Por LUSA
"Preocupante", diz Washington sobre captura de soldados chineses por Kyiv
Os Estados Unidos manifestaram hoje preocupação com a captura de dois cidadãos chineses que, segundo Kyiv, estavam a combater com o Exército russo no leste da Ucrânia, acusando novamente Pequim de apoiar o Kremlin
"A captura dos soldados chineses é preocupante", frisou a porta-voz do Departamento de Estado, Tammy Bruce, aos jornalistas.
A China é um dos principais apoiantes da Rússia na guerra na Ucrânia", acrescentou.
Bruce denunciou que "a China é um grande facilitador da Rússia na guerra na Ucrânia" e afirmou que fornece 80% dos artigos de tecnologia dupla que o Kremlin "precisa para sustentar a guerra".
"A cooperação contínua entre estas duas potências nucleares só contribuirá para a instabilidade global e tornará os Estados Unidos e outros países menos seguros e menos prósperos", sublinhou ainda a porta-voz.
O Presidente ucraniano Volodymyr Zelensky ordenou os seus ministros dos Negócios Estrangeiros e da Defesa que contactassem os seus homólogos chineses para exigir uma explicação sobre o envolvimento de cidadãos chineses na guerra na Ucrânia, depois de ter capturado dois deles a combater no exército russo.
Ao anunciar a captura dos primeiros soldados chineses que participaram nesta guerra, Zelensky disse que o número de militares com passaporte chinês a combater ao lado das tropas russas pode ser muito maior.
Na rede social X (antigo Twitter), o ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano anunciou hoje ter chamado o encarregado de negócios chinês em Kyiv para lhe pedir "explicações" sobre a presença de soldados chineses na Ucrânia a combater pela Rússia.
"Convocámos o encarregado de negócios da China na Ucrânia ao Ministério dos Negócios Estrangeiros para condenar este ato e exigir explicações", disse Andrii Sybiga.
Segundo a Ucrânia, a captura dos dois alegados soldados chineses em combate nas fileiras russas na frente "põe em causa" a posição declarada por Pequim de parte neutra no conflito.
"Os cidadãos chineses que combatem no Exército invasor russo na Ucrânia põem em causa a posição declarada da China a favor da paz", escreveu ainda o chefe da diplomacia ucraniana na plataforma digital.
A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro de 2022, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Leia Também: Dois soldados chineses capturados em combates na Ucrânia, diz Zelensky