Um emigrante português de 48 anos foi detido pela polícia alemã por alegado rapto de uma criança de sete anos e tentativa de extorsão, no sul da Alemanha, disseram hoje à agência Lusa fontes policiais.
"O suspeito já admitiu os factos, mas as autoridades ainda estão a efetuar uma série de exames periciais, incluindo também à viatura" do suspeito, afirmou o porta-voz, acrescentando que o emigrante português "vai permanecer detido ainda algum tempo".
De acordo com o porta-voz, só quando estiverem concluídos esses exames complementares, o Ministério Público de Estugarda deverá acusar formalmente o suspeito.
O responsável escusou-se a adiantar mais pormenores sobre o suspeito de 48 anos, referindo apenas que o cidadão português já residia na zona de Estugarda há algum tempo.
Em comunicado conjunto, o Ministério Púbico de Estugarda e a Polícia de Waiblingen referem que o rapto da criança, filho de um empresário da região, ocorreu na sexta-feira de manhã, quando o rapaz de sete anos ia a caminho da escola.
Pouco depois, o pai da criança recebeu um telefonema a exigir um resgate que a polícia indicou ter sido de "seis dígitos".
A família da criança alertou imediatamente a polícia, que, em coordenação com o Ministério Púbico de Estugarda, criou uma equipa de investigação, que também contou com o apoio de várias outras unidades da polícia do estado federado de Bade-Vurtemberga.
Sob orientação e vigilância da polícia, a família pagou o valor exigido, tendo horas depois a criança sido libertada pelo raptor "nas imediações de uma escola da região".
Com a criança em segurança, precisou a mesma nota, as autoridades intensificaram a investigação até "possuírem fortes indícios contra o cidadão português de 48 anos", que foi detido na noite de sexta-feira num apartamento no distrito de Esslingen, região de Estugarda.
"Após o silêncio inicial, [o suspeito] confessou integralmente" os factos, refere o comunicado conjunto do Ministério Púbico de Estugarda e da Polícia de Waiblingen.
A polícia descarta, para já, que o cidadão português tenha contado com a ajuda de um cúmplice, mas continua a investigar várias possibilidades, acrescenta o comunicado.
O emigrante português, desempregado, conhecia o pai da criança e ter-se-á decidido pelo rapto depois de o empresário da zona de Waibingen lhe ter negado emprego na sua empresa, lê-se na mesma nota.
O dinheiro pago pela família foi encontrado "na viatura e no apartamento" do emigrante português, onde a polícia também detetou "várias outras provas incriminatórias, entre as quais um esboço da carta em que exigia resgate e uma fotografia da criança".
A agência Lusa contactou, sem sucesso, o consulado geral de Portugal em Estugarda.
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