quinta-feira, 23 de maio de 2024

Saúde: Resistência antimicrobiana. Cerca de 750 mil mortes podiam ser evitadas

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Por Lusa  23/05/24 
As estimativas são de que 7,7 milhões de mortes a nível mundial todos os anos são causadas por infeções bacterianas, o que representa uma em cada oito do total e torna estas doenças "a segunda maior causa de morte a nível mundial".

A disponibilização de vacinas, a existência de água potável e saneamento básico e o desenvolvimento de métodos para prevenir infeções poderiam evitar anualmente 750 mil mortes ligadas à resistência antimicrobiana (RAM), indica um estudo da revista Lancet divulgado esta quinta-feira.

As estimativas são de que 7,7 milhões de mortes a nível mundial todos os anos são causadas por infeções bacterianas, o que representa uma em cada oito do total e torna estas doenças "a segunda maior causa de morte a nível mundial". Daquele total, 4,95 milhões estão associadas a bactérias que desenvolveram resistência aos antibióticos refere um comunicado da Lancet sobre o estudo.

As conclusões são de cientistas ligados a uma nova Série Lancet, com artigos científicos que incluem duas ou mais revisões, analisando em profundidade um tema. Neste caso o assunto é a RAM e a análise é parte de um conjunto de quatro artigos publicados na revista científica.

Na semana passada, a Organização Mundial da Saúde (OMS) publicou uma lista atualizada, incluindo 15 bactérias que considera uma ameaça à saúde humana devido à sua crescente resistência aos antibióticos. A agência de saúde das Nações Unidas alertou mais uma vez para o perigo da crescente resistência de certos patógenos e apelou para o desenvolvimento de novos tratamentos.

"O acesso a antibióticos eficazes é essencial para doentes em todo o mundo. O não-fornecimento destes coloca-nos em risco de não cumprirmos os objetivos de desenvolvimento sustentável da ONU relativos à sobrevivência infantil e ao envelhecimento saudável", afirma a professora Iruka Okeke, da Universidade de Ibadan (Nigéria) e coautora da série, citada no comunicado.

"Antibióticos eficazes prolongam vidas, reduzem incapacidades, limitam os custos de saúde e permitem outras ações médicas que salvam vidas, como a cirurgia. No entanto, a resistência antimicrobiana está a aumentar - acelerada pelo uso inadequado de antibióticos durante a pandemia de Covid-19 - ameaçando a espinha dorsal da medicina moderna e levando a mortes e doenças que outrora teriam sido evitadas", adianta.

Bebés e crianças, idosos e os que sofrem de doenças crónicas são os mais vulneráveis à RAM, devido ao seu maior risco de contrair infeções bacterianas em geral. Calcula-se que um terço das mortes de recém-nascidos em todo o mundo são causadas por infeções e metade delas por sépsis (uma resposta potencialmente letal do sistema imunitário a uma infeção grave).

No caso das pessoas idosas e com doenças crónicas, os hospitais representam um "risco significativo", sendo que a resistência antimicrobiana "compromete a segurança de procedimentos médicos comuns, como transplantes de órgãos, substituições de articulações, quimioterapia contra o cancro e tratamento de doenças não transmissíveis, como diabetes, doenças cardiovasculares e pulmonares crónicas".

Num comentário ao trabalho, Nour Shamas, farmacêutica clínica e membro do grupo de trabalho da OMS sobre sobreviventes da RAM, assinala que a resistência antimicrobiana "pode afetar qualquer pessoa", defendendo que "decisores políticos, profissionais de saúde, doentes e sociedade em geral" deviam apelar para que a redução da "propagação de doenças infecciosas e o desenvolvimento de resistência" e a garantia de "acesso a antimicrobianos", bem como que eles sejam usados criteriosamente, "se torne uma prioridade global, urgentemente".

Para lutar contra a RAM, o mais importante deve ser a prevenção de infeções, defendem os coautores Joseph Lewnard, Professor na Universidade da Califórnia, em Berkeley, e Yewande Alimi, dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças - África.

Das 750 mil mortes ligadas à RAM que poderiam ser evitadas todos os anos, os cientistas estimam que melhorar a prevenção e o controlo de infeções nos estabelecimentos de saúde poderia salvar até 337 mil pessoas, o acesso universal à água potável e ao saneamento eficaz perto de 247.800 e o alargamento da imunização pediátrica e a introdução de novas vacinas poderiam poupar 181.500 vidas.

Reduzir a utilização dos antibióticos quando o benefício para os doentes é limitado e investir em garantir o acesso global a novos antibióticos, vacinas e testes de diagnóstico são outras das medidas defendidas no estudo, no qual se pede igualmente "um maior financiamento para programas de prevenção da RAM", considerando que este "está significativamente aquém" do destinado a "doenças com encargos menores, como o VIH, a malária e a tuberculose".

O coautor Ramanan Laxminarayan, da Universidade de Princeton (EUA) e presidente da organização de investigação em saúde pública One Health Trust, considera que o desenvolvimento de novos antibióticos não reduzirá o impacto da RAM, a não ser que lhes seja garantido um acesso alargado.

"A redução do custo de desenvolvimento de medicamentos ajudaria a manter os antibióticos acessíveis, como demonstram as parcerias público-privadas para remédios destinados ao tratamento da malária e de doenças tropicais negligenciadas", defende.

Para 2030, o estudo propõe "metas globais ambiciosas, mas alcançáveis" como "uma redução de 10% na mortalidade por RAM através da intensificação das intervenções de saúde pública para prevenir infeções (...) de 20% no uso inapropriado de antibióticos em humanos (...) e de 30% na utilização inadequada" destes medicamentos em animais.

O comunicado da Lancet é divulgado nas vésperas da Assembleia Mundial da Saúde (de 27 de maio a 1 de junho, em Genebra), durante a qual os autores desta Série Lancet deverão "apelar para uma ação global urgente sobre a resistência antimicrobiana (RAM) e a garantia do acesso sustentável aos antibióticos", para não haver "um aumento constante no número de mortes" devido às infeções associadas.

Exército israelita confirma ter morto comandante de batalhão do Hamas

Por SIC Notícias  23 maio 2024
As Forças de Israel (FDI) confirmaram ter abatido um comandante do Hamas. Hussien Fiad seria um dos responsáveis pelo lançamento de inúmeros mísseis antitanque contra território israelita desde o início do conflito.

O Exército israelita anunciou, esta quinta-feira, que matou Hussien Fiad, alegado comandante do batalhão Beit Hanoun do grupo islamita palestiniano Hamas, num túnel em Jabalia, no norte da Faixa de Gaza.

Em comunicado, o Exército israelita referiu que Hussien Fiad foi um dos responsáveis pelo "lançamento de um número significativo de mísseis antitanque disparados contra território israelita" desde o início da ofensiva em grande escala de Telavive no enclave palestiniano, em outubro passado.

    "A eliminação de Fiad faz parte da atividade operacional subterrânea do nosso Exército para localizar túneis e eliminar os terroristas que operam dentro deles", acrescentou o comunicado.

As tropas israelitas retomaram os seus ataques no norte do enclave em 12 de maio, sob a premissa de que o Hamas se tinha reagrupado novamente naquela área.

Desde então, a ofensiva tem como alvo o campo de refugiados de Jabalia e os dois principais hospitais no norte de Gaza: Al-Awda, ainda sob cerco, e Kamal Adwan, fora de serviço após os ataques israelitas.

O Ministério da Saúde da Faixa de Gaza, controlado pelo Hamas, relatou neste dia a morte de 91 pessoas na sequência dos ataques israelitas nas últimas 24 horas, elevando para 35.800 o número total de mortes, na maioria civis, na Faixa de Gaza desde o início da guerra.

Com Lusa

OMS: Cerca de 37 milhões de jovens entre os 13 e os 15 anos consomem tabaco

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Por Lusa  23/05/24

Cerca de 37 milhões de adolescentes entre os 13 e os 15 anos em todo o mundo consomem tabaco e em muitos países a taxa de consumo de cigarros eletrónicos supera a dos adultos, revelou hoje a OMS.

De acordo com um relatório hoje apresentado, na região europeia da OMS, cerca de 20% dos jovens com 15 anos inquiridos declararam ter consumido cigarros eletrónicos nos últimos 30 dias.

"Apesar dos importantes avanços na redução do consumo de tabaco, o surgimento dos cigarros eletrónicos e outros novos produtos de tabaco e nicotina representa uma grave ameaça para os jovens e o controlo do tabaco", advertiu a OMS.

Durante uma conferência de imprensa 'online', os peritos alertaram para a grande variedade de sabores (16.000) e novos produtos, lançados com recurso a campanhas publicitárias que visam os jovens.

Uma investigação realizada nos Estados Unidos revelou que mais de 70% dos jovens consumidores de cigarros eletrónicos deixaria de fumar se os produtos apenas estivessem disponíveis com sabor a tabaco.

Os estudos demonstram que o consumo de cigarros eletrónicos multiplica quase por três o consumo de cigarros convencionais, especialmente entre jovens não fumadores.

Segundo a OMS, registam-se oito milhões de mortes em todo o mundo associadas ao tabaco.

Leia Também: Tabaco matará mais de oito milhões de pessoas por ano até 2030    


Guerra: Astrólogo indiano já fez previsão para III Guerra Mundial (com dia exato)

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Por  Notícias ao Minuto  23/05/24

A previsão do início de outra Grande Guerra foi partilhada na plataforma Medium. Recorde-se que o astrólogo Kushal Kumar não é o único a fazer previsões relacionadas com conflitos. Já desde o início da guerra na Ucrânia que a vidente Baba Vanga se tornou mais conhecida com as suas previsões. Acredita nelas?

Um astrólogo indiano publicou, esta quinta-feira, um artigo na plataforma Medium, onde deitou 'as cartas' sobre a mesa e falou sobre o início da III Guerra Mundial.

Kushal Kumar, que diz já ter previsto anteriormente a escalada de tensão entre alguns países, fala dos acontecimentos mais recentes, como a morte do presidente do Irão, que levaram a que muitas pessoas "especulassem" sobre o futuro.

De acordo com o artigo publicado na plataforma, a III Guerra Mundial está 'marcada' para junho. Kumar não é o único a fazer este tipo de previsões e a partilhá-las. Também Baba Vanga, uma búlgara, se tornou 'famosa' nas 'redes' com as suas previsões - que dão conta, por exemplo, que o presidente da Rússia, Vladimir Putin, será assassinado por um "compatriota" este ano.

O indiano, por seu lado, prevê que a III Guerra Mundial esteja bem próxima, já para o próximo mês. "Por agora, 18 de junho, terça-feira, tem o estímulo planetário mais forte para iniciar a III Guerra Mundial", escreve o homem.

Mas o astrólogo diz que há também outras possibilidades - igualmente próximas -, já que os dias 10 e 29 do mesmo mês podem "ter algo a dizer".

Nigéria: Sessenta e quatro mulheres e crianças raptadas no início de abril no noroeste da Nigéria foram libertadas, anunciou hoje um porta-voz do governo do estado de Zamfara.

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Por Lusa  23/05/24

Mulheres e crianças raptadas no noroeste da Nigéria foram libertadas
Sessenta e quatro mulheres e crianças raptadas no início de abril no noroeste da Nigéria foram libertadas, anunciou hoje um porta-voz do governo do estado de Zamfara.


Os raptos com pedido de resgate são frequentes nos estados do noroeste e centro da Nigéria, onde grupos criminosos armados atuam nas autoestradas, nas escolas e até nas casas das vítimas.

No início do mês de abril, um grupo armado atacou a aldeia remota de Gidan Danzara, no distrito de Zurmi, no estado de Zamfara.

"As 64 mulheres e crianças raptadas na aldeia foram libertadas pelos seus raptores graças às operações militares feitas pelas tropas na região", afirmou o porta-voz do governador do Estado de Zamfara, Suleiman Bala Idris.

Segundo a mesma fonte, o destacamento de tropas na região nos últimos dias "exerceu pressão sobre os terroristas, obrigando-os a fugir para os estados vizinhos e a abandonar os prisioneiros".

No entanto, os habitantes da aldeia de Gidan Danzara afirmaram à agência de notícias France-Presse (AFP) que tiveram de pagar aos raptores para libertarem os familiares, o que foi desmentido pelo porta-voz do governo local.

O pagamento de resgates é ilegal no país, mas os nigerianos afirmam frequentemente ter vendido os seus pertences e contraído empréstimos para angariar os fundos necessários para libertar os familiares, acreditando que não tinham outra alternativa.

Nesta nação africana, os grupos de criminosos são motivados pela atração do lucro, mas os especialistas estão preocupados com uma alegada aliança com os terroristas presentes no norte, que já causaram mais de 40.000 mortos.

Leia Também: Centenas de reféns resgatados dos extremistas do Boko Haram na Nigéria  


Espanha reconhece Palestina? Deputada israelita pede igual para Catalunha

© Reuters
Por  Notícias ao Minuto 23/05/24

Também o País Basco deverá ser alvo de um reconhecimento de independência por parte do governo israelita, como resposta ao reconhecimento da Palestina como estado que o executivo espanhol protagonizou.

A deputada israelita Sharren Haskel enviou uma carta ao governo de Israel, a exigir "o reconhecimento do País Basco e da Catalunha [entre outras regiões] como nações independentes".

Foi a própria deputada do partido New Hope a partilhar uma cópia da missiva nas redes sociais, como resposta ao anúncio de que o presidente do governo espanhol, Pedro Sánchez, decidiu reconhecer a Palestina como estado, oficialmente, no dia 28 de maio.

"Deve responder-se a Espanha na mesma moeda", disse a deputada na carta, intitulada 'Petição para assinalar e reconhecer a independência da Catalunha, País Basco, Galiza, Andaluzia, Valência, Aragão, Canárias e Baleares'.

"Como pode Espanha trabalhar pela autodeterminação dos outros enquanto a nega às regiões dentro dela?", questionou a deputada, acrescentando que estas comunidades mostraram o seu desejo de independência "através de meios pacíficos e processos democráticos".

Mais, Haskel argumentou que as regiões em questão têm "um rico património cultural", sendo que "há muitos anos" que se "esforçam" por "administrar-se a si mesmas, cultivar a sua identidade e determinar o seu destino".

O anúncio feito por Espanha, Irlanda e Noruega de que vão reconhecer o Estado da Palestina a 28 de maio ocorre em plena guerra entre Israel e o grupo islamita palestiniano Hamas na Faixa de Gaza, em curso há mais de sete meses.

Significa, também, que a Palestina passará a ser reconhecida por 11 Estados-membros da União Europeia, dado que Espanha e Irlanda se juntarão a Bulgária, Chipre, República Checa, Hungria, Malta, Polónia, Roménia, Suécia e Eslováquia.

Nas Nações Unidas, já reconheceram unilateralmente o Estado da Palestina 137 dos 193 membros da organização, de acordo com a Autoridade Nacional Palestiniana.

Leia Também: "Haverá consequências graves para as relações com estes países na sequência da sua decisão", declarou o porta-voz Oren Marmorstein, num comunicado divulgado após um encontro com os embaixadores dos três países europeus, que foram convocados para serem "repreendidos" um dia depois de terem anunciado a sua decisão de reconhecer o Estado da Palestina a partir de 28 de maio.  

Rússia quer África mais soberana e vai abrir novas missões diplomáticas

© Russian Fed. Council Press Service/Anadolu via Getty Images
Por Lusa  23/05/24
O ministro dos Negócios Estrangeiros russo afirmou hoje que Moscovo quer que o continente africano tenha mais soberania, enquanto o Ocidente o prefere dependente, e que vão ser abertas missões diplomáticas em mais três países africanos.


"Estamos prontos, nas condições atuais, para apoiar os países africanos no reforço da sua soberania, na resolução de problemas socioeconómicos prementes e na defesa do lugar legítimo e digno de África no mundo moderno, incluindo o processo de reforma do Conselho de Segurança das Nações Unidas", afirmou Sergey Lavrov na receção aos diplomatas estrangeiros em Moscovo por ocasião do Dia de África, que se assinala a 25 de maio, sábado.

O ministro russo anunciou também que estão "a preparar a abertura de missões diplomáticas completas na Serra Leoa, no Níger e na República do Sudão do Sul".

"Os métodos do Ocidente mudaram, mas a essência da sua política em relação aos países africanos permaneceu a mesma - subjugar todos à sua vontade, viver à custa dos outros, utilizando formas mais sofisticadas de exploração no âmbito da chamada ordem baseada em regras", salientou Lavrov, criticando o Ocidente, acusando-o de "novas práticas coloniais e neocoloniais".

Lavrov salientou que a Rússia está a trabalhar ativamente para expandir a sua presença diplomática em África e que as relações russo-africanas continuam a desenvolver-se.

"Assistimos a um crescimento do comércio russo-africano que no ano passado aumentou 20% e ascendeu a 23 mil milhões de euros", afirmou.

Em abril, o Ministério dos Negócios Estrangeiros russo anunciou que Moscovo estava a estudar e a trabalhar nas possibilidades de abrir missões diplomáticas na Serra Leoa, no Níger e no Sudão do Sul no futuro.

Nessa altura, o ministério acordou com as autoridades dos países anfitriões a abertura de embaixadas no Burkina Faso e na Guiné Equatorial e de consulados gerais numa série de países asiáticos e africanos.

Nos últimos anos, a Rússia aumentou a sua presença em África, onde os mercenários do Grupo Wagner operam em vários dos seus países.

Além disso, no contexto da crise alimentar causada pela guerra na Ucrânia, o Presidente russo, Vladimir Putin, ordenou o envio gratuito de cereais e fertilizantes para os países africanos mais necessitados e propôs a cooperação russa para desenvolver a agricultura no continente.

Leia Também: Putin assina decreto para compensar bens russos congelados nos EUA  

Sunak admite deportações para o Ruanda só depois das eleições

© Leon Neal/Pool via REUTERS
Por Lusa  23/05/24 
Os voos para o Ruanda com migrantes em situação irregular só vão partir depois das eleições legislativas britânicas de 04 de julho, admitiu hoje o primeiro-ministro do Reino Unido, o conservador Rishi Sunak.

"O primeiro voo partirá em julho e depois haverá uma série de voos durante o verão para reforçar a capacidade de dissuasão", afirmou, em declarações à rádio LBC.

Pressionado a esclarecer se teriam lugar antes de 04 de julho, Sunak admitiu que seriam "depois das eleições".

"O trabalho de preparação já começou", vincou.

O líder do Partido Conservador afirmou que a escolha é entre ele e o rival Keir Starmer, líder do Partido Trabalhista, o qual alegou que "cancelará o plano e oferecerá aos imigrantes ilegais uma amnistia".

O Governo britânico aprovou em abril uma lei polémica que abre caminho ao envio de migrantes que chegam ao Reino Unido em embarcações através do Canal da Mancha, que separa Inglaterra e França, para o Ruanda, na sequência de um acordo com este país.

Sunak argumentou na rádio que "15 outros países europeus concordam" com a abordagem de Londres sobre a deportação de migrantes ilegais para países terceiros.

Na semana passada, 15 Estados-membros da União Europeia propuseram a transferência de requerentes de asilo para países terceiros seguros e parcerias "mutuamente benéficas e duradouras" com os principais países ao longo das rotas migratórias, de forma a "reduzir a pressão" migratória.

Numa missiva enviada à Comissão Europeia, os ministros do Interior e da Migração de Itália, República Checa, Bulgária, Dinamarca, Estónia, Grécia, Chipre, Letónia, Lituânia, Malta, Países Baixos, Áustria, Polónia, Roménia e Finlândia propuseram medidas para responder aos "desafios relativos ao sistema de asilo e migração da União Europeia (UE), com um aumento acentuado das chegadas irregulares, [que] são insustentáveis".

O primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, convocou na quarta-feira eleições legislativas para 04 de julho, após receber do rei Carlos III autorização para dissolver o parlamento.

O Partido Trabalhista, maior força política da oposição, é o favorito para ganhar as eleições, tendo em conta a vantagem de cerca de 20 pontos percentuais à frente do Partido Partido Conservador, no poder desde 2010.

Leia Também: Rishi Sunak surpreende com eleições a 4 de julho e arrisca derrota  

Taiwan vai "defender liberdade e democracia" contra intimidação militar

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Por Lusa  23/05/24 
O novo líder de Taiwan, William Lai, garantiu hoje que o território vai "defender os valores da liberdade e da democracia", numa altura em que a China está a realizar exercícios militares em torno da ilha.

"Estarei na linha da frente com os nossos irmãos e irmãs do Exército para defendermos juntos a segurança nacional", afirmou Lai, que tomou posse na segunda-feira, durante um evento realizado numa base militar.

"Face aos desafios e ameaças externas, continuaremos a defender os valores da liberdade e da democracia e a preservar a paz e a estabilidade na região", acrescentou.

Pequim defendeu que os exercícios militares lançados em torno de Taiwan constituem um "aviso sério" aos "separatistas" da ilha, advertindo-os de que acabarão em "sangue".

"Todas as forças separatistas a favor da independência de Taiwan vão acabar em sangue, com as cabeças partidas perante o acontecimento histórico da reunificação completa da China", afirmou Wang Wenbin, porta-voz da diplomacia chinesa.

A China cercou Taiwan com navios e aviões militares no âmbito dos exercícios, que ocorrem três dias após o discurso de tomada de posse de Lai, no qual ele defendeu que Pequim tem de "enfrentar a realidade da existência da República da China", o nome oficial de Taiwan.

O território de 23 milhões de habitantes opera como uma entidade política soberana, com diplomacia e exército próprios, apesar de oficialmente não ser independente. Pequim considera a ilha uma província sua, que deve ser reunificada, pela força, caso seja necessário.

O continente chinês considerou que o discurso de Lai promoveu "falácias separatistas" e "incitou ao confronto e à hostilidade" entre os dois lados do Estreito de Taiwan.

As manobras tiveram início às 07:45 de hoje (00:45, em Lisboa) e devem prolongar-se até sexta-feira, declarou Li Xi, porta-voz do teatro de operações oriental do Exército chinês, em comunicado.

As operações estão a decorrer "no Estreito de Taiwan, a norte, sul e leste da ilha de Taiwan, bem como nas zonas em torno das ilhas de Kinmen, Matsu, Wuqiu e Dongyin", lê-se na mesma nota.

Estas últimas ilhas situam-se na proximidade imediata da costa oriental chinesa.

Em declarações à televisão estatal chinesa CCTV, Zhang Chi, professor da Universidade de Defesa Nacional em Pequim, afirmou que as manobras visam "impor um bloqueio económico à ilha", estrangulando o porto de Kaohsiung, no sul de Taiwan, que é de importância estratégica .

Esse bloqueio permitiria cortar "as importações de energia que são vitais para Taiwan" e "bloquear o apoio que alguns aliados dos EUA estão a dar às forças 'independentistas' de Taiwan", afirmou Zhang.

Leia Também: Taiwan lamenta comportamento militar provocador da China  


1 de Junho de 2024 - Lançamento do livro “Guiné-Bissau - Pelas Flores de Quitafine: Um diálogo sobre perspetivas de democracia” de Domingos Simões Pereira e Ricci Shryock

Lançamento do livro “Guiné-Bissau - Pelas Flores de Quitafine: Um diálogo sobre perspetivas de democracia”

A UCCLA vai acolher, dia 1 de junho, às 17 horas, o lançamento do livro “Guiné-Bissau - Pelas Flores de Quitafine: Um diálogo sobre perspetivas de democracia” de Domingos Simões Pereira e Ricci Shryock.

Com a chancela da Rosa de Porcelana Editora, a apresentação do livro será conduzida por Pierre Winicki, com participação de Filomeno Lopes.

O lançamento do livro será transmitido, em direto, através da página do Facebook da UCCLA em https://www.facebook.com/UniaodasCidadesCapitaisLinguaPortuguesa.

Sinopse:

“Guiné-Bissau - Pelas Flores de Quitafine: Um diálogo sobre perspetivas de democracia”, de Domingos Simões Pereira (Presidente da Assembleia Nacional da Guiné-Bissau) e da jornalista americana Ricci Shryock (correspondente do The New York Times em Dakar), apresenta reflexões e pontos de vista relacionados a conceitos como o da política, do Estado, da nação, da religião, da democracia, da diáspora, da justiça e do desenvolvimento.

Biografia de Domingos Simões Pereira:

Natural de Farim, Guiné-Bissau, Domingos Simões Pereira desempenhou no seu país várias funções, técnicas e políticas - desde consultor a diretor do laboratório de Engenharia Civil, até a de Ministro em várias pastas. Exerceu em Lisboa o cargo de Secretário Executivo da CPLP (2008-2012). Preside, desde 2014, ao PAIGC, partido de Amílcar Cabral. Foi Primeiro-Ministro e Presidente da Assembleia Nacional Popular.

Biografia de Ricci Shryock:

Ricci Shryock é escritora e fotógrafa freelancer. Reside em Dakar, Senegal, desde 2008. Tem trabalhos publicados em jornais como The New Yorker, The New York Times, Foreign Policy e outros. Deu aulas de fotojornalismo na Universidade de Dakar durante três anos e está agora a trabalhar num romance de não-ficção sobre o papel das mulheres na guerra de libertação da Guiné-Bissau.

Com os melhores cumprimentos,

Anabela Carvalho

Assessora de Comunicação | anabela.carvalho@uccla.pt

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25 de Maio - Dia de África - Saudação

A Organização de Unidade Africana, OUA, hoje denominada União Africana, foi criada em 25 de maio de 1963, em Adis Abeba, capital da Etiópia. Esse dia foi adotado pela Organização de Unidade Africana como o Dia de África.

A UCCLA não pode, por isso, deixar de evocar o dia, saudando com ele o continente africano, todos os povos e países que dele fazem parte e, naturalmente, os munícipes das cidades africanas de língua portuguesa associadas da UCCLA.

Quando o Dia de África foi instituído pela OUA, o mundo era então bipolar, com influência hegemónica de duas superpotências, os EUA e a ex-URSS, mundo esse que não existe mais, mas que marcou profundamente o continente africano, como, aliás, ainda hoje se vê.

Apesar das profundas alterações verificadas à escala planetária, o Dia de África - e ainda bem - continua a ser evocado com inúmeras iniciativas.

Porque “todo o mundo é feito de mudança”, como escreveu Luís de Camões, não podemos deixar de ter presente, no ano da passagem do 500.º aniversário do seu nascimento que este ano se comemora, que hoje são outros, mas não menos relevantes, os desafios que também África tem pela frente.

Desde logo há o facto de o mundo ter sido confrontado, no primeiro trimestre de 2020, com a primeira pandemia da era da globalização, dando causa a graves restrições de mobilidade dos cidadãos, com impactos imprevisíveis.

A ausência de vacinas para prevenção e combate ao vírus exigiu uma grande concentração de meios, incluindo financeiros, para a descoberta do antidoto.

Este objetivo, alcançado em tempo record, não evitou que o continente africano fosse o que maior vulnerabilidade apresentasse na obtenção atempada e em quantidade necessária de vacinas para a vacinação generalizada da população e isto, também por inexistência de laboratórios em África, que as produzissem em larga escala.

Este facto, de par com as consequências resultantes da própria pandemia, agravou de forma significativa o desemprego massivo na população mais vulnerável, acentuou as questões sociais e as desigualdades de forma gritante, de par com a subida dos preços dos bens alimentares essenciais.

Quando menos se esperava, a tensão da Rússia com a Ucrânia conduziu ao início da guerra de agressão à Ucrânia, no início de 2023, fazendo-se repercutir ainda mais na subida do preço desses bens, nalguns casos com efeitos devastadores.

A fome foi sempre má conselheira e, como é sabido, este quadro foi acompanhado em África por vários golpes de Estado no Sahel, que mereceram firme condenação da comunidade internacional, desde logo da União Africana.

A União Africana condenou essa prática, como não poderia deixar de suceder, de favorecimento do poder autocrático, em muitos casos levado a efeito contra governos legitimados pelo voto popular.

Em maior ou menor grau, a afetação dos direitos humanos é, nos dias de hoje, uma realidade transversal, que não deve conduzir à descrença na democracia em geral e em particular no continente africano.

A democracia não pode nem deve ser encarada como um sistema que se limita ao princípio de que a cada cidadão corresponde um voto, porque sendo este princípio sistema a base do sistema, ele não o esgota e não tem de ser encarado de forma mecanicista, sem atender à especificidade de cada país.

Esta avaliação impõe-se pela observação da realidade, porque a democracia tem, em cada caso concreto, de se articular com a realidade de cada país, com especificidades próprias, culturais, sociológicas e económicas, entre outras.

Neste domínio é muito útil revisitarmos o que Mandela também deixou como herança a África, concebendo uma fase de transição do apartheid para um governo de maioria na África do Sul, salvaguardando os equilíbrios necessários com prévia consensualização do rumo de marcha a seguir.

A transição pacífica para um governo de maioria, operada logo nas primeiras eleições livres, teve em atenção a especificidade própria da África do Sul e a ponderação prévia das medidas que deviam ser adotadas para as respostas.

Admitir que o futuro do continente africano está na resignada aceitação de conceções políticas autocráticas, não legitimadas pelo voto popular, é uma mistificação.

Além do mais, há que ter presente que, por os países africanos serem Estados à procura de serem nações, parece que devem os líderes destes países assumirem responsabilidades que atendam a esta realidade de forma consensualmente participativa.

Os novos desafios, sempre em mudança, respeitam também hoje à preservação do planeta em que vivemos e com ele o ambiente, de forma a combater as alterações climáticas e a luta contra a pobreza, devendo conduzir à priorização no continente africano da autossustentabilidade dos países, com redobrada atenção ao setor primário da economia.

A preocupação da priorização da autossustentabilidade é tanto maior quanto é facto que as independências alcançadas em África, em pleno mundo bipolar, geraram dependências que não conduziram à diminuição do ciclo vicioso da pobreza e ao aumento do desenvolvimento humano.

O desaparecimento do mundo bipolar, por implosão da ex-URSS, e as mudanças desde então operadas, para uma lógica crescentemente multipolar, não obnubila a permanência de interesses potencialmente hegemónicos por parte dos países mais poderosos.

Não se duvida que África e os africanos saberão aproveitar os ensinamentos da experiência, como se está já a verificar, respondendo ao radicalismo, nomeadamente de correntes religiosas, ponderando ainda o desejável equilíbrio do crescimento democrático com o económico.

O facto de estarmos perante um continente jovem, também o sendo na maioria da população com menos de vinte anos de idade, faz-nos confrontar com o verso e o reverso da medalha - a juventude é o futuro, mas para o alcançar tem se ser preparada.

Há - repito - que equacionar o equilíbrio do crescimento económico com o demográfico.

Esse equilíbrio é tanto mais necessário ao desenvolvimento humano quanto é certo ser também a causa do processo migratório de massas, quando não é cuidado, gerando o desespero com as gravíssimas consequências que vemos no Mediterrâneo.

O quadro que precede deve ser objeto - e sê-lo-á seguramente - de políticas públicas articuladas, com os olhos postos no futuro, como já se está a verificar por parte de investigadores e estudiosos do continente africano.

A crescente interdependência e articulação dos países na era da globalização que vivemos e a consciência que África evidencia quanto à necessidade do reforço da autossustentabilidade dos países que a integram, são, entre outros, fatores que conduzirão ao reforço de sinergias valorativas de uma estratégia que atenda aos desafios com que o continente se confronta.

Esses desafios devem ser encarados tendo presente que “Roma e Pavia não se fizeram num dia”, pelo que essas respostas não são possíveis de alcançar à bolina, ou seja, a curto prazo.

É um objetivo estratégico e comum.

Seja como for, África é um continente de futuro e com futuro, e é com os olhos postos nele que terminamos como iniciámos, saudando-o com esperança no dia 25 de maio, Dia de África.

Vítor Ramalho
(Secretário-geral da UCCLA)

21-05-2024

    

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