quarta-feira, 18 de julho de 2018

Human Rights Watch denuncia prisão de jornalista em Marrocos

A Human Rights Watch (HRW) denunciou hoje a condenação do jornalista marroquino Hamid el-Mahdaoui a três anos de prisão, sentença baseada em "acusações duvidosas" relacionadas com o movimento de protesto popular Hirak.


El-Mahdaoui, diretor do portal da Internet de notícias Badil foi sentenciado no final de junho a três anos de prisão por "não denunciar uma tentativa de prejudicar a segurança interna do Estado", depois de receber chamadas de um marroquino residente na Holanda e que falava em introduzir em Marrocos "armas destinadas ao Hirak".

Para a organização não-governamental (ONG) dos direitos humanos, este caso está sob o "uso arbitrário da lei contra um jornalista crítico, por autoridades que já reduziram radicalmente o espaço da liberdade de expressão em Marrocos".

Conhecido pelas suas posições contra o poder, o diretor do Badil, que foi fechado desde a sua prisão, foi por vezes criticado por misturar jornalismo e ativismo.

Em julho de 2017, Hamid el-Mahdaoui foi preso na cidade de Al-Hoceima, no norte do Marrocos, enquanto cobria uma manifestação do movimento popular Hirak, que agitou a província de Rife em 2016 e 2017.

El-Mahdaoui foi transferido para Casablanca, onde cumpre pena de um ano de prisão por "incitamento a participar em manifestação não autorizada".

Segundo a HRW, a sua nova condenação envia uma "mensagem assustadora para o que resta dos jornalistas independentes no país".

No seu último 'ranking' anual de liberdade de imprensa, outra organização não-governamental, Repórteres Sem Fronteiras (RSF), classificou Marrocos em 135.º lugar entre 180 países.

A justiça marroquina condenou no final de junho 53 ativistas que formavam o núcleo duro de Hirak com sentenças entre um e 20 anos de prisão, despertando protestos e indignação no país.

Por Lusa

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