A Polícia da Guiné-Bissau usou hoje granadas de gás lacrimogéneo para dispersar uma vigília de um grupo de cidadãos inconformados com a crise política no país e que estavam a protestar no centro de Bissau.
Lesmes Monteiro, porta-voz do Movimento de Cidadãos Conscientes e Inconformados (MCCI) com a crise política, disse à Lusa que a polícia exigiu que acabassem com a vigília que tinha sido iniciada 30 minutos antes, o que os manifestantes recusaram.
"Começaram a empurrar-nos e logo de seguida dispararam granadas de gás lacrimogéneo", afirmou ainda Monteiro, um conhecido cantor de intervenção social e política da Guiné-Bissau e um dos líderes do MCCI.
O dirigente explicou que a polícia carregou sobre os manifestantes à cacetada, tendo alguns ficado feridos, com escoriações.
A manifestação, que era pontuada com velas acesas em frente à sede do Sport Bissau e Benfica, era constituída essencialmente por jovens.
Do grupo, sete jovens foram detidos durante algumas horas no comissariado da Polícia de Ordem Pública (POP).
Fonte da corporação disse à Lusa que os jovens foram levados para a esquadra "como medida de precaução" mas que "ninguém sofreu qualquer violência física" até serem postos em liberdade.
Lesmes Monteiro confirmou a versão da polícia, mas esclareceu que os manifestantes só saíram em liberdade com a intervenção de elementos da UNIOGBIS (gabinete integrado das Nações Unidas para consolidação da paz na Guiné-Bissau) e da Liga Guineense dos Direitos Humanos, avisados pelo MCCI, disse.
Apesar da intervenção policial, que Monteiro considera de "ilegal e inaceitável num Estado de direito", o dirigente diz que o movimento vai continuar a luta "contra o regime do Presidente guineense, José Mário Vaz", a quem responsabiliza pelo sucedido.
NAOM
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