28/09/2020 / Jornal Odemocrata
Os clubes e associados da Federação de Futebol da Guiné-Bissau (FFGB), vão eleger na quarta-feira, 30 de setembro de 2020, o sucessor do presidente cessante do organismo, Manuel de Nascimento Lopes “Manelinho”, a quem foi vedado o direito de concorrer a um terceiro mandato pela Federação Internacional de Futebol(FIFA).
Na disputa à liderança da cadeira da FFGB estão 6 candidatos nomeadamente: Carlos Teixeira “Caíto”, antigo vice-presidente do órgão, Benelívio Cabral Nancassa Insalí, Fernando Tavares, presidente da Liga dos Clubes de Futebol, Mutaro Bari, Paulo Mendonça e António Patrocínio, ambos membros cessantes do comitê executivo do organismo.
A readmissão da candidatura de Caito Teixeira gerou polêmica no seio dos 5 candidatos. Outra questão em debate neste momento, segundo apurou o semanário O Democrata, é o local onde vai decorrer o processo eletivo.
A Comissão Eleitoral e direção cessante do órgão transmitiram ao executivo na semana passada que a sala reuniões da FFGB oferece condições para a realização do ato, respeitando as regras do combate à covid-19.
Em conversa esta segunda-feira, 28 de setembro de 2020, com O Democrata, o candidato Benelívio Cabral Nancassa Insalí mostrou abertura total dos restantes candidatos em participar na eleição da FFGB, uma vez que a comissão voltou atrás com a sua decisão.
“Estamos dispostos para tomarmos parte na eleição do dia 30 de setembro, mas com duas condições. Primeiro: não vamos às eleições com Caíto Teixeira e a segunda condição é não aprovar a decisão da comissão que pretende realizar eleições na sede da federação, uma vez que no passado o Alto Comissariado para a Covid-19 tinha alertado que a instalação não oferecia condições do distanciamento social”, argumentou Cabral Nancassa Insali.
Nancassa Insalí sustenta ainda que o coletivo dos candidatos questionou a Comissão Eleitoral liderado por Lino Lopes sobre o assunto, mas mantiverem em total silencio e sem justificação sobre a matéria.
Perante este cenário, Insalí diz que já informaram a FIFA sobre o caso e anunciou ainda que o coletivo pretende avançar para a instância judicial para impedir a realização de eleições, caso as suas pretensões não forem atendidas pela comissão.
Em reação em conversa telefônica ao semanário O Democrata, o presidente da Comissão Eleitoral, Lino Lopes, confirmou que houve uma reunião com o coletivo, na qual a comissão esclareceu aos candidatos os motivos que levarem a readmissão da candidatura de Caíto Teixeira, em relação ao local do ato eleitoral, Lopes afirma que a sala de reunião tem condições para que haja o distanciamento social.
Sobre uma eventual ida a justiça do coletivo dos candidatos, Lino Lopes disse que a comissão não tem conhecimento deste assunto, embora admita que o coletivo dos candidatos tenha todo o direito de avançar para instância judicial.
Confrontado com a situação no ultimo sábado, o diretor geral dos Desportos, Alberto Dias, disse que as condições transmitidas pela comissão, se forem postas em prática o ato eleitoral decorrerá sem nenhum incidente.
Segundo Dias, uma vez que a FIFA vai seguir todo processo, através das plataformas digitais, as condições já estão criadas para que o processo tenha lugar nas instalações da FFGB no alto Bandim.
Com esta situação, o presidente do clube de Canchungo, Mamadu Bobó Djaló, mostrou-se recetivo em relação ao ato eleitoral e admite que o futuro de futebol poderia ficar comprometido.
A Guiné-Bissau vive uma situação complexa no que concerne à transição do poder na Federação do Futebol. As cíclicas crises políticas reinantes no país parecem ter atingido também e com gravidade, a FFGB, que está debaixo de fogo cruzado devido à polémica instalada com a readmissão da candidatura de Teixeira e ao local onde deverão decorrer as eleições.
Por: Alison Cabral