Bissau: Governo diz que "pouco se sabe" sobre avião suspeito
O "avião-mistério", um Airbus-340, no aeroporto de Bissau. |
Em entrevista exclusiva à DW, o ministro guineense dos Transportes diz, no entanto, que a aeronave arrestada e que está a gerar polémica em Bissau veio da Gâmbia e aterrou "em conformidade com as regras internacionais".
O caso do avião suspeito arrestado em Bissau ganhou contornos preocupantes nas últimas horas. A Comissão Especializada do Parlamento guineense diz que o Airbus-340 retido em Bissau aterrou sob as ordens do Presidente da Guiné-Bissau. Contactada pela DW, a Presidência guineense escusou-se a reagir à acusação.
Já o Ministro dos Transportes, Augusto Gomes, diz que "pouco se sabe" sobre a aeronave, incluindo quem deu ordem para a sua aterragem, mas garante que tudo aconteceu "em conformidade com a aviação civil internacional".
Em entrevista exclusiva à DW África, o ministro afasta ainda rumores de ligações ao tráfico de droga neste caso.
DW África: O que se sabe sobre o airbus estacionado no aeroporto de Bissau?
Augusto Gomes (AG): Sabe-se muito pouco ainda sobre a aeronave. O Governo está num processo de averiguação para saber o que se passa.
DW África: O Governo já tem informações de como é que o avião chegou a Bissau e de quem é que deu ordens para a sua aterragem?
AG: No respeito de tudo o que é o procedimento da aviação civil internacional, uma aeronave a sobrevoar um espaço pode, querendo, ou estando confrontada com a necessidade de aterragem, pedir autorização [para o efeito]. Foi em conformidade com esse princípio que a aeronave aterrou em Bissau.
DW África: Saiu de onde?
AG: Da República irmã da Gâmbia.
General Umaro Sissoco Embaló |
DW África: Foi o Presidente que deu ordem para a sua aterragem?
AG: Não sabemos ainda quem terá sido. O pedido de sobrevoo e aterragem foi feito pela tripulação da aeronave, respeitando as regras internacionais.
DW África: E os tripulantes?
AG: Isso é uma questão que se irá ver a seguir e é objeto dessa averiguação.
DW África: Está-se a colocar esta questão ligada ao tráfico de droga no país. É verdade, há alguma ligação?
AG: Ninguém ainda sabe e não tem nada a ver com a questão do tráfico de droga.
DW África: Está a ser vigiada pelos militares?
AG: Está no aeroporto, está sob a autoridade aeroportuária.
DW África: Quando é que o Governo pensa ter informações concretas?
AG: Com o amadurecimento do processo de averiguação.
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