O porta-voz do Estado-Maior das Forças Armadas da Guiné-Bissau, Daba Na Walna, afirmou no ultimo sábado que o ex-chefe da Armada Bubo Na Tchuto teria sido raptado nas águas do país e não internacionais como alegam os americanos.
“Nós temos informações seguras de que Bubo Na Tchuto estava aqui” e que teria sido “chamado” ao alto-mar, “e ao contrário daquilo que foi veiculado de que terá sido capturado em águas internacionais, soubemos que terá sido capturado aqui na zona de Orango (ilha dos Bijagós)”, disse, em conferência de imprensa, Daba Na Walna.
O porta-voz do Estado-Maior das Forças Armadas guineenses contou que a captura de Bubo Na Tchuto foi uma cilada dos serviços secretos norte-americanos que visava também “raptar” o Chefe do Estado-Maior, o general António Indjai.
“Esta história começou de uma forma muito rocambolesca aqui no Estado-Maior. Nós recebemos um certo senhor aqui que foi ter com o Chefe do Estado-Maior, que também queria raptar da mesma forma como raptaram o Bubo. Disse que era um homem de negócios, com negócios na Libéria, na Guiné-Conacri, no Senegal, na Costa do Marfim, e veio com a promessa de oferecer ao Estado-Maior General o que nós quiséssemos”, explicou Na Walna.
O general António Indjai, contou ainda o porta-voz dos militares guineenses, teria desconfiado da oferta do alegado homem de negócios, que teria proposto oferecer viaturas e fardamento ao exército.
Na Walna disse que o alegado negociante negou estar envolvido com negócios de droga e que afirmava ser um cidadão de Israel.
O mesmo indivíduo, contou Daba, voltou depois a Bissau num avião particular e quando soube que António Indjai estava no Senegal (por ter perdido a ligação a Bissau depois de ter ido ao Burkina Faso) prontificou-se a ir buscá-lo.
“O objetivo era raptar o Chefe do Estado-Maior”, afirmou o porta-voz, acrescentando que António Indjai recusou a oferta e que mandou os serviços secretos investigarem a proveniência do suposto homem de negócios.
“Como viu que o seu plano não ia passar resolve telefonar, no dia anterior à detenção de Bubo Na Tchuto, dizendo ao Chefe do Estado-Maior para que se encontrassem no alto-mar que ele teria o dinheiro correspondente ao número de viaturas e fardas que prometeu”, disse Na Walna.
De acordo com o porta-voz, António Indjai disse que não costumava “fazer encontros secretos” com quem quer que fosse, e que se tinha viaturas e fardas para oferecer o devia fazer no porto de Bissau e durante o dia, para que todas as pessoas pudessem ver.
Daba Na Walna disse não ter dúvidas de que o objetivo era raptar António Indjai no alto-mar.
“Se o Chefe do Estado-Maior tivesse lá ido era raptado também, com alegada argumentação de que teria sido capturado nas águas internacionais”, afirmou.
Bissau (Lusa, 19 de Abril de 2012)
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