segunda-feira, 27 de maio de 2024

Guiné-Bissau – Constitucionalista estranha ninguém ter levado a tribunal dissolução do parlamento

Por LUSA
O constitucionalista português Jorge Bacelar Gouveia considerou estranho que ninguém tenha levado aos tribunais competentes a questão da dissolução do parlamento da Guiné-Bissau, antes de decorrido o período que estipula a Constituição.

Bacelar Gouveia encontra-se em Bissau, onde interveio hoje como orador na conferência internacional “A Justiça e os Desafios Contemporâneos”, que decorre até quarta-feira na capital guineense.

O evento acontece numa altura em que continua a polémica com a decisão presidencial de dissolução, em dezembro, da Assembleia Nacional Popular, antes de decorridos 12 meses das eleições legislativas, como estipula a Constituição.

Em declarações à Lusa, o constitucionalista português disse que aquilo que estranha “é que tendo havido de facto a alegação no que respeita à inconstitucionalidade da dissolução da Assembleia Nacional Popular, a questão não tenha sido levada aos tribunais competentes”.

Como salientou, “num Estado de Direito, quem diz se está certo ou se está errado, quem diz se é inconstitucional ou não é inconstitucional, todos podem dizer, mas quem decide em última instância são os tribunais”.

“A verdade é que até hoje, que eu saiba, não há um processo, e não há um sequer pedido de fiscalização da constitucionalidade do decreto presidencial da dissolução do parlamento”, disse.

Para Bacelar Gouveia, se o argumento for a desconfiança no funcionamento das instituições, “então o país deixa de existir porque a desconfiança é total” e “não pode ser assim”.

“Nós temos que acreditar nas instituições e, sobretudo os atores políticos aqui do país, devem agir, se acham que têm razão, devem procurar recorrer aos mecanismos da Justiça” e não dizer que não querem ir porque já sabem o que vai acontecer.

O constitucionalista defende que “tem que haver também uma certa coerência e se há um entendimento que é inconstitucional ou até que é inexistente, isso deve ser declarado pelos tribunais, é assim que num Estado de Direito as coisas funcionam”.

Bacelar Gouveia lembrou que “num Estado de Direito há separação dos poderes. Os poderes podem agir de uma forma errada, mas quem decide, num Estado de Direito, são os tribunais”, são quem tem “a última palavra, seja sobre atos da Administração Pública, seja sobre atos legislativos, seja atos presidenciais”.

“É assim que eu vejo as coisas e é assim que está na doutrina do Estado de Direito que nós hoje todos reconhecemos que é importante e que na Guiné-Bissau se vem construindo, também, paulatinamente”, acrescentou.

Sobre outro tipo de possíveis ações, considerou que “a intervenção externa tem sempre o risco de suscitar uma intervenção e uma interferência internacional na política interna de um país”.

Como vincou, “as questões constitucionais são sempre mais delicadas porque devem ser as autoridades de um país a decidir e não devem ser as autoridades internacionais, a não ser em casos graves de violação de direitos humanos ou outros casos de gravidade equiparada”.

“Nas questões constitucionais são os órgãos internos da soberania do país que devem decidir e a verdade é que esses tribunais até hoje não disseram nada porque ninguém lhes pediu para dizer o que quer que seja”, afirmou.

Bacelar Gouveia falava à Lusa à margem da conferência que é uma iniciativa conjunta de entidades de vários países lusófonos para partilha de conhecimentos, boas práticas e reforço da cooperação judiciária.

A corrupção, tráfico de droga, crime organizado e o impacto das novas tecnologias na criminalidade são alguns dos temas em discussão, em torno dos desafios e obstáculos dos sistemas de justiça.

Uma reunião para discutir as questões que afetam a justiça à escala global, como salientou a ministra da Justiça e dos Direitos Humanos, Maria do Céu Monteiro, na sessão de boas-vindas.

A sessão foi presidida pelo chefe de Estado guineense, Umaro Sissoco Embaló, que defendeu que “o Estado tem que implementar políticas públicas que possam prevenir”.

O Presidente da República afirmou que “os cidadãos esperam que os tribunais façam justiça dentro dos prazos razoáveis” e garantiu que “na Guiné-Bissau o setor da Justiça constitui uma prioridade do Governo”, nomeadamente a aposta “num maior acesso”.


Veja Também: PR Umaro Sissoco Embaló recebe em audiência esta segunda-feira (27.05), o Prof. Jorge Bacelar Gouveia, constitucionalista português.  


PR Umaro Sissoco Embaló recebe em audiência esta segunda-feira (27.05), o Prof. Jorge Bacelar Gouveia, constitucionalista português.

 Radio Voz Do Povo

 

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 Radio TV Bantaba / G15-COMUNICAÇÃO-JUADEM

Cidades do norte de Israel em chamas após lançamento de rockets do Líbano

© JALAA MAREY/AFP via Getty Images
Por Lusa
As autoridades israelitas anunciaram hoje que há vários incêndios a deflagrar na cidade de Kiryat Shmona, no norte do país, e noutras cidades dos arredores, na sequência de rockets lançados do Líbano pelo Hezbollah.

"Há mais de seis horas que combatemos os incêndios após o lançamento de rockets e sob a ameaça constante de bombardeamentos", disse o chefe dos bombeiros da Alta Galileia, Eli Mor, citado pela agência de notícias espanhola EFE, acrescentando que há, pelo menos, 15 equipas a combater os fogos nas cidades de Kiryat Shmona, Kfar Yuval, Beit Hillel, Malkiyeh, Dishon, Tzivon e Meron.

Segundo o exército israelita, a maioria dos projéteis foi intercetada. Já segundo relatos da polícia, os estilhaços atingiram a área em redor da cidade de Kiryat Shmona, causando danos materiais, mas sem feridos.

O ataque já foi confirmado pelo grupo xiita libanês Hezbollah, que disse ter disparado "dezenas" de foguetes contra as cidades de Meron e Safsufa, no norte de Israel, em resposta a um bombardeamento com drones à porta de um hospital no sul do Líbano, que matou uma pessoa e feriu outras.

Até hoje, o grupo libanês reivindicou um total de dez ataques contra o Estado hebreu.

A fronteira israelo-libanesa está a viver o seu maior momento de tensão desde 2006, com uma intensa troca de tiros desde outubro, que já matou mais de 430 pessoas, na sua maioria do lado libanês e nas fileiras do Hezbollah, que confirmou 295 baixas entre os seus combatentes, alguns dos quais na Síria.

Em Israel, o conflito provocou a morte a 23 pessoas: 13 militares e dez civis.

Ataques híbridos. Polónia restringe circulação a diplomatas russos

© iStock
Por Lusa  27/05/24 
A Polónia vai impor restrições de circulação no país a diplomatas russos devido ao envolvimento da Rússia numa guerra híbrida contra Varsóvia e a União Europeia (UE), anunciou hoje a diplomacia polaca.

"Acabo de anunciar a decisão da Polónia relativamente ao envolvimento do Estado russo numa guerra híbrida contra a UE, incluindo a Polónia", disse o ministro dos Negócios Estrangeiros polaco, Radoslaw Sikorski, em Bruxelas.

"Isto implica restrições à circulação de diplomatas russos no nosso país", afirmou, citado pela agência francesa AFP.

A embaixada russa será em breve informada oficialmente da decisão, disse Sikorski numa conferência de imprensa em Bruxelas, onde os ministros dos Negócios Estrangeiros da UE se reúnem hoje.

As restrições de circulação na Polónia, não se aplicarão ao embaixador da Rússia em Varsóvia, segundo o chefe da diplomacia polaca.

Citado pela agência noticiosa russa RIA Novosti, o embaixador da Rússia em Varsóvia, Sergei Andreyev, disse que ainda não tinha sido oficialmente informado das medidas tomadas.

Quando a decisão entrar em vigor, os funcionários da embaixada em Varsóvia não poderão sair da subdivisão administrativa da Mazóvia, onde se situa a capital polaca.

Os funcionários dos consulados só poderão deslocar-se dentro das respetivas regiões, disse Sikorski.

"Esperamos que outros [países] sigam o nosso exemplo", disse o ministro, citado pela agência espanhola EFE.

Sikorski afirmou que existem provas de que o Estado russo está envolvido na preparação de atos de sabotagem numa campanha à escala da UE.

"Na Polónia, um homem já foi detido por quase ter levado a cabo um ataque de sabotagem e já existem outros suspeitos. Esperamos que a Federação Russa entenda isto como um sinal de alerta muito sério", disse.

Sikorski aludiu também a um recente aumento do número de chegadas de migrantes e requerentes de asilo à fronteira polaco-bielorrussa, que Varsóvia descreve como um ato de "guerra híbrida" por parte da Bielorrússia, aliada de Moscovo.

O chefe da diplomacia da Estónia, Margus Tsahkna, também alertou em Bruxelas sobre as "provocações da Rússia".

"A Rússia está apenas a tentar testar os nossos limites e a jogar com os nossos medos, o medo de uma escalada" do conflito em curso com a Ucrânia, afirmou à agência francesa AFP.

Há dois meses, a Estónia sofreu "o maior ciberataque da sua história", quando três mil milhões de "pedidos ilegais" entraram no servidor do Governo em menos de quatro horas, disse Tsahkna.

Na Estónia, 98% dos procedimentos administrativos são executados 'online'.

Tsahkna disse que a Estónia conseguiu resolver o problema, mas insistiu que a UE tem de reagir e adotar novas sanções face aos múltiplos ataques híbridos da Rússia.

No final de abril, e já em plena contagem decrescente para as eleições europeias de junho, a França, a Alemanha e a Polónia apelaram para medidas mais fortes contra as operações de desinformação russas na UE.

Os chamados ataques híbridos visam muitas vezes as infraestruturas críticas de um país através da manipulação informática, mas também podem consistir em campanhas de desinformação através das redes sociais.


Leia Também: A Rússia prometeu hoje tomar medidas de retaliação contra a Polónia por ter decidido impor restrições de circulação aos diplomatas russos no país, alegando o envolvimento de Moscovo em guerra híbrida.  

Leia Também: Rússia vai retirar talibãs da lista de grupos terroristas 


O Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, participou em Moroni, União das Comores, da cerimónia de investidura de Azali Assoumani, Presidente reeleito da República Federal Islâmica das Comores.

A cerimónia decorreu no Estádio Polidesportivo de Malouzine e contou ainda com a presença dos Chefes de Estados de Angola, da República do Congo, Moçambique e Madagascar.      🇬🇼🇰🇲

 Presidência da República da Guiné-Bissau

POPULAÇÃO DE GANADU, NA GUINÉ BISSAU; KUMA?

 


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