segunda-feira, 15 de abril de 2013

Fórum de Partidos da Guiné-Bissau quer brevidade nas eleições mas aponta 2014

                                    

O Fórum dos Partidos Políticos da Guiné-Bissau que apoiam o Governo de transição defende a realização de eleições “com a maior brevidade política”, mas considera que as mesmas terão de ocorrer em 2014.

Um ano depois do golpe militar que derrubou os governantes eleitos na Guiné-Bissau as eleições deveriam estar já com data marcada, visto que o período de transição foi marcado para terminar em maio. O período de transição foi prolongado entretanto até final do ano, período durante o qual a comunidade internacional quer que se realizem eleições.

Num comunicado divulgado hoje, o Fórum, que agrupa a maior parte dos partidos da Guiné-Bissau (a grande maioria com pouca expressão eleitoral), defende que o cronograma das eleições (que ainda não existe oficialmente) “deve de ser extensivo ao ano de 2014”.

O comunicado justifica a sugestão afirmando que a época das chuvas começa em maio e prolonga-se até outubro, altura em que não se pode fazer o recenseamento eleitoral. “Os procedimentos no terreno iniciar-se-iam apenas em novembro de 2013 e será que num mês seria possível realizar eleições?”, questiona o Fórum.

No comunicado, os partidos perguntam ainda quando estará disponível o financiamento externo para as eleições, quando se iniciam as reformas legislativas necessárias, quando é que serão empossados os membros das comissões nacionais e regionais de eleições, e quando é que se inicia o recenseamento eleitoral.

“São estas e mais perguntas que os defensores da realização das eleições em 2013 deveriam de esclarecer ao povo guineense”, diz o comunicado, que reafirma a defesa da criação de uma Comissão Multipartidária e Social de Transição.

Essa Comissão deverá juntar partidos, sociedade civil e castrense, órgãos de soberania e parceiros internacionais, e destina-se a encontrar “um consenso nacional” para que não se repitam situações de instabilidade no futuro.

As competências da comissão, diz o comunicado, não colidiriam com as da Assembleia Nacional Popular, ou a sua substituição ou dissolução.

Bissau (Lusa, 13 de Abril de 2013)   

Augusto Mansoa: "Carlos Gomes Júnior acusado de crime de sangue não tem lugar num governo"

Carlos Gomes Júnior, antigo primeiro-ministro da Guiné-Bissau. Miguel Martins/RFI
Texto por: João Matos  RFI

Um ano depois do golpe militar na Guiné Bissau, a 12 de Abril, continua a haver reacções e comentários de personalidades ligadas ao mundo da política, diplomacia e sociedade civil guineense.

O médico guineense radicado em Portugal, Augusto Mansoa, dirigente associativo em Lisboa, reage a este aniversário do golpe militar, à prisão de Bubo Na Tchuto, pelas autoridades americanas e ao futuro da Guiné Bissau que tem de passar pelo diálogo entre todos os quadrantes da sociedade guineense.

Em relação à formação de um governo de inclusão de todas as partes, o médico Augusto Mansoa, está de acordo, mas sem a participação de pessoas como o antigo Primeiro Ministro deposto Carlos Gomes Júnior, que segundo ele "é acusado de crime de sangue numa série de assassinatos antes dele ter sido destituído".


Entrevista ao médico guineense Augusto Mansoa  AQUI