domingo, 29 de setembro de 2024

EUA anunciam que têm "tropas adicionais" prontas para as "contingências" de um eventual ataque do Irão a Israel

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Por  CNN Portugal  29/09/24

EUA pedem solução diplomática mas estão prontos para tomar "as medidas necessárias" caso a ameaça escale

As Forças de Defesa Israel (IDF) continuam a atacar alvos do Hezbollah no Líbano, mesmo depois de alegarem ter matado “a maioria” dos dirigentes daquela milícia xiita libanesa. Só este domingo, perto de 50 pessoas morreram na sequência de ataques israelitas, sobretudo no leste e sul do Líbano.

Só na província de Baalbek-Hermel, no leste do Líbano, morreram pelo menos 21 pessoas e há registo de 47 feridos, de acordo com o Ministério da Saúde libanês. As IDF dizem ter atingido também alvos Houthis no Iémen, designadamente uma central de energia e o porto marítimo de Hodeida, em retaliação pelo ataque dos Houthis, que lançaram no sábado um míssil balístico contra o aeroporto Ben Gurion, perto de Telavive, quando o primeiro-ministro israelita Benjamin Netanyahu estava a chegar de Nova Iorque. Os ataques contra alvos Houthis no Iémen fizeram pelo menos quatro mortos.

No total, há registo de mil mortos e mais de 6.000 feridos no Líbano como resultado dos ataques israelitas à capital, Beirute, e a outras partes do país nas duas últimas semanas.

Neste contexto, o Irão não afasta a possibilidade de abrir uma guerra com Israel. Isso mesmo deixou claro o chefe da diplomacia iraniana, Abbas Araghchi, que alertou este domingo que “todas as possibilidades estão em aberto” no conflito com Israel, incluindo a guerra, após a morte do líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, um aliado de Teerão.

“Todos reconhecem o perigo de uma guerra na região. Esta situação é muito perigosa e todas as possibilidades estão em aberto neste momento”, declarou Araghchi a partir de Nova Iorque, de acordo com a agência noticiosa iraniana Fars.

Isto no mesmo dia em que França, Alemanha e Reino Unido se juntaram num apelo para cessar-fogo “imediato” no Líbano. Receando uma incursão terrestre em Beirute, os ministros dos Negócios Estrangeiros de França, Alemanha e Reino Unido assinaram uma declaração a exigir um acordo para "cessar-fogo imediato" face à escalada do conflito na região.

O chefe da diplomacia francesa, Jean-Noël Barrot, defende que Telavive tem de “parar imediatamente os ataques ao Líbano”, enquanto o seu homólogo britânico, David Lammy, entende que “uma solução diplomática é a única via para restabelecer a segurança e a estabilidade do povo libanês e do povo israelita”.

Já Annalena Baerbock, ministra alemã dos Negócios Estrangeiros, afirmou à emissora ARD que a morte de Hassan Nasrallah "ameaça desestabilizar todo o Líbano", o que "não é de todo do interesse de Israel em termos de segurança".

EUA prometem tomar “as medidas necessárias” em caso de ameaça do Irão

Os EUA, que justificaram o assassínio de Hassan Nasrallah como “uma medida de justiça” para com todas as vítimas do líder do Hezbollah ao longo dos seus 32 anos no poder, entendem agora que entrar numa “guerra total” com o Hezbollah e com o Irão “não é a forma alcançar” o objetivo de Israel de trazer de volta ao norte do país os residentes deslocados desde 7 de outubro.

"Se querem trazer essas pessoas de volta a casa de forma segura e sustentável, acreditamos que o caminho diplomático é o correto”, declarou o porta-voz de segurança nacional da Casa Branca, John Kirby.

Ainda assim, os EUA prometem responder com “as medidas necessárias” em caso de ameaça do Irão. Isso mesmo deixou claro o secretário da Defesa norte-americano, Lloyd Austin, que afirmou, em comunicado, que "os EUA estão determinados a impedir que o Irão, os seus parceiros e os seus representantes  tirem partido da situação ou façam escalar o conflito", que se intensificou nos últimos dias com os bombardeamentos de Israel no Líbano.

Se o Irão ou os seus aliados "utilizarem este momento para atacar o pessoal ou os interesses dos Estados Unidos na região, os EUA tomarão todas as medidas necessárias para defender" o seu povo, advertiu.

Para prevenir isso mesmo, o Departamento de Defesa vai "reforçar ainda mais" as suas capacidades de defesa aérea na região "nos próximos dias" e tem tropas "adicionais" prontas a ser destacadas para o caso de ter de responder a "várias contingências", acrescenta-se no comunicado.

Apesar desta postura defensiva, o Pentágono garante que Lloyd Austin e os líderes do departamento continuam focados na "redução da escalada através da dissuasão e da diplomacia", bem como na "proteção dos cidadãos e das forças dos Estados Unidos" e na "defesa de Israel".

O exército de Israel disse hoje que efetuou cerca de 120 ataques adicionais contra o Hezbollah no Líbano, de onde o movimento xiita libanês pró-iraniano tem disparado 'rockets' contra o território israelita.

© Lusa    Por Lusa   29/09/24 

 Israel anuncia cerca de 120 ataques adicionais contra Hezbollah

O exército de Israel disse hoje que efetuou cerca de 120 ataques adicionais contra o Hezbollah no Líbano, de onde o movimento xiita libanês pró-iraniano tem disparado 'rockets' contra o território israelita.

Segundo indicou um comunicado das forças militares de Telavive, o exército de Israel realizou "recentemente" ataques "em grande escala" contra "agentes do Hezbollah", visando um total de "cerca de 120 alvos" no sul do Líbano e no interior do território libanês.

O exército israelita realizou hoje ataques contra o Hezbollah, no Líbano, nos quais morreram perto de 50 pessoas, dois dias depois de ter morto o líder do movimento, Hassan Nasrallah, juntamente com dezenas de membros do grupo xiita libanês.

Israel e Hezbollah estão envolvidos num intenso fogo cruzado diário desde outubro de 2023, após o ataque do Hamas em solo israelita que desencadeou a atual guerra na Faixa de Gaza, levando a que dezenas de milhares de pessoas tenham abandonado as suas casas em ambos os lados da fronteira israelo-libanesa.

Os ataques de Israel contra o Hezbollah intensificaram-se de forma substancial nos últimos dias, após as autoridades militares de Telavive terem anunciado uma deslocação das operações da Faixa de Gaza para o norte do país.

O Hezbollah integra o chamado "Eixo da Resistência", uma coligação liderada pelo Irão e contra Israel de que fazem parte também, entre outros, o grupo extremista palestiniano Hamas e os rebeldes huthis do Iémen.


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Leia Também: As forças armadas israelitas afirmam ter atingido alvos Huti no Iémen, como uma central de energia e o porto marítimo de Hodeida, desencadeando dezenas de ataques aéreos em resposta a um ataque recente a Israel.

Dinamarca anuncia nova ajuda militar a Kyiv... A Dinamarca anunciou hoje que vai conceder à Ucrânia 1,3 mil milhões de coroas (174 milhões de euros) para ajudar o país a armar-se e a criar um complexo industrial de defesa dinamarquês-ucraniano.

© Lusa    Por Lusa   29/09/24 

"Trata-se de entregar na frente armamento e equipamento produzidos na Ucrânia e financiados pela Dinamarca e por bens congelados russos", indicou o Ministério da Defesa dinamarquês num comunicado.

Além disso, "as guerras não são ganhas apenas no campo de batalha, mas também na indústria", sublinhou o ministro do Comércio e da Indústria, Morten Bødskov, citado noutro comunicado.

Com o novo polo industrial, pretende-se desenvolver novas parcerias de forma ainda mais direta.

A Dinamarca concluiu no final de fevereiro um acordo de segurança de dez anos com Kyiv, na sequência de acordos semelhantes assinados por Berlim, Londres e Paris.

A Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022, com o argumento de proteger as minorias separatistas pró-russas no leste e "desnazificar" o país vizinho, independente desde 1991 - após o desmoronamento da União Soviética - e que tem vindo a afastar-se da esfera de influência de Moscovo e a aproximar-se da Europa e do Ocidente.

A guerra na Ucrânia já provocou dezenas de milhares de mortos de ambos os lados, e os últimos meses foram marcados por ataques aéreos em grande escala da Rússia contra cidades e infraestruturas ucranianas, ao passo que as forças de Kiev têm visado alvos em território russo próximos da fronteira e na península da Crimeia, ilegalmente anexada em 2014.

Já no terceiro ano de guerra, as Forças Armadas ucranianas confrontaram-se com falta de soldados e de armamento e munições, apesar das reiteradas promessas de ajuda dos aliados ocidentais, que começaram entretanto a concretizar-se, havendo mesmo alguns países a autorizar Kiev a utilizar armamento de longo alcance para atacar território russo.

Nas últimas semanas, as tropas russas, mais numerosas e mais bem equipadas, prosseguiram o seu avanço na frente oriental, apesar da ofensiva ucraniana na Rússia, na região de Kursk.

As negociações entre as duas partes estão completamente bloqueadas desde a primavera de 2022, com Moscovo a continuar a exigir que a Ucrânia aceite a anexação de uma parte do seu território.


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Imigração: Manifestação foi “tiro de partida” para “reconquista da identidade nacional”, defendeu André Ventura

Agência Lusa29/09/24

Num palco montado no Rossio, no final da manifestação, Ventura pediu a todos que gritassem o que “a Europa inteira tem de ouvir a partir de Lisboa”: “Aqui mandamos nós, aqui mandamos nós, aqui mandamos nós”, repetiu inúmeras vezes

O presidente do Chega defendeu que a manifestação deste domingo contra o que o partido considera ser a “imigração descontrolada” foi o “tiro de partida” para um movimento de “reconquista da identidade nacional”. Num palco montado no Rossio, no final da manifestação em Lisboa que durou cerca de hora e meia desde a Alameda, André Ventura pediu a todos que gritassem o que “a Europa inteira tem de ouvir a partir de Lisboa”.

“Aqui mandamos nós, aqui mandamos nós, aqui mandamos nós”, repetiu inúmeras vezes. O líder do Chega admitiu que “uma manifestação não fará a transformação que Portugal precisa”, mas considerou que o protesto de hoje “é o tiro de partida”.

“O país costuma dizer que uma andorinha não faz a primavera, uma manifestação não faz a primavera. Mas é essa primavera lusitana, é essa primavera portuguesa que eu quero que vocês tenham no coração a partir de hoje: o maior movimento de sempre, de reconquista da alma nacional, de reconquista da nossa identidade e de reconquista desta bandeira”, disse.

Na audiência, ouviram-se gritos de “Reconquista, reconquista”, que é também o nome de um grupo ultranacionalista de extrema-direita.

Durante o comício e ao longo da manifestação, foram também audíveis os gritos de “Remigração é solução”, outro conceito utilizado pela extrema-direita para o retorno forçado de imigrantes aos países de origem.

No palco, Ventura não usou este termo, mas defendeu que não é ser radical defender que “quem comete crimes deve ser devolvido à sua terra”.

“A esses, sejam eles quem forem nós dizemos: deportação, deportação, deportação”, afirmou.

Dois detidos no percurso da manifestação do Chega contra a imigração "descontrolada"

Entretanto, a PSP fez saber através de um comunicado que deteve um homem e uma mulher, de 25 e 28 anos, por resistência e coação a funcionário e identificou outras quatro pessoas durante as duas manifestações antagónicas sobre imigração que hoje se cruzaram em Lisboa.

Em comunicado, a PSP refere que registou “dois detidos, um homem e uma mulher de, respetivamente, 25 e 28 anos, por resistência e coação a funcionário” e identificou quatro pessoas “que integravam a manifestação promovida pelo Partido Chega por infração à lei de segurança privada”.

A manifestação contra a imigração convocada pelo Chega, que mobilizou milhares de pessoas e a concentração pró-imigrantes na zona do Intendente, registou momentos de tensão.

A Polícia lembra que após a comunicação da realização de duas manifestações para o mesmo dia e para a mesma área geográfica, os serviços da PSP Lisboa avaliaram o risco dado que a “previsível ocorrência de manifestações com posicionamentos ideológicos antagónicos, existia uma forte possibilidade de ocorrência de confrontos, ainda que meramente verbais”.

Para a direção da PSP “a constante visibilidade e mobilidade dos meios policiais destacados para esta operação de segurança terão, assim, contribuído de forma significativa para a inexistência de situações de alteração da ordem pública”.