terça-feira, 14 de novembro de 2023

ANP: 2ª Parte_Abertura da Iª Sessão Ordinária do ano Legislativo 2023-2024 da 11ª Legislatura


CLIQUE AQUI PARA ASSISTIR AO VÍDEO 

Radio Voz Do Povo 

Chegada do músico Guineense da nova geração FLAVNAIS KING FDB_Aeroporto International Osvaldo Vieira


Radio Voz Do Povo 


Guiné-Bissau espera começar a exportar peixe para a UE dentro de um ano

© Lusa

POR LUSA  14/11/23 

O Ministério das Pescas da Guiné-Bissau conta iniciar a exportação do pescado do país para a União Europeia dentro de um ano, contando até lá ter a acreditação do laboratório de pesca.

Iça Bari, diretor geral do Instituto Nacional de Investigação das Pescas e Oceanografia, disse à Lusa que o país "já não pode esperar mais" no processo de obtenção da certificação do pescado para passar a exportar para a União Europeia.

Há vários anos que as autoridades guineenses tentam obter essa autorização, que passará, entre outras diligências, pela criação e entrada em funcionamento de um laboratório de controlo de qualidade e higiene do pescado e pela certificação.

Uma equipa de consultores da União Europeia que se encontra em Bissau para avaliar os passos já dados pelas autoridades referiu como expectativa, na melhor das hipóteses, conseguir concluir todo o processo dentro de dois anos.

O diretor-geral do Instituto Nacional de Investigação das Pescas e Oceanografia do Ministério das Pescas guineense considerou esse tempo "largo demais".

"Para as autoridades devia ser agora, mas de acordo com o nosso parceiro, União Europeia, o horizonte temporal será dentro de um ano, um ano e meio ou dois. Mas o processo está bem encaminhado", observou Iça Bari.

O responsável assinalou que Portugal vai ajudar a Guiné-Bissau na acreditação do laboratório de controlo de higiene do pescado, um dos requisitos para obter a certificação.

Bari afirmou que "as barreiras" que se colocam no processo por parte da União Europeia "são mais políticas de que técnicas", tendo em conta os passos já dados por Bissau.

"As pessoas aqui na Guiné-Bissau não entendem como é que a União Europeia pesca aqui nas nossas águas e leva o produto como produto da União Europeia, mas quando é para colocar 'made in Guiné-Bissau' ao nosso pescado já há barreiras", disse.

Para o responsável, as pessoas no país não percebem que o pescado capturado na Guiné-Bissau seja exportado para o mercado europeu a partir do Senegal.

"A única diferença é que o Senegal está na lista de países que podem exportar pescado para a União Europeia", sublinhou Iça Bari.

O responsável do Ministério das Pescas guineense notou que das 200 mil toneladas de capturas anuais, cerca de 30% passa pelo Senegal, para atingir outros mercados, nomeadamente europeu.

Henrique da Silva, sócio-gerente de uma das principais empresas de pesca da Guiné-Bissau disse à Lusa que não concorda que o país espere por mais tempo até obter a certificação para começar a exportar para o mercado europeu.

O empresário considerou necessário que a Guiné-Bissau "faça pressão" junto da União Europeia.

"Quando tivermos produto para exportar somos obrigados a descarregar no Senegal, tirar o pescado da caixa, entregar ao comprador e com o jogo dos preços ficamos sempre a perder dinheiro. Achamos que é urgente mudar isso", defendeu Henrique Silva.

O empresário disse não acreditar que as empresas pesqueiras da Gâmbia e da Guiné-Conacri tenham melhores condições para exportar para o mercado europeu do que as da Guiné-Bissau.

"É muito tempo esperar mais dois anos, vamos exigir que se encurte esse prazo", vincou Henrique Silva.


ISRAEL: Guterres "não merece" liderar ONU, diz chefe da diplomacia israelita

© Getty Images

 POR LUSA   14/11/23 

O chefe da diplomacia israelita, em visita oficial a Genebra para pressionar as organizações internacionais para a libertação dos reféns em Gaza, afirmou hoje que o secretário-geral da ONU, António Guterres, "não merece estar à frente das Nações Unidas".

"Não promoveu nenhum processo de paz na região", acrescentou Eli Cohen, acompanhado por familiares de reféns raptados em Gaza, numa conferência de imprensa na sede europeia das Nações Unidas, pouco antes de se encontrar com o diretor-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus.

"Guterres não merece estar à frente das Nações Unidas. Guterres não encorajou nenhum processo de paz na região. [...] Penso que Guterres, tal como todas as nações livres, deveria dizer alto e bom som: libertem Gaza do Hamas", argumentou Cohen.

Cohen, que é acompanhado nesta viagem pelo ministro da Saúde israelita, Uriel Menachem Buso, criticou ainda: "O Irão, um país que defende a destruição de Israel, não deveria ser membro das Nações Unidas, mas podemos ver como Guterres se senta com eles".

"Guterres, tal como todas as nações livres, deve dizer alto e bom som que Gaza deve ser libertada do Hamas, que o Hamas é ainda pior do que o Estado Islâmico", acrescentou o chefe da diplomacia israelita.

Cohen reuniu-se anteriormente na cidade suíça com a presidente do Comité Internacional da Cruz Vermelha, Mirjana Spoljaric, com o objetivo de a organização utilizar a sua longa experiência na defesa de prisioneiros de guerra e civis em conflitos para tentar mediar a libertação de reféns ou, pelo menos, obter provas de que estes ainda estão vivos.

Na conferência de imprensa, Cohen realçou que a Cruz Vermelha ainda nem sequer conseguiu encontrar-se com reféns retidos em Gaza pelo movimento de resistência islâmica Hamas.

"Estou aqui com o ministro da Saúde [israelita] e com familiares dos reféns e tivemos uma reunião com a presidente do CICV. Até à data, ninguém se encontrou com os reféns. Não temos nenhuma prova de vida. Até hoje, nenhum dos nossos reféns se encontrou com a Cruz Vermelha", disse Cohen.


Finlândia está a considerar encerrar a sua fronteira com a Rússia

© Lusa

POR LUSA   14/11/23 

A Finlândia anunciou hoje que está a considerar restringir o tráfego fronteiriço ou mesmo encerrar os seus pontos de passagem com a Rússia, após um aumento no número da entrada de migrantes ilegais.

O primeiro-ministro finlandês, Petteri Orpo, disse que a Rússia estava a deixar deliberadamente os migrantes atravessarem a fronteira, apesar da falta de documentos válidos, sugerindo que se tratava de uma tentativa de desestabilizar a Finlândia.

"Parece ser uma decisão deliberada", declarou o primeiro-ministro finlandês.

"A mensagem do Governo é clara: queremos garantir a segurança das nossas fronteiras", afirmou Orpo.

A Finlândia partilha uma fronteira de 1.340 quilómetros com a Rússia.

O Kremlin prometeu em abril tomar "contramedidas" após a adesão da Finlândia à NATO, classificando o alargamento da Aliança Atlântica como um "ataque à segurança" da Rússia.

A ministra do Interior finlandesa, Mari Rantanen, disse hoje aos jornalistas que o Governo decidiu que "o Ministério do Interior vai preparar uma proposta de medidas restritivas" ao abrigo da Lei de Passagem de Fronteiras.

"O Governo pode decidir restringir o tráfego fronteiriço ou encerrar pontos de passagem", acrescentou a ministra.

"De acordo com relatórios dos guardas de fronteira finlandeses, o número de requerentes de asilo aumentou nos últimos meses na fronteira oriental" do país, declarou a ministra.

Este número permanece "relativamente baixo, mas aumentou significativamente num curto período de tempo", acrescentou.

Os guardas de fronteira registaram 39 pessoas que chegaram à fronteira sudeste na segunda-feira, mais do que as 34 registadas durante toda a semana passada.

Após o início da guerra na Ucrânia, em fevereiro de 2022, a Finlândia registou um aumento nas chegadas à sua fronteira com a Rússia de pessoas sem visto, principalmente russos e ucranianos.

"Houve mudanças nas nacionalidades das chegadas", disse Rantanen.

Agora há mais migrantes do Médio Oriente e de África, disse Mikko Lehmus, chefe da unidade de análise da Guarda de Fronteira finlandesa.

Iraque, Somália e Iémen são os três principais países de origem das chegadas de migrantes ilegais, disse Lehmus, que notou esta mudança de perfil "no final do verão".

A Finlândia revelou um plano no final de 2022 para construir uma vasta cerca ao longo de 200 quilómetros da sua fronteira -- em grande parte desabitada -- com a Rússia. O projeto deve ser concluído em 2026.



Leia Também: O Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU) renovou hoje, por unanimidade, o regime de sanções financeiras e de proibição de viagens ao Iémen por 12 meses.

Rússia vendeu mais de 4,2 mil milhões em armas a países africanos

© Geem Drake/SOPA Images/LightRocket via Getty Images

POR LUSA   14/11/23 

A empresa estatal russa de exportação de armas Rosoboronexport assinou este ano contratos no valor de mais de 4,5 mil milhões de dólares (4,2 mil milhões de euros) com países africanos, anunciou hoje o presidente da empresa, Alexander Mikheyev.

"Em 2023, foram assinados documentos contratuais (com países africanos) no valor de mais de 4,5 mil milhões de dólares e planeamos assinar novos contratos antes do final do ano", afirmou Mikheyev, citado pela agência noticiosa russa Interfax, nos Emirados Árabes Unidos, onde o gestor se encontra a participar no Dubai Air Show.

As exportações para os países africanos representarão mais de 30 por cento do total de fornecimentos da Rosoboronexport este ano e que estão em curso consultas sobre novos projetos, acrescentou.

Segundo Mikheyev, a cimeira Rússia-África, realizada na cidade russa de São Petersburgo em julho deste ano, permitiu "identificar áreas de interação crescente" com os países africanos.

A Rosoboronexport é o único intermediário estatal da Rússia para a exportação de toda a gama de bens, tecnologias e serviços militares e de dupla utilização.


Leia Também: O Presidente russo, Vladimir Putin, aprovou mudanças na lei que rege as eleições presidenciais, colocando novas restrições à cobertura dos meios de comunicação, noticiaram hoje as agências de notícias locais.


Juventude do PRS, está em conferência de Imprensa para reagir sobre o espancamento de Deputado Farid Michel Tavares Fadul (Cuca)

 Radio TV Bantaba

Força de Ordem impede a realização de marcha de ANAPROMED-GB.

 Radio Voz Do Povo 

Mulheres são as mais vulneráveis, mas são as motoras da Guiné-Bissau

© Lusa

POR LUSA  14/11/23 

As mulheres são as mais pobres e vulneráveis na Guiné-Bissau, mas são elas as motoras da economia familiar e as que deitam mão a todo o tipo de pequeno negócio para "ganhar o pão" de cada dia.

Da água à fruta, vendem de tudo na rua para sustentar a família, carregam os filhos nas costas e à cabeça o peso de um dia-a-dia que as obriga a "todos os dias estar de pé para ir procurar o que faz falta".

"Começam desde as cinco horas da manhã até ao pôr-do-sol para ir procurar dar de comer à família", enfatiza à Lusa Antónia Adama Djaló, presidente da Associação de Mulheres das Atividades Económicas (AMAE).

Os 50 anos de independência que o país completou em 24 de setembro, e festeja na quinta-feira, pouco alteraram nas rotinas, mas trouxeram novos modelos de organização que realçaram o papel das mulheres na sociedade guineense.

Continuam a ser as mais vulneráveis à pobreza, continuam afastadas da escola, com mais de 70% das mulheres adultas analfabetas, e a viver dos pequenos negócios, mas ganharam fôlego.

Em 1992, foi criada a AMAE, uma organização das mulheres, copiando um modelo do Brasil, que apoia a criação de cooperativas, alfabetização, planeamento familiar, gestão financeira e crédito.

A associação atua em todo o território nacional sob o lema "produzir e vender para sustentar a família e desenvolver a nação".

Com pequenos negócios, como vender água, mancarra (amendoim) e outros produtos locais, são as mulheres que todos os dias fazem dinheiro "para poder dar o sustento aos filhos [e estes] irem à escola, para a saúde e tudo mais", segundo a dirigente.

Antónia aponta o exemplo dela, que é funcionária no Ministério da Defesa, mas viu que o salário não é suficiente para sustentar a família e fez um anexo em casa, onde começou a vender peixe.

"Eu sou vendedeira de peixe. Saio às cinco da manhã, começo a vender até seis e meia, sete horas, vou para o serviço, às sete e meia tenho que estar lá", conta à Lusa.

Se não fizesse isto, com o salário de funcionária pública "nem sequer comia, e muitas outras mulheres fizeram isso para poderem aguentar a família", enquanto outras o único recurso que têm é a venda de rua.

Antónia dirige há 31 anos a AMAE, que tem entre os membros mulheres de todas as atividades económicas, até juristas, e que já mudou a vida de várias associadas.

"Sou o que sou hoje graças a essa organização. Consegui construir uma casa, pus os filhos a estudar, eu e outras mulheres", vinca.

A associação está presente em todo o território guineense com vários projetos económicos e também de sensibilização e informação, nomeadamente contra doenças como a sida.

O mais emblemático projeto é a caixa de residência, lançado há seis anos, para poupança e solidariedade.

No ano passado, "pelas caixas do sul passaram à volta de 12 milhões de francos cfa [cerca de 18.000 euros] e, apenas em Mansôa, 20 caixas movimentaram 318 milhões [cerca de 485 mil euros], na época do caju", uma das maiores riquezas da Guiné-Bissau.

Os valores e periodicidade das entregas para esta caixa-poupança depende da possibilidade de cada membro, e, numa caderneta, ficam registadas as entradas, com a supervisão de um comité.

O acumulado serve para investir, emprestar uns aos outros ou conseguir desenvolver a subsistência de cada um.

Com a poupança, como conta Antónia, "há mulheres que compram camas, outras preparam a casa, até há aquelas que ajudaram o marido a comprar maquinaria para carpintaria".

"Agora até os homens estão a aderir", diz.

O projeto está mais presente nas zonas remotas do país, onde o Estado não consegue ir e dá apoio à associação para lá chegar, tendo esta como parceiros e dadores outras organizações, nomeadamente das Nações Unidas.

A Guiné-Bissau autoproclamou a sua independência de Portugal em 24 de setembro de 1973, mas as comemorações oficiais estão marcadas para 16 de novembro, dia das Forças Armadas.

Entre os líderes convidados para as cerimónias oficiais estão o Presidente e primeiro-ministro portugueses, Marcelo Rebelo de Sousa e António Costa, mas o programa oficial ainda não foi divulgado.



Leia Também: O ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal chega hoje à Guiné-Bissau para participar nas comemorações do 50.º aniversário da independência do país, tendo previstas audiências com o Presidente e o primeiro-ministro guineenses, além de reunir com o seu homólogo.

Cerca de 40% dos portugueses com diabetes não sabe que tem a doença

Por sicnoticias.pt

No Dia Mundial do Diabetes, o endocrinologista Davide Carvalho alerta que, em Portugal, cerca de 40% dos diabéticos estão por diagnosticar. Na faixa etária entre os 30 e os 40 anos a percentagem pode ascender aos 60%.

Cerca de 40% dos portugueses com diabetes tipo 2 não sabem que têm a doença, porque, segundo o endocrinologista Davide Carvalho, habitualmente não têm sintomas e não vão ao médico.

Em entrevista à agência Lusa, no âmbito do Dia Mundial da Diabetes e sobre o livro do médico britânico Roy Taylor "Um guia simples para reverter a diabetes tipo 2", editado em Portugal pela Porto Editora, Davide Carvalho explicou esta terça-feira que faz parte das análises de rotina dosear a glicose.

"Quando nós analisamos, por exemplo, a percentagem de doentes que estão por diagnosticar, em média, anda à volta dos 40%, mas, por exemplo, entre os 30 e os 40 anos pode atingir os 60%, porque estas pessoas são ativas profissionalmente e não vão ao médico e não fazem análises", adiantou.

De acordo com o também professor da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, os sintomas da diabetes "são mais ou menos conhecidos" -- como ter muita sede, urinar muito e ter tendência a beber muitos líquidos, que aparecem numa fase doença "mais avançada", em que já é sintomática.

Aconselhando avaliações periódicas ao estado de saúde, Davide Carvalho referiu que as pessoas deveriam fazer análises idealmente uma vez por ano, mas, observou, se fizerem entre três e cinco anos, a maioria acabaria por ser diagnosticada.

"Devem fazer avaliações de acordo com o contexto, porque muitas vezes estes doentes ou têm história familiar de diabetes ou nasceram com excesso de peso ou (...) têm também obesidade ou outras doenças, como, por exemplo, hipertensão, e, portanto, nesses casos, deve ser feito o doseamento da glicose para se diagnosticar diabetes", sustentou.

Segundo o relatório anual do Observatório da Diabetes 2023, mais de um milhão de portugueses vive com a doença, ampliada, sobretudo, por erros alimentares e falta de atividade física, além dos fatores hereditários.

"Nas pessoas que aparecem com diabetes com 70 anos, a probabilidade de virem ter retinopatia, nefropatia, resultantes da diabetes, é menor do que aqueles que aparecem aos 30/40 [anos], porque [esses] vivem mais anos com açúcar elevado e, eventualmente, descompensado e o risco de terem complicações é maior. É por isso que diz que a diabetes pode encurtar a esperança de vida em cerca de sete anos em cada doente diabético, se for relativamente cedo", afirmou.

Em Portugal, cerca de 90% a 95% dos diabéticos têm diabetes tipo 2, tendo uma menor frequência de diabetes tipo 1 em comparação, por exemplo, com os suecos e os finlandeses.

Com o aumento da obesidade durante a pandemia de covid-19, Davide Carvalho, citando Roy Taylor, ressalvou que para reverter a diabetes, numa primeira fase, é necessário iniciar "uma dieta muito restritiva".

"[Perder] cerca de 800 quilocalorias pode fazer com que o indivíduo perca peso e reverta a sua diabetes. (...) É preciso não esquecer que para a diabetes tipo 2, os cuidados alimentares e a diminuição da ingestão calórica são fundamentais", frisou.

O endocrinologista lembrou ainda que a covid-19, que provoca a covid-19, pode levar à destruição da célula-beta (que produz insulina no pâncreas), originando uma diabetes "muito parecida" a com a diabetes tipo 1, insistindo em campanhas de sensibilização, de modo a prevenir o aumento de doentes diabéticos, que poderá chegar aos 1.300 milhões em 2050 no mundo.

"Acho que tem de haver campanhas, e já tem havido algumas medidas (...), como taxação aplicada aos produtos, como refrigerantes, com excesso de açúcar, as taxas maiores nos produtos que contêm excesso de sal também. Tem havido algumas medidas. Claro que não chegam. Passa muito também por uma atitude individual. (...) Cada um é um pouco médico de si mesmo e, portanto, tem de tomar as medidas que lhe permitam reduzir o seu peso, vigiar o seu peso, manter-se fisicamente ativo e ter opções alimentares adequadas à sua situação", destacou.


Leia Também: 40% das pessoas com diabetes tem doença renal

Cerca de 20% dos jovens timorenses não estudam, nem trabalham

© Lusa

POR LUSA    14/11/23 

Cerca de 20% dos jovens timorenses não estudam, nem trabalham devido à falta de educação, limitações na prestação da saúde e ineficácia da proteção social, refere um relatório sobre capital humano do Banco Mundial (BM).

"Vinte por cento dos jovens timorenses entre os 15 e os 24 anos não estudam, nem trabalham, uma taxa que não diminui desde 2010, causada por uma educação abaixo da média, por limitações na prestação de serviços de saúde e por uma ineficaz proteção social durante a infância e a adolescência", pode ler-se no documento que avalia a situação do capital humano no país.

O relatório, divulgado na página oficial do BM na Internet, refere que a "frequência escolar média de apenas 6,3 anos é sintomática dos fracos resultados de aprendizagem".

A superlotação das salas de aula, bem como a falta de professores e competências, tem resultado em distorções em relação à idade e ano de frequência escolar, a uma taxa de 20% de abandono escolar e em desmotivação, indica o BM.

"Os serviços de proteção social, que visam estimular a frequência escolar, enfrentam falhas consideráveis e apresentam taxas de sucesso varáveis. Isso é agravado por barreiras significativas de acesso a serviço essenciais de saúde", salienta o Banco Mundial.

O relatório indica que meninas e mulheres com menos de 20 anos "por vezes não têm acesso a serviços de saúde reprodutiva", e "apenas 19% das mulheres solteiras sexualmente ativas" usam contraceção.

O documento refere também que a taxa de desemprego é alta, 14% em 2021, sobretudo devido aos "fracos sistemas de formação profissional e exacerbada pela baixa procura de mão-de-obra no setor privado".

"A oferta de trabalhadores com formação universitária é o dobro da procura no mercado de trabalho, mas distribuída de forma desigual entre setores, com a oferta de mão-de-obra estrangeira a preencher lacunas críticas", salienta o relatório.

O BM refere também que 72% da população emprega trabalha no setor informal, o que "faz com que a maioria dos trabalhadores em Timor-Leste seja particularmente vulnerável a crise laborais", até porque, o "sistema de pensões contributivo cobre apenas 34% da força de trabalho e enfrenta problemas de sustentabilidade".

"O sistema de proteção social também não oferece benefícios de desemprego, essenciais para manter os meios de subsistência durante os períodos de desemprego", sublinha a organização.

"Timor-Leste necessita de uma economia diversificada que permita a criação de emprego num setor privado resiliente, que complemente as despesas do Governo, sustentado por um sistema de proteção social mais bem direcionado", defende o BM.



Leia Também: Banco Mundial alerta para crise de capital humano em Timor-Leste