segunda-feira, 22 de agosto de 2022

[Korean Lee Man Hee True Peace Story / HWPL Re-lighting & Interview] A journalist “I was impressed by the fact that we were united in HWPL, even if we have different beliefs”

기획 English News

By newscj.com

이솜 기자 승인 2022-08-22 10:04

  • “I attended several events… Get motivated”
  • HWPL Activities Reporting and advisory Committee Activities
  • “Chairman Lee seeks practical dispute resolution”

The Cheonji Daily previously highlighted the first to 31st World Peace Tour of Chairman Lee Man-hee of the Heavenly Culture World Peace and Restoration of Light (HWPL). It examined the detailed provisions of the ‘Declaration of Peace and Cessation of War (DPCW).’ In addition, HWPL’s main peace initiatives, such as the DPCW support activities, alliance of religions, peace education, and youth peace movements, were highlighted. With this issue, we will listen to the reasons for supporting the ‘HWPL Peace Movement’ through personnel from each country actively participating in the HWPL peace movement and revisit its value.

Festus Ejehi Iyere, the Chief in editor of Faladepapagaio. ⓒThe Cheonji Ilbo 2022.08.07 (Provided by HWPL)

Festus Ejehi Iyere, the Chief editor of Faladepapagaio

[Cheonji Daily = Reporter Lee Som] “I hope that HWPL and the chairman Man Hee Lee do not stop their peace activities to make the world more peaceful. And let's hope they can keep up the peacekeeping efforts, which are crucial in this hazardous moment for the entire world. We have high expectations for peace education and international law in the HWPL."

Festus Ejehi Iyere (53), the founder and the Chief editor of online media, Faladepapagaio, has always been interested in peace work. He happened to come upon the operations of HWPL, and they drew his attention. He and HWPL then started working together for world peace.

The following is an interview which was conducted via e-mail with him last month. 

◆“The HWPL event is unique... Many participants came together”

Festus has his own definition of peace. 

"Peace is the "freedom" of individuals or groups within a community from war, conflict, violence, or terror. I believe it denotes tranquility and peace of mind, freedom from conflict or public commotion, as well as social harmony and agreement."

Festus felt particularly moved by the HWPL's peace event since he had long desired peace.

Festus claimed to have participated in a number of official online events, such as forums and conferences hosted by HWPL, and he added: "I was always motivated to do more for our future generations and for world peace. I felt special that we were one regardless of where we lived, our skin color, or our language.”

In particular, Festus said, "Unlike other events, the HWPL's peace event brings together religious leaders and all individuals of different faiths from different nations, and he added, "I was astonished by the appearance of different participants."

Above all, the person who impressed Festus was chairman Lee.

According to him, "Chairman Lee is a peace-loving individual who dreams of a peaceful world, and HWPL is doing its best to realize that ideal so that our generation can pass on a better peaceful world to future generations. Furthermore, he added, "Chairman Lee is actively participating in conversations with the parties in the country where the disagreement is taking place, and is seeking answers to practically numerous dispute issues. 

A peace monument constructed at Siniloan Unified National High School is unveiled at the 8th anniversary of HWPL Peace Day, which was observed online on January 24. (below). On September 18 of last year, Festus (on the left in the first row) attended the HWPL's September 18 Peace Conference's seventh anniversary. ⓒThe Cheonji Ilbo. 2022.08.07 (Provided by HWPL)

◆ “Spreading HWPL and chairman Man hee Lee’s speech to the world”

Festus is interested in using the media to spread the message of peace because he is a journalist. Festus offers updates on HWPL activities, and an MOU has been reached between HWPL and Faladepapagaio. He also offers advices on a number of media events.

Festus stated that he felt honored to participate in the internet forums and various peace conferences that Chairman Lee hosted. According to his observations, HWPL is a group that truly and sincerely carries out global concrete peace efforts, educational activities to attain and gatherings and unification related to disputes.

The 8th anniversary of HWPL Peace Day on January 24 received his best HWPL coverage as a journalist.

Festus remembered, "I think all civil society representatives should assess the situation of forced conversion and explore measures to defend 'freedom of faith and human rights' that have become norms of the international community. It was stunning."

Journalists like Festus and roles of them are also very important in achieving world peace.

According to Festus, "the media offers a mechanism to provide warnings and convey feelings beforehand to enable more effective response in times of crisis." It can serve in a variety of capacities as a peace messenger to foster understanding between individuals and organizations and to avert violent confrontations.


DSP, de pseudo legalista para autoproclamado Presidente do PAIGC para próximos quatro anos.

O desespero, muitas vezes, leva as pessoas ao cúmulo do ridículo.

Como é possivel as pessoas que gritam "viva escola", pessoas que dizem seguidores do "iluminado", "do mais imteligente de todos os guineenses", não conseguirem compreender que não houve nenhuma reeleição ou prorrogação do mandato do presidente cessante do PAIGC?

Não há nenhuma possibilidade jurídica de isso concretizar através de Comité Central, não existe nenhum artigo que possa legitimar a farsa que está sendo propagada nas redes socoais. 

O Comité Central está caduco, como está a direção atual do PAIGC. O que está nos estatutos do PAIGC é a regra geral em todas as organizações, onde existe periodicidade na realização das eleições. Findo o mandato, a direção cessante fica na gestao até novas eleições. É o mesmo que temos na ANP neste momento. Apesar da queda do parlamento, a comissão permanente vai continuar até nova legislatura. 

Enquanto o PAIGC não fazer o congresso a direção cessante continuará na gestão corrente do partido. Mas isto não quer dizer que a direção tem plenitude dos poderes. Se o PAIGC não conseguir renovar os órgãos não poderá participar nas próximas eleições. 

Dá muita tristeza ver o DSP numa continua lógica de fuga a frente,  lógica de mentira, de manipulação, de vitimizaçâo para esconder o seu comprovado fracasso político.

Foi o que aconteceu no JAAC, no Conquatsa e na Udemu. Todos estão caducos enquanto não renovarem os órgãos. Vamos dizer também que não fizeram a renovação por causa do processo no tribunal?

Este último aspeto é prova do medo que o DSP tem de fazer as coisas como devem ser. Apesar de aparentar um grande democrata, enquanto defende tese com título de "democracia bla bla bla", lá no fundo o homem tem medo da democracia.

É muita ignorância o que estamos assistindo nas redes sociais. Vendo até o cunhado do DSP a publicar fake news sobre renovação de mandato para quatro anos. Tremenda falsidade.

O fanatismo e apego ao poder destrói não só a pessoa em si, como toda a sua congregação. 

Se o PAIGC não acordar a tempo e voltar atrás para fazer conferências eletivas de base ao topo, como manda os estatutos, será o fim desta magnífica e histórica organização política. 

Cidadão atento

Xº Congresso dos libertadores: MARTILENE AFIRMA QUE ESFORÇOS DE SIMÕES PEREIRA NÃO SÃO SUFICIENTES PARA DESAFIOS DO PAIGC


 JORNAL ODEMOCRATA  22/08/2022  

O candidato à liderança do Partido Africano da Independência de Guiné e Cabo Verde (PAIGC), Martilene dos Santos, disse que o presidente cessante do partido libertador, Domingos Simões Pereira, fez grandes esforços durante o seu mandato e, particularmente para a realização do décimo congresso ordinário, contudo afirmou que esforços de Simões Pereira não são suficientes para os desafios atuais do PAIGC que requerem outras soluções.  

Dos Santos falava aos jornalistas esta segunda-feira, 22 de agosto de 2022, para partilhar a sua leitura sobre a decisão do Comité Central do PAIGC que deu voto de confiança à direção de Domingos Simões Pereira até à realização do décimo congresso.

O político disse estar disponível a dialogar com qualquer entidade para viabilizar a realização do congresso, porque “o partido só será forte com a legitimação dos seus órgãos no congresso”.

O candidato à liderança do partido libertador assegurou que a única solução para o PAIGC realizar o congresso é procurar unir esforços para identificar os problemas levantados pela justiça, dado que a legalização de todos os atos do congresso passará pelo tribunal.

Martilene dos Santos advertiu que nenhum candidato está acima dos interesses do PAIGC, contudo lamentou a incapacidade e limitações que se registam a nível da realização do congresso.

“Temos que ter a capacidade de encontrar soluções não necessariamente no campo judicial. Às vezes tentando resolver questões políticas, usando situações jurídicas nem sempre têm bons resultados. No caso do PAIGC, a história recente tem deixado muito aquém desta situação” referiu. 

Dos Santos admite que o voto de confiança à direção superior do partido até à realização do congresso, consta dos estatutos do PAIGC, porque a direção se encontra numa situação de caducidade.  

“Não há nada anormal. É um exercício regular, mas isso não quer dizer que houve renovação do mandato da direção superior. O Comité Central jamais terá competência para substituir o congresso”, precisou.

Por: Epifânia Mendonça

Veja Também:

@Radio Bantaba  PAIGC: Martilene dos Santos em conferência de imprensa sobre últimos acontecimentos no partido.☝


Greve no setor dos transportes com pouca aderência em Bissau


Radio TV Bantaba

REVISTA DE IMPRENSA. Ao todo, as autoridades portuguesas já apreenderam este ano mais de 14 toneladas de cocaína, com um valor de mercado aproximado de 700 milhões de euros

CNN Portugal

Cocaína apreendida em Portugal bate recordes e a violência pode vir a aumentar

REVISTA DE IMPRENSA. Ao todo, as autoridades portuguesas já apreenderam este ano mais de 14 toneladas de cocaína, com um valor de mercado aproximado de 700 milhões de euros

A quantidade de cocaína apreendida pela Polícia Judiciária este ano já representa o valor mais elevado da década, avança o jornal Diário de Notícias. Ao todo, as autoridades portuguesas já apreenderam mais de 14 toneladas de cocaína, com um valor de mercado aproximado de 700 milhões de euros.

Citado pelo jornal, Artur Vaz, dirigente da unidade policial que combate o tráfico de droga, a Unidade Nacional de Combate ao Tráfico de Estupefacientes (UNCTE), desvaloriza a quantidade de droga encontrada pelas autoridades e sublinha que o mais importante “é desmantelar as redes e prender os traficantes”.

Segundo o relatório da “Insightcrime”, as apreensões de cocaína correspondem apenas a 10 a 20% do total da droga que circula no país. A elevada quantidade de droga apreendida este ano fica, no entanto, muito áquem das 36 toneladas apreendidas em 2006.

Os analistas do think thank destacam também que "de uma perspetiva empresarial, o tráfico de cocaína para a Europa é muito mais atrativo do que para os EUA". "Os preços são significativamente mais altos, e os riscos de interdição, extradição e apreensão de bens são significativamente menores. Um quilo de cocaína nos Estados Unidos vale cerca de 28 mil euros. Esse mesmo quilo vale na Europa cerca de 40 mil, em média, mas pode chegar aos 80 mil noutros países europeus".

Esse facto leva, alerta a Europol, a um inevitável aumento de violência. De acordo com o relatório “Serious and Organized Crime Threat Assessment”, o tráfico de cocaína é “uma atividade criminosa chave para as redes criminosas e envolve um grande número de indivíduos". "Estas redes criminosas são altamente organizadas, hierarquizadas, estruturadas com papéis e níveis bem definidos em torno dos seus líderes”.

A situação é particularmente grave na Europa, onde os valores praticados são muito mais atrativos para os traficantes. “Algumas redes estão organizadas em várias células que operam em diferentes territórios. O florescente mercado da cocaína implicou um aumento no número de mortes, tiroteios, bombardeamentos, incêndios provocados, raptos, tortura e intimidação. A natureza da violência mudou: um número crescente de redes criminosas utiliza violência de uma forma mais ofensiva", destaca o relatório.

GUERRA NA UCRÂNIA: Governos ocidentais mantém apoio a Kyiv, mas população distancia-se

© Getty Images

Por LUSA  22/08/22 

Os países ocidentais deverão manter o seu apoio à Ucrânia contra a invasão russa, mas suas populações estão perder o interesse no conflito devido principalmente ao resultado das sanções à Rússia, disseram especialistas à agência Lusa.

"O Ocidente tem apoiado, e bem, a Ucrânia e penso que vai continuar a apoiá-la politicamente e militarmente", declarou Francisco Proença Garcia, professor do Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica.

"Os ucranianos estão a lutar e a defender os nossos valores e a identidade europeia. Isso é muito importante e devemos lembrar isso às nossas populações. Só resta saber se as nossas populações serão resilientes o suficiente para aguentar uma guerra prolongada", sublinhou Proença Garcia.

De acordo com o professor da Universidade Católica, "as nossas sociedades têm de se manter coesas e pensar que serão necessários sacrifícios. Custa-nos a todos, mas temos de fazê-los porque é a nossa liberdade, o nosso sistema democrático, nosso sistema de crenças e de vida que estão em causa".

"Com o problema das sanções [à Rússia], as nossas populações - nomeadamente em países mais pequenos, como é o caso de Portugal -- ao ver o preço da energia a subir, dizem: 'Ucrânia é tão longe'...", avaliou o professor da Universidade Católica.

"Ainda estamos a falar do conflito da Ucrânia nos noticiários, mas penso que o problema da guerra já não é prioridade para as populações, infelizmente", referiu Proença Garcia.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 12 milhões de pessoas de suas casas -- mais de seis milhões de deslocados internos e mais de seis milhões para os países vizinhos -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que está a responder com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções que atingem praticamente todos os setores, da banca à energia e ao desporto.

Madalena Resende, professora da professora da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, observa que, "apesar de no início estarem cautelosos com o perigo da escalada da tensão com a Rússia, os Estados Unidos têm vindo a aumentar a sua ajuda militar à Ucrânia, nomeadamente com os Himars [sistemas de lança-foguetes móveis], e agora estão a considerar também o fornecimento de aviões às forças aéreas ucranianas. Isto demonstra um apoio mais aberto dos Estados Unidos".

"A Europa está unida com os Estados Unidos, nomeadamente no âmbito da NATO, onde há um consenso muito grande dos países ocidentais em relação à guerra. No que toca a ajuda militar, tem sido menos aberto e menos bem-sucedida em relação aos Estados Unidos, apesar dos progressos por parte da Alemanha, que também já enviou mais ajuda militar", afirmou Madalena Resende.

A professora avaliou que "tem havido cautela e, por vezes, ambiguidade, mas no conjunto, penso que a aliança ocidental tem-se mantido forte na resistência à invasão russa na Ucrânia".

Segundo Madalena Resende, "este inverno vai ser particularmente complexo para os governos ocidentais, nomeadamente da Europa ocidental. Entretanto, penso que esta transição para terminar com a dependência do fornecimento do petróleo e gás russo está consolidada e não vai voltar atrás".

Pedro Ponte e Sousa, investigador do Instituto Português de Relações Internacionais (IPRI), disse à Lusa que se assiste "a uma inversão do 'investimento' dos diferentes atores na guerra".

"Se a opinião pública foi muito vocal e ativa nos primeiros meses, pressionando os governos a agir, o que vemos cada vez mais é o inverso. Ou seja, os governos a propor medidas de apoio à Ucrânia ou de sanção à Rússia, enquanto os europeus estão cada vez mais preocupados com os impactos económicos da guerra", adiantou.

"Veremos se os governos continuarão a agir minimizando as [alterações de] vontades dos eleitores, ou se mudarão de políticas", avaliou Ponte e Sousa, também professor de Relações Internacionais na Universidade Portucalense.

"A estratégia dos Estados Unidos passa pelo arrastar do conflito, tentando prejudicar a Rússia o mais possível (...). Para a opinião pública americana, a guerra já não existe, é um tema menor. Isso ajuda a um apoio militar bi-partidário (diríamos, apartidário) à Ucrânia, mas as consequências económicas da guerra são mais visíveis, e é provável que a questão da Rússia e da China entre nas próximas eleições norte-americanas", referiu Ponte e Sousa.

Para o professor da Universidade Portucalense, "a evolução da situação na Ucrânia e em Taiwan cada vez mais empurra a Rússia e a China para os braços uma da outra, e estas para o fortalecimento de relações económicas e políticas com o mundo não-ocidental".

"Isso levará a China a uma posição mais vocal, mas sem intervir. A China não deverá intervir nas tentativas de resolução do conflito a não ser que tal seja inevitável, que todos os outros atores tenham falhado", sublinhou ainda Ponte e Sousa.

"A guerra [na Ucrânia], para ser solucionada, vai ter que envolver sempre as grandes potências", referiu Proença e Garcia.

"A China, não sei se irá mediar, mais vai ter um papel importante, para já porque pertence ao Conselho de Segurança da ONU, e porque não lhe interessa a guerra, visto que afeta significativamente os mercados mundiais. E também está a ser uma lição aprendida, em como reagir se acontecer uma coisa semelhante em Taiwan", acrescentou o professor da Universidade Católica.

METEOROLOGIA: Pelo menos 50 mortos devido às chuvas fortes na Índia... Registados momentos em que as chuvas provocaram inundações e deslizamentos de terras.

© Reprodução redes sociais

Notícias ao Minuto  22/08/22  

Contabilizam-se já, pelo menos, 50 mortes provocadas pelas inundações e deslizamentos de terras consequentes das chuvas fortes no norte e leste da Índia que decorrem há já três dias.

Também o número de desparecidos tem vindo a aumentar, após centenas de aldeias terem sido afetadas e casas ficarem destruídas. As equipas de salvamento tiveram que retirar os moradores de locais perigosos, relata a Reuters.

No estado montanhoso de Uttarakhand, um comunicado oficial do governo disse que quatro pessoas estavam mortas e cerca de 13 estão desaparecidas. 

O boletim meteorológico federal da Índia previu uma quantidade média de chuva em agosto e setembro, o que seria favorável para as colheitas neste país que representa a terceira maior economia da Ásia e depende da agricultura para impulsionar o crescimento e gerar empregos.

Estas catástrofes naturais são comuns no norte dos Himalaias durante a época das monções, de junho a setembro, fenómeno que está a tornar-se mais frequente devido ao aquecimento global.

De recordar que, em 2021, as cheias repentinas na Índia mataram quase 200 pessoas.

Fala África: Empreendedores criam plataforma digital Tabanka TV para motivar outros jovens africanos

 Por voaportugues.com  22/08/22

domingo, 21 de agosto de 2022

Secção de Suzana: POPULARES DE DJOBEL ABANDONADOS SEM “SALVA VIDAS” PARA SE PROTEGEREM DAS INUNDAÇÕES

Por: Assana Sambú JORNAL ODEMOCRATA  21/08/2022  

[REPORTAGEM_agosto_2022] As cerca de trezentas pessoas residentes na pequena ilha de Djobel correm sérios riscos de serem engolidas pela água que a cada dia que passa reduz pedaços de terra daquela ilha, e mostram-se apreensivas e com medo de serem um dia “aniquiladas” por causa do conflito de posse da terra que as opõe aos populares da aldeia de Arame que, de acordo com os relatos dos habitantes de Djobel, terão recusado ceder-lhes o espaço definido pelo governo para o reassentamento, alegando  que o terreno lhes pertence.

Djobel é uma pequena ilha banhada pelo rio Cacheu e que faz parte da grande secção de Suzana, Setor de São Domingos no norte da Guiné-Bissau, com uma população estimada em 257 pessoas, de acordo com os dados avançados por agentes da saúde comunitária da aldeia.

A ilha está localizada entre as aldeias de Elia, uma tabanca que consideram aliada, onde compram alguns produtos de primeira necessidade e da aldeia de Arame. Aliás, Arame é a aldeia mais próxima da pequena ilha em termos de distância, mas há vários anos que as duas localidades não se entendem, o que causa medo à população de Djobel ao ponto de não se atreverem a desembarcar no porto improvisado daquela tabanca. 

PEQUENA ILHA DISPÕE DE DEZOITO “MORANÇAS” E CERCA DE CINQUENTA CASAS

A ilha é constituída por dezoito “moranças – famílias”, que totalizam cerca de cinquenta palhotas construídas de arquitetura tradicional, na sua maioria, com moradias de quatro quartos. A aldeia é também dividida em dois bairros, designadamente: Burré e Canhé, este último tem maior número de casas. O bairro de Burré alberga a pequena escola do ensino básico, o cemitério e o campo de futebol, dado que é a zona com mais espaço de terra, e neste período das chuvas é inundado pela água do mar.

A produção do arroz na bolanha e outras atividades agrícolas são feitas no bairro de Burré, inclusive algumas famílias saem de Elia e de outras tabancas para cultivar o arroz naquele bairro, devido à qualidade do solo. A ilha não dispõe de nenhum pomar de cajú, devido à falta de terra para a sua plantação. Por isso, optam pela atividade da pesca e da lavoura do arroz.  

A aldeia tem uma pequena escola do ensino básico construída pela comunidade, que ministra do 1º ao 4º ano e tem duas salas de aulas, com uma lotação de 40 crianças cada. As crianças que concluem o 4º ano, se pretendem prosseguir os estudos são obrigadas a inscreverem-se nas escolas da Elia, que tem o ensino secundário.  

A escola conta apenas com um professor que trabalha a título de “semi-voluntariado”, dado que os alunos pagam a inscrição no valor de 250 francos CFA e a mensalidade é de mil francos CFA para todos os níveis. O jovem professor é natural da ilha, fez os estudos em Bissau e concluiu o 12º ano de escolaridade e por não ter tido oportunidade de fazer uma formação superior voltou para a sua aldeia e dedicou-se a ensinar as crianças, como também a apoiar a sua família na luta pela sobrevivência diária. 

Os alunos residentes no bairro de Canhé e o professor são obrigados a usar uma pequena canoa a remos para chegar à escola. Aliás, a movimentação na ilha, de apenas uma “morança”, para outra é feita frequentemente, sobretudo em períodos da maré cheia, de pirogas, porque cada família tem a sua para as deslocações.

As mulheres e crianças todas sabem andar de piroga, único meio de deslocação na ilha e para viajar fora dela. A nossa reportagem constatou no rio, ao longo da viagem para a ilha, crianças em pequenas pirogas a pescar e mulheres a remar na travessia entre as duas aldeias, Elia e Djobel.

A maior dificuldade da aldeia tem  a ver com a disponibilidade da água potável. Para conseguir este líquido essencial à vida, algumas mulheres remam até Elia. Na época das chuvas, a situação melhora porque aproveitam a água das chuvas, que procuram conservar em tambores, no máximo, até a época da seca.

A aldeia chegou a beneficiar de um projeto da Cruz Vermelha Internacional que construiu um reservatório que permitia conservar uma quantidade limitada de água para a época da seca, mas o reservatório não resistiu à pressão da água salgada e acabou por se estragar e algumas famílias aproveitaram o remanescente da obra, transformando-o em casa de banho improvisada ou em banheiro apenas para tomar banho, enquanto a defecação faz-se nas margens do rio.

ANCIÃO: “PREFERIMOS SER ENGOLIDOS PELA ÁGUA A SERMOS ANIQUILADOS COM CATANAS”

“Nasci nesta aldeia bem como os meus filhos e netos. Antigamente, a situação era melhor e não havia problemas de inundação. Vivíamos da pesca e da lavoura, porque tínhamos espaço para lavrar. Produzíamos arroz nas bolanhas de Burré e conseguíamos a quantidade de arroz necessária para o nosso sustento, mas hoje a situação é totalmente diferente e estamos a viver aqui com muito medo de sermos engolidos pela água”, explicou um ancião residente do bairro de Canhé, de aparentemente 80 anos de idade, durante uma conversa mantida num dos portos daquele bairro, à nossa chegada à ilha, com tradução dos agentes da saúde comunitária da aldeia.    

Ampom – homem grande em felupe, como estava a ser chamado pelos jovens que nos acompanhavam, disse desconhecer a sua verdadeira idade, mas assegurou que testemunhou vários eventos no período da administração colonial naquela zona e que na altura era um homem valente.

Enfatizou que estavam “muito bem”, sem problemas de inundação mas, nos últimos anos, ou melhor, no início da década 2000 começaram a registar a inundação que levou muitas famílias a perderem as suas casas, inclusive algumas famílias tiveram que abandonar a ilha e mudar para outras localidades.

“Estamos cansados e já não temos forças para fazer mais nada! Deixaram-nos para morrermos aqui e vamos morrer todos, porque seremos engolidos pela água a qualquer dia. Disseram-me que o Estado nos concedeu um espaço na estrada principal entre a Elia e Arame, para o nosso reassentamento, mas as populações da Arame não nos permitem trabalhar naquele espaço. Aliás, que nos pertence desde o período colonial. Tudo está nas mãos do Estado que pode decidir sobre este assunto”, disse o ancião com voz trémula, afirmando que não estão em condições de enfrentar os populares da Arame, por isso “preferimos sermos engolidos pela água a sermos aniquilados com catanas por causa da posse de terra”. 

António Djifan, morador de bairro de Canhé e um dos agentes da saúde comunitária, explicou que o espaço que o governo lhes concedeu pertencia aos seus avôs desde o período colonial.

“O espaço foi concedido aos nossos avôs pela administração colonial. Antigamente, a administração colonial cedia uma porção de terra a uns quilómetros na estrada principal para cada aldeia ocupar-se da limpeza daquele espaço. A população desta zona é testemunha que o espaço pertence-nos e é por isso que o Estado foi orientado para nos ceder aquele espaço. Não compreendemos o porque é que a população da Arame não quer que ocupemos aquele lugar”, salientou.

Afirmou que, atualmente, os populares de Arame plantaram pomares de cajú em algumas zonas naquele terreno, por isso estão a reivindicar o espaço, mas toda a gente sabe que o espaço pertence aos populares de Djobel.

“Os régulos de todas as aldeias da secção de Suzana reuniram-se e concluíram que devemos ocupar aquele espaço que nos pertence, mas os populares da Arame continuaram a reivindicar o lugar, desafiando o poder tradicional e o próprio Estado, aliás, o Estado mostrou-nos que não tem capacidade para dirimir essa situação, razão pela qual até hoje não podemos ocupar aquele lugar”, assegurou.

Explicou, neste particular, que os régulos daquela zona decidiram amaldiçoar (mandji) o espaço, impedindo assim que os habitantes da Arame ou de Elia reivindiquem ou que se apropriem do espaço, deixando o terreno exclusivamente para os populares de Djobel, “mesmo assim não temos coragem de voltar, porque estamos com medo de sermos atacados pelos populares da Arame”.

ISABEL: “MINHA FILHA FALECEU NOS MEUS BRAÇOS NA BERMA DA ESTRADA À ESPERA DE TRANSPORTE”

Isabel Nango, a mulher do Comité da aldeia de Djobel, encontrada pela equipa de reportagem na sua casa e uma das poucas que ficaram em casa naquele dia, dado que a maioria estava na feira popular que se realizava em Elia. As mulheres daquela pequena ilha aproveitam os dias da feira popular da Elia para vender o pescado e alguns produtos haliêuticos, como também para a compra de produtos alimentares e alguns materiais para os seus lares.

A nossa equipa encontrou Isabel Nango a fazer trabalhos domésticos e a preparar o almoço com a sua filha de dez anos e a cuidar de uma anciã doente.

Explicou que atualmente a aldeia está em perigo, fortemente ameaçada e vulnerável à inundação, porque não têm espaços (terras) suficientes para trabalhar. Por isso, a maior atividade de rendimento económico é a pesca e de resto, todo o trabalho da lavoura é feito noutro bairro. 

“Estamos a viver muito mal e totalmente isolados da terra. Se tivermos doentes é um grande dilema para evacuá-los ou chegar ao centro de saúde. Levamos as nossas crianças doentes para Suzana para tratamento ou consultas. Atravessamos o rio em pirogas, mesmo à noite ou de madrugada temos que atravessar o rio, por um dos portos de Elia e depois caminhamos a pé até à paragem, numa distância de quase quatro quilómetros, para embarcar num transporte público, que sai de São Domingos ou alugamos uma motorizada. É um sofrimento enorme que estamos a enfrentar”, afirmou.  

“Devido a recorrentes conflitos que se registaram na zona entre Arame e Djobel sobre a posse da terra, não temos a coragem de atravessar os portos daquela aldeia, por medo de sermos agredidas ou mortos. Por isso, desembarcamos sempre nos portos de Elia que, apesar da distância, é mais seguro” contou, acrescentando que a sua filha doente faleceu, porque não conseguiu um transporte para chegar a tempo ao centro de saúde. 

“A minha filha estava doente e saímos daqui à noite, atravessamos o rio para Arame, porque, na altura, entendíamo-nos bem. A criança não resistiu à doença e acabou por falecer nos meus braços na berma da estrada, onde estávamos sentados no chão à espera de transporte público para ir ao centro de saúde de Suzana”, lamentou.

Questionada sobre a situação das grávidas em trabalho de parto, respondeu que normalmente conseguem ter partos normais em maioria dos casos. Acrescentou que quando há uma grávida com dificuldades de dar à luz, ela é evacuada de urgência, de piroga para Elia, onde são transportadas de motorizadas para o centro de saúde de Suzana.

“Mas geralmente as mulheres conseguem ter parto normal sem necessidade de serem evacuadas. Aqui temos uma casa onde as mulheres dão à luz com a assistência de anciãs com experiência em assistência a grávidas em parto”, referiu.

Explicou ainda que, por causa dos níveis de água que sobem a cada dia, são obrigadas a deixar as crianças em casas fechadas, quando falta um adulto em casa para cuidar delas.

“Somos obrigadas a fechar as crianças dentro de casas e trancar as portas, se não tivermos alguém que possa cuidar delas. Os nossos animais, por exemplo, galinhas e patos, são deixados em gaiolas. Construímos uma espécie de gaiolas, usando mosquiteiros velhos para proteger as galinhas e os patos, para que não possam ser levados pela corrente de água”, referiu.

COMITÉ DA ALDEIA: “AMARRAMOS DEFUNTOS COM PAUS PARA QUE NÃO SEJAM ARRASTADOS PELA ÁGUA”

O Comité de tabanca de Djobel e que ocupa igualmente a função de agente de saúde comunitária naquela aldeia, Baciro Nango, explicou à nossa equipa de reportagem que atualmente, a aldeia enfrenta inundações jamais vistas, por isso é urgente encontrar um lugar para viverem e evitar a calamidade que poderá ocorrer a qualquer dia.

Assegurou que na época da chuva, deparam-se com problemas de subida dos níveis da água do mar que estraga as bolanhas e inunda algumas casas.

“A nossa situação é bastante triste. O nosso cemitério é muito pequeno e cova-se um pouco e sai na água. Por isso, ao enterarmos defunto, somos obrigados a amarrá-lo num pau colocado na cova para que não seja arrastado pela água, sobretudo quando é maré alta”, enfatizou.

“Neste momento chove muito, a água sobe e entra nas nossas casas. É por isso que todos os dias somos obrigados a construir diques e reconstruir outros estragados pela água. Não sabemos o que poderá acontecer connosco nesta ilha na próxima maré alta. Eu continuo a afirmar que é urgente sairmos daqui o quanto antes”, enfatizou, responsabilizando o governo guineense por tudo o que vier a acontecer com eles, “porque o Estado não teve coragem de enfrentar as pessoas de Arame, a fim de nos permitir ocupar o espaço que nos foi cedido”.

“Podem imaginar que estávamos a trabalhar na construção das nossas casas no terreno, quando os habitantes de Arame invadiram o local à noite e incendiaram as casas, e partiram os blocos dados pelo governo”, revelou. 

Relativamente à situação da disputa do terreno com a Arame, Nango disse que a decisão de atribuir o espaço à sua aldeia foi tomada numa reunião em São Domingos entre os membros do governo, administrador do setor e representantes da sua aldeia, de Arame e de Elia em 2019.

“No final daquela reunião foi produzido um documento, no qual decidiu-se que Djobel ocuparia o espaço em causa, de quatro quilómetros quadrados, mas como os habitantes de Arame já tinham plantado árvores de fruta naquele lugar, Djobel ficaria com o dois quilómetros quadrados. Decidiu-se igualmente que todos os pomares de cajú e outras plantas que estavam na área de dois quilómetros cedido a Djobel deveriam ser derrubados. Na altura não houve nenhuma objeção de nenhuma das partes à decisão” contou, para de seguida avançar que depois da decisão, mobilizaram toda aldeia e jovens das tabancas vizinhas para limpar o espaço de acordo com as orientações do governo.

“Na medição do espaço não foi cumprida a decisão acordada no encontro de São Domingos. O responsável de tudo isso foi antigo administrador do setor, Domingos Nanco (Dó), que chamou os responsáveis de Arame para fazer a medição, foi dali que decidiram conceder-nos o espaço que está em causa” referiu, criticando a medição feita que supostamente não obedeceu à recomendação do São Domingos, bem como o terreno não corresponde aos dois quilómetros decididos.

Solicitado a pronunciar-se sobre a decisão dos régulos da secção de Suzana de proibir as aldeias de Arame e Elia de reivindicar o referido espaço, Baciro Nango disse que ficaram satisfeitos com a decisão dos régulos.

“Os régulos chamaram-nos para ficar naquele terreno depois de concluírem toda a cerimónia de “mandjidura” e que o espaço doravante passaria a pertencer-nos. Pediram a Arame que nos deixasse ocupar o espaço em paz e que não houvesse retaliação, mas os populares de Arame não concordaram com os régulos e afirmaram que ninguém roubar-lhes-ia os seus terrenos” recordou, afirmando que não podem voltar àquele terreno para trabalhar para não se envolverem em conflito com Arame que continua a reivindicar o espaço.

COMITÉ DE ARAME: “ESPAÇO CONCEDIDO AOS POPULARES DE DJOBEL É NOSSO”

O Comité da aldeia da Arame, Moimo Sanhá, explicou numa conversa telefónica, que a antiga ministra da Administração Territorial, Ester Fernandes, foi quem concedeu aquele terreno aos populares de Djobel em 2019, porque se chegou à conclusão que deviam sair da ilha que sofre ameaças de inundação.

“Foi no mês de fevereiro de 2019 que o governo decidiu conceder o nosso terreno aos populares de Djobel. Na verdade, concordámos com a decisão na altura, até porque eu, em particular, presenciei ao ato da medição do terreno. O espaço total concedido aos populares de Djobel é de quatro quilómetros quadrados. Concordamos todos que era muito pequeno e devia ser estendido para a zona de Elia, mas estes recusaram na altura”, recordou.

Questionado porque recusaram permitir aos populares de Djobel ocupar o espaço, uma vez que já tinham concordado, respondeu que os populares de Djobel não se limitaram apenas a limpar o espaço, mas foram para além do limite e derrubaram os pomares de cajú das pessoas com o propósito de aproveitar mais espaço.

“A primeira coisa que Djobel fez, foi recusar chamar a nossa parte para decidirmos em conjunto a delimitação do espaço, porque nós conhecemos muito bem aquela zona. Eles foram buscar as pessoas da Elia para os ajudar a derrubar árvores e os nossos pomares. É por isso que reagimos, impedindo-lhes de ocupar o espaço. Estavam a causar prejuízos à população da Arame e em reação a essa atitude, as partes envolveram-se em conflito, portanto foi isso que causou este problema”, contou.

Assegurou que foram derrubadas naquele período nove pomares de caju para aproveitar o espaço e deixar-lhes em dificuldades.

“Pode imaginar 250 homens com catanas e manchados a derrubar pomares de cajú durante dois dias. Fizeram um enorme estrago às populações de Arame, aliás naquela altura, o ministro do Interior, Edmundo Mendes, visitou a nossa aldeia para se inteirar da situação e sobretudo dos pomares cortados”, lembrou. 

Sobre as informações recolhidas em como o espaço em causa teria pertencido aos populares de Djobel desde o período colonial, Sanhá confirmou que no período colonial as populações de Djobel é que limpavam aquele espaço, mas garante que o local na verdade pertence à Arame e não Djobel.

“O antigo ministro da Administração Territorial e do Poder Local, Fernando Dias, tinha promovido um encontro entre os régulos de Arame e Djobel para uma negociação, mas o régulo de Djobel recusou participar no encontro. Nós mesmos convidamos o comité e anciões de Djobel para um encontro a fim de encontrarmos soluções para esta situação, mas recusaram. Eles recusaram sentar connosco, porque foram monopolizados por Elia, porque temos um diferendo na justiça com Elia”, contou.

“A população de Djobel são nossos irmãos e convidámo-los para virem povoar connosco, mas recusaram. Dissemos-lhe que cada pessoa vai identificar a sua família em Arame e este vai conceder-lhe um espaço para construir a sua casa, mas infelizmente essa iniciativa não surtiu efeito. Djobel está a ser monopolizado pelos habitantes da Elia e infelizmente não sabemos com que motivo” lamentou o Comité de Arame.

Foto: A.S 

Setor de Prábis: MULHERES CAMPONESAS PEDEM ESPAÇO À ADMINISTRAÇÃO LOCAL PARA A HORTICULTURA

 JORNAL ODEMOCRATA  21/08/2022  

[REPORTAGEM_agosto_2022] Mais de trezentas camponesas agrupadas numa organização denominada na língua pepel “N’daté”, no setor de Prábis, região de Biombo, norte da Guiné-Bissau, pediram à administração do setor que lhes conceda um espaço para o cultivo de produtos hortícolas, dado que o espaço que utilizam neste momento é propriedade privada e que o proprietário poderá querer recuperar o seu terreno a qualquer momento.

N’daté é a Associação de Mulheres Horticultoras do setor de Prábis que agrupa diferentes cooperativas de mulheres que se estima em mais de 300 pessoas que exercem atividades agrícolas naquela zona. O campo da associação situa-se a seis quilómetros da entrada na estrada principal de Prábis. A maioria das camponesas reside na cidade do setor e nas aldeias vizinhas da cidade, pelo que são obrigadas a alugar motorizadas todos os dias pelo valor de 1500 Francos CFA.

PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO PREOCUPADA COM FALTA DE MERCADO PARA VENDER PEPINOS

A presidente da Associação de Mulheres Horticultoras, Filomena Cá, explicou, na entrevista ao semanário O Democrata, que a maior dificuldade da associação das camponesas prende-se com a falta do espaço para o cultivo, sobretudo um terreno que a organização poderá vedar com arame para impedir que animais estraguem os produtos cultivados.

Informou que a associação trabalha em cooperativas através da qual recebem alguns apoios de Organizações Não Governamentais, como sementes e outros materiais, arames, catanas, regadores e outros utensílios para o trabalho de campo. 

A responsável da associação lamenta as dificuldades enfrentadas pelas horticultoras. Segundo a sua explicação, são obrigadas a pagar um certo valor em dinheiro para limpar o campo e para a vedação do mesmo com arame. 

“Para conseguirmos trabalhar neste campo, foi preciso pagar a alguém que aceitou cortar paus e palhas, depois vedou o espaço. Nem todas as pessoas têm disponibilidade por isso são elas mesmas que cortam os paus e vedam o campo, às vezes solicitam apoios de familiares”, contou.

Explicou que a iniciativa de organizarem-se em Associação que defenda os seus interesses surgiu quando perceberam que tornara-se difícil conseguirem sozinhas, mesmo com a ajuda dos maridos ou familiares trabalhar no campo, por isso criaram a associação para pedir ajuda às organizações não-governamentais.

“Estamos a trabalhar neste campo com o propósito de contribuir para a sobrevivência das nossas famílias na educação dos nossos filhos para que se possam formar-se e serem quadros que possam servir o país e ajudar a própria família”, enfatizou.

Solicitado a pronunciar-se sobre os apoios recebidos das organizações e de que tipo são, respondeu que a sua organização já recebeu o apoio da Associação das Mulheres de Atividade Económica (AMAE) que ajudou a associação com materiais de trabalho e arames para a vedação do campo. 

“A Associação conta com mais de 300 membros inscritos que trabalham no campo e cultivam pepino e outros produtos hortícolas. Cultivamos muitos pepinos e outros produtos hortícolas para que possamos vender muito e pagar as contribuições na associação, comprar materiais e sementes agrícolas para o ano seguinte, dado que produzimos apenas no período da chuva, porque na época da seca cada qual trabalha na sua casa, onde faz um pequeno campo de tomates, pimentas, quiabos e badjiki“, assegurou.

Explicou ainda que devido ao espaço insuficiente, cada associada trabalha apenas no seu campo e não para a associação. A falta de espaço também leva algumas mulheres da associação a trabalhar em campos emprestados nas aldeias de Suro e Quicete. 

Cá revelou que são obrigadas a pagar dez mil francos cfa por ano ao proprietário do espaço, de formas a poderem trabalhar naquele terreno. Por isso, aproveitou a entrevista para implorar ao governo que ordene à administração do setor de Prábis no sentido de conceder-lhes um espaço para poderem trabalhar. 

Questionada se recebem alguma ajuda da administração local, Cá respondeu que até aquele momento não receberam nenhuma ajuda da administração do setor “nem sequer recebemos uma visita de administração no campo, que talvez mostrasse que se preocupa e acompanha o nosso trabalho”.

Lembrou neste particular que a associação chegou mesmo a solicitar à administração que a concedesse um espaço para trabalharem, mas lamenta o facto de até ao momento da entrevista não terem recebido resposta da administração.

Sobre o mercado para a venda dos seus produtos, informou que levam-nos diretamente para os mercados de Caracol e Bandim, onde geralmente têm clientes que os aguardam. Contudo, lamenta que não tenham a forma como conservar os produtos e que muitas vezes acabam por estragar-se, quando não conseguem vendê-los.

“Quando levamos os nossos produtos em grande quantidade, às vezes não vendemos tudo acabam por se estragarem porque não temos onde conservá-los nem temos quem possa tomá-los todos para depois pagar. São pepinos e legumes e muitas vezes não aguentam a forma como os conservamos e acabam por se estragar” contou para de seguida lamentar os “sacrifícios” das mulheres que trabalham duramente no campo e depois verem os seus produtos a estragarem-se sem que tenham conseguido ganhar algum dinheiro.

“A Associação não pode assumir grandes encargos, porque não tem campo de cultivo próprio através do qual associados pudessem trabalhar e pagar algum fundo à organização. É por isso que cada associado trabalha por conta própria e no final de cada mês paga uma quota de 250 f.cfa à associação”, referiu.   

No concernente a formação na área de produção hortícola, afirmou que a sua organização já beneficiou de uma formação ministrada por uma organização cujo nome não lembra, contudo diz que as mulheres foram formadas sobre a forma de preparar os fertilizantes e o terreno para cultivar e o método usado para a plantação de produtos hortícolas. 

Lamentou, por um lado, os prejuízos sofridos por causa de animais que invadem o campo e estragam os produtos, porque o campo não está bem vedado com arames. Acrescentou que já apresentaram uma queixa junto ao régulo local e pedindo que ordenasse as populações a amarrar os seus animais neste período para não estragar os produtos hortícolas, tendo assegurado que a resposta que recebem do régulo é que os animais precisam circular livremente nas suas aldeias. 

Assegurou que, com o dinheiro obtido na venda de seus produtos, algumas mulheres conseguiram mandar os seus filhos estudar no exterior e outros por conta própria, enviando mensalmente, soma grande do dinheiro para pagar despesas e os estudos.

Indagado sobre a quantidade de pepinos produzidos, Filomena Cá não especificou o número em termos de quantidade, de toneladas ou quilos, mas afirmou que algumas mulheres conseguem, nos seus campos, até cinco bacias de pepinos que tiram uma só vez para vender em Bissau.  

“Pedimos as organizações não-governamentais, particularmente ao governo que nos apoiem, que nos prestem atenção e nos ajudem a melhorar a nossa atividade, de forma a nos adotar de maior capacidade para podermos produzir e abastecer o mercado nacional com produtos hortícolas, e assim diminuir as nossas dificuldades”, disse. 

Por: Carolina Djemé

Fotos: Marcelo Naritche               

FORÇAS ARMADAS: FA acompanham navios de guerra russos na passagem por mar português

© Lusa

Por LUSA  21/08/22

As Forças Armadas vão acompanhar dois navios de guerra russos no mar português, com destino ao Mediterrâneo, nos próximos dias, informou hoje o EMGFA, assinalando que se trata de "um procedimento normal".

Em comunicado, o Estado-Maior-General das Forças Armadas (EMGFA) indica que, a partir da madrugada de segunda-feira e durante os dois dias seguintes, meios das Forças Armadas portuguesas vão acompanhar uma Força Naval da Federação Russa enquanto estiver a passar pela Zona Económica Exclusiva (ZEE) portuguesa.

"Este é um procedimento normal, sempre que navios de guerra de países que não pertencem à NATO navegam dentro da ZEE portuguesa", salienta o texto.

Os dois navios de guerra russos irão transitar de norte para sul, vindos da Biscaia, em Espanha, e em direção ao mar Mediterrâneo, refere o comunicado, acrescentando que o acompanhamento será feito enquanto os navios estiverem dentro da ZEE portuguesa.

“Adoro que me bate De fato, bater é meu remédio. Se Meu Namorado não me bater um dia, ficarei tão nervoso durante todo o dia. – senhora nigeriana

@AYOMIDE SAMUEL  9News Nigeria

Uma senhora nigeriana que atende pelo nome, Lopex Morrissa divulgou no Facebook que gosta de ser batido pelo seu namorado.

Que se o namorado não bater nela um dia, ela fica nervosa.

Ela chama o espancamento do seu namorado de “Love Beating” e isso tornou o seu relacionamento mais forte com ele. Aqui está o que Lopex Morrissa compartilhou no Facebook que deixou a Comunidade Online da Nigéria atordoada e chocada além de qualquer coisa!

“Eu amo que me bate, de fato, bater é meu remédio, se meu namorado não me bater um dia, ficarei tão nervosa ao longo desse dia” Ela passou a lançar mais luz sobre seu “Love Beating”.

Aqui está sua declaração exata no Facebook.

“Adoro que me bate De fato, bater é meu remédio. Se Meu Namorado não me bater um dia, ficarei tão nervoso durante todo o dia. Bater um dia faz o relacionamento crescer mais forte. Chamamos isso de surra de amor Antes de vir aqui falando besteira, é a sua surra?”

REGRESSO A BISSAU: General Umaro Sissoco Embalo regressa à Bissau no falcon da força aerea portuguesa.

@ Gaitu Baldé 

Em atualização...

ANALISTAS - Ucrânia: Seis meses após invasão russa guerra de atrito sem fim à vista

© Reuters

Por LUSA  21/08/22 

Seis meses depois da invasão russa, o conflito na Ucrânia tornou-se numa guerra de atrito, com avanços e recuos dos dois lados, e sem fim à vista, antecipam especialistas ouvidos pela Lusa.

"Nós temos guerra [na Ucrânia] desde 2014, após a anexação da Crimeia e os conflitos no Donbass [leste]. Quando esta nova fase da guerra começou em 24 de fevereiro, inicialmente todos pensaram que, face ao poderio bélico russo, houvesse uma conquista rápida do território", declarou Francisco Proença Garcia, professor do Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica.

Segundo Proença Garcia, "este pensamento esfumou-se rapidamente devido a brava e corajosa resistência dos ucranianos e veio mostrar-nos que a guerra iria ser prolongada".

"Será uma guerra prolongada porque não temos solução à vista. O Presidente ucraniano não quer ceder território, e está no seu direito, e os russos não querem entregar os territórios conquistados em qualquer tipo de negociação", avaliou Proença Garcia.

"A guerra de atrição é isso mesmo, hoje ganha-se 'x' quilómetros quadrados e amanhã perde-se, isso é a guerra de atrição, é o atrito, naquilo que é a guerra tradicional de conquista e cedência de território", adiantou.

Para Madalena Resende, professora da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, "a previsão mais realista é que esta guerra se mantenha com as características que vemos até agora, como uma guerra de atrito, com a continuação de ganhos e perdas dos dois lados nos cenários oriental e sul".

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 12 milhões de pessoas de suas casas -- mais de seis milhões de deslocados internos e mais de seis milhões para os países vizinhos -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que está a responder com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções que atingem praticamente todos os setores, da banca à energia e ao desporto.

O investigador Pedro Ponte e Sousa, do Instituto Português de Relações Internacionais (IPRI), pensa que "o conflito tende cada vez mais para o longo prazo, eventualmente não apenas numa escala de meses, mas até de anos, ainda que seja sempre impossível uma previsão".

"Pelo menos, assim será enquanto ambas as partes entendam ser possíveis avanços - territoriais para a Ucrânia, ou o reconhecimento dos avanços territoriais já obtidos para a Rússia -, que as vantagens que a guerra possa trazer sejam maiores do que o seu fim", referiu Ponte e Sousa, também professor de Relações Internacionais na Universidade Portucalense.

Para Proença Garcia, "há um outro indicativo muito claro de nos diz que esta guerra vai ser prolongada, nomeadamente quando em 25 de abril o secretário da Defesa norte-americano [Lloyd Austin] declara que o grande objetivo é desgastar a Rússia".

"Isto empurra-nos logo para um longo processo de desgaste financeiro, desgaste de equipamentos da Rússia e afastá-la um bocado da ordem mundial", disse à Lusa.

"O (ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei) Lavrov disse, talvez há um mês, que já não querem só o Donbass, querem ir mais além, demonstrando que a guerra não vai parar. É o que estamos a assistir, a guerra está para durar, infelizmente para todos nós", referiu ainda o professor da Universidade Católica.

"Estamos agora, talvez, numa pausa operacional. Os ucranianos estão a ser muito fortalecidos pelo Ocidente, e bem, como mísseis, com aviões, com artilharia e isso está a permitir bater os alvos russos a maior distância, a atacar as suas bases na retaguarda, fazer contra-ofensivas. Entretanto, depois de perder território, reconquistá-lo é sempre mais difícil", sublinhou Proença Garcia.

"Normalmente, para conquistar um território é preciso uma capacidade operacional, um potencial relativo de combate, que é o termo correto, de três para um. Se a Ucrânia já perdeu território, para o reconquistar vai precisar de muito mais forças", referiu o professor da Universidade Católica.

Ponte e Sousa sublinha que este é um conflito cada vez mais arriscado, pela ação de atores externos como os Estados Unidos e potências ocidentais e pelas suas possíveis consequências mais globais, nomeadamente a aceleração de outros conflitos, como Taiwan, e do confronto entre grandes potências.

Segundo o professor da Universidade Portucalense, o risco ocorre também "pela manobra no terreno" onde, por exemplo, há a questão que "envolve a situação da central nuclear de Zaporijia, e os ataques ucranianos às forças russas aí presentes, ou o crescente uso de formas assimétricas de guerra, como se tem visto na Crimeia".

A ONU confirmou que 5.514 civis morreram e 7.698 ficaram feridos na guerra, sublinhando que os números reais serão muito superiores e só poderão ser conhecidos quando houver acesso a zonas cercadas ou sob intensos combates.

Também segundo as Nações Unidas, cerca de 16 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.


Botche Candé está em Lisboa para uma visita de alguns dias com vista a implementar estruturas politicas do Partido dos Trabalhadores Guineenses_PTG em Portugal.


Qual é a arma mais horrível já produzida?

Por Ericles Lima pt.quora.com 

O Projeto Plutão foi um programa secreto dos Estados Unidos, que construiu a arma mais destrutiva já criada.

Durante este programa foi feita uma tentativa de fazer um míssil alimentado pelo calor de um reator nuclear.

O programa começou em 1957 e a arma foi chamada SLAM.

Graças ao calor da reação atômica, o míssil poderia ser impulsionado com um ramjet a velocidades de 3.000 km/h.

Não foi possível interceptar um míssil a essas velocidades.

Apenas o ruído produzido seria letal e chegaria a 162 dB.

Além disso, não possuía blindagem para o reator nuclear, o que teria como consequência a contaminação com alta radiação gama e nêutrons por toda a extensão que o míssil sobrevoou.

Poderia carregar 16 bombas de hidrogênio, cada uma com um poder de destruição de um Megaton!

Isso é o equivalente a 16 milhões de toneladas de TNT.

Quando a arma tivesse descarregado as bombas de hidrogênio, estava programada para sobrevoar a União Soviética por várias semanas e contaminar grandes partes do país.

Graças ao seu reator com 60kg de urânio, tinha autonomia de várias semanas.

Esta é uma foto do protótipo do reator nuclear chamado Tory II para o míssil SLAM.

O reator teve que suportar 1600°C e produziu uma potência de 513MW e uma força de 156kN.

Embora o projeto Plutão tenha construído com sucesso um motor nuclear funcional, o programa foi cancelado.

O Ministério das Relações Exteriores dos EUA considerou essa arma muito provocativa e, portanto, esse projeto terminou em 1964.


@SLAM: The craziest missile of all time

sábado, 20 de agosto de 2022

"O ódio dos homens falou mais forte. Arrancaram-te dos meus braços"... Filhos mais velhos de José Eduardo dos Santos reagiram ao envio do corpo do pai para Luanda.

© Reuters

Notícias ao Minuto  20/08/22 

Após ter sido anunciado pelo governo angolano, este sábado, que o corpo de José Eduardo dos Santos, está a caminho de Luanda, as filhas do ex-presidente de Angola manifestaram o seu descontentamento perante a decisão nas redes sociais.

Tchizé dos Santos que apresentou, na quinta-feira, recurso da decisão judicial que optou por entregar o corpo do pai à ex-mulher, escreveu no Instagram: "No dia 24 todos os angolanos vão votar no Adalberto da Costa Júnior para que esta gente seja posta no seu devido lugar pela justiça angolana e internacional e para que JES [José Eduardo dos Santos] possa de facto ter uma homenagem de estado com a participação de toda a sua família, como os angolanos de bem merecemos e queremos".

"Até lá vamos assistir ao 'teatro fúnebre-eleitoral' que as 'feiticeiras' e o 'bruxo' estão a preparar usando o corpo de JES de forma hedionda e repugnante", acrescentou a filha do antigo líder histórico do MPLA ao partilhar um vídeo em que escreveu que "Ana Paula acaba de tornar-se a mulher mais odiada de Angola".

Também Isabel dos Santos demonstrou a sua tristeza e indignação perante a entrega do corpo de Eduardo dos Santos à viúva, decisão que os filhos mais velhos dizem não ter tido conhecimento. "Levaste me ao Altar e eu não te poderei levar à tua última morada", pode ler-se nas redes sociais da filha que recordou: "Sempre sonhaste tudo de bom pra mim e eu pra ti", contudo "o ódio dos homens falou mais forte hoje. Arrancaram-te dos meus braços", acrescentou ao pedir desculpa ao pai.

Agora Tchizé dos Santos e a advogada pretendem apresentar queixa ao Tribunal Europeu dos Direitos Humanos por parte dos cinco filhos mais velhos de José Eduardo dos Santos, que ficaram assim impedidos de, pelo menos, "se despedir" do pai em Barcelona.

Duas fações da família dos Santos disputavam, na Vara de Família do Tribunal Civil da Catalunha, quem ficaria com a guarda do corpo de José Eduardo dos Santos. De um lado, estava Tchizé dos Santos e os irmãos mais velhos, que se opunham à entrega dos restos mortais à ex-primeira-dama e eram contra a realização de um funeral de Estado antes das eleições de 24 de agosto para evitar aproveitamentos políticos.

Do outro, estava a viúva Ana Paula dos Santos e os seus três filhos em comum com José Eduardo dos Santos, que reivindicavam também o corpo e queriam que fosse enterrado em Angola.

Na quarta-feira, o tribunal decidiu-se pela atribuição do cadáver à antiga mulher e autorizou a trasladação para Angola, depois de concluir definitivamente que José Eduardo dos Santos morreu de causas naturais.

Os cinco filhos mais velhos apresentaram um recurso desta decisão na quinta-feira que foi recusado, tendo porém avançado com novo "recurso de apelação" e um pedido para o enterro ser em Barcelona, disse hoje à Lusa a advogada Carmen Varela.

Este tipo de recurso de apelação não tem efeito suspensivo, explicou a advogada que representa Tchizé dos Santos, que acrescentou que, porém, não houve qualquer notificação por parte do tribunal de uma decisão ou da entrega do corpo de José Eduardo dos Santos à viúva.

Segundo a advogada, além do recurso de apelação, foi apresentado ao tribunal um pedido para o enterro ser feito em Barcelona e não em Angola, invocando que neste caso, "cinco filhos não poderiam ir" por "as suas vidas aí correrem risco".

"Os danos para os cinco filhos seriam irreversíveis porque não poderiam ir ao enterro do pai em Angola. Por isso, pedimos que se não fosse suspensivo, pelo menos, que o enterro fosse em Barcelona", explicou a advogada.

Segundo a representante de Tchizé dos Santos, o juiz questionou na sexta-feira "a outra parte" sobre se estaria de acordo com um enterro em Barcelona, não havendo mais informações do tribunal até ao momento.

Rússia acusa forças ucranianas de usarem armas químicas em Zaporijia

© Lusa

Por LUSA  20/08/22 

O ministério da Defesa russo acusou as forças armadas ucranianas de utilizarem armas químicas durante um alegado ataque em finais de julho na região de Zaporijia, onde se registaram muitos combates nas últimas semanas.

Segundo a agência noticiosa Interfax, os eventos relatados por Moscovo terão tido lugar na área de Vasilyevka. Após o ataque, os médicos encontraram vestígios de uma neurotoxina em vários soldados que tinham sido retirados com ferimentos graves, de acordo com a versão russa.

Sublinhando que vai enviar as provas para a Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ), o governo russo disse que as tropas ucranianas estão a recorrer ao "terrorismo químico" face às suas "derrotas militares" no terreno.

Entretanto, o porta-voz do exército russo Igor Konashenkov anunciou uma investigação sobre o alegado envenenamento químico de um comandante militar na região de Kherson, no leste da Ucrânia, segundo a agência noticiosa TASS.

O uso de armas químicas tem sido um medo recorrente desde que a Rússia iniciou a invasão da Ucrânia, sem que haja registo oficial de que as tropas ucranianas as tenham utilizado no conflito.

A Rússia invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro deste ano, desencadeando uma guerra que, ao fim de quase seis meses, não tem ainda perspetivas de terminar. Desconhece-se o número de baixas civis e militares, mas diversas fontes, incluindo a ONU, têm alertado que será elevado.

A guerra provocou também 12 milhões de refugiados e de deslocados internos. A generalidade da comunidade internacional condenou a Rússia pela invasão da Ucrânia.

A União Europeia e países como os Estados Unidos, o Reino Unido ou o Japão têm decretado sucessivos pacotes de sanções contra interesses russos e fornecido armas à Ucrânia.