Adulai Bary, engenheiro informático guineense, cujo projecto de energia solar "Ubuntu 2S" venceu o prémio Live Innovation Impact Grand Programe, na competição da Expo Mundial 2020 em Dubai. © Adulai Bary Facebook
Por: Isabel Pinto Machado RFI
O projecto de energia solar "Ubuntu 2S" ou Ubuntu Soluções Solares, concebido pelo engenheiro informático guineense Adulai Bary e o seu sócio Mamadú Saliu Djaló da BigTechnology, obteve o prémio Live Innovation Impact Grant Program, na Expo Mundial 2020 de Dubai. Trata-se de um projecto de inclusão digital, baterias solares de baixo custo, que vão levar energia eléctrica às mais remotas tabancas da Guiné-Bissau, país onde menos de 30% da população tem acesso à eletricidade, apesar de ter mais de 200 mil utilizadores de Facebook e mais de 80% da população utilizar telemóvel.
Adulai Bary de 30 anos de idade, foi um dos fundadores em 2015 da Innovalab a primeira incubadora guineense de projectos, é embaixador do Next Einstein Forum 2017/2019 e é consultor da ONU para o emprego dos jovens e economia digital.
O programa Live Innovation Impact Grant apoia ideias inovadoras para melhorar a vida das comunidades e o meio- ambiente e Adulai Bari juntou as duas num "kit' de energia solar, que vai ajudar os guineenses, a terem acesso à eletricidade numa primeira fase e que posteriormente pretende expandir-se para outros países da África sub-sahariana.
O projecto já está operacional, mas foi adiado devido à pandemia da Covid-19, que impediu o seu fabrico na China por um parceiro norte-americano, mas deverá ser lançado em Janeiro de 2021.
Trata-se de uma pequena bateria solar muito sofisticada com capacidade para ligar em casa entre 3 e 5 lâmpadas, um rádio e um telemóvel e que fornece energia durante 6 a 8 horas e custará cerca de 200.000 FCFA, o equivalente a cerca de 300 euros, que poderão ser pagos em prestações mensais.
A ideia inscreve-se na filosofia africana Ubuntu de solidariedade, partilha e empatia altruistas, aplicada à inclusão digital.
UBUNTU
O termo Ubuntu vem das línguas sul-africanas zulu e xhosa e do provérbio "eu sou porque nós somos, nós somos porque tu és" implicando os conceitos de dignidade, respeito, humanização, príncipios fundadores da filosofia africana ubuntu baseada na empatia, altruismo, fraternidade e colaboração.
A ong Movimento Cultural Ubuntu existe na Guiné-Bissau desde 2007, com o objectivo de estimular a consciência social, valorizar a diversidade cultural do património cultural e defender a produção cultural guineense,
Promover uma filosofia de vida e de conduta social para a responsabilidade comunitária, sob o lema de que "a humanidade é parte integral do eco-sistema, que conduz à responsabilidade comunitária"
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