quinta-feira, 20 de abril de 2023

Zelensky classifica líderes que permanecem neutro como populistas

© Getty Images

POR LUSA  20/04/23 

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, considerou hoje que os líderes que adotam posturas de neutralidade em relação à invasão russa da Ucrânia são populistas.

As palavras de Zelensky, feitas através de uma mensagem de vídeo a um comité de deputados mexicanos, são uma aparente referência a líderes como o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva.

O chefe de Estado do Brasil referiu que a solução pacífica para acabar com a guerra é a Ucrânia desistir dos seus territórios, considerando que as culpas têm de ser repartidas pelos dois lados.

As palavras do Presidente brasileiro, proferidas na presença do chefe da diplomacia russa, Serguei Lavrov, foram de imediato criticadas pelo Ocidente, sobretudo pela União Europeia e pelos Estados Unidos, o que obrigou Lula da Silva a "emendar a mão" para salientar que condena a invasão russa da Ucrânia e defende a paz.

"Ao mesmo tempo em que o meu Governo condena a violação da integridade territorial da Ucrânia, defendemos uma solução política negociada. Falei da nossa preocupação com os efeitos da guerra, que extrapolam o continente europeu", disse, posteriormente, Lula da Silva.

O México, liderado por Andrés Manuel López Obrador, votou pela condenação da invasão, embora se tenha recusado a impor sanções económicas à Rússia, noticiou a agência Associated Press (AP).

"Existem alguns líderes que não visitaram a Ucrânia uma única vez e que não viram o que a brutal agressão russa trouxe e por que é importante defender vidas", sustentou Zelensky na sua mensagem.

O chefe de Estado acusou estes líderes de "simplesmente procurarem alcançar algum tipo de populismo".

"Dizem coisas como se a Ucrânia supostamente não estivesse pronta para procurar a paz", acrescentou.

Zelensky também criticou "diferentes empresas e grandes multinacionais que querem ganhar milhões a negociar com a Rússia", destacando que "infelizmente, o mundo está cheio de hipocrisia".

O Presidente ucraniano foi aplaudido de pé pelos deputados do Grupo de Amizade México-Ucrânia, a maioria dos quais pertencem a partidos de oposição.

Em 2022, López Obrador condenou a política da NATO de apoiar a Ucrânia, alegando que era "imoral" e o equivalente a dizer: "Eu forneço as armas e vocês fornecem os mortos".

A Rússia procurou reforçar as suas pontes diplomáticas na América Latina esta semana, com o ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia a visitar o Brasil, Nicarágua, Venezuela e Cuba.

Serguei Lavrov, nos encontros com o Presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, e o recém-reeleito Presidente cubano, Miguel Díaz-Canel, criticou as sanções dos Estados Unidos a estes países.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou até agora a fuga de mais de 14,6 milhões de pessoas -- 6,5 milhões de deslocados internos e mais de 8,1 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Neste momento, pelo menos 18 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.

A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.

A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 8.534 civis mortos e 14.370 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.


Leia Também: Ucrânia chegou a planear atacar forças russas e grupo Wagner na Síria

O PRESIDENTE PRESIDE O CONSELHO DE MINISTROS

O Conselho de Ministros reuniu-se esta quinta-feira, 19 de abril de 2023, em Sessão Ordinária, sob a presidência do Chefe de Estado, General Umaro Sissoco Embaló.

 Presidente da República da Guiné-Bissau Umaro Sissoco Embaló

NOTA À IMPRENSA


Avião russo deixa "cair munição" e provoca "enorme cratera" em Belgorod

© Twitter

Notícias ao Minuto  20/04/23 

A cidade russa de Belgorod fica localizada a cerca de 40 quilómetros da fronteira com a Ucrânia. Duas mulheres ficaram feridas.

Uma explosão na cidade russa de Belgorod, a cerca de 40 quilómetros da fronteira com a Ucrânia, abriu, esta quinta-feira, uma “enorme cratera com um raio de 20 metros” numa das principais ruas da cidade.


Segundo o Ministério da Defesa da Rússia, a explosão foi provocada pela “queda anormal de uma munição” de um avião da Força Aérea.

“A 20 abril de 2023, por volta das 22h15, horário de Moscovo, [20h15 em Portugal], durante o voo da aeronave SU-34 da Força Aérea sobre a cidade de Belgorod, ocorreu uma queda anormal de uma munição de aviação”, afirmou o ministério de Serguei Choigu, citado pela agência de notícias RIA Novosti.

Ainda de acordo com o Kremlin, o incidente provocou “danos residenciais”, mas “não houve vítimas”. 

Já o governador de Belgorod, Vyacheslav Gladkov, avançou na plataforma Telegram que a explosão provocou "uma enorme cratera de 20 metros de raio no cruzamento de uma das ruas principais".

De acordo com o responsável, duas mulheres ficaram feridas, uma das quais com gravidade e registaram-se “danos em quatro prédios” e “também em quatro carros”. ⠀ ⠀

Os motivos do acidente vão ser investigados.

O conflito entre a Ucrânia e a Rússia começou a 24 de fevereiro de 2022 com o objetivo, segundo Vladimir Putin, de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia. A operação foi condenada pela generalidade da comunidade internacional.

A ONU confirmou que mais de oito mil civis morreram e cerca de 14 mil ficaram feridos na guerra, sublinhando que os números reais serão muito superiores e só poderão ser conhecidos quando houver acesso a zonas cercadas ou sob intensos combates.


Leia Também: Edifício em Belgorod atingido por explosão de projétil. As imagens


Leia Também: Forças russas terminaram exercícios surpresa da sua frota no Pacífico

NOTA DE IMPRENSA № 003/2023


Mulher acusada de matar filho de três anos após jejum religioso... A criança estava em estado "cadavérico" e a mãe foi encontrada "visivelmente magra, desnutrida e desidratada".

© Shutterstock

Notícias ao Minuto  20/04/23 

Uma mulher foi acusada de ter matado o próprio filho, de três anos, após sujeitar a criança a um jejum religioso em Cardiff, no País de Gales. Segundo a Sky News, o caso remonta a junho de 2020 e Olabisi Abubakar, de 41 anos, foi agora formalmente acusada de maus-tratos contra menores e homicídio por negligência.

Numa audiência no Tribunal da Coroa de Cardiff, foi revelado que a polícia deslocou-se à residência de Abubakar a 29 de junho de 2020, devido a uma queixa de uma amiga, que se manifestou “preocupada com o seu bem-estar”.

As autoridades tiveram de forçar a entrada no apartamento da mulher, onde encontraram uma “cena trágica e angustiante”.

O procurador do Ministério Público, Mark Heywood, detalhou que “Olabisi Abubakar estava deitada num sofá-cama” e estava “visivelmente magra, desnutrida e desidratada”.

“Deitada ao seu lado estava Taiwo [o filho]. Estava gravemente cadavérico e frio ao toque. Era evidente que Taiwo já estava morto há algum tempo”, acrescentou.

A autópsia revelou que o menino de três anos pesava 9,8 quilogramas, menos cinco quilogramas do que o peso indicado para a idade. A acusação avançou ainda não haver provas de que a morte tenha sido causada por outro motivo, além de desnutrição e desidratação.

A mãe foi transportada para um hospital, onde foi diagnosticada com problemas de saúde mental.

“Abubakar negligenciou consciente e deliberadamente Taiwo ao não lhe fornecer comida e água, levando-o a juntar-se a ela num jejum como um ato religioso”, afirmou  Mark Heywood, acrescentando que a mulher, que pertence à Igreja Pentecostal, “é profundamente religiosa” e o “jejum faz parte do princípio da sua fé”.

Às autoridades, Abubakar revelou que não se lembra de nada desde que adormeceu a 27 de junho de 2020 até a polícia se deslocar a sua casa, dois dias depois.

A mulher é natural de Lagos, na Nigéria, onde casou e teve quatro filhos. Mudou-se sozinha para Londres em 2011 e foi mãe de Taiwo em abril de 2017.


Um arsenal de armas e uma guerra assimétrica: como Taiwan poderá impedir a invasão da China - com a ajuda da América

Exército de Taiwan (Getty Images)

Cnnportugal.iol.pt,   20/04/23 

Quando a presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen, desafiou os avisos da China para se encontrar com o líder da câmara dos representantes dos EUA, Kevin McCarthy, na Califórnia, no início deste mês, a resposta militar agressiva de Pequim reverberou em todo o mundo.

Em ações que apenas alimentaram os receios de que a China comunista pudesse estar a preparar-se para invadir a sua vizinha governada democraticamente, o Exército de Libertação Popular simulou um bloqueio da ilha, enviando um porta-aviões e 12 navios para a cercar, e sobrevoando a sua zona de identificação de defesa aérea com mais de 100 aviões durante um exercício militar de três dias.

Navio de guerra chinês dispara em direção à costa durante um exercício militar perto de Fuzhou, junto às ilhas Matsu controladas por Taiwan, a 8 de abril de 2023. Thomas Peter/Reuters

O Partido Comunista da China, que reivindica Taiwan como parte do seu território apesar de nunca o ter controlado, descreveu os exercícios como "ataques de precisão conjuntos" que deveriam servir como um "aviso sério contra as forças separatistas de Taiwan".

A mensagem, na mente de Taipé, parecia clara. A China parecia "estar a tentar preparar-se para lançar uma guerra contra Taiwan", disse o ministro dos Negócios Estrangeiros da ilha, Joseph Wu, à CNN.

Essa avaliação contundente terá provavelmente levantado dúvidas em alguns quadrantes sobre se os preparativos militares da ilha para tal cenário são suficientes.

Taipé anunciou recentemente - e muito publicamente - a extensão do serviço militar obrigatório de quatro meses para um ano e acelerou o desenvolvimento do seu programa de armamento local para aumentar a prontidão de combate.

Mas os analistas dizem que um anúncio recente - que talvez tenha sido menos comentado nos meios de comunicação globais - pode revelar uma mudança de jogo: as conversações entre Taipé e os Estados Unidos para estabelecer um "arsenal de contingência" de munições em Taiwan.

Em comentários que não foram amplamente divulgados na altura, o ministro da Defesa Chiu Kuo-cheng disse ao parlamento de Taiwan em março que Taipé estava em negociações com os EUA sobre um potencial plano para estabelecer um stock de reserva de guerra na ilha - uma medida tornada possível por uma disposição da Lei de Autorização de Defesa Nacional (NDAA - National Defense Authorization Act) de 2023, assinada pelo presidente dos EUA, Joe Biden, em dezembro último.

E embora Taiwan seja há muito um comprador de armas dos EUA, especialistas militares dizem que a criação de tal reserva poderia ser vital para a defesa da ilha porque - como o bloqueio recentemente simulado da China demonstrou - pode ser muito difícil fornecer à ilha armas adicionais se a guerra eclodisse.

Ao contrário da Ucrânia, Taiwan não tem fronteiras terrestres, pelo que qualquer abastecimento teria de ser feito por via aérea ou marítima - métodos de entrega que seriam altamente vulneráveis a intercetações por parte dos militares chineses.

É, portanto, vital para Taiwan armazenar munições na ilha antes do início de qualquer conflito, disse o almirante Lee Hsi-min, que serviu como Chefe do Estado-Maior das Forças Armadas de Taiwan entre 2017 e 2019.

"Ter um arsenal de reserva de guerra é crucial e significativo para Taiwan", defendeu. "Mesmo que os Estados Unidos não queiram intervir diretamente com força militar, este tipo de reservas pode ainda assim ser muito eficaz para a nossa defesa."

Taiwan também tem levantado repetidamente preocupações sobre os atrasos nas entregas de armas dos EUA à Ucrânia. Na sequência do seu encontro com Tsai, McCarthy escreveu no Twitter: "Com base nas conversas de hoje, é evidente que são necessárias várias ações: devemos continuar a venda de armas a Taiwan e assegurar que tais vendas cheguem a Taiwan a tempo."

Sistema de mísseis Patriot terra-ar no aeroporto Babice-Varsóvia, Polónia, a 6 de fevereiro de 2023. Jaap Arriens/Nurphoto/Getty Images

Guerra assimétrica

Mas negociações sobre a possível reserva de stocks suscitam outra questão: o que é que Taiwan precisa exatamente para a sua defesa?

Durante décadas, os militares taiwaneses têm adquirido caças e mísseis dos Estados Unidos, que continuam a ser o maior garante da segurança da ilha, apesar de não terem uma relação diplomática "oficial".

No mês passado, a administração Biden fez manchetes de jornais com a sua aprovação de possíveis vendas de armas a Taiwan no valor estimado de 619 milhões de dólares, incluindo centenas de mísseis para a sua frota de caças F-16.

Mas para o almirante Lee Taiwan precisa urgentemente de armazenar armas mais pequenas e mais móveis que teriam maiores hipóteses de sobreviver à primeira vaga de um ataque chinês num conflito total - o que provavelmente incluiria ataques conjuntos de mísseis de longo alcance a infraestruturas e alvos militares taiwaneses.

Num livro de grande visibilidade publicado no ano passado, intitulado "Overall Defense Concept", Lee argumentou que Taiwan deveria deixar de investir fortemente em caças e contratorpedeiros, uma vez que os seus meios militares eram em grande número ultrapassados pelos da China e poderiam facilmente ser travados por mísseis de longo alcance.

No ano passado, o orçamento de defesa da China foi de 230 mil milhões de dólares, mais de 13 vezes o montante gasto por Taiwan, de 16,89 mil milhões de dólares.

O almirante Lee Hsi-min, durante uma entrevista com a CNN em Taipé, Taiwan. Eric Cheung/CNN

Assim, em vez de querer corresponder navio por navio ou avião por avião, argumentou Lee, Taiwan deveria adotar um modelo de guerra assimétrico centrado na aquisição de armas de menor porte - como mísseis portáteis e minas - que são difíceis de detetar mas eficazes para travar os avanços inimigos.

"Na Ucrânia, os seus militares utilizaram os mísseis antinavio 'Neptune' para afundar os navios de guerra de Moscovo", apontou. "Os sistemas de armas assimétricas vão permitir-nos manter as nossas capacidades de combate. Isto porque se os nossos inimigos quiserem destrui-los terão de se aproximar de nós, o que os torna vulneráveis ao nosso ataque."

"Se conseguirmos estabelecer uma capacidade assimétrica suficientemente boa, acredito que a China não será capaz de dominar Taiwan pela força, mesmo sem a intervenção dos Estados Unidos", antecipou.

Embora os EUA mantenham estreitos laços não oficiais com Taiwan, e sejam obrigados por lei a vender armas à ilha para a sua autodefesa, permanecem deliberadamente vagos sobre se interviriam no caso de uma invasão chinesa, uma política conhecida como "ambiguidade estratégica".

Armas portáteis

Ao abrigo da Lei de Autorização de Defesa Nacional deste ano, aprovada pelo congresso norte-americano e assinada por Joe Biden, Taiwan é elegível para receber até mil milhões de dólares em armas e munições dos Estados Unidos para combater a crescente ameaça militar da China.

A lei também permite a criação de um arsenal regional de contingência, o que permitiria ao Pentágono armazenar armas em Taiwan para utilização no caso de conflito militar com a China.

Em resposta à CNN, um porta-voz do Ministério da Defesa Nacional de Taiwan confirmou que está em discussões com os Estados Unidos sobre a definição de uma "contingência", os tipos de munições que podem ser imediatamente operadas pelas suas forças armadas e a linha de tempo para o envio das mesmas.

O ministério acrescentou que a medida visa apenas satisfazer as necessidades defensivas de Taiwan, em oposição ao "pré-armazenamento" de munições na ilha.

O Comando Indo-Pacífico dos EUA recusou-se a fornecer detalhes sobre o progresso das conversações relativas à criação do arsenal, mas disse que continuaria a permitir que Taiwan mantivesse uma capacidade de autodefesa suficiente.

Entretanto, o Ministério dos Negócios Estrangeiros da China disse à CNN que "se opõe resolutamente" a quaisquer trocas militares entre os Estados Unidos e Taiwan, acrescentando que Pequim tomará "todas as medidas necessárias" para defender a sua soberania e interesses de segurança.

Um Javelin, míssil antitanque, é disparado durante um exercício militar conjunto entre tropas americanas e filipinas em Fort Magsaysay, a 13 de abril de 2023. Ezra Acayan/Getty Images

Lin Ying-yu, professor assistente da Universidade de Tamkang, de Taiwan, e especialista em assuntos militares, disse que se fosse criada uma reserva de contingência esta deveria concentrar-se na acumulação de munições já em uso pelos militares de Taiwan para garantir a eficácia operacional.

"Penso que algumas das armas que os EUA poderão estar dispostos a fornecer incluem os mísseis Stinger e Patriot", observou. O Stinger é um míssil terra-ar que pode ser disparado por um único soldado, enquanto o sistema de defesa Patriot é capaz de interceptar mísseis e aviões inimigos.

Para o almirante Lee, outra arma que podia ser armazenada era o míssil Javelin, um sistema de armas antitanque portátil de fabrico norte-americano, que tem sido amplamente utilizado pelos militares ucranianos para atingir tanques russos.

O sistema de defesa antiáerea NASAMS também poderia ser útil para atingir aviões de guerra chineses, disse, uma vez que é capaz de disparar o míssil de médio alcance AIM-120 a partir do nível do solo.

Outras armas que deveriam ser consideradas incluem o "drone kamikaze", ou "drone suicida", que pode ser transportado por um único soldado e é capaz de destruir alvos de elevado valor - bem como outras armas antitanque e antinavio, acrescentou.

"Se tiverem um número suficientemente elevado deste tipo de sistemas de armas assimétricas que sobrevivam ao ataque inicial, poderão manter intactas a maior parte das suas capacidades de combate e impedir o inimigo de conduzir uma operação de aterragem", indicou Lee.

Quantas são suficientes?

Outra questão que se coloca é a de saber quantas armas ou mísseis Taiwan precisaria para se defender da China.

Os especialistas dizem que é difícil indicar um número concreto porque os possíveis cenários de guerra são muito variados.

No seu livro, o almirante Lee escreveu que os militares chineses poderiam recorrer a diferentes opções para tentar colocar Taiwan sob o seu controlo.

Numa guerra total, a China poderia disparar mísseis de longo alcance para destruir infraestruturas e alvos militares de Taiwan antes de enviar as suas tropas terrestres através do Estreito de Taiwan.

Outros cenários com ação militar limitada podem incluir um bloqueio aéreo e naval em torno de Taiwan ou a tomada de pequenas ilhas periféricas de Taiwan que se encontram perto da costa chinesa.

No entanto, Lin sugeriu que o número de mísseis que Taiwan provavelmente precisa será de "dezenas de milhares".

A presidente de Taiwan Tsai Ing-wen com o líder da câmara dos representantes dos EUA, Kevin McCarthy, na Biblioteca Presidencial Ronald Reagan na Califórnia, a 5 de abril de 2023. Eric Thayer/Bloomberg/Getty Images

Segundo o especialista militar da Universidade de Tamkang, uma forma relativamente simples de calcular o número de mísseis necessários envolve estimar o número total de meios militares ofensivos detidos pelo inimigo, e a eficácia das armas defensivas de Taiwan. "Por exemplo, se o nosso inimigo tiver 1.000 mísseis e nós tivermos uma taxa de sucesso de 25%, então precisaremos de cerca de 4.000 mísseis balísticos."

Para além das armas, os militares de Taiwan poderiam beneficiar de sistemas de radar móveis que lhe permitiriam receber sinais militares dos EUA, acrescentou Lin. Estes seriam úteis na condução da guerra eletrónica, pois os militares dos EUA poderiam ajudar a identificar potenciais alvos inimigos, mesmo que os sistemas de radar terrestre tivessem sido destruídos.

"Embora os Estados Unidos não tenham tropas no terreno na Ucrânia, conseguiram dizer aos militares ucranianos onde disparar as suas armas, enviando sinais dos seus aviões de guerra", observou Lin. "Precisamos de ter a certeza que temos o equipamento necessário para nos ligarmos aos sistemas militares dos EUA em tempos de guerra."

Houve outras razões pelas quais as discussões com os EUA sobre o possível arsenal foram importantes, disse o almirante Lee, e foram além de questões de armazenamento de munições e peças sobressalentes.

"(Ter um arsenal de contingência) é crucial, porque envia um sinal à China de que os Estados Unidos estão determinados a ajudar a nossa defesa."

Macau vai aprovar nova lei que permite punir quem fale mal da China em qualquer parte do mundo

Depois de Hong Kong, agora é Macau que está a dar ainda mais razão aos críticos que acusam a antiga colónia portuguesa de violações constantes dos direitos e liberdades individuais, que culpam Portugal por fechar os olhos à gravidade do problema.

A região autónoma prepara-se para aprovar uma nova lei de segurança nacional que permitirá punir qualquer pessoa que critique o regime chinês em qualquer parte do mundo.

Se, por exemplo, disser mal de Pequim em Lisboa e depois viajar para a China ou para um país que tenha acordo de extradição com Macau, sujeita-se a ir parar à cadeia.

Cnnportugal.iol.pt  

SUDÃO: Milhões de crianças sudanesas estão em risco por causa do conflito

© iStock

POR LUSA  20/04/23 

O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) alertou hoje que milhões de crianças sudanesas estão em risco devido aos confrontos entre as Forças Armadas sudanesas e as Forças de Apoio Rápido (RSF).

A diretora-executiva da Unicef, Catherine Russell, salientou que os "cinco dias de hostilidades intensas no Sudão e quatro cessar-fogos falhados têm causado um impacto devastador nas crianças do país".

"Se a violência não parar, este impacto só irá aumentar", afirmou a responsável da Unicef, sublinhando: "A perigosa situação de segurança em todo o país torna muito difícil recolher e verificar informações, mas sabemos que enquanto os combates continuarem, as crianças continuarão a pagar o preço", acrescentou.

Segundo a diretora-executiva da Unicef, "muitas famílias são apanhadas no fogo cruzado, com pouco ou nenhum acesso à eletricidade, aterrorizadas pelos combates e pela possibilidade de ficarem sem comida, água ou medicamentos".

"Milhares de famílias foram obrigadas a fugir das suas casas em busca de segurança", acrescentou, realçando que há relatos de crianças que procuram refúgio em escolas e centros médicos durante os combates.

Catherine Russell também apontou casos de "crianças hospitalizadas" a serem retiradas "à medida que os bombardeamentos vão encerrando hospitais, centros de saúde e outras infraestruturas essenciais, que ficam danificadas ou destruídas, limitando o acesso a cuidados e medicamentos que salvam vidas".

A responsável da agência das Nações Unidas também referiu que "os combates perturbaram os cuidados essenciais a cerca de 50.000 crianças com grave desnutrição" e que estas crianças "vulneráveis necessitam de cuidados contínuos e permanentes, que estão a ser postos em risco pela escalada da violência".

"Além disso, os combates estão também a pôr em risco a cadeia de frio do Sudão, incluindo vacinas e insulina no valor de 40 milhões de dólares (cerca de 36,4 milhões de euros), devido aos cortes de energia e à incapacidade de reabastecer os geradores", disse Russell, que observou que "mesmo antes da escalada da violência, as necessidades humanitárias eram mais elevadas do que nunca no Sudão.

"A ajuda humanitária é essencial, mas a Unicef e os nossos parceiros não podem prestar esse apoio se a segurança do nosso pessoal não for garantida. Os nossos corações e pensamentos vão para os entes queridos dos nossos colegas do Programa Alimentar Mundial (PAM), que perderam a vida ou foram feridos", relembrou.

Nesta linha, denunciou que "a Unicef e outras agências humanitárias foram saqueadas por indivíduos armados" e salientou que "ataques como estes contra organizações humanitárias e trabalhadores são ataques contra as crianças e famílias que servimos". Finalmente, apelou a um cessar-fogo e a que as partes garantam a entrega de ajuda humanitária.

Os cortes de energia no Sudão destruíram as instalações de armazenamento da cadeia de frio das vacinas, bem como as reservas nacionais de insulina e vários antibióticos, colocando milhões de crianças em risco de doença e outras complicações de saúde devido ao conflito que começou no sábado passado, disse hoje também a organização Save the Children.

Pelo menos 32 centros de vacinação apoiados pela organização foram afetados no país africano, referiu a ONG, que também apelou ao fim imediato e duradouro da violência para que a ajuda humanitária possa chegar às comunidades necessitadas.

"O já tenso sistema de saúde do país foi lançado no caos e as crianças, especialmente as que sofrem de subnutrição ou outras condições, serão as primeiras vítimas", disse o diretor da Save the Children no Sudão, Arshad Malik, numa declaração.

"Á medida que esta crise se desenrola, estamos a ver que não é apenas com armas, mas com a destruição de serviços de saúde que salvam vidas", acrescntou.

O Sudão já enfrentava a sua pior crise humanitária em décadas, com 12% dos 22 milhões de crianças do país desnutridas e vulneráveis a outras doenças, de acordo com a Save the Children.

O Sudão é um dos sete países do Corno de África afetados pela insegurança alimentar e mais de um quarto da população já enfrenta uma crise alimentar, de acordo com a OMS.

Jairo González, chefe-executivo da organização Médicos Sem Fronteiras (MSF) na África Oriental, também disse hoje que o conflito entre rivais militares que começou no sábado passado no Sudão levou o país africano a "uma situação sem precedentes, muito grave e caótica", na qual já atingiu um "colapso sanitário".

"Posso dizer honestamente que esta é uma situação sem precedentes, muito grave, caótica, que ninguém esperava que, de repente, nas principais cidades do país começassem combates tão intensos", afirmou o cooperante espanhol, que trabalhou no Sudão nos últimos 10 anos, numa conversa telefónica com a agência Efe a partir de Nairobi.

No sábado passado, começaram os confrontos armados entre o exército sudanês e o poderoso grupo paramilitar Forças de Apoio Rápido.

Já a União dos Médicos do Sudão afirmou hoje que 70% dos hospitais de Cartum e dos estados em torno do conflito estão fora de serviço, o que aumenta ainda mais o colapso sanitário no país africano desde o início dos confrontos armados entre rivais militares no sábado passado.

Até ao momento, a OMS relatou cerca de 330 mortos, incluindo pelo menos nove crianças, e mais de 3.000 feridos em todo o país, embora continuem as batalhas urbanas.


Leia Também: Sudão. Guterres pede "pelo menos 3 dias" de trégua durante fim do Ramadão


Leia Também:  Sudão. EUA preparam possível retirada de pessoal de embaixada em Cartum

COMUNICADO – STJ / Eleições Legislativas 2023

Paigc.gw  20 Abril, 2023

O povo guineense continua a assistir a tentativas desesperadas do regime instalado na Guiné-Bissau, visando impedir o PAIGC de participar nas próximas eleições legislativas de 4 de Junho de 2023.

A fim de atingir esse seu objectivo, o regime escolheu a via da instrumentalização da justiça e, particularmente, da manipulação do Supremo Tribunal de Justiça. Para o efeito, conta com a servidão do Presidente desta instituição, José Pedro Sambu, cujas interferências ilegais e desonestas em processos forjados são absolutamente vergonhosas e ferem de morte tudo aquilo que representa o sacrossanto princípio da justiça.

Fracassadas as sucessivas acções judiciais contra o congresso do Partido, o foco do regime está agora na manipulação dos tribunais para obrigar o PAIGC a mudar a sua bandeira em vésperas das eleições. A acção judicial nesse sentido, vergonhosamente teleguiada pelo Presidente da República, com a ajuda do Presidente do Supremo Tribunal de Justiça, já conheceu uma decisão de um Juiz Conselheiro da Câmara Cível do Supremo Tribunal de Justiça, que a indeferiu.

Todavia, apesar dessa decisão, o Presidente do Supremo Tribunal de Justiça impediu que as partes fossem notificadas, e mandou agora entregar a mesma acção a uma juíza da Vara Social do Supremo Tribunal de Justiça para que seja proferida uma nova decisão, violando os princípios de caso julgado e de juiz natural.

O PAIGC repudia veementemente todas estas maquinações e avisa o Presidente do Supremo Tribunal de Justiça que esta sua saga persecutória, que rouça a loucura, não impedirá de maneira alguma a participação do Partido nas próximas eleições legislativas, com os símbolos que legitimamente lhe pertencem.

O PAIGC exorta mais uma vez a Comunidade Internacional a acompanhar e a apoiar todo o processo eleitoral, de modo que seja inclusivo, pois só dessa forma as eleições poderão ser consideradas livres, justas e transparentes.

Finalmente, o PAIGC exorta todos os cidadãos eleitores a se mobilizarem para votarem em massa no próximo dia 4 de Junho por um futuro mais risonho para o nosso martirizado povo.

Bissau, 20 de Abril de 2023

O Secretariado Nacional

O Presidente da República General Umaro Sissoco Embalo, deseja a todos os fiéis muçulmanos um bom Ramadan “Id al-Fitr”.

 Presidente da República da Guiné-Bissau Umaro Sissoco Embaló

Banco Mundial vai financiar Cabo Verde com 13,6 milhões para barcos

© Getty Images

POR LUSA   20/04/23 

O Banco Mundial vai financiar Cabo Verde com 15 milhões de dólares (13,6 milhões de euros) para a compra de barcos e introduzir melhorias no serviço de transportes marítimos interilhas, informou hoje o vice-primeiro-ministro cabo-verdiano, Olavo Correia.

"Nós já temos compromissos já firmados de parceiros internacionais para financiar a operação transportes marítimos", avançou o também ministro das Finanças, após a assinatura de uma minuta de revisão do contrato de serviço público de transporte marítimo interilhas de passageiros e carga com a Cabo Verde Interilhas.

Segundo o membro do Governo, o empréstimo do Banco Mundial vai ter um período de carência de cinco a sete anos, para ser pago em 30 a 40 anos.

"Para podermos, com base nisso, reduzir nos próximos tempos os custos operacionais, financeiros, mas também ter meios adaptados para que possamos melhorar o nível de serviço do transporte marítimo", explicou.

"O Estado tem obrigação de tudo fazer para que tenhamos serviços com regularidade, serviços com qualidade, serviço com previsibilidade, mas também um custo que seja oportunamente sustentável para que as pessoas possam aceder a esse serviço", prosseguiu Olavo Correia, que destacou o trabalho realizado em "tempo recorde" para garantir esse financiamento.

Na semana passada, o ministro das Finanças esteve em Washington a participar em encontros da Primavera do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial.

Na mesma cerimónia, o ministro do Mar, Abraão Vicente, que detém a tutela técnica do setor, avançou que, com o financiamento, o Governo pretende adquirir dois navios até final do ano e, provavelmente, mandar construir mais dois.

"Nós decidimos, por uma questão de soberania, ter barcos de propriedade do Estado de Cabo Verde e significa que temos a garantia que não faltará meios técnicos, o barco", justificou o governante, referindo que o país não pode estar dependente de outros meios que não os próprios.

"Ou seja, por questão de soberania, nós queremos colocar à disposição do serviço de transporte público meios técnicos que sejam da propriedade do Estado", insistiu.

Para o ministro, isso significa que se possa "colocar esses barcos ao serviço da concessão a preços razoáveis, de acordo com a seu tempo de amortização do empréstimo, fazer com que a concessão seja a médio e longo prazo".

Além de assinar a revisão do contrato, Abraão Vicente vincou a responsabilidade do Governo em colocar o país com todos os meios técnicos necessários para a operacionalização do serviço de transportes marítimos interilhas de passageiros e cargas.

A CV Interilhas, liderada (51%) pela portuguesa Transinsular (Grupo ETE) detém desde agosto de 2019 a concessão do serviço público de transporte marítimo interilhas de passageiros e carga, por 20 anos e após concurso público internacional.

Em três anos e oito meses, a concessionária realizou mais de 14 mil viagens e transportou mais de 1,7 milhões de passageiros, contabilizou o presidente da CV Interilhas, ao intervir no ato de assinatura da minuta de revisão ao contrato de concessão com o Estado de Cabo Verde.

Durante esse período, Jorge Maurício deu conta ainda que a CV Interilhas transportou mais de 700 mil toneladas de cargas e mais de 15 mil viaturas entre as ilhas de Cabo Verde.

De acordo com a minuta da revisão, o Estado cabo-verdiano vai pagar anualmente 6,6 milhões de euros à CVI, montante que será atualizado no início de cada ano, no âmbito da concessão por 20 anos.

O montante da prestação trimestral da indemnização compensatória relativa a este ano, "respeitante ao período compreendido entre a data da entrada em vigor do presente aditamento" e 30 de junho de 2023, é calculado em 1.283.333 euros.

A revisão do contrato estava em curso há vários meses, após críticas de parte a parte ao modelo vigente e serviço prestado, e a concessionária vai operar com três barcos, e terá um como suplente, com rotas e horários definidos para todas as ilhas.

O novo documento estabelece, entre outros pontos, um "regime de exclusividade" apenas nas bases do contrato, ficando o mercado aberto aos operadores "que nele já atuam, não sendo emitidas novas licenças a novos operadores a partir da data da assinatura do presente contrato".

Além disso, "os operadores que se mantêm a operar no mercado têm um período de 24 meses a contar da data da assinatura do presente contrato para que os seus navios obtenham os mesmos níveis de certificação de segurança que os navios afetos à concessão a fim de manterem suas licenças".


Leia Também: O vice-primeiro-ministro cabo-verdiano, Olavo Correia, enumerou hoje as medidas tomadas pelo Governo para fazer face às crises e disse que os custos devem ser pagos por quem tem rendimentos mais altos.

COMUNICADO DO CONSELHO DE MINISTROS 20-04-2023

©  Radio Voz Do Povo

CANCRO: África é epicentro de casos de cancro que vão duplicar nos PALOP até 2024

© Lusa

POR LUSA  20/04/23 

África é o epicentro de novos casos de cancro e, só nos países lusófonos, irão duplicar até 2040, o que em parte se deve ao diagnóstico tardio e dificuldades no acesso aos tratamentos, disse o oncologista Lúcio Santos.

O médico falava sobre a situação da doença oncológica nos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) no 6.º Congresso Nacional de Medicina Tropical, que decorre hoje e sexta-feira, no Instituto de Higiene e Medicina Tropical, em Lisboa.

Segundo o oncologista, os novos casos de cancro nos PALOP deverão, se nada for feito para o impedir, crescer de cerca de 47.900 novos casos em 2020 para 96.700 em 2040.

"O epicentro de novos casos de cancro é África", frisou, referindo que a situação não é igual em todos os países -- com mais casos em Cabo Verde do que em Moçambique, por exemplo.

Mas a realidade poderá ser diferente, pois faltam dados credíveis que apresentem uma real dimensão da doença nestes países, disse.

Lúcio Santos apontou algumas razões para este crescimento do cancro nos PALOP, nomeadamente o diagnóstico tardio da doença e as dificuldades no acesso a medicamentos e tratamentos.

A este propósito, indicou que nestes países lusófonos existem apenas cinco máquinas de radioterapia: Quatro em Angola e uma em Moçambique.

Nesta conferência, Albano Ferreira, da Universidade de Katyavala Bwila (Angola), falou sobre as doenças cardiovasculares nos PALOP, onde são a principal causa de morte em Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau e São Tomé e Príncipe.

O fator de risco que mais afeta o número de óbitos é a tensão arterial elevada, seguida da diabetes.

"Defesa de Bakhmut é de importância estratégica" para o resto da Ucrânia

© Metin Aktas/Anadolu Agency via Getty Images

Notícias ao Minuto  20/04/23 

Estas declarações de Podolyak surgem depois de, na quarta-feira, o Ministério da Defesa da Rússia ter revelado que as suas forças aerotransportadas bloquearam Bakhmut nas direções norte e sul.

O conselheiro presidencial ucraniano, Mykhailo Podolyak, apontou, esta quinta-feira, que a defesa de Bakhmut, que tem sido um dos principais e mais sangrentos campos de batalha entre as forças russas e ucranianas, detém uma “importância estratégica”, já que permitirá que o exército de Kyiv replique a defesa no restante território.

“Sobre o principal. A defesa de Bakhmut é de importância estratégica. A Ucrânia tem reprimido o potencial ofensivo russo há mais de nove meses”, começou por contextualizar o responsável, na rede social Twitter.

E prosseguiu: “As forças armadas ucranianas destroem as unidades mais profissionais do inimigo e interrompem o plano-chave do Kremlin - alcançar as fronteiras das regiões de Lugansk e Donetsk. Tudo o resto - mais tarde”, rematou.

Estas declarações surgem depois de, na quarta-feira, o Ministério da Defesa da Rússia ter revelado que as suas forças aerotransportadas bloquearam Bakhmut nas direções norte e sul, adiantando que o Grupo Wagner também continua a avançar na cidade, onde terá conquistado mais três quarteirões.

Ainda que as informações não possam ser confirmadas de forma independente, o organismo indicou que, desde sexta-feira, Moscovo conquistou 15 quarteirões de Bakhmut.

Lançada a 24 de fevereiro, a ofensiva militar russa na Ucrânia já provocou a fuga de mais de 14 milhões de pessoas, segundo os dados mais recentes da Organização das Nações Unidas (ONU), que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A entidade confirmou ainda que já morreram mais de 8.534 civis desde o início da guerra e 14.370 ficaram feridos, sublinhando, contudo, que estes números estão muito aquém dos reais.


Leia Também: Ucrânia. Forças russas dizem ter cercado Bakhmut a norte e sul

Ameaça de bomba obriga a evacuar faculdade em Lisboa

© Wikimedia Commons

Notícias ao Minuto  20/04/23 

A Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade NOVA recebeu, esta quinta-feira, uma ameaça por chamada telefónica e as autoridades foram contactadas, obrigando a evacuar o edifício. Serviços estão encerrados.

Uma ameaça de bomba obrigou, esta quinta-feira, as autoridades a evacuar os edifícios da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas (FCSH) da Universidade NOVA de Lisboa.

Ao que o Notícias ao Minuto apurou junto de fonte da FCSH, a ameaça foi feita através de chamada telefónica para o contacto geral da faculdade. Uma vez recebida a ameaça, as autoridades foram contactadas e o edifício foi evacuado.

"Recebi a ameaça através de chamada. Disseram que iam detonar uma bomba", disse a mesma fonte, explicando: "De seguida, avisei o meu superior, chamou-se a polícia e a faculdade foi evacuada."

O Notícias ao Minuto, que sabe que os alunos foram obrigados a abandonar as aulas e foram encaminhados para o exterior da faculdade, na avenida de Berna, está a tentar confirmar a situação junto da Polícia de Segurança Pública (PSP).

Já na manhã desta quinta-feira, o Colégio do Vale, em Marisol, na Charneca da Caparica, foi evacuado devido a uma ameaça de bomba. A zona envolvente foi dominada pelas autoridades, tendo a Polícia Judiciária sido acionada para o local.

SpaceX consegue descolar Starship, mas foguetão acaba por explodir

© SpaceX

Notícias ao Minuto   20/04/23 

O lançamento de segunda-feira, dia 17, foi adiado devido a questões técnicas. O foguetão, o mais potente já criado, será usado em futuras missões à Lua e a Marte.

A SpaceX realiza esta quinta-feira, dia 20, uma nova tentativa de lançar o seu Starship, o novo foguetão da empresa liderada por Elon Musk e também o mais potente já desenvolvido até aqui.

O lançamento original estava marcado para segunda-feira, dia 17, mas, devido a uma questão técnica, a equipa da SpaceX não quis arriscar e viu-se obrigada a adiar o teste orbital do Starship.

Recorde-se que este foguetão será lançado em conjunto com o motor de propulsão Super Heavy e, em conjunto, será o sistema utilizado para realizar missões à Lua como parte do programa Artemis da NASA. Além disso, o Starship é também o foguetão no qual a SpaceX deposita as esperanças para realizar as primeiras missões a Marte.

O lançamento do Starship acontece hoje a partir da base da SpaceX em Boca Chica no Texas, EUA, no período entre as 14h28 e as 15h30 (hora de Lisboa).

Pode acompanhar, ao vivo, abaixo:

Tal como estava previsto, a descolagem teve lugar por volta das 14h30 (hora de Lisboa) e foi com grande ansiedade que a equipa da SpaceX e os observadores nas imediações esperavam pela descolagem.

Felizmente, o lançamento inicial correu como o esperado e o Starship (ajudado pelo motor de propulsão Super Heavy) conseguiu descolar com sucesso.

Todavia, a fase seguinte do lançamento acabou por não correr como o esperado e o Super Heavy não conseguiu separar-se do Starship como era esperado. Os espetadores conseguiram verificar diversas 'piruetas' do Starship no meio do ar, acabando por explodir.

Apesar desta explosão e mesmo que não tenha sido possível colocar o Starship em órbita, o teste foi visto como um sucesso dado que a descolagem foi concluída com sucesso e que permitiu à SpaceX obter mais dados para futuras missões.

"Com um teste como este, o sucesso vem do que aprendemos e o teste de hoje ajuda-nos a melhorar a fiabilidade do Starship no objetivo da SpaceX de tornar a vida multiplanetária", pode ler-se na publicação partilhada pela empresa de Elon Musk no Twitter. "Obrigado a toda a equipa da SpaceX por um primeiro teste de voo integrado do Starship". 

Não se sabe ainda quando é que a SpaceX voltará a tentar realizar uma nova descolagem do Starship equipado com o Super Heavy, sendo no entanto algo necessário tendo em conta que é crucial para os seus planos de participar em missões à Lua e a Marte.


Leia Também: SpaceX. Foi assim que Elon Musk reagiu à explosão do Starship

GUINÉ-BISSAU: PAIGC avisa que partido não será impedido de participar nas legislativas

© Lusa

POR LUSA   20/04/23 

O Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) avisou hoje o presidente do Supremo Tribunal de Justiça da Guiné-Bissau que a perseguição não vai impedir o partido de participar nas próximas legislativas.

"O PAIGC repudia veementemente todas as maquinações e avisa o presidente do Supremo Tribunal de Justiça [José Pedro Sambu] que a sua saga persecutória, que roça a loucura, não impedirá de maneira alguma a participação do partido nas próximas eleições legislativas, com os símbolos que legitimamente lhe pertencem", refere, em comunicado, o secretário nacional do partido, António Barbosa da Silva.

O coletivo de advogados do PAIGC acusou na terça-feira o presidente do Supremo Tribunal de Justiça de manipulação da justiça para impedir que o partido participe nas eleições legislativas de 04 de junho na Guiné-Bissau.

Em causa está uma providência cautelar e um incidente de inconstitucionalidade apresentado pelo partido Resistência da Guiné-Bissau/Movimento Bafatá (RGB/Bafatá) no Supremo Tribunal de Justiça para impedir o PAIGC de utilizar a sua bandeira, semelhante à bandeira nacional.

O juiz conselheiro do Supremo Tribunal de Justiça a quem foi atribuído aquele processo indeferiu o pedido por "não reunir os pressupostos legais e legitimidade processual ativa".

Segundo o coletivo de advogados do PAIGC, as partes que deveriam ter sido notificadas da decisão, com data de 05 de abril, ainda não o foram e acusam o presidente do Supremo Tribunal de Justiça de ter retido a notificação para entregar o processo a um outro juiz conselheiro.

Em comunicado, divulgado na quarta-feira, o Supremo Tribunal de Justiça considerou falsas as acusações do PAIGC e explicou que a providência cautelar foi indeferida e reenviada para a primeira instância.

"Porém, o partido político denominado Resistência da Guiné-Bissau -- Movimento Bafatá entrou com um incidente de fiscalização da constitucionalidade que foi distribuído no dia 18 [terça-feira] em reunião do plenário deste tribunal, que depois de cumprida a competente tramitação será submetido à conferência para julgamento", salienta o Supremo Tribunal de Justiça.

Para o PAIGC, o "foco do regime está agora na manipulação dos tribunais para obrigar o partido a mudar a sua bandeira em véspera de eleições".

"A ação judicial nesse sentido, vergonhosamente teleguiada pelo Presidente da República, com a ajuda do presidente do Supremo Tribunal de Justiça, já conheceu uma decisão" de um juiz conselheiro que a indeferiu, refere o partido.

Nesse sentido, acrescenta o PAIGC, entregar a mesma ação a "uma juíza da vara social do Supremo Tribunal de Justiça para que seja proferida uma nova decisão", viola "os princípios de caso julgado e de juiz natural".

No comunicado, o partido pede também à comunidade internacional para "acompanhar e apoiar todo o processo eleitoral, de modo que seja inclusivo, pois só dessa forma as eleições poderão ser consideradas livres, justas e transparentes".

A Guiné-Bissau tem eleições legislativas marcadas para 04 de junho.


Leia Também: Cabo Verde. Aumento nos transportes marítimos é medida "muito polémica"

Ucrânia. Petróleo russo transferido entre navios em águas cabo-verdianas

© Reuters

POR LUSA  20/04/23 

O primeiro-ministro cabo-verdiano, Ulisses Correia e Silva, confirmou que está em investigação a transferência de combustível russo entre navios e que foi realizada em águas da Zona Económica Exclusiva do país.

A posição surge depois da divulgação, esta semana, de uma reportagem da agência Bloomberg dando conta de novas rotas e métodos utilizados por navios para entregar petróleo russo, contornado sanções internacionais devido à invasão da Ucrânia pela Rússia, incluindo a transferência de combustível entre navios a norte do arquipélago de Cabo Verde.

A mais recente operação de transferência de petróleo russo, de 730.000 barris, terá ocorrido em 15 de abril e demorou 35 horas a concluir, do navio "Volans" para o superpetroleiro "Scorpius", mas o primeiro-ministro de Cabo Verde, além de referir que está em curso uma investigação, sublinhou a dificuldade de controlar uma área marítima maior do que o território de França, sem meios para o efeito.

"Para cobrirmos e fiscalizarmos toda essa zona exige meios que o país não tem totalmente disponível, mas nós temos parcerias, temos informações para podermos acionar os mecanismos quando forem necessários", afirmou o chefe do Governo cabo-verdiano.

Com uma superfície de 4.033 quilómetros quadrados (km2), o arquipélago de Cabo Verde está espalhado por uma área de aproximadamente 87 milhas (140 km) de raio, com cerca de 1.000 km de costa e uma área marítima de responsabilidade nacional de 734.265 km2, que inclui as águas arquipelágicas, o mar territorial, a zona contígua e a Zona Económica Exclusiva.

Segundo dados das Forças Armadas cabo-verdianas, o navio-patrulha "Guardião" é o mais importante da frota da Guarda Costeira de Cabo Verde e tem vindo a sofrer várias intervenções nos últimos anos, estando inoperacional há vários meses. O navio, de 51 metros de comprimento, foi construído nos estaleiros navais da Damen, Países Baixos, em 2011.

A frota integra ainda o NP "Vigilante", de 52 metros e construído na Alemanha em 1971, o NP "Tainha", de 26 metros e construído na China em 1998, o NP "Espadarte", construído nos Estados Unidos da América em 1993, tal como o NP "Rei", de 2009 e com 13 metros.

A ofensiva militar lançada em 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou até agora a fuga de mais de 14,6 milhões de pessoas -- 6,5 milhões de deslocados internos e mais de 8,1 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.

A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra, 8.534 civis mortos e 14.370 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.


Pelo menos 330 mortos e 3.200 feridos nos confrontos no Sudão, diz OMS

© Lusa

POR LUSA  20/04/23 

Pelo menos 330 pessoas morreram e 3.200 ficaram feridas em resultado dos confrontos entre tropas do Governo e de um grupo paramilitar no Sudão, disse hoje fonte do gabinete da Organização Mundial da Saúde (OMS) para o Mediterrâneo Oriental.

Desde 15 de abril, cerca de 330 pessoas foram mortas e quase 3.200 feridas como resultado de confrontos entre o Governo e as forças armadas da oposição [Forças de Apoio Rápido (RSF, na sigla em inglês)], em Cartum e outros estados, incluindo os de Darfur", disse o diretor regional da OMS, Ahmed al-Mandhari, numa conferência de imprensa virtual.

O responsável da OMS salientou que "os relatos de agressões sexuais a trabalhadores da ajuda internacional são também muito preocupantes, assim como os de ataques aos cuidados de saúde, incluindo agressões a trabalhadores da saúde, ocupação militar de hospitais, pilhagem e sequestro de ambulâncias".

Al-Mandhari disse que a insegurança "restringe a circulação em Cartum", capital do Sudão, tornando difícil o acesso de médicos, enfermeiros, pacientes e ambulâncias às instalações de saúde, e pondo em perigo a vida das pessoas que necessitam de cuidados médicos urgentes.

A partir de hoje, segundo o Ministério da Saúde, 20 hospitais foram obrigados a fechar, devido aos ataques ou falta de recursos, e oito outros centros de saúde estão em risco de encerramento devido ao cansaço do pessoal ou à falta de médicos e abastecimentos, disse o responsável de Omani.

Já a União dos Médicos do Sudão afirmou hoje que 70% dos hospitais de Cartum e dos estados em redor do conflito estão fora de serviço: "Dos 74 hospitais da capital e dos estados em redor das áreas de combate, 52 estão fora de serviço", disse.

"Apelamos a todas as partes para que ponham em prática uma pausa para ajuda humanitária sustentada o mais rapidamente possível para que as pessoas das zonas de combates possam procurar refúgio", disse Al-Mandhari.

A OMS realçou também que "estão atualmente a circular no país múltiplos surtos de doenças, incluindo sarampo, poliovírus, o primeiro surto de dengue em Cartum e um aumento dos casos de malária em todo o país".

Antes da crise atual, 15,8 milhões de pessoas no Sudão - um terço da população - necessitava de assistência humanitária e agora está a assistir-se "a uma deterioração traumática do que já era uma situação humanitária muito difícil".

O Sudão é um dos sete países do Corno de África afetados pela insegurança alimentar, e mais de um quarto da população já enfrenta uma crise alimentar, de acordo com a OMS.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, participará hoje numa reunião virtual com a União Africana, a Liga Árabe e representantes de outras organizações para discutir a situação no Sudão.


Leia Também: OMS inaugura centro de tecnologia para vacinas mRNA na África do Sul

O secretário-geral da NATO foi a Kiev dizer a Zelensky que o lugar da Ucrânia é na Aliança Atlântica. Zelensky pediu ao secretário-geral que faça o convite

Jens Stoltenberg e Volodymyr Zelensky (Efrem Lukatsky/AP)

Por  Cnnportugal.iol.pt 20/04/23 

Uma visita simbólica, inesperada: Stoltenberg foi à capital ucraniana dizer que a NATO mantém-se absolutamente firme no que fez até agora - estar com Kiev até ao fim

O secretário-geral da NATO afirmou esta quinta-feira que “o lugar certo” da Ucrânia é na Aliança Atlântica. Na sequência de uma visita-surpresa a Kiev, esta quinta-feira, Jens Stoltenberg reafirmou o apoio do Ocidente a à Ucrânia, garantindo que vai continuar “hoje, amanhã e enquanto for preciso”.

De resto, e numa conferência de imprensa em que o presidente da Ucrânia reafirmou a intenção de que o país faça parte da NATO, Jens Stoltenberg disse que esse será um tema central na próxima reunião dos 31 Estados-membros, que se vão encontrar em julho, na Lituânia - uma cimeira para a qual Volodymyr Zelensky foi convidado, na esperança de poder assistir a um encontro “histórico”.

“Estou grato pelo convite para a cimeira, mas também é importante que a Ucrânia receba o convite correspondente”, reiterou Zelensky, dizendo por mais do que uma vez que o lugar da Ucrânia é na NATO. “Não existe nenhuma barreira para a decisão política de convidar a Ucrânia a entrar na Aliança e agora, quando a maioria dos povos dos países da NATO e a maioria dos ucranianos apoiam a adesão à NATO, é o tempo de fazer corresponder as decisões”, acrescentou, explicando que vê a visita do secretário-geral da NATO como um “novo capítulo ambicioso”.

“O lugar certo para a Ucrânia é na NATO. E, ao longo do tempo, vamos apoiar-vos para tornar isso possível”, respondeu Jens Stoltenberg, que elencou os vários apoios já dados pelos países, incluindo o treino de dezenas de milhares de soldados ucranianos, bem como a transferência de um total de 65 mil milhões de euros em ajuda militar.

Admitindo que não é possível saber quando a guerra termina, o secretário-geral da NATO falou da agressão russa como um “padrão tóxico que tem de ser parado”. Para isso, sublinhou, é necessário “continuar a fortalecer as Forças Armadas da Ucrânia”.

Ainda assim, refira-se que a NATO é bem explícita num dos critérios de adesão de Estados-membros: não podem estar em guerra na altura do convite.


Leia Também: Rússia admite que objetivo prioritário é evitar adesão da Ucrânia à NATO


Leia Também: Entrada da Ucrânia na NATO "deixou de ser negociável", diz Isidro de Morais Pereira