".

Mais tarde, Trump, que inicialmente disse que as cartas começariam a ser enviadas a partir desta sexta-feira, retificou e disse que o que fez foi assinar algumas dessas missivas que "serão enviadas na segunda-feira" e que "provavelmente [serão] 12".

O Presidente recusou-se a especificar quais os países ou regiões que irão receber essas cartas na segunda-feira, mas disse que iria revelar os destinatários nesse dia.

No início de junho, Trump abriu a porta à extensão do prazo para novos acordos comerciais e disse que a sua Administração enviaria cartas com acordos elaborados pelos Estados Unidos, que os países poderiam aceitar ou rejeitar.

"Podemos fazer o que quisermos. Podemos prolongá-lo (o prazo de 09 de julho), podemos encurtá-lo. Gostaria de o encurtar. Eu gostaria de o encurtar. Gostaria de enviar cartas a toda a gente: "Parabéns! Vão pagar 25%", disse há uma semana num evento na Casa Branca.

Até agora, Washington chegou a acordos comerciais com o Reino Unido, a China e o Vietname, enquanto negoceia com mais de uma dúzia de parceiros, incluindo a União Europeia e o Japão.

O Secretário do Tesouro, Scott Bessent, tem enviado mensagens mais cautelosas do que Trump, sugerindo, há uma semana, que poderia prolongar o prazo de negociação para alguns parceiros até setembro.

Entretanto, um tribunal federal decidiu em maio que Trump não tem autoridade para aplicar "ilimitadamente" a lei histórica que está na base das suas tarifas "recíprocas", mas um tribunal de recurso permitiu-lhe, em junho, impô-las enquanto o caso está a ser decidido.


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As autoridades do Texas subiram para "cerca de 24" o número de mortos e dezenas estão desaparecidos, incluindo 20 raparigas que estavam num campo de férias, após fortes chuvas que causaram inundações repentinas nas montanhas daquele estado norte-americano.


Central nuclear de Zaporíjia recupera energia externa... A central nuclear de Zaporíjia, na Ucrânia, ocupada pelas tropas russas desde 2022, recuperou a energia externa ao fim de três horas e meia, embora a situação no local continue "extremamente delicada", frisou o diretor da AIEA, Rafael Grossi.

© Andriy Varyonov/Suspilne Ukraine/JSC "UA:PBC"/Global Images Ukraine via Getty Images  Por LUSA 

Zaporíjia, a maior central nuclear da Europa, perdeu a ligação à rede elétrica exterior, obrigando-a a ativar os seus geradores de emergência a diesel, tinha alertado a Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA).

Foi a nona vez desde o início da guerra que a central ficou sem energia externa e a primeira desde o final de 2023, detalhou Grossi, numa mensagem na rede social X.

"A central depende agora dos seus geradores de emergência a diesel, o que sublinha a extrema precariedade da situação da segurança nuclear", salientou o diplomata argentino.

Embora os seis reatores da central estejam desligados, os seus sistemas de arrefecimento e segurança ainda precisam de uma fonte de energia estável para o arrefecimento e outras tarefas essenciais.

Pelas 20:00 (hora de Lisboa), a AIEA adiantou que a energia tinha sido restabelecida, mas Grossi observou que a situação da segurança nuclear na Ucrânia é "extremamente delicada".

A AIEA, que mantém uma missão permanente em Zaporíjia desde setembro de 2022 e envia também equipas para outras centrais nucleares ativas, desempenha um papel fundamental na monitorização e na proteção das instalações nucleares ucranianas desde o início da invasão russa.

No caso de Zaporíjia, Grossi tem exigido repetidamente uma zona desmilitarizada para evitar qualquer tipo de incidente nuclear, mas a sua proposta não foi atendida.

A Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022, com o argumento de proteger as minorias separatistas pró-russas no leste e "desnazificar" o país vizinho, independente desde 1991 - após a desagregação da antiga União Soviética - e que tem vindo a afastar-se do espaço de influência de Moscovo e a aproximar-se da Europa e do Ocidente.  

A guerra na Ucrânia já provocou dezenas de milhares de mortos de ambos os lados, e os últimos meses foram marcados por ataques aéreos em grande escala da Rússia contra cidades e infraestruturas ucranianas, ao passo que as forças de Kyiv têm visado alvos em território russo próximos da fronteira e na península da Crimeia, ilegalmente anexada em 2014.


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Saúde: Medicamentos semelhantes ao Ozempic podem tratar enxaquecas crónicas... Num estudo piloto com 31 pacientes com IMC alto e enxaquecas frequentes ou crónicas, os participantes que receberam uma injeção diária do agonista do GLP-1, liraglutida, apresentaram significativamente menos dores de cabeça intensas.

© Shutterstock  por Mariana Moniz  noticiasaominuto.com 

Medicamentos vendidos sob marcas como Ozempic, Wegovy e Saxenda tornaram-se famosos pelos seus benefícios na perda de peso, mas isso é apenas a ponta do iceberg do que estas injeções podem potencialmente fazer.

Originalmente projetados para tratar diabetes tipo 2, os agonistas do GLP-1 (é uma substância que se liga a um receptor celular e o ativa, desencadeando uma resposta biológica) também mostraram benefícios inesperados para a saúde do coração, cérebro, fígado e rins - e agora, ao que parece, da cabeça, aliviando enxaquecas num novo estudo publicado na Headache.

Num estudo piloto com 31 pacientes com IMC alto e enxaquecas frequentes ou crónicas, os participantes que receberam uma injeção diária do agonista do GLP-1, liraglutida, apresentaram significativamente menos dores de cabeça intensas. Após 12 semanas, o número de dias com enxaqueca por mês diminuiu de uma média de 19,8 dias para apenas 10,7 dias – uma redução de quase metade.

Perda de peso, idade, sexo e uso de outros medicamentos ao mesmo tempo não alteraram significativamente os resultados.

"As nossas descobertas mostram que a liraglutida pode ser eficaz no tratamento de enxaqueca crónica ou de alta frequência sem resposta em pacientes com obesidade, e que esse efeito é independente da perda de peso", concluíram os autores, citados pelo Science Alert, que são da Universidade de Nápoles, em Itália.

"Isto sugere que os mecanismos que impulsionam a eficácia do liraglutida na prevenção da enxaqueca podem operar independentemente dos efeitos metabólicos significativos".

Estudos adicionais com coortes maiores e um grupo de controlo são necessários para verificar esta hipótese. Mas agonistas do GLP-1, como a liraglutida e possivelmente até mesmo o seu parente de ação mais duradoura, a semaglutida, podem ser uma via promissora para futuros tratamentos da enxaqueca.

Estima-se que as enxaquecas afetem de 14 a 15 por cento da população global, e ainda assim os poucos medicamentos que existem não funcionam para todos.

"Um número considerável de pacientes ainda enfrenta uma necessidade não atendida, especialmente quando os medicamentos preventivos se mostram ineficazes", escreve uma equipa de cientistas liderada pela neurologista Simone Braca.

Os participantes do estudo piloto atual tiveram enxaquecas que não responderam a outros tratamentos, o que significa que a liraglutida funcionou onde outros medicamentos não funcionaram.

Os agonistas do GLP-1 diminuem o apetite e ajudam a regular o açúcar no sangue, imitando uma hormona natural do corpo, chamada peptídeo - semelhante ao glucagon-1, libertado após as refeições. É por isso que esses medicamentos são tão eficazes no controlo do diabetes tipo 2 e do ganho de peso.

Mas os receptores de GLP-1 existem em todo o corpo, em diversos tecidos e órgãos. O facto de a liraglutida e medicamentos similares terem efeitos generalizados fora do pâncreas faz sentido. Ainda assim, os cientistas estão a tentar descobrir quais são esses efeitos e se eles ajudam ou prejudicam.

Nos últimos anos, estudos mostraram que a liraglutida e outros agonistas do GLP-1 podem reduzir significativamente a pressão intracraniana no cérebro - um possível gatilho para enxaquecas.

O estudo piloto atual é pequeno e não investigou os mecanismos por trás do alívio da enxaqueca pela liraglutida, nem mediu diretamente a pressão intracraniana entre os participantes.

No entanto, Braca e seus colegas suspeitam que a redução da pressão no crânio esteja a desempenhar um papel na redução da enxaqueca. Em estudos recentes com animais, os agonistas do GLP-1 reduziram o fluido no sistema nervoso central, diminuindo assim a pressão intracraniana.

"Estas descobertas fornecem uma base para ensaios em larga escala que visam investigar mais a fundo o papel dos agonistas do GLP-1R no tratamento da enxaqueca", concluíram Braca e a sua equipa.


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Com um B-2 a voar nos céus e rodeado dos seus maiores aliados, Trump finalmente ratificou a "big, beautiful bill"

Donald Trump ratifica "big, beautiful bill" (AP Photo/Julia Demaree Nikhinson)  Por  cnnportugal.iol.pt

É a celebração pela qual o presidente Donald Trump tem estado à espera.

Depois de semanas a persuadir os republicanos a apoiarem a sua mega-proposta de lei - apesar das preocupações persistentes sobre os cortes no Medicaid, a expansão do défice e as armadilhas políticas - Trump assinou a medida como lei no relvado sul da Casa Branca na tarde de sexta-feira.

Trump transformou o tradicional piquenique de 4 de julho numa celebração da independência do país e da sua vitória no Congresso, aproveitando a fanfarra do dia para saudar a vitória legislativa mais decisiva do seu segundo mandato. As festividades incluíram um sobrevoo de um B-2 - uma alusão aos recentes ataques dos militares às instalações nucleares iranianas - e mais tarde haverá um espetáculo de fogo de artifício no National Mall.

Foi tudo como Trump imaginou quando, há semanas, estabeleceu o prazo de 4 de julho para a aprovação da lei. Até alguns dos seus próprios aliados consideraram que o prazo era demasiado ambicioso. Mas o controlo férreo de Trump sobre o seu próprio partido, combinado com o que um responsável da Casa Branca descreveu como um esforço “omnipresente” do presidente para conseguir a adesão dos republicanos, culminou com a aprovação do projeto de lei na Câmara esta quinta-feira, com apenas duas deserções do Partido Republicano.

Em muitos aspetos, o evento marca a recompensa de semanas de esforço do presidente e da sua equipa para fazer com que o projeto de lei fosse aprovado. Trump convidou os membros do Congresso para o evento, que contou também com a presença de famílias de militares, convidados habituais para o piquenique do Dia da Independência.

Noutros aspetos, porém, o momento é apenas o início dos esforços de Trump para vender o seu projeto de lei a um público americano que, segundo as sondagens, continua cético quanto ao seu conteúdo.

O projeto de lei prolonga os cortes fiscais aprovados por Trump em 2017, durante o seu primeiro mandato, e cria novos cortes, com um custo total de 4,5 biliões de dólares. Também aumenta o financiamento para a aplicação da lei da imigração e para a defesa.

Membros republicanos do Congresso apertam a mão do presidente da Câmara dos Representantes, Mike Johnson, depois de este ter assinado o projeto de lei da agenda do presidente Donald Trump. (Julia Demaree Nikhinson/AP)

Para pagar as novas despesas e a diminuição das receitas fiscais, a medida reduz 1 bilião de dólares do Medicaid, juntamente com cortes na assistência alimentar. No entanto, de acordo com uma análise do Gabinete de Orçamento do Congresso (CBO), esta medida acrescentará 3,3 biliões de dólares ao défice federal, o que não inclui o custo do serviço da dívida.

Muitos republicanos temiam que os cortes do projeto de lei nos programas da rede de segurança social, como o Medicaid e as senhas de alimentação, pudessem abri-los a ataques políticos antes das eleições intercalares do próximo ano.

De acordo com o CBO, quase 12 milhões de americanos poderiam perder a cobertura de saúde em resultado das alterações introduzidas no projeto de lei nos programas governamentais. Outras análises apontam para um número mais elevado, tendo em conta os novos encargos burocráticos para os beneficiários provarem a sua elegibilidade.

Os democratas já começaram a apontar para as esmagadoras recompensas fiscais do projeto de lei para os americanos ricos, acusando Trump de estar a retirar benefícios aos pobres para recompensar os seus apoiantes ricos.

Alguns dos aliados de Trump admitiram que têm de recuperar o atraso na transmissão do que consideram ser os benefícios do projeto de lei, incluindo a eliminação de impostos sobre as gorjetas e o reforço do dinheiro para a agenda de aplicação da lei da imigração de Trump. Trump disse na quinta-feira que queria que os republicanos enviassem mensagens sobre o assunto durante a campanha de meio de mandato.

“Nem um único democrata votou em nós e penso que devemos usá-lo na campanha que se aproxima das intercalares, porque temos de os derrotar”, disse Trump.

A história recente está repleta de presidentes que, depois de utilizarem as maiorias do Congresso para fazer aprovar legislação importante destinada a polir o seu legado, lamentaram mais tarde não terem feito o suficiente para vender a lei ao público americano - depois de os membros do seu partido terem pagado o preço nas urnas.

Bombardeiro B-2 e dois F-35 sobrevoam a Casa Branca a 4 de julho de 2025 (AP Photo/Evan Vucci)

Para Trump, no entanto, o projeto de lei que assinou esta sexta-feira tem menos a ver com ajudar os republicanos a ganhar e mais com o seu próprio legado. O presidente americano apresentou o pacote como a codificação das promessas que fez aos eleitores durante a campanha eleitoral e utilizou-o para pontuar aquilo a que chamou o início de presidência mais bem-sucedido da história.

O sobrevoo desta sexta-feira dos bombardeiros B-2 - utilizados para lançar bombas contra as instalações nucleares iranianas no mês passado - sublinha a sequência de dias importantes marcados pela aprovação do projeto de lei de Trump.

Para além dos ataques ao Irão, Trump conseguiu convencer os aliados da NATO a gastar mais em defesa numa cimeira de líderes na semana passada; assegurou uma importante vitória no Supremo Tribunal que expande os seus poderes executivos; e gerou um novo impulso para um cessar-fogo em Gaza que poderia materializar-se numa questão de dias.

Um dia antes da sua celebração do 4 de julho, Trump congratulou-se com a série de vitórias.

“Estas devem ter sido as melhores duas semanas”, disse ele. “Alguém já teve duas semanas melhores?”