domingo, 20 de julho de 2025

"A Ucrânia se puder vai fazer exatamente o mesmo que a Rússia está a fazer [uma operação militar especial]"

O comentador da CNN Portugal José Azeredo Lopes analisa o estado atual do conflito na Ucrânia e o papel da mediação internacional.

GUINÉ-BISSAU FORA DE JOGOS DA CPLP🇬🇼... APÓS FUGA DE JOGADORES EM PORTUGAL, GUINÉ-BISSAU FICA FORA DOS JOGOS DA CPLP EM TIMOR LESTE🇹🇱

Por  Radio TV Bantaba  20/07/2025

A Guiné-Bissau não participará na XXII edição dos Jogos da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), que decorrem na República Democrática de Timor-Leste. Segundo informações oficiais, a ausência deve-se à falta de verbas financeiras para cobrir as despesas da delegação guineense, incluindo todas as modalidades previstas.

A decisão surge meses após um episódio controverso durante a Luso Cup 2024, realizada em Cascais, Portugal. Na ocasião, 12 dos 17 jogadores guineenses abandonaram o centro de estágio na véspera da final contra o Brasil, que acabou por ser cancelada devido à ausência da equipa da Guiné-Bissau. Até hoje, os jogadores continuam desaparecidos em solo português.

Apesar de um intenso período de preparação de três meses, com atletas selecionados para representar o país nos Jogos da CPLP, o governo guineense alegou não ter fundos suficientes para garantir a deslocação e estadia da comitiva desportiva.

Vale recordar que, além da fuga dos jogadores em 2024, a participação guineense na Luso Cup ficou também marcada pelo desaparecimento de vários dirigentes desportivos que integravam a delegação oficial. Estes também não regressaram à Guiné-Bissau no voo de retorno, levantando sérias questões sobre a gestão e organização das missões desportivas do país.

A ausência da Guiné-Bissau nos Jogos da CPLP em Timor-Leste representa não só um revés para o desporto nacional, mas também mais um sinal de alerta para a necessidade de reformas profundas na administração desportiva do país.

Fonte:Elvis da Silva


Maioria dos norte-americanos está contra o intensificar das deportações da administração Trump

Por  cnnportugal.iol.pt

Os norte-americanos opõem-se em grande medida aos recentes esforços da administração de Donald Trump para aumentar o seu programa de deportação, segundo uma nova sondagem da CNN realizada pela SSRS, com uma maioria crescente a afirmar que o Presidente foi longe demais na execução das deportações.

Na última sondagem, 55% dos inquiridos afirmam que o Presidente foi longe demais no que diz respeito à deportação de imigrantes que vivem ilegalmente nos EUA, um aumento de 10 pontos desde fevereiro.

A oposição entre os democratas e os independentes de tendência democrata aumentou, nesse período, de generalizada para quase universal: 90% dos adultos alinhados com os democratas dizem agora que a política de deportação de Trump foi longe demais, enquanto apenas 15% dos adultos alinhados com os republicanos dizem o mesmo.

Uma maioria de 57% também diz que se opõe aos planos de construção de novas instalações de detenção com capacidade para 100.000 imigrantes indocumentados, enquanto 53% se opõem ao aumento do orçamento para a Imigração e Alfândegas em milhares de milhões de dólares - duas prioridades da Casa Branca refletidas no projeto de lei que Trump assinou recentemente.

Cerca de seis em cada dez pessoas opõem-se aos esforços para acabar com a cidadania por nascimento, outra prioridade de Trump. Os tribunais estão a analisar a ordem executiva do presidente que visa impedir a cidadania por nascimento a crianças nascidas em solo americano de pais que se encontravam no país ilegalmente ou que lá estavam legalmente mas de forma temporária.

De um modo geral, pouco menos de metade, 46%, afirma que as políticas de imigração de Trump tornaram o país mais seguro e 42% diz que o governo federal tem sido cuidadoso no cumprimento da lei ao efetuar as deportações. Ambos os números mantêm-se praticamente inalterados desde abril. Os índices de aprovação do Presidente rondam os 40% no que respeita à forma como gere a imigração em geral e as deportações em particular.

Menos apoio à perseguição de imigrantes sem registo criminal

Na sondagem da CNN, 59% dos norte-americanos opõem-se à prisão e detenção de imigrantes sem documentos que residem nos Estados Unidos há anos sem registo criminal.

Isto reflete um tema observado em muitas sondagens sobre imigração este ano - o apoio à aplicação da lei da imigração tende a diminuir quando os inquiridores especificam que as pessoas sem registo criminal ou residentes de longa data estarão entre os afetados. Uma análise da CNN aos dados governamentais revelou que a maioria dos imigrantes detidos pelo ICE entre outubro e maio do ano passado não tinha condenações criminais graves.

Embora apenas cerca de um quarto dos republicanos e dos republicanos mais próximos se oponham às detenções dirigidas a este grupo, pouco menos de metade - 47% - apoiam-no abertamente, muito abaixo dos 83% que aprovam a forma como Trump lida com as deportações em geral.

“A questão mais importante é a forma como o ICE se está a concentrar nos imigrantes sem antecedentes criminais”, escreve uma mulher californiana inquirida, que se encontrava entre a minoria de republicanos que considerava que Trump tinha ido longe demais com a sua campanha de deportação. “Deviam investigar os imigrantes que representam uma enorme ameaça para o país”.

Mesmo que as opiniões sobre a plataforma de imigração do segundo mandato de Trump tenham azedado, o apoio a políticas específicas pode variar dependendo de como elas são descritas. Na sondagem da CNN, 16% dos norte-americanos que disseram opor-se ao aumento do orçamento para o ICE também disseram, numa pergunta separada, que viam o aumento das despesas com “segurança fronteiriça, aplicação das leis de imigração e detenção dos acusados de entrar ilegalmente no país” como uma razão para apoiar a lei de despesas recentemente aprovada por Trump.

A oposição às ideias punitivas colocadas em prática por Trump contra aqueles que têm antecedentes criminais, independentemente do seu atual estatuto de cidadania, também é relativamente fraca. Os norte-americanos estão muito divididos quanto ao facto de serem favoráveis ou contrários a que Trump leve a cabo ameaças de enviar cidadãos norte-americanos condenados por crimes violentos para detenção num país estrangeiro (37% apoiariam, 39% opor-se-iam e os restantes não têm opinião). E há um apoio estreito, 43% contra 35%, aos esforços para dar prioridade à revogação da cidadania americana de cidadãos naturalizados condenados por determinados crimes - a única leitura positiva de qualquer política testada.

Em contrapartida, os norte-americanos afirmam, na sua esmagadora maioria (71% contra 12%), que se oporiam a que Trump atuasse de acordo com as suas ameaças de deportar críticos de alto nível das políticas da administração, mesmo que vivam legalmente nos EUA e não tenham sido condenados por quaisquer crimes.

A imigração torna-se uma questão de topo para os Democratas

No mesmo inquérito, quando solicitados a nomear a questão que consideram mais importante, 20% dos norte-americanos mencionam a imigração, ficando em segundo lugar, apenas atrás das preocupações económicas.

Embora este valor seja globalmente semelhante ao de janeiro, a dinâmica partidária da questão mudou um pouco. No início do ano, os republicanos e os independentes com tendência republicana tinham 26 pontos percentuais mais probabilidades de mencionar a imigração do que os alinhados com o Partido Democrata. Atualmente, apesar de continuar a ser uma questão mais forte entre os republicanos do que entre os democratas, essa diferença diminuiu para 10 pontos, devido à crescente oposição democrata às políticas de deportação de Trump.

A sondagem também revela que os protestos contra as políticas de deportação da administração Trump têm mais apoio do que reacções adversas. Os norte-americanos afirmam, 55% contra 45%, que os protestos contra as políticas de deportação da administração Trump têm sido maioritariamente justificados. E por uma margem de 9 pontos, 47% a 38%, dizem que estão mais preocupados com o facto de o governo ir longe demais na repressão dos protestos do que com o receio de que os próprios protestos fiquem fora de controlo.

O apoio aos protestos é particularmente forte entre os adultos de tendência democrata (78% dos quais os consideram justificados), os adultos com menos de 35 anos (63%) e as pessoas de cor (59%).

A maioria dos norte-americanos, 59%, diz que se opõe a que Trump utilize tropas da Guarda Nacional, que são normalmente controladas pelos governadores dos estados, em resposta aos protestos contra a imigração, mesmo que o governador de um estado não apoie a utilização dessas tropas.

A sondagem da CNN foi realizada pela SSRS entre 10 e 13 de julho, com base numa amostra nacional aleatória de 1 057 adultos norte-americanos provenientes de um painel baseado em probabilidades. As sondagens foram realizadas em linha ou por telefone com um entrevistador em direto. Os resultados entre todos os adultos têm uma margem de erro de amostragem de ±3,5 pontos percentuais.

COMUNICADO DO MOVIMENTO PARA A ALTERNÂNCIA DEMOCRÁTICA MADEM G15, POR OCASIÃO DA REALIZAÇÃO DA MERECIDA XV CIMEIRA DOS CHEFES DO ESTADO E DOS GOVERNOS DA CPLP EM BISSAU, DE 17 A 18 DE 2025.


Resolução do conflito com Ucrânia "é processo longo". "Não é fácil"... A Rússia avisou hoje que a resolução do conflito com a Ucrânia é um processo longo, acreditando que a administração dos EUA compreende isso "cada vez mais", sem responder à proposta da Ucrânia de uma nova ronda de negociações.

Por LUSA 

"É um processo longo, requer esforço e não é fácil", disse hoje o porta-voz da presidência russa, Dmitri Peskov, numa entrevista à televisão pública local.

Ao mesmo tempo, garantiu que o Presidente russo, Vladimir Putin, quer resolver o conflito por via pacífica, mas sem deixar cair os objetivos "compreensíveis, evidentes e constantes" definidos por Moscovo.

Um desses objetivos, previamente declarados, é o controlo total sobre as regiões de Donetsk, Lugansk, Zaporijia e Kherson, anexadas pela Rússia em setembro de 2022.

A Ucrânia propôs, para a próxima semana, uma nova ronda de negociações, suspensas desde junho.

Na mensagem diária ao país, transmitida no sábado, o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, explicou que a proposta foi feita pelo secretário do Conselho de Segurança ucraniano, Roustem Oumerov, esclarecendo ainda que quer negociar diretamente com Vladimir Putin.

Até agora Putin não comentou as mais recentes declarações do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre a possibilidade de impor "sanções muito severas" à Rússia se esta não alcançar um acordo de paz com a Ucrânia no prazo de 50 dias.

As declarações de Trump foram feitas quando recebeu na Casa Branca, na segunda-feira, o secretário-geral da Aliança Atlântica (NATO), Mark Rutte, tendo o Presidente dos EUA reconhecido que está "descontente com a Rússia".

Hoje, o porta-voz do Kremlin assinalou que Washington compreende "cada vez mais " que resolver o conflito requer tempo.

A ofensiva russa contra a Ucrânia dura há mais de três anos e os ataques intensificaram-se este verão.

As forças russas conseguiram vários avanços nos últimos meses no leste e nordeste da Ucrânia, concentrados principalmente na província de Donetsk, uma das quatro que foram anexadas em 2022, uma ação não reconhecida internacionalmente.

A Rússia invadiu a Ucrânia em fevereiro de 2022, dando início a uma guerra que já causou dezenas de milhares de vítimas civis e militares de ambos os lados, segundo várias fontes.

Ao lançar a invasão, Putin disse que visava "desmilitarizar e desnazificar" o país vizinho.

Nas conversações já realizadas, a Rússia exige que a Ucrânia não adira à NATO e que reconheça a soberania russa nas regiões ucranianas de Donetsk, Lugansk, Zaporijia e Kherson, anexadas em 2022, e na Crimeia, que conquistou em 2014.

Bijagós, as Ilhas Esquecidas da Guiné (Parte II)... A etnia que vive nos Bijagós considera sagradas muitas das ilhas e protege-as do turismo de massas e da pesca ilegal. Paraíso tranquilo de um país instável, o arquipélago dos Bijagós é um cartão postal da Guiné Bissau Veja ou reveja a reportagem especial da SIC sobre as Ilhas que foram agora elevadas a Património Mundial Natural, tornando-se no primeiro sítio do país africano a integrar a lista da Unesco.

Susana AndréJoão VendaRicardo TenreiroPatrícia ReisDiana Matias Sicnoticias.pt,  20 jul 2025

As ilhas dos Bijagós, na Guiné-Bissau, foram elevadas a Património Mundial Natural, tornando-se no primeiro sítio do país africano a integrar a lista da Unesco, a Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura.

A decisão foi anunciada esta semana, em Paris, França, durante a 47.ª reunião do Comité do Património Mundial da Unesco, que decorreu até dia 16, na sede da organização na capital francesa.

Esta é "uma conquista histórica " para a Guiné-Bissau, com as ilhas consideradas um tesouro natural reconhecidas com o estatuto mundial.

A inscrição na lista de sítios Património Mundial surge mais de uma década depois da primeira candidatura rejeitada pela Unesco.

O arquipélago dos Bijagós, na costa ocidental de África, é uma parte do território marinho e costeiro da Guiné-Bissau, composto por 88 ilhas e ilhéus, com uma extensão de 2,6 quilómetros quadrados, onde vivem, nas 23 ilhas habitadas, cerca de 33 mil dos dois milhões de habitantes do país.

As ilhas Bijagós já conquistaram várias distinções, também da Unesco, concretamente Reserva da Biosfera, em 1996, Don a Terra, em 2001, e Sítio RAMSAR, em 2014, pela importância desta zona húmida a nível internacional.

Reportagem publicada na OPTO em 2021

Os EUA estão a enfatizar o comércio em vez da ajuda na nossa abordagem aos países em África - envolvendo os africanos como pares e parceiros. Na Cimeira #USAfricaBusinessSummit em Angola, empresas americanas e africanas anunciaram 2,5 mil milhões de dólares em novos negócios e compromissos que impulsionam a prosperidade mútua.

@#USAfricaBusinessSummit
 Representação da Embaixada dos Estados Unidos em Bissau

África é rica em energia solar, mas pobre em investimentos... O secretário executivo da Comissão Económica das Nações Unidas para África (UNECA) lamentou hoje que tendo 60% do potencial de energia solar a nível global África atraia apenas 3% do financiamento energético.

Por LUSA 

"África é rica em energia solar, mas pobre em investimentos; o continente detém 60% do potencial solar mundial, mas atrai menos de 3% do financiamento global para energia", disse Claver Gatete no final do Fórum Político de Alto Nível, que decorreu esta semana em Nova Iorque.

O continente, frisou, "não está apenas a pedir ajuda, está a oferecer respostas; a energia não é apenas um bem público, é um motor para a criação de empregos, indústria e transformação".

Mais de 600 milhões de pessoas em todo o continente continuam sem acesso à eletricidade, com o aumento da procura por energia devido ao rápido crescimento populacional e das cidades e às ambições industriais de África, disse Gatete, acrescentando: "Enquanto o mundo fala em transição energética, grande parte de África continua presa à privação de energia".

Exemplificando com as crianças que estudam à noite à luz de velas, as clínicas que funcionam sem energia ou a limitação dos meios de subsistência devido à falta de eletricidade, o líder da divisão económica da ONU em África enfatizou que "a pobreza energética continua a ser um grande obstáculo ao desenvolvimento em todo o continente" e defendeu um novo modelo para o financiamento de investimentos em energia.

"Precisamos de um novo acordo sobre financiamento energético, que apoie a inovação, reforce as redes e construa indústrias de energia limpa que funcionem tanto para as pessoas como para o planeta", propôs Claver Gatete.

África, admitiu, é "um paradoxo de potencial e negligência", albergando recursos abundantes, como energia solar, eólica, hidráulica e geotérmica, mas ainda é amplamente ignorada pelos investimentos internacionais.

Citado num comunicado de imprensa enviado à Lusa, Gatete reiterou que a transformação energética de África deve passar das margens para o centro da agenda de desenvolvimento global, não apenas para a resiliência climática, mas também para o crescimento sustentável, a justiça económica e a prosperidade partilhada.

O Fórum Político de Alto Nível sobre Desenvolvimento Sustentável (HLPF) é a plataforma central da ONU para analisar o progresso dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), tendo decorrido até sexta-feira em Nova Iorque, com um conjunto de encontros e seminários que juntaram governos, entidades da ONU e partes interessadas para avaliar os desafios e delinear soluções.


Leia Também: ONU defende ações urgentes para financiamento inovador em África

sábado, 19 de julho de 2025

Braima Camará : A assunção da Presidência rotativa da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) pela Guiné-Bissau e por Vossa Excelência, General Úmaro Sissoco Embaló, presidente da República da Guiné-Bissau, representa um momento de prestígio e responsabilidade para o nosso país e para todos os guineenses...

Por Braima Camará 

A assunção da Presidência rotativa da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) pela Guiné-Bissau e por Vossa Excelência, General Úmaro Sissoco Embaló, presidente da República da Guiné-Bissau, representa um momento de prestígio e responsabilidade para o nosso país e para todos os guineenses. 

Saúdo este marco com orgulho patriótico, reconhecendo nele uma oportunidade para afirmar o lugar da Guiné-Bissau no seio das nações que promovem a cooperação, o diálogo e o desenvolvimento sustentável.

A centralidade atribuída ao tema da soberania alimentar nesta Cimeira é, a meu ver, um sinal claro de que o futuro da nossa Nação está intrinsecamente ligado à valorização dos nossos recursos, à proteção da nossa terra e ao fortalecimento das capacidades produtivas do nosso povo. A segurança alimentar é hoje um imperativo de soberania, dignidade e paz social.

Neste contexto, reafirmo o meu compromisso firme e inabalável com o futuro da Guiné-Bissau, e com a construção de uma agenda política assente na responsabilidade, na inclusão e na reconciliação. O MADEM-G15, enquanto força política patriótica, está consciente dos grandes desafios que se avizinham, e é neste espírito que continuamos a trabalhar para a sua união e coesão, num momento crucial que antecede as eleições presidenciais e legislativas.

A reconciliação da família guineense representa, neste quadro, um novo sinal de maturidade e uma oportunidade renovada para que o Chefe de Estado continue a promover a reconciliação entre os guineenses, a estabilidade institucional e a coesão nacional.

O futuro exige de todos nós coragem, espírito de unidade e sentido de Estado. A Guiné-Bissau precisa de estabilidade, instituições fortes e lideranças capazes de colocar os interesses do país acima das disputas pessoais. É esse o caminho que me proponho a seguir — com humildade, mas também com determinação.

Desejo que esta Presidência da CPLP seja aproveitada com inteligência estratégica, para abrir portas, criar parcerias e mobilizar os recursos necessários ao nosso desenvolvimento sustentável.

A Guiné-Bissau tem pela frente uma oportunidade única. Ao assumir a presidência da CPLP, está sob os olhos da comunidade internacional. Pode, se quiser, transformar esta visibilidade em alavanca de reformas internas.

Chegou o momento de fazer convergir a diplomacia com a Constituição, e o prestígio internacional com o retorno pleno à legitimidade constitucional.

Juntos, com coragem e visão, construiremos uma Guiné-Bissau mais próspera, mais justa e mais respeitada.

Viva a Guiné-Bissau! Viva a CPLP! Viva o povo guineense!

Lisboa, 18 de Julho de 2025

Braima Camará

Coordenador Nacional do MADEM-G15

"Se os estrangeiros forem embora, o Japão não tem gente para trabalhar"

Por LUSA 

A extrema-direita fez da imigração um dos temas da eleição para a câmara alta do parlamento, no domingo, mas vários residentes lusófonos alertaram que o Japão precisa de estrangeiros para enfrentar o envelhecimento populacional.

"Se os estrangeiros forem embora daqui, o Japão já não tem para trabalhar. A mão-de-obra, até aqui, para nós também faltam pessoas", disse hoje à Lusa Rogério, de 43 anos, que trabalha num restaurante brasileiro em Osaka (centro-sul).

Nas últimas duas décadas, o número de trabalhadores no ativo diminuiu em cerca de três milhões. Até 2040, o Japão deverá enfrentar um défice de mão-de-obra de 11 milhões de pessoas, de acordo com uma estimativa do Recruit Works Institute.

"Sem estrangeiros, o Japão para. Japonês não quer trabalhar em qualquer serviço", explicou à Lusa outro brasileiro, Gilberto, que vive em Toyama, no centro do país.

No final de 2024, o Japão tinha 3,76 milhões de residentes estrangeiros, um máximo histórico, mas que apenas representa 3% da população. De acordo com a legislação em vigor, nenhum deles tem direito de voto nas eleições de domingo.

Mas isso não impediu a extrema-direita de apostar numa retórica abertamente xenófoba, ligando a criminalidade à imigração e prometendo regras mais apertadas para a atribuição de residência e excluir os estrangeiros dos benefícios sociais.

De acordo com dados oficiais, em 2024, estrangeiros, incluindo residentes e pessoas em situação irregular, cometeram 2,2% dos crimes registado no Japão.

"Claro que estamos tendo problemas hoje em questões de segurança. Tem muitos estrangeiros que estão vindo para o Japão e estão fazendo muitas coisas erradas", admitiu Rogério.

"Mas isso de mandar estrangeiro embora, tem tanta coisa na Internet, mas eu acho que é muito 'fake news' [notícias falsas]", sublinhou o brasileiro.

Fundado em 2020, o partido de extrema-direita Sanseito tem usado redes e plataformas sociais para disseminar teorias da conspiração e desinformação xenófoba, observou Jeffrey J. Hall.

O especialista da Universidade de Estudos Internacionais de Kanda explicou que as emissoras japonesas "são legalmente obrigadas a manter a neutralidade política durante as eleições, pelo que a sua cobertura é muitas vezes bastante monótona".

"Em contraste, os canais do YouTube demonstram um extremo alinhamento político e podem obter enormes visualizações quando promovem mensagens sensacionalistas contra estrangeiros", disse Hall.

"Os estrangeiros são usados como alvos para expressar descontentamento", disse Yu Uchiyama, professor de ciências políticas na Universidade de Tóquio, que estabeleceu um paralelo com a ascensão da extrema-direita na Europa e nos Estados Unidos.

Em 08 de julho, oito organizações de defesa dos direitos dos estrangeiros e refugiados denunciaram a inclusão de mensagens xenófobas na campanha eleitoral e sublinharam que os imigrantes não recebem tratamento preferencial no Japão.

Uma opinião confirmada por Rogério, que destaca ainda "a barreira da língua", que torna alguns estrangeiros vulneráveis à exploração.

As sondagens sugerem que o Sanseito, atualmente com dois lugares na Câmara dos Conselheiros, poderá conquistar mais de dez dos 125 lugares em disputa nas eleições de domingo para a câmara alta do parlamento, composta por 248 membros.

Com a coligação do primeiro-ministro Shigeru Ishiba em risco de perder a maioria na Câmara dos Conselheiros, o partido no poder adotou parcialmente o discurso anti-imigração.

Na terça-feira, Ishiba inaugurou um gabinete especial para tratar de questões relacionadas com residentes estrangeiros, dizendo que irá ouvir as preocupações dos japoneses, incluindo alegados abusos do sistema de segurança social.

Ironicamente, diz Rogério, que vive no Japão desde os 14 anos, "antigamente até que, sim, tinha 'bullying', tinha preconceito", porque o país "antes era muito mais fechado".

Daniel, um angolano que vive há 14 no Japão, admitiu o peso do choque cultural: "O povo japonês é muito severo e vais ter que deixar algumas coisas que estás habituado a fazer, porque aqui tens que seguir mesmo a linha dos japoneses".

Rogério, casado com uma japonesa e com filhos, sublinhou que atualmente as escolas japonesas "ajudam as crianças [de estrangeiros] a falar e a escrever o japonês".

"Eu hoje não vejo discriminação", garantiu o brasileiro. Quanto aos apelos anti-imigração, "o japonês não quer isso, ele é aberto aos estrangeiros", acrescentou.

O Chefe de Estado, recebeu hoje as Cartas Credenciais da Embaixadora Emília Fábián, representante extraordinária e plenipotenciária da Hungria junto à Guiné-Bissau. A diplomata transmitiu os cumprimentos do Primeiro-Ministro húngaro, Viktor Orbán, e reiterou o compromisso do seu país em aprofundar as relações de amizade e cooperação com o nosso Estado.

A Embaixadora, residente em Portugal, garantiu deslocações frequentes à Guiné-Bissau, com o objectivo de reforçar os laços bilaterais entre os dois países.


 Presidência da República da Guiné-BissauRadio Voz Do Povo

EUA rejeitam mudanças da OMS para combater pandemias: "Direito soberano"

Por LUSA 

O Governo de Donald Trump anunciou na sexta-feira que os Estados Unidos rejeitam as alterações adotadas em 2024 pelos países da Organização Mundial da Saúde (OMS) para combater pandemias, alegando que estas violam a soberania norte-americana.

Os países-membros da OMS adotaram em 2024 emendas ao Regulamento Sanitário Internacional, um quadro juridicamente vinculativo para responder a emergências de saúde pública, que mostrou limitações durante a pandemia da covid-19.

O Presidente norte-americano, Donald Trump, decidiu assim que voltou ao poder, em janeiro, retirar os Estados Unidos desta agência da ONU. Mas, de acordo com o Departamento de Estado, essas alterações continuam a ser obrigatórias para o país.

"Estas alterações podem prejudicar indevidamente o nosso direito soberano de elaborar a nossa política de saúde", afirmaram, em comunicado, o secretário da Saúde norte-americano, Robert Kennedy Jr., conhecido pelas posições antivacinas, e o secretário de Estado do país, Marco Rubio.

"Colocaremos os americanos em primeiro lugar em todas as nossas ações e não toleraremos nenhuma política internacional que prejudique a liberdade de expressão, a privacidade ou as liberdades individuais dos americanos", acrescenta-se na nota.

As alterações introduzem os conceitos de "emergência pandémica" e "mais solidariedade e equidade", de acordo com a OMS.

Estas foram adotadas depois de, no ano passado, a organização não ter conseguido chegar a um acordo global mais ambicioso na luta contra as pandemias. Em 2025, esse acordo foi finalmente concluído, mas sem os Estados Unidos.

"Lamentamos a decisão dos Estados Unidos de rejeitarem as alterações", reagiu o chefe da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, num comunicado publicado na sexta-feira à noite na rede social X.

O responsável salientou que as alterações "são claras sobre a soberania dos Estados-membros", acrescentando que a OMS não pode decidir sobre confinamentos ou medidas semelhantes.

Washington, sob a presidência de Joe Biden, participou nas negociações em 2024, mas não conseguiu chegar a um consenso. Os Estados Unidos exigiam mais proteções em relação aos direitos de propriedade intelectual sobre as vacinas norte-americanas.

O antecessor de Marco Rubio, Antony Blinken, saudou posteriormente as alterações, classificando-as como um progresso.

"Elas [alterações] também não tratam adequadamente a vulnerabilidade da OMS à influência política e à censura, especialmente por parte da China, durante epidemias", acrescentaram os dois secretários norte-americanos para justificar a rejeição.

Sessão de Abertura da XV Conferência de Chefes de Estado e de Governo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), no dia 18 de julho de 2025, em Bissau. Intervenção de boas-vindas de Umaro Sissoco Embaló, Presidente da República da Guiné-Bissau e Presidente em exercício da CPLP.

Mutação em plantas de Cabo Verde sugere como culturas agrícolas podem resistir ao sal... A insularidade de Cabo Verde é um dos fatores que contribui para a sua biodiversidade e que tem despertado interesse científico em diversos domínios.

Por sicnoticias.pt

Um estudo científico sobre amostras de plantas recolhidas em Cabo Verde dá novas sugestões para desenvolvimento de culturas agrícolas em solos onde haja muito sal, por influência da água do mar, lê-se num artigo publicado na revista científica Science Advances.

"As nossas descobertas revelam um método baseado no conhecimento para desenvolver culturas resistentes ao sal, o que pode ser atraente tanto para a agricultura convencional como para a agricultura biológica", indicam os cientistas, ao detalhar as experiências laboratoriais realizadas.

O trabalho "Evolução paralela da tolerância à salinidade" em amostras da planta Arabidopsis thaliana recolhida em Cabo Verde foi publicado na última edição da revista Science Advances.

O artigo é partilhado por 15 autores de universidades e centros de investigação de França e Espanha e, embora não seja a primeira vez que a resistência de plantas à salinidade seja estudada, o estudo oferece provas genéticas e bioquímicas que podem fundamentar novas abordagens biotecnológicas.

"A salinização dos solos representa uma ameaça relevante à agricultura" e, no caso, as Ilhas de Cabo Verde "localizam-se a 600 quilómetros da costa de África e caracterizam-se por ambientes áridos e solos de elevada salinidade", assinalam os autores.

"Descobrimos que as plantas Arabidopsis thaliana nativas destas ilhas acumulam 'glucuronil-manose', que as protege do stress salino", um composto cuja produção os cientistas ligam a um gene específico, designado GH38cv.

As plantas portadoras de mutações de GH38cv "não apresentam defeitos de crescimento, nem de aptidão ou de resistência biótica em condições laboratoriais padrão, mas apresentam melhores taxas de germinação, raízes mais longas, melhor estado hídrico e maior aptidão do que as plantas não mutadas quando expostas ao stress salino".

Segundo o artigo, as mutações "evoluíram independentemente em duas ilhas distintas dentro do arquipélago de Cabo Verde", Santo Antão e Fogo, "ilustrando um exemplo de evolução paralela para a tolerância ao sal neste ambiente".

"As nossas descobertas podem ter implicações práticas para a agricultura (...). Em resumo, tanto a síntese como a aplicação de 'glucuronil-manose', bem como a edição genética dirigida de GH38cv, oferecem estratégias promissoras inspiradas na natureza para aumentar a tolerância ao sal em culturas e plantas ornamentais através de abordagens biotecnológicas", concluem.

A insularidade de Cabo Verde é um dos fatores que contribui para a sua biodiversidade e que tem despertado interesse científico em diversos domínios.

Em março, um outro grupo de cientistas indicou que um tipo de tamareira que se supõe já só existir em Cabo Verde pode ajudar árvores semelhantes a adaptarem-se às mudanças climáticas e outros problemas.


Tiroteio em mina de ouro na RCA gerida pelo grupo Wagner faz 11 mortos

Por LUSA 

Um tiroteio numa mina na República Centro-Africana (RCA), controlada pelo grupo russo de mercenários Wagner, matou pelo menos 11 pessoas, disseram hoje moradores e trabalhadores humanitários.

As vítimas foram mortas na noite de quarta-feira na mina de ouro em Ndassima, a cerca de 450 quilómetros a leste da capital do país, Bangui, disseram os residentes e os trabalhadores humanitários à agência de notícias Associated Press.

Os habitantes das aldeias vizinhas estão proibidos de aceder à mina controlada pela Wagner.

O morador Serge Pounematchi, cujo filho estava entre os mortos, disse que as vítimas estavam no local à procura de resíduos de ouro e cascalho quando foram sumariamente mortas, juntando-se a outros aldeões nos funerais das vítimas.

"É uma pena que o direito à vida não exista", sublinhou Pounematchi.

As autoridades ainda não confirmaram quaisquer pormenores sobre a violência e as autoridades locais não responderam até agora às perguntas colocadas pelos jornalistas.

Dois trabalhadores humanitários, que falaram sob condição de anonimato por receio de serem visados, confirmaram que as vítimas eram jovens das aldeias vizinhas e que a maioria foi morta a tiro.

Constantin Pounoukouzou, um residente de Ndassima, disse que alguns aldeões ainda estão desaparecidos. "Os jovens desempregados não têm outra opção senão ir para este sítio à noite (para) a gravilha", adiantou Pounoukouzou.

O grupo Wagner é frequentemente acusado de cometer violações dos direitos humanos e execuções extrajudiciais com pouca ou nenhuma responsabilidade na República Centro-Africana, onde se comprometeu a lutar contra grupos rebeldes e a restabelecer a paz.

Os mercenários têm servido como guarda-costas pessoais do Presidente Faustin Archange Touadera, ajudando-o a vencer um referendo constitucional em 2023, que poderá prolongar o seu poder indefinidamente.

sexta-feira, 18 de julho de 2025

Epstein. Trump processa jornalistas do WSJ e Rupert Murdoch por difamação.... Em causa está um artigo do Wall Street Journal (WSJ) que dá conta da existência de uma mensagem de parabéns a Epstein, na qual Donald Trump terá desenhado uma mulher nua, assim como se referido a um "segredo maravilhoso."

Por LUSA 

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, avançou com uma ação judicial contra o empresário Rupert Murdoch, a Dow Jones, a News Corp e dois jornalistas do Wall Street Journal (WSJ). Em causa está um artigo que dá conta da existência de uma mensagem de parabéns a Epstein.

A queixa foi apresentada esta sexta-feira, ao abrigo da lei federal sobre difamação, segundo os registos do tribunal consultados pelas publicações internacionais.

De acordo com o que adianta a imprensa internacional, a ação foi entregue num tribunal federal de Miami, no estado norte-americano da Florida.

Depois de a notícia ser avançada pela imprensa norte-americana, Donald Trump recorreu à sua rede social, Truth Social, para confirmar que tinha avançado: "Esta ação judicial é intentada não só em nome do vosso residente favorito, EU, mas também para continuar a defender TODOS os norte-americanos que não toleram mais os atos abusivos dos Fake News Media. Espero que Rupert e os seus 'amigos' estejam ansiosos pelas muitas horas de depoimentos e testemunhos que terão de prestar neste caso. Obrigado pela vossa atenção a este assunto. Nós vamos FAZER A AMÉRICA GRANDE DE NOVO!"

Em causa está um artigo do WSJ que revela uma carta escrita, alegadamente, por Donald Trump em 2023. A missiva dirigida a Jeffrey Epstein, no âmbito do seu 50.º aniversário, acabava com uma frase de Trump onde se lia: "Feliz aniversário e que cada dia seja mais um segredo maravilhoso".

O artigo foi publicado na quinta-feira e hoje Donald Trump já ameaçava que ia processar o jornal. "A imprensa precisa de aprender a ser honesta e a não confiar em fontes que provavelmente nem sequer existem", defendeu ainda ontem.

Trump afirmava que a carta era falsa, recordava que já levou a tribunal as emissoras norte-americanas ABC e CBS, e garantiu que iria também "processar e responsabilizar o outrora grandioso Wall Street Journal."

O WSJ "tornou-se um jornal imundo e sujo" e "escrever mentiras como esta demonstra o seu desespero para se manter relevante", escrevia o chefe de Estado.

Note-se que o jornal explica que, após contactar o agora presidente dos EUA sobre o assunto, na terça-feira, este negou ser o autor da carta e ameaçou processar o jornal caso publicasse o artigo.

E para além do "segredo"?

De acordo com o WSJ, a ex-assistente de Epstein, Ghislaine Maxwell - que cumpre uma pena de 20 anos de prisão por ser cúmplice do magnata - recolheu cartas de Trump e de outros associados de Epstein para incluir num álbum de 2003 como presente de aniversário para o falecido.

Uma carta assinada por Trump e revista pelo jornal contém várias linhas de texto datilografado, contidas dentro do contorno de uma mulher nua, desenhada alegadamente pelo atual presidente com um marcador.

É ainda sublinhando que a assinatura do republicano surge rabiscada abaixo da cintura da mulher, "imitando pelos púbicos".

Recorde-se que Epstein morreu na prisão, em 2019, numa altura em que estava acusado de controlar um esquema de tráfico sexual e abuso sexual de menores, tendo, alegadamente, criado uma rede para abusar de dezenas de meninas na sua mansão de Nova Iorque e numa outra situada na Florida.

Na semana passada, os investigadores confirmaram a morte de Epstein por suicídio numa prisão de Nova Iorque em 2019.

Trata-se da primeira negação oficial sobre uma alegada lista de personalidades influentes associadas a Epstein e um possível assassinato para o silenciar.

Os adeptos do movimento Make America Great Again (MAGA) estão insatisfeitos com as conclusões destes inquéritos, uma vez que Trump, a Procuradora-Geral dos EUA, Pam Bondi, e o Diretor-Adjunto do FBI, Dan Bongino, prometeram revelar "a verdade" sobre o caso antes do início da atual administração dos EUA, em janeiro.

A pressão recebida levou o presidente a autorizar Bondi a divulgar quaisquer ficheiros adicionais "credíveis" sobre o assunto, mas não sem antes criticar os seus apoiantes por, na sua opinião, se terem deixado "enganar" pelos democratas.

A esta associação entre Donald Trump e Jeffrey Epstein junta-se ainda um outro nome: Elon Musk. O outrora 'braço direito' do chefe de Estado dos EUA também tem associado Trump aos ficheiros em causa, que cidadãos norte-americanos exigiam que se tornasse públicos até à informação de que a tal 'lista' não exista.

"Não vou entregar país de volta para esse bando de malucos", avisa Lula... O presidente brasileiro, Lula da Silva, disse hoje que, se estiver bem de saúde, será candidato às eleições presidenciais de 2026 para não "entregar esse país de volta para aquele bando de malucos"

Por LUSA 

"Se eu estiver com a saúde que eu estou hoje, com a disposição que eu estou hoje, você pode ter certeza que eu serei candidato outra vez para ganhar as eleições do ano que vem, porque eu não vou entregar esse país de volta para aquele bando de malucos, que quase destroem esse país nos últimos anos", disse o chefe de Estado brasileiro, num evento no estado do Ceará.

Lula da Silva aludia ao ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro, alvo, hoje, de uma nova acusação da polícia brasileira, segundo a qual, com o seu filho Eduardo Bolsonaro, atuou junto do Governo dos Estados Unidos para impor sanções a "agentes públicos do Estado brasileiro" e forçar a justiça a arquivar o julgamento em que é acusado de tentativa de golpe de Estado.

Ainda assim, Lula da Silva assumiu que só tomará essa decisão no próximo ano.

"Porque eu tenho que conversar com a minha consciência e conversar com vocês", disse.

Estas declarações acontecem poucas horas depois de, por decisão do juiz do Supremo Tribunal Federal (STB) Alexandre de Moraes, a policia ter feito buscas e apreensões em domicílios ligados a Bolsonaro, por considerar haver indícios de que o ex-presidente e um dos filhos agiam para atrapalhar o julgamento da ação penal em que é acusado de tentativa de golpe de Estado.

Moraes, juiz relator desse caso no STF, concordou com as conclusões da Polícia Federal e considerou que, face à sua conduta, o ex-Presidente e o seu filho são autores de "atos claros e expressos de execução e confissões flagrantes de atos criminosos" que persistem ao longo do tempo.

O mesmo juiz considerou que "a soberania nacional [brasileira] não pode, não deve e jamais será vilipendiada, negociada ou extorquida" e indicou que o ex-Presidente confessou uma tentativa de extorsão contra a Justiça brasileira ao condicionar o fim das tarifas impostas pelo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, à sua própria amnistia.

Entre as medidas adotadas por ordem judicial contra Jair Bolsonaro estão o uso de pulseira eletrónica, proibição de usar redes sociais e de comunicar com o filho Eduardo Bolsonaro.

O ex-presidente deverá permanecer em casa no horário noturno, das 19:00 às 07:00, e nos fins de semana, e não poderá comunicar com embaixadores e diplomatas estrangeiros nem aproximar-se de embaixadas.

Na semana passada, Trump anunciou uma tarifa de 50% sobre todas as exportações brasileiras para os Estados Unidos alegando, numa carta publicada em redes sociais, que Bolsonaro sofria uma "caça às bruxas".

Trump acusou o Brasil pela "forma como tem tratado o ex-presidente Bolsonaro", com um processo em curso no Supremo Tribunal Federal por suposta tentativa de golpe de Estado após perder as eleições de 2022 para o atual chefe de Estado, Luiz Inácio Lula da Silva.

Putin diz que procura "solução diplomática" para fim da guerra na Ucrânia... O chefe de Estado da Rússia, Vladimir Putin, agradeceu a disponibilidade ao seu homólogo turco, Recep Tayyip Erdogan, nas conversações de paz que têm decorrido entre Moscovo e Kyiv. Os líderes falaram ainda da escalada de violência na Síria.

Por LUSA 

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, disse, esta sexta-feira, que a Rússia está "empenhada na procura de uma solução política e diplomática para o conflito" com a Ucrânia.

De acordo com um comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia, as declarações foram feitas ao presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, com quem conversou ao telefone.

Segundo o que a agência estatal russoa explica, durante o telefonema Putin agradeceu ainda a Erdogan pela sua prontidão e por estar a disponibilizar-se para as conversações de paz entre Moscovo e Kyiv.

De acordo com a mesma nota, os dois líderes concordaram em manter-se em contacto, assim como discutiram outros assuntos, nomeadamente, a escalada de violência na Síria.

"Manifestaram a sua preocupação com a violência crescente no país, salientando que era fundamental a situação estabilizar o amis rapidamente possível através do diálogo", lê-se no comunicado, que dá ainda conta de "as duas partes sublinharam a necessidade de respeitar a soberania, a unidade e a integridade territorial da Síria."

O que se passa na Síria?

A província de Sweida, no sul da Síria, foi nos últimos dias palco de confrontos sangrentos entre tribos beduínas e fações drusas, cujas tensões são antigas. Sweida é controlada por uma maioria drusa, uma minoria religiosa que está presente na Síria, mas também no Líbano e em Israel.

As novas forças governamentais da Síria enviaram reforços para repor a segurança na região e assumiram o controlo de várias localidades, mas acabaram por se retirar após ataques aéreos israelitas (realizados sob o argumento da defesa da minoria drusa) e um cessar-fogo acordado na quarta-feira.

Do lado de Ancara, e após o telefonema com Putin, a presidência turca indicou que Erdogan reconheceu que estes novos confrontos armados ameaçam a paz na região.

Erdogan explicou a Putin que os combates, após a retirada das forças de segurança sírias de Sweida, "criam uma ameaça para toda a região", acrescentando que, na sua opinião, é essencial que Israel não viole a soberania síria.

Nos últimos dias, Ancara manifestou-se a favor do apoio ao envio de tropas oficiais do Governo sírio para Sweida, uma decisão a que os grupos drusos se opuseram no passado.

Após a queda do regime do presidente sírio Bashar al-Assad, em dezembro, surgiram preocupações quanto ao destino das minorias étnicas no país sob o novo Governo de transição sírio, liderado por Ahmad al-Sharaa, um antigo líder rebelde islamita.

O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados detalhou, esta sexta-feira, que elo menos 60 mil pessoas foram deslocadas na recente onda de violência em Al-Sweida, sendo impossível uma estimativa imparcial do número de mortos. A  Organização Internacional para as Migrações indica, no entanto, que são 80 mil as pessoas deslocadas desde domingo.

O ACNUR é a única organização internacional com presença direta naquela cidade síria, de maioria drusa, onde conta com 18 colaboradores, que tiveram, no entanto, de ser retirados da região devido à insegurança.

A organização já tinha conseguido reafetar mantimentos de emergência e estava a trabalhar na criação de centros de abrigo coletivo para pessoas que tiveram de fugir da violência na área.

"A situação é alarmante. É difícil operar e a nossa capacidade é limitada, enquanto as necessidades são consideráveis, especialmente para a assistência médica. Temos 'stocks' e esperamos distribuí-los assim que a situação de segurança o permita", disse o porta-voz do ACNUR em Genebra, William Splinder.

A violência começou no domingo entre grupos armados drusos e tribos beduínas, mas quando o governo interino em Damasco enviou forças militares, foi aberta uma frente adicional de confrontos.


Leia Também: Moscovo admite que comércio entre Rússia e UE deixe de existir

O vice-ministro dos Negócios Estrangeiros russo admitiu hoje que o comércio entre a Rússia e a UE pode cair para zero, devido ao novo pacote de sanções contra Moscovo.


O Presidente da República, encerrou os trabalhos da XVª Cimeira da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa com uma mensagem de gratidão, união e compromisso. Reafirmou os avanços alcançados em cooperação política, económica, cultural e linguística, e destacou a importância de transformar os compromissos assumidos em ações concretas para os cidadãos da CPLP.

Que este espírito de solidariedade e ambição nos acompanhe rumo a uma CPLP cada vez mais forte, dinâmica e centrada nos povos.

O Presidente da República, General Umaro Sissoco Embaló, no seu primeiro acto como Presidente em exercício da CPLP, procedeu à entrega do Prémio José Aparecido de Oliveira a duas personalidades de destaque: o antigo Presidente de Moçambique, Joaquim Chissano, e a antiga Secretária Executiva da CPLP, Maria do Carmo Silveira.

No discurso de encerramento da XV Cimeira da CPLP, expressou a sua gratidão pela presença dos Estados-membros e destacou os avanços alcançados no reforço da Comunidade.

 Presidência da República da Guiné-Bissau

O Presidente da República, participou na XV Conferência dos Chefes de Estado e de Governo da CPLP, onde foi alcançado consenso sobre as prioridades da Presidência guineense para os próximos dois anos e aprovada a Declaração de Bissau.

Durante a Cimeira, a Embaixadora angolana Maria de Fátima Monteiro Jardim tomou posse como nova Secretária Executiva da CPLP, sucedendo ao timorense Zacarias da Costa.

 Presidência da República da Guiné-Bissau

XV⁰ CIMEIRA DA CPLP: Declaração a Imprensa da Secretária de Estado da Cooperação Internacional, Fatumata Djaú na presença da nova Secretária Executiva da CPLP, Maria de Fátima Jardim.