O antigo Primeiro-ministro da Guiné-Bissau, Carlos Gomes Júnior (Cadogo) regressou na tarde desta quinta-feira, 18 de janeiro 2018, ao país, onde foi recebido por milhares de guineenses. Na sua primeira declaração à imprensa, disse que só tem compromisso com o movimento cívico que trabalhou no seu regresso.
Cadogo começou por agradecer ao Fernando Gomes, presidente do movimento cívico “Nô Djunta Mon Pa Fidjus di Tchon Riba Cassa”, aos membros desta organização e à comissão que organizou o seu regresso a Bissau, destacando “o calor humano dos guineense”.
“Pensamos que o nosso país é um país rico. É um país que tem capacidades e competências. É preciso sentarmo-nos à mesa, dialogarmos e arranjarmos um caminho melhor. Um caminho que seja propício para as gerações vindouras, para que essa geração possa trabalhar, como fizeram os antigos combatentes”, nota Cadogo, para de seguida questionar “porque é que nós continuadores das obras de Cabral, não somos capazes de dirigir o país? Dialogar como irmãos?”
Carlos Gomes Júnior, que falava à imprensa, ladeado pelo seu pai, Carlos Domingos Gomes, recordou aos jornalistas que iniciou a fazer política ativa em1994, tendo servido no conselho de administração da Assembleia Nacional Popular (ANP), desempenhou as funções do deputado da nação, do primeiro vice-presidente da ANP, do vice-presidente do comité interparlamentar da União Económica e Monetária Oeste Africana (UEMOA) e do presidente do PAIGC durante 12 (doze) anos.
“Hoje estou cá para abraçar os meus irmãos e encorajá-los a arranjar a melhor via do diálogo”, afirmou Carlos Gomes Júnior.
Cadogo considera que a reconciliação é possível entre os guineenses, sublinhando que ‘podemos ter vários partidos, as nossas diferenças, as nossas divergências, mas os guineenses podem se entender nas suas diversidades’.
O antigo Primeiro-ministro acrescentou que ‘não nascemos no mesmo dia, não somos iguais e temos uma grande responsabilidade perante à comunidade internacional’.
Carlos Gomes Júnior garantiu que voltou para ficar na sua terra. Lembrou que é empresário e disse não ter compromisso com nenhum grupo político, mas apenas com o movimento cívico liderado por Fernando Gomes.
Em declaração ao jornal O Democrata, a filha do Carlos Gomes Júnior, Carla Maria Aimé Gomes disse não temer pela segurança do pai, uma vez que ele é um cidadão nacional. “Se não é seguro um filho retornar ao seu país, então é melhor arrumarmos todos e partimos”, afirmou.
Além de milhares de cidadãos que se deslocaram ao Aeroporto Internacional ‘Osvaldo Vieira’ rececionar o antigo Chefe do executivo, nota-se uma presença massiva dos guineenses ao longo da avenida Combatentes da Liberdade da Pátria. Neste momento, Carlos Gomes Júnior está hospedado num dos hotéis da capital Bissau.
O Democrata soube que o Cadogo fará 10 (dez) dias no país e depois voltará para Portugal, onde se exilou despois de deixar a Guiné-Bissau na sequência do Golpe militar de 12 de Abril de 2012.
Por: Epifânia Mendonça/Sene Camará
Foto: SC
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