segunda-feira, 20 de outubro de 2025

Guerra na Ucrânia: Kyiv? "Ainda podem vencer. Não acho que vençam, mas ainda podem vencer"... O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse hoje que tem dúvidas que Ucrânia possa derrotar a Rússia na guerra, embora admita que isso possa acontecer.

© TOM BRENNER/AFP via Getty Images    Lusa  20/10/2025

Os comentários de Trump acrescentaram uma nova onda de ceticismo em relação a Kyiv, enquanto quando o presidente dos EUA planeia encontrar-se novamente, nas próximas semanas, com o Presidente russo, Vladimir Putin, para conversações presenciais em Budapeste, Hungria, visando pôr fim à guerra.   

"Eles ainda podem vencer. Não acho que vençam, mas ainda podem vencer", disse hoje Trump aos jornalistas no início de uma reunião na Casa Branca com o Primeiro-Ministro australiano, Anthony Albanese.  

No mês passado, Trump reviu a sua posição há muito mantida de que a Ucrânia teria de ceder território, considerando que o país poderia reconquistar todas as zonas que perdeu para a Rússia.  

Mas, após uma longa chamada com Putin na semana passada, seguida de uma reunião com o Presidente ucraniano Volodymyr Zelenskyy, Trump voltou a mudar de posição, e apelou a Kyiv e Moscovo para que "parassem onde estão" e pusessem fim à sua guerra brutal.  

Questionado hoje sobre a sua opinião volátil acerca de Kyiv, Trump deu uma avaliação sombria sobre as hipóteses da Ucrânia. E acrescentou: "Nunca disse que eles iriam ganhar. Disse que poderiam. Qualquer coisa pode acontecer. Sabem que a guerra é uma coisa muito estranha."

Hoje, mais cedo, Zelensky disse que, durante a reunião na Casa Branca, Trump o informou de que a exigência maximalista de Putin para que a Ucrânia cedesse a totalidade das suas regiões orientais de Donetsk e Luhansk, permanecia inalterada.

Ainda assim, Zelensky descreveu a reunião como "positiva", embora Trump também tenha rejeitado o seu pedido de mísseis de cruzeiro Tomahawk de longo alcance.

Em comentários públicos nas semanas que antecederam a sua reunião com Zelensky, Trump parecia estar inclinado para a possibilidade de enviar os Tomahawks, o que permitiria às forças ucranianas atacar mais profundamente em território russo. Mas o tom do líder dos EUA mudou após a sua última chamada com Putin e ficou claro que estava relutante em enviar à Ucrânia o sistema de mísseis, pelo menos por enquanto.

"Na minha opinião, ele [Trump] não quer uma escalada com os russos até se encontrar com eles [Russos)", afirmou Zelensky aos jornalistas no domingo.

Os seus comentários estavam embargados até hoje de manhã. Zelensky também expressou o ceticismo sobre a proposta de Putin de trocar algum território que mantém nas regiões de Kherson e Zaporizhzhia, se a Ucrânia ceder Donetsk e Luhansk, dizendo que a proposta era pouco clara. As regiões de Donetsk e Luhansk constituem o Donbass.

O líder ucraniano afirmou que Trump, em última análise, apoiava uma pausa ao longo da linha da frente atual. "Partilhamos a visão positiva do Presidente Trump se isso levar ao fim da guerra", afirmou Zelensky, citando "muitas rodadas de discussão durante mais de duas horas com Donald Trump e a sua equipa."

Zelenskyy foi diplomático sobre a sua reunião com Trump, apesar de relatos de que enfrentou pressão para aceitar as exigências de Putin.

A reunião seguiu-se ao desastroso desentendimento na Sala Oval em 28 de fevereiro, quando o presidente ucraniano foi repreendido em direto na televisão por não estar grato pelo apoio dos EUA.

Zelensky disse que espera que a reunião de Trump na próxima semana com Putin na Hungria, que não apoia a Ucrânia, abra caminho para um acordo de paz.

Zelensky disse que não foi convidado a participar, mas consideraria ir se o formato das negociações fosse justo para Kyiv.

O presidente ucraniano também criticou o Primeiro-Ministro húngaro, Viktor Orbán, dizendo que não acredita que um chefe de executivo "que bloqueia a Ucrânia em todo o lado possa fazer algo positivo para os ucranianos ou mesmo fornecer uma contribuição equilibrada."

Zelensky disse que acha que todas as partes se "aproximaram" de um possível fim da guerra. "Isso não significa que terminará definitivamente, mas o Presidente Trump conseguiu muito no Médio Oriente, e, aproveitando essa onda, quer pôr fim à guerra da Rússia contra a Ucrânia," acrescentou.

A Ucrânia espera comprar 25 sistemas de defesa aérea Patriot de empresas norte-americanas, usando ativos russos congelados e ajuda de parceiros, mas Zelensky disse que adquiri-los exigiria tempo devido a longos prazos de produção.


Leia Também: Bulgária pode deixar Putin cruzar o seu espaço aéreo para negociações

O Governo búlgaro manifestou hoje disponibilidade para que o Presidente russo, Vladimir Putin, atravesse o seu espaço aéreo para participar na anunciada cimeira sobre a Ucrânia com o homólogo norte-americano, Donald Trump, em data a definir em Budapeste.


O Primeiro-Ministro, Braima Camará, realiza hoje, segunda-feira, (20.10), uma visita ao Hospital Nacional Simão Mendes, acompanhado por vários membros do Governo. Após a visita, o Chefe do Governo fala à imprensa.

O Ministro dos Negócios Estrangeiros, Cooperação Internacional e das Comunidades Carlos Pinto Pereira, fala a imprensa sobre o iniciou do processo de Casa Aberta, pela Embaixada de Portugal em Bissau.

 

Ministro dos Transportes entrega novos equipamentos à Sala de Exames de Condução da DGVTT

Bissau, 20 de outubro de 2025 — O Ministro dos Transportes, Eng.º Marciano Silva Barbeiro, presidiu nesta segunda-feira a cerimónia de entrega de novos equipamentos à Sala de Exames de Condução da Direção-Geral de Viação e Transportes Terrestres (DGVTT).

O ato contou com a presença do Coordenador do Projeto UGP-CN representante do Banco Mundial, Eng.º Malam Banjal, do Diretor-Geral da DGVTT, Sr. Jaimentino Co, dos dirigentes do Ministério dos Transportes e responsáveis da DGVTT.

Durante o evento, o Ministro Marciano Silva Barbeiro destacou que esta entrega representa “um passo concreto na modernização dos serviços de transporte e na promoção da segurança rodoviária no país.”

Esta iniciativa enquadra-se no Projeto UGP-CN, financiado pelo Banco Mundial, que visa reforçar a conectividade nacional, nomeadamente através da reabilitação da estrada que liga Bissau à fronteira com o Senegal — uma via estratégica para o acesso a mercados e para o fortalecimento do desenvolvimento económico nacional.

Segundo o Ministro, a disponibilização destes novos equipamentos “reforça a capacidade institucional da DGVTT, permitindo exames de condução mais eficientes, atendimento de maior qualidade aos cidadãos e um processo de habilitação mais fiável, contribuindo assim para uma condução mais segura nas nossas estradas.”

Com esta ação, o Ministério dos Transportes reafirma o seu compromisso em melhorar a eficiência, a qualidade e a modernização dos serviços públicos, alinhando-se às metas de desenvolvimento sustentável e integração regional.


Encontro entre PAI Terra Ranka e COLIDE-GB . O Partido Africano da Independência de Guiné e Cabo verde ( PAIGC), manteve esta segunda feira 20/10/2025, encontro COLIDE-GB para abordar a situação de exclusão do PAI TERRA RANKA e de COLIDE-GB das legislativas marcadas para 23 de novembro... Após o encontro, um dos Coordenadores da Plataforma Inclusiva PAI Terra Ranka, Agnelo Regalla e o Presidente da COLIDE-GB Juliano Fernandes, prestaram declaração à imprensa.

Portugal: Mais de 2.800 pais pediram ajuda por violência dos filhos nos últimos três anos

Por cnnportugal.iol.pt/ 

Silêncio e recusa das vítimas em apresentar queixa junto das autoridades competentes poderá ser explicado pelo facto de os crimes ocorrerem sobretudo em contexto de violência doméstica, em que agressor e vítima partilham habitação

O número de progenitores agredidos pelos filhos que pediram ajuda à Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV) aumentou mais de 27% nos últimos três anos, ultrapassando as 2.800 pessoas, uma média de 2,6 casos por dia.

Segundo as estatísticas da APAV sobre “Filhos/as que agridem Os Pais/As Mães”, a que a Lusa teve acesso, entre 2022 e 2024, o número de vítimas aumentou de ano para ano, registando-se 815 casos no primeiro ano, 962 no ano seguinte e 1.036 em 2024.

Significa que, no global, há um aumento de 27,1% e que, em média, a APAV ajudou cerca de 78 pessoas por mês, 18 por semana e 2,6 por dia.

Em declarações à Lusa, Cynthia Silva, criminóloga na APAV, apontou que este aumento “pode significar que há mais vítimas a procurarem o apoio da APAV”, o que é um “aspeto positivo”, mas chamou a atenção para outra percentagem, a das pessoas que ficam em silêncio.

“Percebemos que, por exemplo, em 48% das situações não há apresentação de queixa, o que significa que, apesar de poder haver maior procura de apoio, ainda há muitas situações que se mantêm silenciadas no que toca à apresentação de queixa junto às autoridades”, apontou.

Na opinião da responsável, esse silêncio e recusa das vítimas em apresentar queixa junto das autoridades competentes poderá ser explicado pelo facto de os crimes ocorrerem sobretudo em contexto de violência doméstica, em que agressor e vítima partilham habitação.

“Os motivos mais comuns para a não procura de apoio ou mesmo para a falta de queixa têm muito a ver com estas questões da vergonha, da culpa, a vergonha de dizer que estão a ser vitimadas ou vitimados pelos próprios filhos ou filhas”, apontou.

Explicou, por outro lado, que também pode haver medo de retaliações ou mesmo das consequências legais que o pedido de ajuda ou a apresentação da queixa possam ter para o filho ou filha.

Segundo Cynthia Silva, apesar da violência de que são vítimas, os progenitores continuam a querer “proteger as próprias pessoas infratoras” porque se trata do filho ou da filha.

“Depois há outros motivos, nomeadamente o querer ainda manter a imagem de que existe harmonia familiar e de que tudo corre bem dentro daquele seio familiar ou situações de dependência”, adiantou.

A responsável adiantou que como a maior parte destes crimes acontecem em contexto de violência doméstica, a APAV também pode apresentar queixa, uma vez que se trata de um crime público, mas referiu que tentam sempre que seja a vítima a fazê-lo com o apoio da APAV.

A criminóloga alertou, por outro lado, para a “questão da vitimação continuada”, apontando que “uma grande parte” das pessoas que procuram a ajuda da APAV pela primeira vez, são vítimas há dois ou três anos, o que “significa que, às vezes, as vítimas demoram algum tempo até conseguir procurar algum tipo de ajuda mais profissional”.

Os dados da APAV mostram que dos 2.813 progenitores ajudados pela associação, 96,8% foram agredidos por um filho, enquanto 3,2% foram vítimas de mais do que um filho ou filha.

A caracterização da vítima mostra que na maior parte dos casos (79,7%) são mulheres, com 65 anos ou mais (58,3%), enquanto os homens estão em maioria (69%) no caso dos agressores, com idade entre os 18 e os 64 anos (62,8%).

Entre os 5.654 crimes ou formas de violência registadas para estas 2.813 vítimas, a violência doméstica sobrepõem-se, representando 82,3% do total.

Cynthia Silva defendeu que deveriam existir mais estruturas de acolhimento para as vítimas, mas apontou que “às vezes também existe a dificuldade de conseguir que as vítimas queiram sair das suas residências”.

Choque no Senegal. Jovem é raptado e morre após mãe não pagar resgate... Cheikh Touré, guarda-redes senegalês, de 18 anos, foi enganado por um conjunto de burlões, depois de ter sido convencido de que iria fazer testes numa equipa profissional em Marrocos. Acabou assassinado no Gana.

Por LUSA 20/10/2025

Uma notícia trágica chegou-nos nos últimos dias do Senegal. Um jovem de apenas 18 anos foi assassinado a sangue frio, na passada sexta-feira, depois da mãe não ter conseguido pagar um resgate, vítima de um esquema elaborado por um grupo criminoso.

As informações reveladas nos últimos dias pela imprensa internacional são algo difusas, mas, ao que tudo indica, Cheikh Touré, uma promessa do Esprit Foot Yeumbeul, terá sido atraído por um grupo de pessoas com a promessa de testes para ingressar num clube profissional em Marrocos.

Touré viajou para Kumasi para cumprir o sonho de ser futebolista Mas o pior acabaria por acontecer e o jovem teve um final de vida trágico. Convencido de que iria viajar para Marrocos, Cheikh Touré acabou por ser raptado e levado para o Gana, onde foi sequestrado e mantido em cativeiro por um grupo de criminosos que se faziam passar por empresários de futebol.

Os raptadores começaram por exigir à mãe do jogador um resgate pelo filho. No dia em que chegou ao local, Cheikh Touré ainda enviou uma mensagem de voz à mãe a dizer que estava tudo bem e só quatro dias depois voltou a dar notícias. Nessa altura, e de novo através de um áudio, o filho enviou o pedido de resgate: 850 mil francos africanos (cerca de 1.300 euros). De acordo com o jovem, este pedido já tinha sido feito pelos supostos agentes a outros jogadores que estariam com ele e serviria para que pudesse continuar a prosseguir o seu sonho. Pediu ainda que a mãe não se preocupasse.

Sem pensar duas vezes, a mãe colocou-se em campo para tentar arranjar esse dinheiro. No dia desta segunda mensagem, a progenitora recebeu, por volta da meia-noite, uma chamada de uma pessoa do Gana a dizer-lhe que o filho tinha tido um acidente. Foi aí que percebeu que o filho tinha caído num esquema. A mãe, que já tinha pago 380 euros pela suposta viagem para Marrocos, conseguiu juntar cerca de 760 euros, valor que não chegava ao exigido pelos raptores. Haveria de receber um novo pedido de mais 228 euros.

Mais tarde, a mãe acabou por receber uma nova mensagem que trazia consigo um vídeo de Cheikh Touré morto depois de ter sido visivelmente torturado.

"Tentei perceber se era seguro para ele porque é o meu único filho. Dei-lhe dinheiro para cortar o cabelo, comprar uma roupa nova, um fato. Rezei muito por ele e pedi-lhe para ter cuidado porque ele é a coisa mais importante do mundo para mim", revelou a mãe, destroçada e lavada em lágrimas, em declarações ao canal 'People 221 TV'.

Entretanto, e através de um comunicado oficial, o Ministério da Integração Africana, dos Negócios Estrangeiros e dos Senegaleses no Exterior deixou uma nota de pesar na qual diz estar ao lado da família do jovem Cheikh Touré

"O Ministério da Integração Africana, dos Negócios Estrangeiros e dos Senegaleses no Estrangeiro tomou conhecimento, neste sábado, 18 de outubro de 2025, do falecimento ocorrido em Kumasi (República do Gana), na sexta-feira, 17 de outubro de 2025, do Sr. Cheikh Touré. As primeiras investigações conduzidas pelos serviços consulares indicam que o Sr. Touré, um jovem futebolista senegalês, teria sido vítima de uma rede de fraude e extorsão de fundos", pode ler-se no comunicado.

De acordo com as informações recolhidas pela Embaixada do Senegal em Acra, o corpo do falecido foi depositado na morgue Ebenezer de Tafo, na região de Ashanti, localizada a cerca de 250 km de Acra. As autoridades ganesas competentes foram oficialmente notificadas para conduzir uma investigação aprofundada sobre as circunstâncias exatas da morte", prossegue a mesma nota.

"Neste contexto, dois agentes da Embaixada serão enviados a Kumasi, a partir de domingo, 19 de outubro de 2025, para ajudar as autoridades locais nas diligências administrativas e judiciais, a fim de preparar, em conjunto com a família, o repatriamento do corpo para o Senegal, assim que as autorizações necessárias forem obtidas. O Ministério deseja expressar a sua profunda compaixão à família enlutada e garantir que este caso está a ser acompanhado de perto", termina o comunicado.