segunda-feira, 5 de junho de 2023

Media russos transmitem 'deepfake' com falso discurso de Putin

© Twitter

POR LUSA   05/06/23 

Um falso discurso do Presidente russo, Vladimir Putin, sobre a evacuação das regiões de Kursk, Belgorod e Bryansk, na fronteira com a Ucrânia, foi transmitido em algumas emissoras locais, disse hoje o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov.

"Houve um ataque em algumas regiões. Especificamente, na Rádio Mir e em alguns órgãos de comunicação. O conteúdo já foi removido e tudo está sob controlo", afirmou Peskov, acrescentando que uma investigação já está em curso.

A transmissão em questão é um vídeo do Presidente russo realizado com um tipo de tecnologia que permite criar conteúdos multimédia falsos, mas de aparência autêntica, que resulta da manipulação informática de sons e imagens, conhecida por 'deepfake', segundo as primeiras investigações sobre o incidente, relatadas pela agência russa TASS.

O conteúdo da gravação era constituído por um discurso de emergência de Putin, em que especificava que era necessária uma retirada imediata da população antes da entrada de tropas ucranianas naquelas regiões, ao mesmo tempo em que anunciava a aplicação da lei marcial no país por esse motivo.

A Interstate Radio and Television Company (MTRK) também emitiu um comunicado sobre a falsificação da mensagem e deixou claro que a gravação, bem como as informações transmitidas durante o período da hora de almoço, eram "provocações".

A guerra desencadeada pela invasão russa da Ucrânia, iniciada em fevereiro de 2022, mergulhou a Europa naquela que é considerada a pior crise de segurança desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Desconhece-se o número de baixas civis e militares no conflito, mas diversas fontes, incluindo as Nações Unidas, têm admitido que será muito elevado.

A Ucrânia tem contado com o apoio dos aliados ocidentais no fornecimento de armamento, aliados esses que também impuseram sanções contra os interesses russos para tentar diminuir a capacidade de Moscovo de financiar o esforço de guerra no território ucraniano.


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AUDIÊNCIA : Presidente da República, recebeu hoje em audiência o Comissário para os Assuntos Políticos, Paz e Segurança da União Africana, Bankole Adooye.

  Presidência da República da Guiné-Bissau   05.06.2023 

Exclusivo: Ucrânia tem agentes de sabotagem dentro da Rússia e está a entregar-lhes drones para ataques

Por CNN, 05/06/23

A Ucrânia tem cultivado uma rede de agentes e simpatizantes no interior da Rússia que trabalham para levar a cabo atos de sabotagem contra alvos russos e começou a fornecer-lhes drones para a realização de ataques, disseram à CNN várias fontes familiarizadas com os serviços secretos norte-americanos sobre o assunto.

As autoridades norte-americanas acreditam que estes agentes pró-ucranianos no interior da Rússia levaram a cabo um ataque com drones que visou o Kremlin no início de maio, lançando drones a partir do interior da Rússia em vez de os transportar da Ucrânia para Moscovo.

Não é claro se outros ataques com drones levados a cabo nos últimos dias - incluindo um que visou um bairro residencial perto de Moscovo e outro que atingiu refinarias de petróleo no sul do país - foram também lançados a partir do interior da Rússia ou conduzidos por esta rede de agentes pró-ucranianos.

As autoridades norte-americanas acreditam que a Ucrânia desenvolveu células de sabotagem no interior da Rússia, constituídas por uma mistura de simpatizantes pró-ucranianos e operacionais bem treinados neste tipo de guerra. Crê-se que a Ucrânia lhes forneceu drones de fabrico ucraniano e dois funcionários norte-americanos disseram à CNN que não há provas de que qualquer dos ataques com drones tenha sido efetuado com drones fornecidos pelos EUA.

Os responsáveis não puderam dizer de forma conclusiva como é que a Ucrânia conseguiu colocar os drones atrás das linhas inimigas, mas duas das fontes disseram à CNN que a Ucrânia estabeleceu rotas de contrabando que poderiam ser utilizadas para enviar drones ou componentes de drones para a Rússia, onde poderiam depois ser montados.

"O dinheiro faz maravilhas"

Um funcionário dos serviços secretos europeus observou que a fronteira russo-ucraniana é vasta e muito difícil de controlar, o que a torna propícia ao contrabando - algo que, segundo ele, os ucranianos têm feito durante a maior parte da década em que estiveram em guerra com as forças pró-russas.

"Também há que ter em conta que esta é uma zona periférica da Rússia", acrescentou. "A sobrevivência é um problema de todos, por isso o dinheiro faz maravilhas."

Drone explode perto da cúpula do Kremlin em Moscovo, nesta imagem retirada de um vídeo obtido pela Reuters a 3 de maio de 2023. Ostorozhno Novosti/Reuters

Fontes disseram à CNN que não se sabe exatamente quem controla estes bens, embora as autoridades norte-americanas acreditem que estejam envolvidos elementos da comunidade de serviços secretos da Ucrânia. O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky estabeleceu parâmetros gerais para o que os seus serviços de informação e segurança estão autorizados a fazer, disseram duas das fontes, mas nem todas as operações requerem a sua aprovação.

Solicitado a comentar, um porta-voz do chefe do Serviço de Segurança ucraniano sugeriu à CNN que as explosões misteriosas e os ataques de drones dentro da Rússia iriam continuar.

"Só comentaremos o 'algodão' depois da nossa vitória", disse. Citando o chefe do Serviço de Segurança, Vasyl Malyuk, o porta-voz acrescentou que, independentemente disso, "o 'algodão' tem estado a arder, está a arder e vai continuar a arder".

"Algodão" é uma gíria que os ucranianos utilizam para se referirem a explosões, normalmente na Rússia ou em territórios ocupados pela Rússia na Ucrânia. As suas origens remontam às primeiras semanas da guerra e resultam do facto de a palavra russa para "explosão" ser muito semelhante à palavra ucraniana para "algodão".

O culminar de meses de esforços

Ao longo do último ano, tem havido um ritmo constante de incêndios e explosões misteriosas no interior da Rússia, tendo como alvo depósitos de petróleo e de combustível, caminhos-de-ferro, gabinetes de alistamento militar, armazéns e oleodutos. Mas, nas últimas semanas, as autoridades têm vindo a registar um aumento destes ataques em solo russo, a começar pelo ataque ao edifício do Kremlin. Parece ser "o culminar de meses de esforços" por parte dos ucranianos para criar as infraestruturas necessárias a este tipo de sabotagem, disse uma das fontes familiarizadas com as informações.

"Há meses que há uma pressão bastante consistente por parte de alguns na Ucrânia para serem mais agressivos", disse a fonte, falando sob anonimato devido à sensibilidade dos serviços secretos dos EUA. "E tem havido certamente alguma vontade a níveis superiores. O desafio tem sido sempre a sua capacidade de o fazer."

Um perito inspeciona a fachada danificada de um edifício de apartamentos após um ataque de drones em Moscovo, a 30 de maio de 2023. Kirill Kudryavtsev/AFP/Getty Images

O chefe dos serviços secretos militares da Ucrânia, Kyrylo Budanov, propôs sistematicamente alguns dos planos mais ousados para operações contra a Rússia e valoriza atos simbólicos, disseram à CNN responsáveis norte-americanos.

De acordo com o Washington Post, documentos confidenciais do Pentágono divulgados online no início deste ano revelaram que a CIA pediu a Budanov que "adiasse" os ataques contra a Rússia no aniversário da invasão da Ucrânia. Budanov concordou com o pedido da CIA, segundo os documentos confidenciais. Mas os drones foram vistos perto de Moscovo a 28 de fevereiro, poucos dias depois do aniversário de um ano da guerra.

Outro relatório dos serviços secretos dos EUA, obtido pela CNN, que tem como fonte os serviços secretos de sinais [intercetação e interpretação de sinais de rádio, sinais de radar e telemetria], diz que Zelensky, no final de fevereiro, "sugeriu atacar os locais de implantação russos na região russa de Rostov" utilizando drones, uma vez que a Ucrânia não possui armas de longo alcance capazes de chegar tão longe.

Não é claro se esse plano avançou, mas instalações petrolíferas en Rostov incendiaram-se depois de terem sido atingidas por drones suspeitos várias vezes ao longo do último ano - ataques que a Rússia está agora a investigar e que atribuiu a "ações criminosas das formações armadas da Ucrânia".

"Tudo o que vou comentar é que temos matado russos", disse Budanov ao Yahoo News no mês passado, quando questionado sobre o ataque com carro-bomba que matou a filha de uma importante figura política russa nos subúrbios de Moscovo no ano passado. A comunidade dos serviços secretos dos EUA avaliou que essa operação foi autorizada por elementos do governo ucraniano.

"E continuaremos a matar russos em qualquer parte do mundo até à vitória completa da Ucrânia", acrescentou Budanov.

Uma estratégia militar inteligente

Publicamente, os altos responsáveis norte-americanos condenaram os ataques dentro da Rússia, alertando para a possibilidade de uma escalada da guerra. Mas, em declarações à CNN, responsáveis norte-americanos e ocidentais afirmaram acreditar que os ataques transfronteiriços são uma estratégia militar inteligente que pode desviar os recursos russos para a proteção do seu próprio território, numa altura em que a Ucrânia se prepara para uma grande contraofensiva.

Na terça-feira, o ministro dos Negócios Estrangeiros do Reino Unido disse aos jornalistas que a Ucrânia tem "o direito de projetar a força para além das suas fronteiras para minar a capacidade da Rússia de projetar a força na própria Ucrânia". "Alvos militares legítimos para além das suas próprias fronteiras são reconhecidos internacionalmente como fazendo parte da autodefesa de uma nação. Devemos reconhecer isso."

O vice-almirante francês Nicolas Vaujour, chefe de operações do Estado-Maior Conjunto, disse à CNN na sexta-feira que os ataques dentro da Rússia são apenas "parte da guerra" e oferecem uma oportunidade para enviar uma mensagem à população russa.

"Há uma guerra e isso pode preocupar-vos [o público russo] no futuro", disse Vaujour sobre os ataques. "Por isso, é uma boa forma de os ucranianos enviarem uma mensagem não só a Vladimir Putin, mas também à população russa", acrescentou.

Relativamente aos atentados, disse que não era "proibido" à Ucrânia pensar nisso.

Responsáveis ucranianos, além disso, disseram em privado que planeiam continuar os ataques dentro da Rússia porque é uma boa tática de distração que está a forçar a Rússia a preocupar-se com a sua própria segurança interna, de acordo com uma fonte americana que falou com oficiais ucranianos nos últimos dias.

Numa atualização dos serviços secretos, o Ministério da Defesa do Reino Unido afirmou que os ataques de grupos pró-ucranianos e os ataques de drones na região fronteiriça de Belgorod forçaram a Rússia a utilizar "toda a gama de poder de fogo militar no seu próprio território".

"Os comandantes russos enfrentam agora um dilema agudo", indica o documento, "entre reforçar as defesas nas regiões fronteiriças da Rússia ou reforçar as suas linhas na Ucrânia ocupada".

CFM, Conferência de imprensa Coligação PAI Terra Ranka. Data: 05.06.2023 Não temos direitos autorais

Rádio Capital Fm 

Domingos Simões Pereira: "Não há qualquer dúvida sobre a vitória"

Domingos Simões Pereira (c.) no dia das eleições legislativas, em BissauFoto: Alison Cabral/DW

Por Braima Darame  DW.COM   05/06/23

A coligação PAI - Terra Ranka está à frente na contagem de votos das legislativas da Guiné-Bissau, segundo as atas das assembleias de votação consultadas pelo PAIGC. Líder do partido, Domingos Simões Pereira, falou à DW.

"Confirmo que não só a coligação PAI - Terra Ranka vai à frente, como certamente está a reunir uma maioria absoluta consolidada. Portanto, estamos seguros de que não há qualquer dúvida sobre a vitória da coligação nestas eleições legislativas", diz Domingos Simões Pereira, líder do Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), em declarações à DW esta segunda-feira.

Apesar de Simões Pereira não assegurar que, no caso de vitória da coligação, seja indicado como primeiro-ministro, adianta que não descarta essa hipótese.

"Eu sou um quadro e um responsável, neste caso o presidente do maior partido político do país e desta coligação, e certamente não posso privar a coligação e o povo guineense dos meus préstimos", frisou.

"A coligação entendeu desde o primeiro momento acompanhar a visão do PAIGC e reservar-se ao direito de, após a proclamação desses resultados, consultar os órgãos competentes e tomar a decisão que considerar mais consentânea com a circunstância atual", acrescentou.

O Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, avisou no domingo que só trabalharia com "políticos sérios", ecoando declarações anteriores de que se recusaria a nomear Domingos Simões Pereira como primeiro-ministro se a coligação PAI - Terra Ranka ganhasse as eleições.

"Ambiente tranquilo" na votação

Sobre o processo eleitoral, Domingos Simões Pereira considera que "globalmente correu num ambiente tranquilo e apaziguado".

"Houve aqui e ali alguns pequenos incidentes próprios da complexidade desse tipo de exercícios, mas penso que foram sendo sanados. E no global, a maioria dos inscritos pôde exercer o seu direito de voto", concluiu.

Num comunicado de balanço lido no domingo (05.06) pelo secretário-executivo adjunto da Comissão Nacional de Eleições (CNE) da Guiné-Bissau, Idrissa Djaló, considerou que o pleito decorreu "num clima de muita cordialidade, cooperação e solidariedade", e afirmou que os resultados provisórios serão divulgados "a partir de quarta-feira".

Cerca de 900 mil eleitores guineenses foram chamados a escolher no domingo os novos deputados e o partido que vai formar o Governo entre 22 formações políticas, nas sétimas legislativas desde a abertura ao multipartidarismo, em 1994.

Legislativas antecipadas - Secretário Executiva da CNE confirma início de votação no Senegal

Bissau, 05 Jun 23 (ANG) – A Secretária Executiva da Comissão Nacional de Eleições (CNE), confirmou o início hoje da votação dos guineenses residentes no Senegal, que não se realizaram no domingo devido as manifestações populares ocorridas naquele país.

Em declarações exclusivas à ANG, Felisberta Moura disse que os guineenses no Senegal já iniciaram a votação desde às 07 horas desta segunda-feira.

O voto dos guineenses no Senegal, que devia acontecer no Domingo, dia 04 de junho, dia da votação oficial no país e na diáspora, foi adiado devido aos confrontos violentos entre os opositores do regime do Presidente Macky Sall e as forças de segurança, na sequência da prisão de um opositor na semana passada.

“Entretanto a única preocupação tem a ver com os boatos que pairavam de que as pessoas iam sair de novo para as manifestações nas ruas de Dakar à partir das 11 horas de hoje, mas até esse momento, nada aconteceu sobretudo na capital senegalesa e a votação está a decorrer normalmente”, salientou.

Felisberta Moura disse contudo que até ao momento, registava-se  pouca afluência dos eleitores nas Assembleias de votos, frisando que supõem-se ser motivada pela situação de anúncio de novas manifestações.

“Na localidade Tchiês, que disseram que já estão a decorrer as manifestações em alguns locais,  as forças de ordem estão a proteger os Brigadistas e os trabalhos estão a decorrer bem”, sublinhou.

Perguntada sobre se os atrasos no início de votação no Senegal não irá criar transtornos na divulgação dos resultados provisórios previstos para a próxima quarta-feira, Moura respondeu que não, tendo em conta que é um Circulo de África e pode ficar por apurar.

“Não sei quem disse que os resultados provisórios serão divulgados na quarta-feira, porque a CNE ainda não decidiu se vai ser na quarta-feira ou não”, salientou.

A Secretária Executiva da CNE afirmou que à partir da votação no Senegal, como já se iniciou hoje, provavelmente até o final do dia, estarão em condições de dizer o dia em que vão anunciar os resultados provisórios.

Abordada sobre informações que circulam nas redes sociais de que algumas urnas terão sido  desviadas depois da votação de Domingo, Felisberta Moura disse que isso não corresponde à verdade.

“Não temos nenhuma informação ao nível do território nacional, de que algumas urnas foram desviadas, tanto ao nível do Secretariado Executivo,  como da Plenária”, salientou.

Aquela responsável disse que estão em contato permanente com os Presidentes das Comissões Regionais das Eleições(CREs), e que têm  informações de que as urnas foram já recolhidas em todas as CREs com exepção das Ilhas, que têm as suas particularidades mas que tudo será resolvido. 

ANG/ÂC//SG

PR Umaro Sissoco Embalo recebeu esta segunda-feira (05.06) em audiência o Comissario para o paz dos assuntos politicos e Segurança da União Africana

"Queremos garantir o povo da Guiné-Bissau que lideres da União Africana continuam firmes Tolerância zero nas mudanças inconstitucionais". _disse o Comissario para o paz dos assuntos politicos e Segurança da União Africana_Bankole Adooye após a saida de audiência com chefe do estado General Umaro Sissoco Embalo

 Radio Voz Do Povo

Decorre em Bissau, de 05 a 09 de Junho, seminário sobre prevenção à fraudes documentais destinado aos agentes dos Serviços de Migração e Fronteiras.

 Radio TV Bantaba

EUA: Vídeo expõe manobra perigosa de navio chinês no Estreito de Taiwan

© Reuters

POR LUSA   05/06/23 

O Exército dos Estados Unidos divulgou hoje um vídeo que expõe uma manobra chinesa perigosa no Estreito de Taiwan, na qual um navio da marinha chinesa cortou bruscamente o trajeto de um navio de guerra norte-americano.

O incidente ocorreu no sábado, quando o contratorpedeiro USS Chung-Hoon e a fragata canadiana HCS Montreal realizavam o que os EUA designam como "operação de liberdade de navegação", entre a ilha de Taiwan e a China continental.

A China reivindica Taiwan como uma província sua e defende que o Estreito é parte da sua zona económica exclusiva, enquanto os EUA e os países aliados navegam regularmente e sobrevoam o espaço aéreo, para enfatizar a sua noção de que se trata de águas internacionais.

Durante a passagem no sábado, o contratorpedeiro chinês de mísseis guiados ultrapassou o Chung-Hoon a bombordo e desviou-se na sua proa a uma distância de cerca de 137 metros, de acordo com o Comando para o Indo-Pacífico dos EUA.

O contratorpedeiro norte-americano manteve o seu curso, mas reduziu a velocidade para 10 nós "para evitar uma colisão", disseram os militares.

As imagens divulgadas hoje mostram o navio chinês a cortar o curso do contratorpedeiro norte-americano e a endireitar-se, para começar a navegar numa direção paralela.

O Comando para o Indo-Pacífico disse que as ações violaram as regras marítimas de passagem segura em águas internacionais.

O navio chinês não tentou uma manobra semelhante na fragata canadiana, que navegava atrás do contratorpedeiro norte-americano.

"O trânsito do Chung-Hoon e do Montreal pelo Estreito de Taiwan demonstra o compromisso conjunto dos EUA e do Canadá com um Indo-Pacífico livre e aberto", afirmou o Exército norte-americano, em comunicado. "Os militares dos EUA voam, navegam e operam com segurança e responsabilidade em qualquer lugar permitido pela lei internacional", acrescentou.

Os EUA recentemente acusaram a China de realizar também uma "manobra desnecessariamente agressiva" no ar, sobre o Mar do Sul da China.

Um caça chinês, modelo J-16, é visto num vídeo difundido pelo Pentágono a voar nas proximidades de um avião norte-americano, um RC-135, que é normalmente utilizado para vigilância. O piloto chinês posicionou-se então bem à frente do RC-135, que foi forçado a voar através da turbulência provocada pelo caça chinês.

A China reivindica quase todo o Mar do Sul da China, apesar dos protestos dos países vizinhos. Os EUA também não reconhecem as reivindicações de Pequim sobre um território marítimo estratégico, através do qual passam cerca de cinco biliões de dólares (cerca de 4,68 biliões de euros) em comércio internacional todos os anos.

O incidente no Estreito de Taiwan ocorreu no mesmo dia em que o secretário da Defesa dos EUA, Lloyd Austin, e o ministro da Defesa da China, o general Li Shangfu, participam em Singapura no mais importante evento sobre segurança da região Ásia -- Pacífico, o Diálogo de Shangri-La.

No domingo, Li acusou os EUA e os seus aliados de criarem perigos e de tentarem provocar a China, com as suas operações.

"O melhor é que os países, especialmente as suas embarcações de guerra e caças, não realizem operações de aproximação em torno dos territórios de outros países", disse Li. "Qual é o sentido de irem para lá? Na China, dizemos sempre: ' Trata da tua vida que eu trato da minha'", argumentou.

Pequim e Washington assinaram acordos para lidar com "eventos inesperados" entre as suas forças aéreas e navais, mas a comunicação entre os dois exércitos foi suspensa pela China, devido ao apoio militar e à venda de armas a Taiwan pelos Estados Unidos ou o abate de um alegado balão de espionagem chinês no espaço aéreo norte-americano.

Pequim rejeitou esta semana um encontro entre Austin e Li, em Singapura.

A China interceta frequentemente aviões e navios militares dos EUA e dos aliados nos mares do Sul e Leste da China e no Estreito de Taiwan.

Ações semelhantes resultaram num acidente aéreo, em 2001, sobre o Mar do Sul da China, entre um caça chinês e um avião de vigilância da Marinha dos EUA. O avião chinês ficou destruído e o piloto morreu.

O avião danificado dos EUA pousou numa base da força aérea da marinha chinesa, levando à detenção da tripulação e a um impasse diplomático entre os dois países.


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'Drones' despenham-se em autoestrada perto de Moscovo

© REUTERS

POR LUSA    05/06/23 

Dois 'drones' (aeronaves não tripuladas) despenharam-se hoje, sem explodir, numa autoestrada na região de Kaluga, vizinha de Moscovo, informaram as autoridades locais.

O governador de Kaluga, Vladislav Shapsha, disse que a estrada afetada foi encerrada e o tráfego foi desviado para outras vias.

A cidade de Kaluga, capital da região com o mesmo nome, situa-se a cerca de 160 quilómetros a sul de Moscovo.

Na região de Belgorod, junto à fronteira com a Ucrânia, um explosivo lançado por um 'drone' caiu numa instalação de energia e provocou um incêndio, segundo o governador local, Vyacheslav Gladkov,

"A causa preliminar do incêndio é uma bomba lançada por um drone", anunciou Gladkov nas redes sociais, citado pela agência espanhola EFE.

O ataque não provocou feridos, acrescentou.

As autoridades da região russa de Kursk, que faz fronteira com a Ucrânia, também denunciaram um "aumento da atividade dos 'drones' ucranianos" na última semana.

O governador de Kursk, Roman Starovoit, disse que um desses aparelhos foi intercetado no domingo, por meios de guerra radioeletrónicos russos.

Segundo Starovoit, o 'drone' pertencia ao batalhão ucraniano Azov.

As informações divulgadas pelas duas partes sobre o curso da guerra iniciada pela Rússia em 24 de fevereiro de 2022, não podem ser verificadas de imediato de forma independente.

Hoje mesmo, a Rússia disse ter repelido uma grande ofensiva ucraniana em Donetsk, no domingo, enquanto Kyiv anunciou ter rechaçado todos os ataques russos perto da cidade de Marinka, na mesma região do leste da Ucrânia.

O Ministério da Defesa britânico disse hoje que a Rússia lançou mais de 300 'drones' contra a Ucrânia em maio, na utilização mais intensa deste sistema de armas desde o início da guerra.

Na avaliação dos serviços de inteligência militares britânicos, que divulgam diariamente um boletim sobre o conflito, a intenção da Rússia seria "forçar a Ucrânia a a disparar 'stocks' de valiosos e avançados mísseis de defesa aérea".

Os analistas britânicos consideram como "pouco provável que a Rússia tenha tido um êxito assinalável", porque a Ucrânia neutralizou pelo menos 90% dos ataques "recorrendo sobretudo às armas de defesa aérea mais antigas e mais baratas".

Os analistas admitiram que, com estes ataques, Moscovo "também tenha tentado localizar e atingir as forças ucranianas bem atrás da linha da frente".

"No entanto, a Rússia continua a ser muito ineficaz a atingir tais alvos dinâmicos à distância devido aos fracos processos de seleção de alvos", acrescentaram.

Com um balanço de mortos e feridos por determinar, a guerra na Ucrânia mergulhou a Europa naquela que é considerada como a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Os aliados ocidentais de Kyiv têm fornecido armamento à Ucrânia e decretado sanções contra Moscovo para diminuir a capacidade russa de financiar o esforço de guerra.


Leia Também: O líder do Grupo Wagner, Yevgeny Prigozhin, anunciou, esta segunda-feira, que as forças ucranianas recuperaram Berkhivka, território a norte de Bakhmut – zona na região de Donetsk que tem sido disputada nos últimos meses.


Ataques no norte da Nigéria fazem pelo menos 54 mortos

© Reuters

POR LUSA  05/06/23 

Pelo menos 54 pessoas morreram no sábado na sequência de um ataque de homens armados nos estados de Zamfara e Benue, na Nigéria, noticia hoje a agência espanhola de notícias, a EFE, citando organizações da sociedade civil.

Em Zamfara, no noroeste da Nigéria, os homens armados irromperam em várias aldeias do governo local de Maradun, e mataram pelo menos 30 pessoas, fazendo vários feridos.

"Os bandidos, em grande número, invadiram Sakida e outras povoaçoes de Maradun no sábado à tarde, disparando sobre toda a gente", disse o secretário da Coligação da Sociedade Civil de Zamfara à EFE, acrescentando que os bandidos, designação normalmente usada para designar os muitos grupos criminosos que operam no norte da Nigéria, "assaltaram casas e obrigaram os aldeões a saírem antes de os matar".

No outro ataque de sábado, a Benue, os homens armados chegaram de mota, invadiram as comunidades da área do governo local de Katsina-Ala, e mataram pelo menos 24 pessoas, disse o presidente do partido Congresso da Juventude de Benue: "Chegaram em várias motas e dispararam, queimaram casas, e não sabemos o motivo do ataque nem quem são os autores", afirmou Ongu Anngu.

Benue tem registado nos últimos anos casos de violência entre os agricultores locais, predominantemente católicos, e os pastores de origem muçulmana, originada pela escassez de terra e pela necessidade de partilha das mesmas terras.

A esta insegurança soma-se a presença, desde 2009, do grupo terrorista Boko Haram no noroeste do país e, a partir de 2016, do Estado Islâmico na Província da África Ocidental (ISWAP, na sigla em inglês), nascido de uma cisão dentro do Boko Haram.


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GUERRA NA UCRÂNIA: A Ucrânia disse hoje ter repelido "todos os ataques inimigos perto da cidade de Marinka", nos arredores de Donetsk, ocupada pela Rússia, que se tornou o novo alvo das forças russas no leste do país.

© Wolfgang Schwan/Anadolu Agency via Getty Images

POR LUSA    05/06/23 

 Kyiv diz ter repelido "todos os ataques" nos arredores de Donetsk

A Ucrânia disse hoje ter repelido "todos os ataques inimigos perto da cidade de Marinka", nos arredores de Donetsk, ocupada pela Rússia, que se tornou o novo alvo das forças russas no leste do país.

"O inimigo lançou um ataque aéreo à cidade [Marinka]", refere o relatório militar diário do Estado-Maior das Forças Armadas da Ucrânia, que fala dos ataques de artilharia russa contra Marinka e a outros dois municípios da área.

O Ministério da Defesa da Rússia confirmou que a unidade especial chechena Ajmat está a participar ativamente na luta pela captura de Marinka e da cidade vizinha de Avdivka, desempenhando o papel de tropas de assalto que os mercenários do grupo Wagner desempenharam em Bakhmut.

Depois de ter declarado a captura total de Bakhmut, a Rússia está a tentar tomar Marinka e Avdivka, duas cidades nos arredores da capital da região de Donetsk, no leste da Ucrânia e ocupada pelos russos.

O relatório ucraniano disse hoje que "o adversário não realizou nenhuma operação ofensiva" nas últimas 24 horas em Avdivka.

O Estado-Maior das Forças Armadas da Ucrânia revelou ainda que foram lançados, nas últimas 24 horas, 15 ataques aéreos contra concentrações de tropas russas nos territórios ucranianos ocupados e que

O relatório refere também que seis 'drones' de reconhecimento russos foram intercetados e que as forças ucranianas atingiram com mísseis e artilharia três postos de comando, duas concentrações de armas e equipamentos militares, quatro depósitos de munições, dois sistemas de mísseis antiaéreos e quatro estações de controle eletrónico russas.

Horas antes, a Rússia disse ter repelido uma "ofensiva em larga escala" ucraniana na região de Donetsk, no domingo, na qual 250 militares ucranianos foram mortos e 16 tanques, três veículos de combate e 21 blindados ucranianos foram destruídos.

Até ao momento, as autoridades ucranianas não confirmaram qualquer ofensiva em Donetsk, uma das quatro regiões do leste da Ucrânia que a Rússia anexou ilegalmente no outono passado.

Em comunicado, o Ministério da Defesa russo indicou que o exército ucraniano liderou esta ofensiva com seis batalhões mecanizados e dois batalhões de tanques.

Também um oficial das autoridades russas na região de Zaporijia, no sul da Ucrânia, Vladimir Rogov, afirmou que as forças ucranianas atacaram hoje as posições russas.

"Esta manhã, as forças ucranianas lançaram um ataque e em maior escala do que ontem [domingo] (...). A situação é alarmante", indicou, citado pela agência de notícias oficial russa TASS.

Há meses que Kyiv afirma estar a preparar-se para uma grande ofensiva contra as forças de ocupação de Moscovo, numa tentativa de reconquistar territórios perdidos desde a invasão russa, que começou em fevereiro de 2022.

Num vídeo divulgado no domingo, os líderes militares ucranianos disseram que não haveria qualquer anúncio público sobre o início da ofensiva.


UNICEF: 300 mil violações graves contra crianças em conflitos em 18 anos

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POR LUSA   05/06/23 

A ONU alertou hoje ter documentado mais de 300 mil violações graves cometidas contra crianças em conflitos desde 2005, desde assassínios a agressões sexuais, passando por sequestros a recrutamento como soldados.

"Embora saibamos o que precisa ser feito para proteger as crianças da guerra, o mundo não está a fazer o suficiente", disse a diretora executiva do Fundo para a Infância das Nações Unidas (UNICEF), Catherine Russell, em comunicado.

As graves violações documentadas pelo UNICEF estão espalhadas por mais de 30 conflitos nos últimos 18 anos e incluem mais de 120 mil crianças mortas ou gravemente feridas, pelo menos 105 mil recrutadas por grupos armados, mais de 32.500 sequestradas e mais de 16 mil vítimas de violência sexual.

A agência sublinhou que estes são apenas os casos verificados, com o número real a ser, certamente, muito mais elevado, de acordo com a mesma nota, divulgada antes do início, hoje, em Oslo, da Conferência para a Proteção de Crianças em Conflitos Armados.

Na conferência de dois dias, o UNICEF vai pedir aos governos novos compromissos para aplicar na prática as leis internacionais existentes que protegem as crianças, por exemplo, através do abandono do uso de armas explosivas em áreas urbanas ou com medidas de proteção para escolas e hospitais.

A agência também vai exigir garantias de responsabilização dos responsáveis pelas violações e mais financiamento para programas dedicados à proteção de menores em conflito.

De acordo com uma análise citada pelo UNICEF, estes programas vão exigir pouco mais de mil milhões de dólares (933 milhões de euros) até 2024, valor que aumentará para cerca de 1,37 mil milhões de dólares até 2026.


Sociedade civil da Guiné-Bissau considera votação "globalmente com êxito"

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POR LUSA   05/06/23 

As organizações da sociedade civil guineenses consideram a votação de hoje para as eleições legislativas na Guiné-Bissau como um processo globalmente com êxito e sem grandes incidentes.

Reunidas na célula de monitorização eleitoral, as organizações da sociedade civil felicitaram a Comissão Nacional de Eleições (CNE), o Ministério do Interior, os observadores internacionais e os parceiros de desenvolvimento do país pelos apoios e colaboração no trabalho de uma espécie de fiscalização interna do ato eleitoral.

A lei guineense não permite a observação eleitoral de agentes locais, mas nos últimos anos e com o apoio da comunidade internacional várias organizações da sociedade civil têm-se reunido em células para acompanhar e relatar as incidências dos processos eleitorais.

Para as eleições de hoje, a célula de monitorização eleitoral colocou no terreno 200 agentes que relataram "um bom desenrolar do ato da votação", disse Miguel de Barros, porta-voz da estrutura, na leitura da última declaração do dia à comunicação social.

"A análise destes relatórios permitiu-nos concluir que o processo iniciou-se bem, desenrolou-se bem e encerrou bem sem grandes incidentes", refere o comunicado.

A estrutura disse, contudo, terem sido constatadas em algumas mesas que os eleitores ainda se encontravam na fila de votação, mesmo após a hora do fecho das urnas, às 17:00 locais (mais uma hora em Lisboa).

Na segunda-feira, a célula de monitorização eleitoral da sociedade civil guineense promete uma conferência de imprensa para apresentar os detalhes de todos os dados recolhidos durante o processo eleitoral.

Cerca de 900 guineenses votaram hoje para a escolha de 102 deputados ao parlamento e, consequentemente, o novo Governo do país.

Concorreram às eleições, 20 partidos e duas coligações eleitorais.


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GUERRA NA UCRÂNIA: Rússia diz ter repelido "ofensiva em larga escala" da Ucrânia

© Lusa

POR LUSA   05/06/23 

A Rússia disse hoje ter repelido uma "ofensiva em larga escala" ucraniana na região de Donetsk, no domingo, na qual 250 militares ucranianos foram mortos e dezenas de veículos de combate ucranianos foram destruídos.

Até ao momento, as autoridades ucranianas não confirmaram qualquer ofensiva em Donetsk, uma das quatro regiões do leste da Ucrânia que a Rússia anexou ilegalmente no outono passado.

"Na manhã de 04 de junho, o inimigo lançou uma ofensiva em grande escala em cinco setores da frente na direção de Yuzhnodonetsky", disse o Ministério da Defesa russo, em comunicado.

"O inimigo não alcançou o seu objetivo, não conseguiu", acrescentou. Na mesma nota, o Ministério indicou que o exército ucraniano liderou esta ofensiva com seis batalhões mecanizados e dois batalhões de tanques

O porta-voz do Ministério, Igor Konashenkov, disse que 250 militares ucranianos foram mortos e 16 tanques, três veículos de combate e 21 blindados ucranianos foram destruídos.

Um vídeo publicado pelo Ministério na plataforma Telegram mostra alegados veículos blindados ucranianos, filmados do ar, a serem destruídos pelas forças russas.

Numa rara menção à presença dos principais líderes militares da Rússia em operações no campo de batalha, Konashenkov disse que o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas Russas, general Valery Gerasimov, "estava num dos postos de comando avançados".

A menção surgiu depois das críticas do chefe do grupo paramilitar russo Wagner, Yevgeny Prigozhin, de que os principais líderes militares não têm sido vistos na frente de batalha nem assumido o controlo ou responsabilidade pelas operações militares na Ucrânia.

Há meses que Kiev afirma estar a preparar-se para uma grande ofensiva contra as forças de ocupação de Moscovo, numa tentativa de reconquistar territórios perdidos desde a invasão russa, que começou em fevereiro de 2022.

Num vídeo divulgado no domingo, os líderes militares ucranianos disseram que não haveria qualquer anúncio público sobre o início da ofensiva.

A invasão militar russa no território ucraniano, lançada em 24 de fevereiro do ano passado -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia -- foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e a imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.

A guerra causou até agora a fuga de mais de 14,7 milhões de pessoas -- 6,5 milhões de deslocados internos e mais de 8,2 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados das Nações Unidas.


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