Fonte: CNAPN - Comité Nacional para o Abandono de Práticas NefastasA presidente do Comité Nacional para o Abandono das Práticas Nefastas à Saúde da Mulher e Criança (CNAPN), Fatumata Djau Baldé, convidou os guineenses para não só assumirem em conjunto a luta contra as práticas nefastas, mas também dizer não às práticas da mutilação genital feminina na Guiné-Bissau.
A ativista fez o pedido este sábado, 6 de fevereiro, na sua mensagem endereçada aos guineenses, no âmbito da comemoração do dia internacional de luta contra a mutilação genital feminina, que se asinala hoje, 6 de fevereiro.
Na sua mensagem, a presidente do Comité disse que, para a comemoração desta data instituída há 18 anos, em Adis Abeba (Etiópi) pelas Nações Unidas, foi escolhido o lema: "Acabou o tempo da Inação mundial: Unir, financiar e agir para acabar com a mutilação genital feminina". Por isso, frisou que todas as mulheres e meninas têm a opção de melhor saúde, pelo que, no seu emtender, acabar com a MGF é essencial para garantir essa chance, sublinhando que "esta é grande oportunidade para o empoderamento das meninas e mulheres, porque 6 de fevereiro é todos os dias".
"Há quase um ano, o mundo inteiro se defronta com a COVID-19, uma pandemia devastadora nos planos humano, material e financeiro que compromete políticas, programas e projetos de desenvolvimento. Essa situação já se dá num terreno desfavorável, pois, apesar da importância do combate à MGF, governos e organismos internacionais ainda não atribuem a essa causa, um lugar importante em seus programas de desenvolvimento" disse, afirmando que, na Guiné-Bissau, até hoje, nenhum dos sucessivos governos conseguiu alocar no seu orçamento fundos destinados ao combate a esta prática nociva, apesar da existência de politicas públicas para o seu combate.
A presidente dedicou ainda a data a memória do falecido vice-presidente, Professor e Imame, Malam Djassi, que nunca popou o esforço na luta pela erradicação desta prática na Guiné-Bissau e no mundo.
Eis na íntegra o discurso da presidente do CNAPN, Fatumata Djau Baldé.
Senhoras e senhores,
6 de fevereiro, Um encontro, um recordar, de que o mundo inteiro comemora hoje este dia, dia internacional de tolerância zero à prática de Mutilação Genital Feminina, data adotado pelas Nações Unidas em Addis Abeba, Etiópia, a 6 de Fevereiro de 2003, durante uma conferência internacional organizado pelo Comitê Interafricano de Práticas Tradicionais que Afetam a Saúde de Mulheres e Crianças (CI-AF).
Estamos a recordar hoje o sofrimento que nos foi imposto pelo facto de termos nascido mulher, Um fenômeno, que afeta milhões de mulheres e meninas em todo o mundo e que leva Homens e mulheres comprometidos com a causa, em combate Diariamente.
Muitas associações, organizações e instituições de diversas áreas aumentam a conscientização. Por isso a luta deve continuar. Não importa o lugar, a cada minuto. Não devemos esperar pelo testemunho de uma sobrevivente, para percebermos o dano indescritível da prática. Deixe a sua voz ser ouvida.
Afirma que todas as mulheres e meninas têm a opção de melhor saúde, acabar com a MGF é essencial para garantir essa chance, esta é grande oportunidade para o empoderamento das meninas e mulheres. 6 de fevereiro é todos os dias....
Para reafirmar a luta, para acabar com a violação dos direitos das meninas e mulheres, para que ninguém mais sofra mutilações apelamos a criação de uma dinâmica no seio da camada juvenil com o compromisso de todos, para liderar a luta contra a MGF. Não seja mais testemunha das consequências nefastas para a saúde das mulheres. Seja parte e voz para o seu combate.
Neste 18º ano da comemoração desta data, sob o lema: “Acabou o tempo da Inação mundial: unir, financiar e agir para acabar com a mutilação genital feminina".
Há quase um ano, o mundo inteiro se defronta com a COVID-19, uma pandemia devastadora nos planos humano, material e financeiro que compromete políticas, programas e projetos de desenvolvimento . Essa situação já se dá num terreno desfavorável, pois, apesar da importância do combate à MGF, governos e organismos internacionais ainda não atribuem a essa causa, um lugar importante em seus programas de desenvolvimento. Na Guiné-Bissau, até hoje, nenhum dos sucessivos governos conseguiu alocar no seu orçamento, fundos destinados ao combate a esta prática nociva, apesar da existência de politicas públicas para o seu combate.
Além disso, durante uma década, houve uma crescente escassez de recursos alocados para programas voltados para a eliminação da mutilação genital feminina. É por isso que o lema de 6 de fevereiro deste ano, soa o alarme para que nada, nem mesmo a COVID-19 seja desculpa para justificar a ausência, a lentidão ou a redução dos esforços humanos, materiais e financeiros necessários à realização do nosso objetivo comum de atingir a Tolerância Zero à MGF até o ano 2030, conforme definido nos ODS.
Graças ao apoio dos nossos parceiros que aproveitamos aqui para agradecer, e o compromisso das organizações que lutam pela protecção e promoção dos direitos humanos das crianças, meninas e mulheres, a conscientização em relação a prática aumenta cada dia mais.
Por isso é urgente agir hoje......
Quem ama protege, por isso convido a todas e todos a dizerem não a Prática.
Neste 18° ano da comemoração desta data, o Comité Nacional para o Abandono das Práticas Nefastas, dedica esta data a memoria do seu vice-presidente, Professor e Imame, Malam Djassi, que nunca poupou o esforço na luta pela erradicação desta prática na Guiné-Bissau e no mundo.
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Campanha Global - Dia Internacional de Tolerância Zero à MGF - Act2EndFGM
Conheça e partilhe a mensagem de Fatumata Djau Baldé, Presidente do CNAPN - Comité Nacional para o Abandono das Práticas Nefastas da Guiné-Bissau, neste 6 de Fevereiro de 2021, no âmbito da Campanha Global sobre a Mutilação Genital Feminina, iniciativa do Programa Conjunto UNFPA/UNICEF
"A CIPD25 +, a Declaração de Pequim e a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável apelam a um processo transformador que priorize os direitos humanos de meninas e mulheres, incluindo a eliminação da mutilação genital feminina, nos programas e políticas. "
Campanha Global Agir para pôr fim à MGF - Act2EndFGM - 6 de Fevereiro 2021
"Em Portugal a formação e intervenção de profissionais de saúde tem prometido detectar e atuar junto de meninas e mulheres com algum tipo de MGF realizada noutros países. Os direitos humanos não têm fronteiras. Precisamos de reforçar as pontes e a colaboração para pôr fim à mutilação genital feminina. O risco é real. É tempo de agir. "
Carla Martingo, Vice-Presidente da P&D Factor, investigadora e ativista