© ATTA KENARE/AFP via Getty Images
Por Lusa 19/05/24
O Presidente
iraniano continua desaparecido horas depois da queda do seu helicóptero
no noroeste do Irãoqueda do seu helicóptero no noroeste do Irão, o que está a suscitar preocupação sobre o futuro
político do país e incertezas sobre quem o substituirá em caso de morte.
"Em caso de morte, destituição, demissão, ausência ou doença por um período superior a dois meses do Presidente da República, o Primeiro Vice-Presidente da República assume o cargo", segundo o artigo 131.º da Constituição da República Islâmica do Irão, citado pelas agências internacionais, horas depois do incidente que envolveu Ebrahim Raisi.
Esta alteração deverá ter o "consentimento do Líder Supremo" do país, o 'ayatollah' Ali Khamenei, que já apelou hoje aos iranianos para "não se preocuparem" enquanto prosseguem as buscas.
"O povo do Irão não deve preocupar-se, não haverá interrupção das funções do país", disse Khamenei numa reunião com as famílias dos membros da Guarda Revolucionária em Teerão, segundo a agência de notícias IRNA.
O atual primeiro vice-presidente do Irão é Mohammad Mokhber, de 68 anos, que está no cargo desde 2021 e anteriormente liderou o poderoso conglomerado "Execução da Ordem do Imã Khomeini" (EIKO). Por estas funções é alvo de sanções pelos Estados Unidos desde 2021.
Em caso de morte do primeiro vice-presidente ou de outras circunstâncias que o impeçam de exercer as suas funções, bem como no caso de o Presidente falecido não ter um primeiro vice-presidente, o líder supremo nomeia outra pessoa.
O Presidente Raisi permanece desaparecido, assim como o ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano, Hossein Amir-Abdollahian, depois de o seu helicóptero se ter despenhado na zona de Kalibar e Warzghan, na província do Azerbaijão Oriental, no noroeste do país.
O acidente deu-se quando a comitiva regressava da fronteira com o Azerbaijão, onde Raisi inaugurou uma barragem com o seu homólogo azeri, Ilham Aliyev.
O Exército iraniano indicou na última hora ter localizado a posição "exata" do helicóptero em que viajava o Presidente iraniano, Ebrahim Raisi, graças a um sinal da aeronave e a outro do telemóvel de um dos tripulantes.
No terreno estão pelo menos 65 equipas de salvamento em operações de busca que estão a ser dificultadas devido ao denso nevoeiro e às fortes chuvas.
A Arábia Saudita, o Iraque, o Azerbaijão e a Rússia ofereceram ajuda a Teerão, enquanto o Presidente norte-americano, Joe Biden, foi informado sobre o incidente, segundo a Casa Branca, que não adiantou mais detalhes.
A Turquia já enviou 32 equipas de salvamento e seis veículos e a União Europeia ativou o serviço cartográfico de resposta rápida Copernicus a pedido do Irão.
Ebrahim Raisi, de 63 anos, um clérigo religioso de linha dura, foi eleito Presidente do Irão em 2021, numa eleição presidencial com a participação mais baixa da história da República Islâmica.
A sua liderança tem protagonizado uma intensificação da repressão contra ativistas, mulheres e críticos do regime.
© Shutterstock
Por Lusa 19/05/24
A chefe da missão
de manutenção da paz da ONU na República Democrática do Congo condenou
"com toda a veemência" o ataque de hoje às residências do Presidente e
vice-primeiro-ministro congoleses, numa tentativa de golpe de Estado.
"[Bintou] Keita está a acompanhar de perto a evolução da situação e está à disposição das autoridades congolesas para lhes prestar todo o apoio no âmbito do seu mandato", declarou a Missão da ONU na República Democrática do Congo na sua conta da rede social X (antigo Twitter).
Às primeiras horas de hoje dezenas de atacantes invadiram as residências do Presidente, Felix Tshisekedi, e do vice-primeiro-ministro e ministro das Finanças, Vital Kamerhe, numa tentativa de golpe de Estado, rapidamente travada pelo exército congolês.
A tentativa de golpe de Estado foi liderada pelo ativista da diáspora congolesa nos Estados Unidos, Christian Malanga, morto pelas Forças Armadas da República Democrática do Congo (RDC) depois de invadir o Palácio da Nação, a residência presidencial.
Malanga tinha publicado vários vídeos na sua página da rede social Facebook que mostravam um grupo de homens armados em uniforme militar no átrio e nos jardins do palácio.
"Desfrutem da libertação do nosso novo Zaire", gritou Malanga em inglês, enquanto os atacantes queimavam bandeiras da RDCongo e carregavam bandeiras do Zaire, o antigo nome da RDCongo durante a ditadura de Mobutu Sese Seko.
Os atacantes afirmaram ser da diáspora e estar a lutar para expulsar Tshisekedi do poder, segundo a imprensa local.
Por volta das 04:30 (03:30 de Lisboa), homens armados invadiram também a residência de Kamerhe, causando pelo menos três mortos, entre os quais dois polícias encarregados da segurança do político e um dos atacantes.
A segurança foi reforçada no bairro de La Gombe, em Kinshasa, onde se situam as duas casas e algumas das principais sedes governamentais e diplomáticas do país.
A embaixadora norte-americana na RDCongo, Lucy Tamlyn, condenou o ataque e manifestou-se "muito preocupada" com o alegado envolvimento de cidadãos dos EUA.
O porta-voz das forças armadas, Sylvain Ekenge, afirmou à televisão pública ter "cortado pela raiz" a "tentativa de golpe", depois de ter sugerido que os atacantes eram congoleses e estrangeiros, mas sem dar pormenores.
Christian Malanga, que se intitulava comandante e usava frequentemente um uniforme militar, era bem conhecido nos círculos da diáspora congolesa nos EUA pelos seus discursos contra o poder.
Malanga liderou o movimento Novo Zaire e o Partido dos Congoleses Unidos, tendo declarado a intenção de se candidatar à Presidência da República.
Nascido em 1983 na então República do Zaire, Malanga cresceu na comuna de Ngaba, em Kinshasa, e viveu na África do Sul e na Suazilândia antes de se estabelecer nos Estados Unidos.
© Narciso Contreras/Anadolu via Getty Images
Por Lusa 19/05/24
Pelo menos quatro
pessoas morreram hoje em bombardeamentos de Moscovo na cidade ucraniana
de Kharkiv, enquanto uma refinaria de petróleo no sul da Rússia
suspendeu as operações após ataques de seis drones, segundo autoridades
locais.
"Sabemos que quatro civis foram mortos. Pelo menos oito pessoas focaram feridas", afirmou o governador da região de Kharkiv, Oleg Synegoubov, citado pela agência France-Presse (AFP), acrescentando que as forças russas "atacaram a zona onde os habitantes estavam a descansar".
Segundo o responsável local, o bombardeamento atingiu o bairro de Malondanylivka, no noroeste da região.
O assalto a esta região foi lançado em 10 de maio e, depois de uma intensificação dos ataques aéreos, Moscovo alcançou alguns dos seus maiores ganhos territoriais em quase ano e meio.
Segundo o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, desde então, as forças invasoras russas avançaram entre cinco e 10 quilómetros ao longo da fronteira nordeste.
Kharkiv, capital da região, é a segunda maior cidade da Ucrânia e contava mais de 1,4 milhões de habitantes antes da guerra desencadeada com a invasão russa de fevereiro de 2022.
Do lado russo, durante a manhã, as autoridades locais anunciaram a suspensão da atividade de uma refinaria de petróleo em Krasnodar, depois de um ataque por seis veículos aéreos não tripulados (drones).
"Seis drones caíram no território da refinaria em Slaviansk-on-Kuban", escreveu o responsável local da região administrativa de Slaviansk, Roman Siniagovski, na plataforma de troca de mensagens Telegram.
A refinaria, do grupo Slaviansk EKO, é uma das maiores no sul da Rússia.
À Interfax, o chefe de segurança da refinaria, Eduard Trutnev, disse que a fábrica "está atualmente parada" e que estão a "avaliar os danos" causados pelos ataques.
Segundo o Ministério da Defesa da Rússia, 57 drones ucranianos foram intercetados desde a noite de sábado em Krasnodar.
Além desta região, também foram registados ataques aéreos ucranianos em Belgorod e na península da Crimeia, anexada pela Rússia em 2014.
© Lusa
Por Lusa 19/05/24
São Tomé e Rússia acordam "cooperar" em matéria de segurança
O
acordo militar entre a Rússia e São Tomé e Príncipe, assinado em abril,
ameaça condicionar o país lusófono em futuras tomadas de posição,
nomeadamente na ONU, ao prever a cooperação com Moscovo no "quadro de
organizações e fóruns internacionais".
De acordo com o documento, a que a Lusa teve acesso, as partes acordaram cooperar nessas instâncias sobre "questões fundamentais de segurança e estabilidade internacionais" e, ainda, "coordenar esforços para enfrentar conjuntamente os desafios e ameaças à segurança e estabilidade global e regional".
Do compromisso assinado no passado dia 24 de abril e em vigor desde 05 de maio, não parece decorrer que venham necessariamente a surgir mudanças de São Tomé em relação a posições assumidas em organizações internacionais no que à Rússia diz respeito, mas, atendendo à formalização da "cooperação" sobre "questões fundamentais de segurança e estabilidade internacionais", levanta-se a dúvida sobre como votará São Tomé em eventuais futuras novas resoluções das Nações Unidas semelhantes às duas condenações da invasão russa da Ucrânia em 24 de fevereiro de 2022, que São Tomé votou favoravelmente.
O acordo prevê "troca de informações sobre questões de mútuo interesse no domínio militar", assim como -- reforçando a ideia acima - "troca de experiências e informações sobre a implementação das doutrinas de defesa nacional".
As partes comprometeram-se, igualmente, a efetuar "consultas sobre questões de segurança global e regional" e a organizar "atividades conjuntas de formação operacional e de combate"; "participar em exercícios militares"; "escala de navios militares e visitas da aviação militar".
"Edificação e reforma das forças armadas", "formação de combate de tropas", "cooperação em questões de recrutamento das forças armadas", "emprego de armas e equipamento militar e de logística", "troca de experiências e informações no quadro da luta contra a ideologia extremista e o terrorismo internacional" e "troca de experiências e informações no âmbito da luta contra a pirataria" são, entre outras, também identificadas neste acordo-quadro.
O acordo prevê a criação de um "grupo de trabalho conjunto" com a finalidade de coordenar a cooperação agora assinada, cujas reuniões serão realizadas "alternadamente" em cada um dos países.
Ficou prevista a elaboração de um "plano de cooperação militar", que incluirá "as atividades, formas, locais e horários, bem como a definição dos órgãos responsáveis, o número de participantes e outras questões".
O acordado no articulado assenta no pressuposto da vontade das partes em "desenvolver a cooperação militar numa base de longo prazo", sendo que esta, sublinham os cossignatários, "contribui para o reforço da paz e estabilidade internacional".
Os "aspetos financeiros" são incluídos como artigo autónomo no texto, estabelecendo que cada uma das partes assume o financiamento "independente" das "despesas dos seus representantes relativas à implementação do presente acordo", caso não concordem "outro modo", "por escrito".
Mais importante, porém, é que a "realização de atividades no quadro do acordo dependerá de disponibilidade de financiamento das partes".
Finalmente, o articulado prevê compromissos de confidencialidade da informação sobre cooperação militar, assistência médica de emergência, legislação aplicável, jurisdição e proteção legal, segurança e resolução de litígios.
O acordo foi celebrado por um "período de tempo indeterminado", e pode ser denunciado mediante notificação escrita por via diplomática, caso em que a respetiva vigência cessará 180 dias após a receção da notificação pela parte contrária.
A assinatura do acordo foi noticiada no passado dia 06 pela agência de notícias oficial russa Sputnik, a qual salientava que a cooperação militar entre os países "contribui para fortalecer a paz e a estabilidade internacional", e confirmada de seguida pelo Governo são-tomense, com a oposição a criticar o "secretismo" em que ocorreu.
© Reprodução/Facebook/Meteo Trás os Montes Portugal
Por Notícias ao Minuto 19/05/24
Um clarão iluminou os céus um pouco por todo o país, ao início da noite deste sábado, cerca das 23h50. O fenómeno, ainda sem explicação oficial, foi avistado em vários locais, nomeadamente em cidades como Lisboa, Porto, Vila Real ou Leiria.
O momento provocou um rasto de luz nos céus de cor azul ou verde, segundo vários relatos partilhados nas redes sociais.
É equacionado, inclusivamente, que possa ter-se tratado de um meteoro ou meteorito (vulgo, bola de fogo).
A página Meteo Trás os Montes Portugal partilhou várias imagens, que pode ver abaixo.