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POR LUSA 08/02/23
Investigadores comprometem Putin no abate de voo da Malaysia Airlines
Investigadores internacionais apontaram hoje "fortes indícios" de que o presidente russo, Vladimir Putin, enviou aos separatistas ucranianos o míssil que derrubou o voo MH17 da Malaysia Airlines sobre a Ucrânia em 2014.
"Há fortes indícios de que o presidente russo decidiu fornecer o Buk TELAR aos separatistas", disse a equipa conjunta de Investigação Internacional (JIT), num comunicado, que reconheceu que Putin não poderá ser processado por gozar de imunidade conferida a um chefe de Estado.
Contudo, os investigadores anunciaram ainda que vão suspender a investigação sobre a queda do voo MH17 da Malaysia Airlines sobre a Ucrânia em 2014, alegando falta de provas para prosseguir.
"Neste momento, a investigação atingiu o seu limite. Todas as pistas foram esgotadas. A investigação está, portanto, suspensa. Não há provas suficientes para prosseguir com o processo", disse a procuradora holandesa Digna van Boetzelaer durante uma conferência de imprensa em Haia.
O avião da Malaysia Airlines voava de Amsterdão para Kuala Lumpur quando foi atingido em 17 de julho de 2014 sobre a parte do leste da Ucrânia controlada por rebeldes pró-Rússia. Morreram todas as 298 pessoas a bordo.
O anúncio de suspensão de trabalhos por parte da JIT ocorre menos de três meses depois de um tribunal holandês ter condenado dois russos e um ucraniano pelo assassínio dos passageiros e tripulantes do MH17, depois de os ter julgado à revelia.
Hoje, os investigadores concluíram que o Presidente russo foi responsável pelo envio do míssil usado no ataque.
Na conferência de imprensa em Haia, a equipa de investigação divulgou um telefonema intercetado em que um assessor das autoridades russas diz que o atraso no envio do míssil ocorreu "porque só há um que decide (...), aquele que está atualmente em alta na França", numa referência a Putin.
Contudo, Vladimir Putin goza de imunidade como chefe de Estado, tornando impossível qualquer tentativa de processá-lo, explicaram os investigadores.
"Embora estejamos a falar de fortes indícios, o limite de provas completas e conclusivas não foi alcançado", acrescentaram os procuradores, explicando a suspensão do processo de investigação.
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