O Presidente da República da Guiné-Bissau, José Mário Vaz, desloca-se quarta-feira, 14 de Novembro de 2018, a Nigéria, a fim de encontrar com seu homólogo nigeriano Muhammadu Buhari, presidente em exercício da Conferencia de Chefes de Estados e do governo da Comunidade Económica de Estados da África Ocidental (CEDEAO).
Segundo uma nota de imprensa do gabinete da assessoria de imprensa da presidência guineense, entregue à Rádio Jovem, a visita do Chefe de Estado guineense Abuja, Nigeria, visa debater a situação política do país, nomeadamente o processo eleitoral em curso.
“Esta deslocação terá duração de 24 horas e o Presidente da Guiné-Bissau far-se-á acompanhar pelo ministro dos Negócios, da Cooperação Internacional e das Comunidades, João Ribeiro Butiam Có e pelos conselheiros”, lê-se ainda na mesma nota.
A deslocação a Nigéria acontecerá uma semana depois da visita a Guiné-Bissau de uma missão da CEDEAO, para avaliar o processo eleitoral, onde alertou autoridades guineenses de que a organização sub-regional quer que as eleições legislativas na Guiné-Bissau se realizem ainda este ano.
A missão que foi chefiado pelo ministro dos Negócios Estrangeiros da Nigéria, Geoffrey Onyeama, avistou-se com por duas vezes, com o Presidente da Republica, José Mário Vaz, com o primeiro-ministro, Aristides Gomes, partidos políticos e ainda com representantes da comunidade internacional, o chamado P5.
Segundo apurou a Radio Jovem, antes de deslocar Abuja, o Chefe de Estado guineense, deverá reunir-se com partidos políticos e o Conselho de Estado, órgão de consulta não vinculativa do Presidente guineense, tentando definir uma nova data consensual para a ida às urnas no país.
As eleições legislativas no país estavam inicialmente marcadas para dia 18 deste mês, mas dificuldades na preparação do processo, nomeadamente atrasos no recenseamento eleitoral, levam a que o escrutínio seja adiado para uma data ainda por marcar.
Os atores políticos ainda não alcançaram um entendimento quanto à nova data, com alguns a pedirem mesmo a mudança do atual Governo, que acusam de incapacidade para organizar as eleições.
Por: Alison Cabral
Fonte: Lusa
Por radiojovem.info
O recenseamento de potenciais eleitores para as legislativas na Guiné-Bissau "decorre normalmente e em ritmo aceitável", tendo sido inscritos até ao último domingo, 552 mil cidadãos, disse hoje à Lusa fonte do Gabinete Técnico de Apoio ao Processo Eleitoral (GTAPE).
Os dados não contemplam o registo de potenciais eleitores da diáspora.
Segundo a fonte, o registo de potenciais eleitores tem decorrido "de forma tranquila e rápida" no interior do país, mais do que na capital, Bissau, onde, acrescentou, os cidadãos "denotam alguma apatia em se recensearem".
"Até parece que há zonas em Bissau em que as pessoas não se querem inscrever", indicou a fonte do GTAPE, admitindo a possibilidade de o recenseamento ser prolongado para além de 20 de novembro, de forma a alcançar "pelo menos 75% dos potenciais eleitores" previstos.
Estimativas do GTAPE apontam para um total de 886.922 potenciais eleitores.
A mesma fonte desconhece a data em que os restantes 145 'kits' de equipamentos de registo biométrico prometidos pela Nigéria e os 140 anunciados por Timor-Leste deverão estar disponíveis.
Os dois países têm ajudado no processo do registo de eleitores, tendo já disponibilizados 215 'kits', atualmente em uso.
A nível da Europa, nomeadamente em Portugal, o presidente da Comissão Nacional de Eleições (CNE), José Pedro Sambu disse que o recenseamento decorre "com total normalidade" o que já não se observa em Franca, onde, notou, "há alguns constrangimentos" derivado de desentendimentos entre a embaixada guineense e os elementos da equipa técnica enviada de Bissau.
"A entidade encarregue de fazer o recenseamento não recebeu o apoio da embaixada local, mas alguns cidadãos do nosso país disponibilizaram apoios para facilitar os trabalhos", referiu Pedro Sambu, através de um comunicado da CNE a que a Lusa teve acesso.
O presidente da CNE, que esteve recentemente em Portugal e em França, em missão de supervisão do recenseamento, considerou necessário reforçar os 'kits' em território francês.
A mesma recomendação foi feita pelos responsáveis da CNE que estiveram no Senegal, na Gâmbia e na Guiné-Conacri.
Também constataram uma "fraca campanha de informação" aos cidadãos guineenses nesses países, sobre o andamento do recenseamento de potenciais eleitores.
MB // PVJ
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As eleições legislativas na Guiné-Bissau deveriam ter lugar no dia 18 deste mês. Contudo, o Governo já admitiu que não será possível, tendo em conta atrasos no recenseamento de potenciais eleitores.
O Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), o mais votado nas últimas eleições legislativas, anunciou esta segunda-feira que vai formalizar dois acordos de coligação visando as próximas legislativas, ainda sem data.
O anúncio da formalização das coligações, pré e pós eleitoral, foi feita pelo líder do partido, Domingos Simões Pereira, ao apresentar aos jornalistas as principais decisões da reunião do comité central (órgão máximo entre congressos), que terminou esta segunda-feira em Bissau.
Segundo Domingos Simões Pereira, o PAIGC irá assinar, brevemente, um acordo de coligação com o Partido da Unidade Nacional (PUN), propondo o seu líder, Idrissa Djaló, como cabeça-de-lista de candidatos a deputado para um dos círculos eleitores nas localidades de Bambadinca e Xitole, no leste e um acordo de indecência parlamentar com cinco outras formações políticas.
O acordo, que também é válido para o período da campanha eleitoral, terá o seu reflexo na governação do país, caso o bloco seja eleito, precisaram outras fontes do PAIGC. Vão rubricar o acordo os partidos: União para Mudança (UM), Partido da Convergência Democrática (PCD), Partido da Nova Democracia (PND), todos com assento no atual parlamento, Movimento Patriótico (MP) e Partido Social-Democrata (PSD), estes sem representação parlamentar. O PNU também é um partido extraparlamentar.
Ao justificar os entendimentos com os seis partidos, o líder do PAIGC disse ser um “ato natural entre forças políticas que estiveram do mesmo lado” durante a crise política que assolou o país desde 2014, na altura em que o seu Governo foi demitido, na sequência de desentendimentos com o Presidente guineense, José Mário Vaz.
Durante a última crise política, o PAIGC construiu com aqueles partidos, à exceção do PSD, o chamado espaço de concertação democrática, que se opôs às medidas que foram sendo anunciadas pelo chefe do Estado, entre as quais, os vários Governos investidos por José Mário Vaz.
As eleições legislativas deveriam ter lugar no dia 18 deste mês, mas o Governo já admitiu que não será possível, tendo em conta atrasos no recenseamento de potenciais eleitores. Na quarta-feira, o Presidente guineense volta a reunir-se com os partidos, tentando definir uma nova data consensual para a ida às urnas, que a Comunidade Económica de Estados da Africa Ocidental (CEDEAO), mediadora da crise política na Guiné-Bissau, quer que tenham lugar ainda este ano.
interlusofona.info