O Conselho de Paz e Segurança da União Africana (UA) apelou ao presidente da Gâmbia, Yahya Jammeh, para respeitar "a vontade" do povo e não tentar anular os resultados das presidenciais de 01 de dezembro, em que foi derrotado.
A UA está a analisar o envio de uma delegação de alto nível a Banjul para mediar a transferência de poder, após Jammeh ter declarado na sexta-feira que não aceitará os resultados das eleições vencidas por Adama Barrow, indica um comunicado divulgado hoje pela organização pan-africana.
Os representantes da UA poderiam continuar o trabalho da missão da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental, que viaja hoje para a Gâmbia para pedir a Jammeh que ceda o poder como prometeu após o escrutínio.
"A UA rejeita firmemente qualquer tentativa de eludir ou anular os resultados das eleições presidenciais na Gâmbia no dia 01 de dezembro, que expressam claramente a vontade e escolha do povo gambiano", precisa a organização.
Jammeh, 51 anos e há 22 no poder, admitiu inicialmente a derrota, mas na sexta-feira à noite voltou atrás e recusou aceitar o resultado das eleições, alegando irregularidades na votação.
No domingo, anunciou que apresentará um recurso ao Tribunal Constitucional para que os resultados sejam anulados e as eleições repetidas.
A União Africana considera que as eleições foram "livres e transparentes" e defende uma transferência de poderes "rápida e pacífica" para preservar a estabilidade e a democracia na Gâmbia e em toda a região.
Jammeh chegou ao poder em 1994 através de um golpe de Estado e é há muito acusado por organizações de defesa dos direitos humanos de deter, torturar e assassinar opositores.
NAOM
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