- Domingos Simões Pereira foi escolhido como candidato do PAIGC às eleições presidenciais, após vencer as primárias com 359 votos a favor, 9 contra e 2 votos nulos.
sábado, 20 de setembro de 2025
Discurso do Presidente do PAIGC, Domingos Simões Pereira, candidato oficial do PAIGC às eleições presidenciais.
Embaixada de Israel em Portugal diz que reconhecimento da Palestina é premiar o "terrorismo"
Por sicnoticias.pt
Embaixada diz que Portugal "votou inúmeras vezes contra o reconhecimento imediato do Estado Palestiniano" e que houve razões válidas para o fazer.
A Embaixada de Israel em Portugal reagiu este sábado ao anúncio do Ministério dos Negócios Estrangeiros português sobre o reconhecimento da Palestina indicando que tal é "dar um prémio ao terrorismo".
Questionada pelo Observador sobre a decisão do país, a embaixada considera que "mostra ao mundo que o terrorismo compensa".
E acrescenta que Portugal "votou inúmeras vezes contra o reconhecimento imediato do Estado Palestiniano" e que houve razões válidas para o fazer.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros português anunciou na sexta-feira o reconhecimento da Palestina no domingo, "ainda antes da Conferência de Alto Nível da próxima semana", organizada pela França e Arábia Saudita na sede das Nações Unidas, em Nova Iorque.
A decisão de Portugal "apoia os esforços para alcançar a paz e implementar a solução de dois Estados", disse o ministério no comunicado, citado pelas agências de notícias palestiniana WAFA e espanhola EFE.
Marcelo rebelo de Sousa chega este sábado a Nova Iorque para participar na Assembleia geral das Nações Unidas e na Declaração Oficial de Reconhecimento do Estado da Palestina, que Portugal antecipou em um dia.
BASTONÁRIO DA ORDEM DOS JORNALISTAS ALERTA PARA TENTATIVAS DE " DOMESTICAÇÃO" DA IMPRENSA PELO PODER POLÍTICO
Por: Rádio Jovem Bissau. 20/09/2025
O bastonário da Ordem dos Jornalistas da Guiné-Bissau, António Nhaga, manifestou este sábado 20/ 09 a sua profunda preocupação quanto às tentativas do poder político de controlar e “domesticar” os jornalistas, sobretudo no atual contexto, considerado crucial para a realização das eleições gerais previstas para 23 de novembro.
Em declarações aos jornalistas à margem do encerramento de uma palestra dirigida a representantes de diversos órgãos de comunicação social e estudantes de 1° a 4° ano da Escola Superior de Comunicação e Jornalismo da Guiné-Bissau, sob o tema “Imprensa guineense: Uma análise científica do seu percurso histórico”, Nhaga advertiu para a possibilidade de persistirem tensões entre o poder político e a classe jornalística.
Segundo afirmou, alguns atores políticos procuram transformar os jornalistas em “mininus di mandadus” (rapazes de recado) de partidos políticos, numa lógica que tende a desvirtuar a missão da imprensa. “O objetivo destes políticos é fazer dos jovens jornalistas pessoas "marmiteiros", dispostos a esconder a verdade em troca de benefícios”, denunciou.
O bastonário e igualmente Diretor-Geral da Escola Superior de Comunicação e Jornalismo exortou as novas gerações da classe jornalística a resistirem a estas pressões.
“Espero que a imprensa na Guiné-Bissau, sobretudo a vossa geração, não "marmite’" a situação política do país. A minha maior preocupação é com os jovens, que devem ser jornalistas independentes, tal como em qualquer parte do mundo”, reforçou sublinhando o papel central dos jovens jornalistas na consolidação da democracia. Para ele, sem uma imprensa livre e independente, o país corre o risco de perpetuar sistemas autoritários do passado.
“O poder político quer manter aquele modelo herdado do tempo de António de Spínola e Amílcar Cabral, onde tudo o que era dito era tomado como verdade. Mas os jovens jornalistas devem pautar-se pelo interesse público e pela defesa da democracia”, afirmou.
Como caminho para fortalecer a classe jornalística e enfrentar intimidações, espancamentos, insultos, calúnias e outros abusos, professor António Nhaga apontou a união dos profissionais como solução essencial para dignificar e valorizar a profissão jornalística na Guiné-Bissau.
Ilídio Vieira Té ameaça revelar segredos contra Domingos Simões Pereira.🇬🇼🚨
Por Digital Mídia Global TV Bissau, 20 de setembro de 2025
O diretor da campanha eleitoral da Plataforma Republicana, Ilídio Vieira Té, lançou duras críticas a Domingos Simões Pereira, líder do PAIGC, e ameaçou expor segredos que, segundo ele, comprometem a figura do dirigente político.
A advertência foi feita durante a cerimónia de tomada de posse, este sábado (20), em Bissau.
Num discurso marcado por ataques diretos, Té acusou Simões Pereira de “se manter agarrado ao PAIGC” em vez de procurar outro trabalho. Ilídio declarou ainda que a formação política de Simões Pereira “foi, no passado, a principal violadora das liberdades na Guiné-Bissau”, evocando episódios que associou ao líder do PAIGC.
Ilídio Té garantiu, no entanto, que não pretende lançar ofensas gratuitas, mas deixou um aviso: “se houver ataques ou insultos contra Umaro Sissoco Embaló, presidente cessante, ou contra membros da Plataforma Republicana, vou expor todos os segredos que tenho sobre Domingos Simões Pereira.”
De acordo com Té, estaria em curso um “plano de difamações” contra a coligação e contra o chefe de Estado cessante. Caso essa alegada ofensiva se concretize, assegura que revelará informações comprometedoras relacionadas ao dirigente do PAIGC.
Em tom mobilizador, o diretor de campanha apelou ainda às estruturas e militantes da Plataforma Republicana para “trabalhar junto das bases” e garantir a vitória nas próximas eleições legislativas, sublinhando que uma eventual vitória da coligação e de Umaro Sissoco Embaló permitirá “endireitar o país de uma vez por todas.”
Domingos Simões Pereira, lider do PAI TERRA RANKA, fala a imprensa momentos antes da reunião do Comité Central do PAIGC
- Eduardo Jorge Sanca promete concorrer as primárias do PAIGC
Drones ucranianos matam quatro pessoas na Rússia... Um ataque ucraniano com drones causou quatro mortos durante a noite na região de Samara, a cerca de 850 quilómetros a sudeste de Moscovo, anunciou o governador local.
© REUTERS/Maxim Shemetov Lusa 20/09/2025
"É com profunda tristeza que informo que quatro pessoas morreram em consequência de um ataque noturno por drones inimigos. Esta é uma perda irreparável para todos nós", disse Vyacheslav Fedorishchev, citado pela agência noticiosa estatal russa TASS.
O governador disse também que uma pessoa ficou ferida no ataque e prometeu que o Governo regional irá ajudar as famílias das vítimas.
Fedorishchev não indicou a localização exata do ataque.
Anteriormente, informara que "instalações do complexo energético e petrolífero" tinham sido atingidos por drones ucranianos.
A Ucrânia tem como alvo este tipo de infraestruturas, que representam uma importante fonte de receita para Moscovo, a fim de tentar diminuir a capacidade russa de financiar o esforço de guerra.
O comando do exército ucraniano mencionou hoje um ataque contra a instalação petrolífera Samara, na região russa com o mesmo nome, segundo a agência de notícias France-Presse (AFP).
As forças ucranianas reivindicaram ataques contra infraestruturas petrolíferas, incluindo duas refinarias, em território russo durante a noite.
Foram atingidas as refinarias de Saratov, localizada a 858 quilómetros a sudeste de Moscovo, e de Novokubichevsk, a cerca de mil quilómetros da capital russa, precisou o estado-maior num comunicado citado pela agência espanhola EFE.
O ataque com drones contra a refinaria de Kuibishevsky provocou explosões e incêndios nas instalações, referiu.
O comando ucraniano disse que a refinaria de Saratov era responsável por cerca de 2,54% do volume total de refinação de petróleo da Federação Russa.
De acordo com o Estado-Maior, os resultados das ações ainda estavam a ser avaliados.
As autoridades ucranianas disseram que os ataques russos durante a noite causaram pelo menos três mortos.
Leia Também: Forças russas abatem drones e Kyiv reivindica ataque a refinarias
As defesas aéreas da Rússia abateram 149 drones ucranianos durante a noite de hoje, anunciou o Ministério da Defesa russo, enquanto as forças ucranianas reivindicaram ataques a duas refinarias no país.
Reconhecimento do Estado da Palestina "nada mudará" na ocupação israelita... Analistas portugueses de política internacional coincidem na opinião de que um reconhecimento do Estado da Palestina, que Portugal formalizará no domingo, será apenas simbólico e que "nada mudará no imediato a ocupação israelita".
© Saeed M. M. T. Jaras/Anadolu via Getty Images Lusa 20/09/2025
Em declarações à agência Lusa, quer o professor na NOVA School of Law de Lisboa, Felipe Pathé Duarte, quer o vice-presidente do Observatório do Mundo Islâmico (OMI), João Henriques, sustentaram que o bloqueio a Gaza não desaparecerá automaticamente e que a violência continuará por tempo indefinido.
João Henriques lembrou que, atualmente, 146 dos 193 Estados-membros da ONU reconhecem o Estado da Palestina, número que aumentará já no domingo com Portugal, cujo ministério dos Negócios Estrangeiros anunciou na sexta-feira.
Na segunda-feira, Portugal juntar-se-à a outros nove países que se juntarão numa conferência promovida por França, incluindo Andorra, Austrália, Bélgica, Canadá, Luxemburgo, Malta, Reino Unido e São Marino, em que todos reconhecerão a Palestina como Estado.
"Israel já disse que a guerra não vai parar apenas por causa do reconhecimento, uma vez que deixou muito claro que não aceita imposições externas sobre o Estatuto da Palestina", pelo que, a haver impacto será sempre "simbólico" no imediato, sustentou Pathé Duarte.
"O potencial reconhecimento não vai mudar no imediato a ocupação israelita da Cisjordânia e de Jerusalém Oriental. Na prática, isso vai continuar. O bloqueio de Gaza não vai desaparecer automaticamente. O Hamas vai continuar a controlar Gaza, o que vai criar um problema complicado, nomeadamente em termos de dois tipos de autoridade, porque temos o caso na Cisjordânia, nas mãos da Fatah, da Autoridade Palestiniana, e, no caso de Gaza, o Hamas. Portanto, a ONU não reconhece o Hamas como um governo legítimo", justificou o analista de politica internacional.
Segundo Pathé Duarte, um reconhecimento da Palestina como Estado fará com que se deixe de ver apenas o povo palestiniano sob ocupação e passar a tratá-lo como um país soberano, com direitos e deveres iguais aos de qualquer outro, sobretudo o reconhecimento diplomático e jurídico-político.
"O reconhecimento é, sem grande margem para ilusões, simbólico, já que a ocupação e a violência de que é alvo a população palestiniana marcarão o seu dia-a-dia por tempo ainda não definido", sublinhou, por sua vez, João Henriques, argumentando com o "permanente desrespeito de Israel por todas as decisões que contrariam a sua caminhada pela expansão territorial".
Por outro lado, para o professor na NOVA School of Law de Lisboa, na perspetiva do governo de Benjamim Netanyahu, enquanto o Hamas continuar a existir "há de ser sempre visto como uma ameaça existencial a Israel, ou uma potencial ameaça existencial a Israel".
"Qualquer solução de dois Estados que eventualmente Telavive aceite, nunca será com a possibilidade de existência do Hamas. E é o que está a acontecer. Israel vai acentuar a invasão na tentativa de eliminar completamente o Hamas. E só depois daí, eventualmente, é que poderá considerar a possibilidade negocial dos Estados", disse.
A este respeito, João Henrique salientou que, independentemente do reconhecimento do Estado de Israel por mais países, as Forças de Defesa de Israel (FDI) "vão acentuar a invasão na tentativa de eliminar o Hamas", o que será "difícil".
"O Hamas tem ainda cerca de 10.000 efetivos prontos para combater, muitos deles jovens, pois as primeiras figuras foram eliminadas", referiu, sublinhando que o movimento islamita "nunca irá deixar de confrontar Israel" e que "eliminará os reféns que ainda tem em seu poder antes da chegada das FDI".
Sobre o papel dos Estados Unidos, Pathé Duarte defendeu que Washington "dificilmente aceitaria de bom grado" ver a Palestina como Estado, pois reagiria como "oposição política imediata, utilizando o veto no Conselho de Segurança da ONU para bloquear várias resoluções que reconheçam ou fortaleçam esta possibilidade de um Estado palestiniano".
No entanto, apesar de os Estados Unidos não disporem da possibilidade de utilizar o veto, de facto, na Assembleia Geral das Nações Unidas, que começa na segunda-feira em Nova Iorque, poderiam sempre manifestar uma rejeição política e não reconhecer bilateralmente a Palestina.
"Os Estados Unidos aqui dificilmente reconheceriam e fariam tudo por tudo para que isso não acontecesse. A reação será sempre negativa e de oposição ativa, utilizando o Conselho de Segurança, de críticas muito fortes, acompanhadas talvez de sanções financeiras, de críticas políticas e levantando sempre a bandeira de que só reconhecerão a Palestina resultado de negociações diretas com Israel e não decisões unilaterais das Nações Unidas ou da chamada Comunidade Internacional", concluiu.
Já o vice-presidente do OMI, questionado sobre o posicionamento dos Estados Unidos no conflito, sustentou que irá refletir-se "inevitavelmente nas relações de natureza diplomática", tanto a nível regional como global, "em particular com alguns dos seus aliados europeus e do Médio Oriente".
"Este cenário poderá vir a diminuir a capacidade de os EUA ditarem as suas leis no campo das decisões multilaterais, podendo assim favorecer o maior protagonismo da União Europeia [UE], dos países árabes, da Rússia, e da China também, o que contraria os mais recentes propósitos do Washington para a região", sustentou.
Para João Henriques, poderá dar lugar igualmente a "um endurecimento das posições norte-americanas através da aplicação ou agravamento das sanções já existentes, o que exigirá o bom senso do atual inclino da Casa Branca, o que é bastante duvidoso".
BAD recomenda a Cabo Verde que acelere as suas reformas estruturais.... O Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) recomenda a Cabo Verde que acelere as reformas estruturais, no mais recente relatório sobre o arquipélago, que apresenta uma "perspetiva positiva, mas cautelosa" sobre o que podem ser os próximos anos.
© Lusa 20/09/2025
"A ambição do país em alcançar a transformação estrutural e a resiliência climática até 2030 reflete o quadro de políticas e investimentos. No entanto, as lacunas na execução, as restrições fiscais e as incertezas globais exigem uma implementação acelerada das reformas", lê-se no documento.
Segundo o BAD, "Cabo Verde está num caminho promissor, mas necessita de ações políticas ousadas para ultrapassar as fragilidades estruturais. Com uma agenda de reformas coerente, apoio dos parceiros e alocação eficaz de capital, pode alcançar as metas da visão 2030 para um desenvolvimento sustentável e inclusivo".
O Relatório de Contexto Nacional (Country Focus Report -- Cabo Verde), publicado em agosto, no portal do BAD e consultado hoje pela Lusa, analisa o desempenho macroeconómico, a mobilização de capital e as reformas institucionais.
O país (importador, por natureza) é vulnerável a choques externos e a política tarifária que a administração norte-americana implementou, este ano, pode ser um novo problema, alerta a instituição.
"Embora o impacto direto em Cabo Verde possa ser limitado, devido ao seu modesto volume de exportações para os EUA, as implicações mais vastas das tensões comerciais globais podem afetar o turismo, as remessas [de emigrantes] e os fluxos de investimento, que são vitais" para a economia do arquipélago lusófono.
Como soluções, o BAD sugere um esforço acrescido para reforçar laços comerciais com nações da África Ocidental e com a diáspora, obtendo mais opções de trocas, além de trabalhar mais na instalação de energias renováveis, serviços digitais e produtos de nicho (no turismo, pesca e agricultura).
Só que há obstáculos a ultrapassar ao nível dos recursos humanos: o sistema educativo "está aquém das exigências da indústria, particularmente nas competências técnicas e digitais" e o BAD identifica ainda uma "fuga de cérebros, em que profissionais qualificados migram para as economias desenvolvidas, esgotando a força de trabalho de Cabo Verde".
No que respeita à mobilização de capital, o BAD estima que, para atingir as metas de desenvolvimento até 2030, "Cabo Verde necessita de aproximadamente 163 milhões de dólares (137,6 milhões de euros) anuais (o equivalente a 7,3% do PIB de 2024), especialmente para infraestruturas e energia".
Para chegar ao valor, o arquipélago já dispõe de um rácio de receita fiscal sobre o PIB de 18,2%, "acima das médias regionais", mas "a eficiência da cobrança é limitada pela informalidade e pela evasão fiscal".
Além disso, "o governo devia implementar regulamentos para facilitar o financiamento das suas necessidades de desenvolvimento", através de parcerias público-privadas ou mercados financeiros, apontando um tipo de "títulos da diáspora" como exemplo.
"Cabo Verde possui capital nacional abundante, mas a sua mobilização e utilização continuam a aquém do esperado", acrescenta o BAD.
Ao nível institucional, "a independência judicial é forte, mas persistem atrasos na execução de contratos", nota o relatório, ao considerar que "um sistema judicial transparente e eficiente é crucial para a governação económica e para o investimento".
"Cabo Verde deve focar-se em reforçar a independência judicial para garantir decisões justas e imparciais, investir na formação dos oficiais de justiça em direito comercial e resolução de litígios e promover a arbitragem e a mediação, para acordos comerciais mais rápidos e económicos", conclui a análise.
Ao nível macroeconómico, o BAD mantém as projeções de crescimento (divulgadas durante os encontros anuais, em maio) de 5,3% para este ano e 4,9% em 2026 -- após um incremento de 7,3% em 2024 (dados provisórios) --, aponta para inflação de 1,4% em 2025 e 1,8% em 2026 e perspetiva que "o défice orçamental diminua para 2,5% do PIB em 2025 e 1,7% em 2026, em resultado da maior mobilização de recursos internos".
Leia Também: OMS defende projeto de vigilância da malária em Cabo Verde após 31 casos
A representante da Organização Mundial da Saúde (OMS) em Cabo Verde defendeu hoje um "projeto de vigilância" para prevenir a propagação da malária, após mais um caso registado, totalizando 31 desde janeiro, ameaçando o certificado de país livre da doença.
Juventude Africana Amílcar Cabral JAAC realizou esta sábado a conferência de imprensa.
Supremo Tribunal de Justiça (STJ) notificou a coligação política “Plataforma Republicana Nô Kumpu Guiné” para corrigir, no prazo de 72 horas, várias irregularidades no pedido de inscrição para as eleições gerais de 23 de novembro de 2025.
Portugal: 72 imigrantes notificados para saírem do país. Um deles português... “O que estas 72 pessoas têm em comum é o facto de terem trabalhado para uma empresa que está a ser investigada”, conta a advogada Filipa Santos Costa, que representa três das pessoas notificadas - uma delas, com nacionalidade portuguesa.
© GlobalImagens/Leonardo Negrão por noticiasaominuto.com 20/09/2025
A Agência para a Imigração e Asilo (AIMA) emitiu um despacho onde notificou 72 pessoas, de nacionalidades estrangeiras, na sua maioria do Indostão, que as suas autorizações de residência iam ser canceladas e que tinham 20 dias para abandonar o país.
Falamos de mais de setenta pessoas que há pelo menos seis anos já têm a situação regularizada em Portugal, trabalham e descontam para o país e vivem as suas vidas normalmente. Do nada, cai-lhes “um balde de água fria” em cima.
"Estas pessoas não estavam à espera de nada da AIMA", começa por explicar a advogada Filipa Santos Costa, que foi procurada por três dos imigrantes em questão e revelou a história ao Notícias ao Minuto.
“Eles ficaram perplexas, sem saber muito bem o que fazer”, conta. “É que aqui a AIMA está a cancelar uma coisa que já não existe. É um insólito jurídico.”
“Imagine que agora o Estado lhe enviava uma carta a dizer que lhe ia cancelar o cartão de cidadão e que tinha de se ir embora em 20 dias”, diz a advogada. “É isso que a AIMA está a fazer a estas pessoas.”
Pelo menos, uma das pessoas notificadas tem nacionalidade portuguesa
E uma delas, um dos clientes de Filipa Santos Costa, já nem é um estrangeiro a viver em Portugal - é um cidadão pleno português, que já tem a nacionalidade e recebeu agora a ordem para abandonar o país. Portanto, na prática, a AIMA disse a um português para abandonar o seu país.
"Vinte dias. Sublinho, vinte dias para sair de Portugal”, frisa a advogada.
A razão vem explicada “muito sucintamente” num único parágrafo.
“O que estas 72 pessoas têm em comum é o facto de terem trabalhado para uma empresa que está a ser investigada”, conta a advogada, que acrescenta que o processo de investigação está aberto desde 2019, há já seis anos.
“Está a decorrer um processo de investigação sobre se a empresa era verdadeira” no sentido em que “não teria vendido os contratos de trabalho a estas pessoas e estas não trabalhariam efetivamente para a empresa”.
Ou seja, se não se trataria apenas de uma operação de fachada para permitir que imigrantes permanecessem em Portugal e obtivessem a autorização de residência.
Advogada aponta razões políticas para a notificação
Contudo, explica Santos Costa, “não está nada provado e não houve um julgamento”. O caso ainda está sob investigação e “as pessoas que receberam esta notificação são testemunhas, não são arguidos”, sublinha.
“O nosso processo penal tem o princípio de presunção da inocência, e a mim o que me parece é que a AIMA está a aplicar o contrário: a presunção de culpa. Que estas pessoas, que em tempos, trabalharam para esta empresa são culpadas de alguma coisa”, acusa.
Santos Costa considera que o despacho da agência de imigração não surge “por acaso”. “É o ar dos tempos”, afirma, apontando para razões políticas por detrás da ordem de saída destas 72 pessoas que já tinham permissão para residir no país.
“Aquilo que eu pergunto é: se esta empresa já está a ser investigada desde 2019 porque é que agora, neste preciso momento, é que a AIMA achou que era urgente - porque a AIMA usou a terminologia urgente, sem sequer lhes permitir serem ouvidas - que saíssem do país? Só agora é que é urgente?”, questiona, não deixando de realçar que a invocação de ‘urgência’ por parte da agência faz com que o direito dos notificados a serem ouvidos seja negado.
Mas os problemas com este despacho não terminam por aqui.
Despacho terá violado o direito à proteção de dados dos notificados
O documento, enviado para todos os 72 notificados, continha os nomes, naturalidade, datas de nascimentos, número de passaporte, número fiscal, número do título de residência e ainda a morada em Portugal de todas estas pessoas, conforme noticia a Sábado, que avançou a notícia.
“Impõe-se uma queixa à entidade relativa à proteção de dados - a Comissão Nacional de Proteção de Dados, para isso é que ela existe - por um lado, e por outro lado a Provedoria de Justiça”, afirma a advogada.
“Isto extravasa em muito o âmbito pessoal de cada um destes imigrantes”, acrescenta.
Para já, Filipa Santos Costa ainda está a “delinear” a estratégia judicial para ajudar os seus clientes através das veias legais, mas garante que vai ser apresentado um processo nos tribunais portugueses.
E acrescenta que “há várias formas de reagir judicialmente” porque “na verdade as ilegalidades praticadas foram várias”.
“Há a questão da violação da proteção de dados, a violação do direito de audiência prévia; uma das pessoas ser notificada e ser portuguesa; há a questão de que uma decisão desta natureza devia de ser devidamente fundamentada e não está… Tem tanto para ser atacada juridicamente que há muito por onde escolher.”
Filipa Santos Costa admite que até pode ser equacionada uma ação em tribunal em nome das 72 pessoas contra a agência devido a todas estas supostas ilegalidades, mas, para já, sublinha, o que importa é “salvaguardar os interesses particulares das pessoas visadas”. Contudo, não descora que “alguém tem de assumir a responsabilidade” pelo incidente.
O Notícias ao Minuto já contatou a AIMA, mas não obteve resposta.
Rússia rejeita ter violado espaço aéreo da Estónia... O Ministério da Defesa russo rejeitou hoje que a sua aviação tenha violado o espaço aéreo da Estónia, como alega este país, que invocou o artigo 4.º do Tratado da NATO para realizar consultas com os seus aliados.
© Getty Images Lusa 20/09/2025
"No dia 19 de setembro, três caças MiG-31 realizaram um voo programado da Carélia (na fronteira com a Finlândia) para Kaliningrado", enclave russo no Báltico, refere o comunicado militar de Moscovo.
O governo da Estónia denunciou hoje a entrada de três caças russos no espaço aéreo do país, onde alegadamente permaneceram, sem permissão, 12 minutos, e convocou o representante de Moscovo (encarregado de negócios) para protestar perante tal incidente.
A Estónia anunciou ainda que vai solicitar à NATO a ativação do artigo 4.º do Tratado do Atlântico, que prevê consultas entre aliados em caso de ameaça, após a violação do seu espaço aéreo pelos caças russos.
Segundo o comunicado do ministério russo, "durante o voo, as aeronaves russas não se desviaram da rota de voo acordada e não violaram o espaço aéreo estónio".
"O voo foi realizado em estrita conformidade com as normas internacionais de espaço aéreo, sem violar as fronteiras de outros Estados, o que é confirmado por métodos objetivos de controlo", e as aeronaves sobrevoaram "as águas neutras do Mar Báltico a uma distância de mais de três quilómetros da Ilha de Vaindloo", no Golfo da Finlândia, adianta.
O secretário-geral da NATO, Mark Rutte, saudou a resposta "rápida e decisiva" da Aliança Atlântica à incursão de aviões de combate russos na Estónia, após ter falado com o primeiro-ministro da Estónia, Michal Kristen.
De acordo com um responsável da NATO, que falou sob anonimato e citado pelas agências internacionais, F-35 italianos, aviões de combate fabricados nos Estados Unidos, intercetaram os caças russos.
Rutte referiu nas redes sociais que os três caças russos MiG-31 foram intercetados no âmbito da nova iniciativa militar "Sentinela Oriental", lançada na semana passada para reforçar a defesa do flanco leste da NATO.
O Quartel-General Supremo das Potências Aliadas da NATO na Europa (SHAPE) referiu que, além dos caças F-35 da Força Aérea Italiana atualmente posicionados na Base Aérea de Ämari, responderam ao incidente aeronaves de reação rápida da Suécia e da Finlândia.
O incidente de hoje na Estónia é o terceiro nas últimas duas semanas, depois da invasão do espaço aéreo da Polónia por 19 'drones' (aeronaves pilotadas remotamente) russos, que desencadeou uma intervenção da Força Aérea polaca, com apoio de países aliados.
Esta foi a primeira vez que a NATO teve de abater veículos aéreos não tripulados em território aliado.
Na ocasião, a Polónia também invocou o artigo 4.º da NATO.
Horas depois do incidente de hoje, a Guarda de Fronteiras da Polónia informou que dois caças russos sobrevoaram "a baixa altitude" a plataforma petrolífera Petrobaltic, no Mar Báltico, violando a zona de segurança da infraestrutura.


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