O papa Francisco exortou a comunicação social a adotar um estilo baseado na lógica da "boa notícia" em vez da "má noticia", rompendo com o "círculo vicioso da angústia e deter a espiral do medo".
Na sua mensagem para o 51.º dia Mundial das Comunicações Sociais, que hoje será apresentada em Lisboa por Pio Alves, presidente da Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais, o papa apela assim a uma comunicação "de esperança e confiança".
"Creio que há necessidade de romper o círculo vicioso da angústia e deter a espiral do medo, resultante do hábito de se fixar a atenção nas «notícias más» (guerras, terrorismo, escândalos)", refere o papa Francisco.
O papa argentino explica que "não se trata, naturalmente, de promover a desinformação onde seja ignorado o drama do sofrimento, nem de cair num otimismo ingénuo que não se deixe tocar pelo escândalo do mal".
O seu desafio vai no sentido de que seja ultrapassado "o sentido de mau-humor e resignação que gera medos ou a impressão de não ser possível pôr limites ao mal".
"Aliás, num sistema comunicador onde vigora a lógica de que uma notícia boa não desperta a atenção, e por conseguinte não é uma notícia, e onde o drama do sofrimento e o mistério do mal facilmente são elevados a espetáculo, podemos ser tentados a anestesiar a consciência ou cair no desespero", adianta.
Na sua mensagem sobre o Dia Mundial das Comunicações Sociais, que se comemora a 28 de maio, o papa diz querer dar a sua contribuição para a busca "dum estilo comunicador aberto e criativo, que não se prontifique a conceder papel de protagonista ao mal, mas procure evidenciar as possíveis soluções, inspirando uma abordagem propositiva e responsável nas pessoas a quem se comunica a notícia".
"A todos queria convidar a oferecer aos homens e mulheres do nosso tempo relatos permeados pela lógica da «boa notícia»", explica adiantando que "graças ao progresso tecnológico, o acesso aos meios de comunicação possibilita a muitas pessoas ter conhecimento quase instantâneo das notícias e divulgá-las de forma capilar".
O papa Francisco apela a que seja feita uma comunicação construtiva que, rejeitando os preconceitos contra o outro, promova uma cultura do encontro por meio da qual se possa aprender a olhar, com convicta confiança, a realidade.
POR LUSA