O líder da Assembleia do Povo Unido - Partido Democrático da Guiné-Bissau, Nuno Nabian, disse hoje que há uma nova maioria no país e pediu a reabertura do parlamento para o demonstrar, com a aprovação do programa de Governo.
Nuno Nabian, que é também primeiro-ministro da Guiné-Bissau, nomeado pelo Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló, falava aos jornalistas na sequência de um encontro com o Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), realizado no parlamento, em Bissau.
"Há uma nova maioria. A nossa posição foi clara. Disse que a APU não tem nada a ver com o PAIGC. O acordo foi rompido e a APU está em outro acordo", disse aos jornalistas Nuno Nabian, no final do encontro.
Segundo Nuno Nabian, agora é preciso a Assembleia Nacional Popular, parlamento do país, "abrir para que o Governo mostre que tem de facto a maioria necessária para aprovar o seu programa".
Questionado sobre os deputados eleitos pela APU-PDGB que continuam fiéis ao acordo com o PAIGC, Nuno Nabian disse que os acordos não são assinados por deputados.
"A direção da APU conscientemente rompeu o acordo com o PAIGC e assinou com outras duas formações políticas e cabe ao Presidente da República tomar as decisões", disse.
O PAIGC, vencedor das legislativas de março de 2019 na Guiné-Bissau, convidou quinta-feira os partidos com assento parlamentar para encontros, que decorreram no parlamento do país, para analisar a situação política do país.
O PAIGC venceu as legislativas de março de 2019 sem maioria e fez um acordo de incidência parlamentar com a APU-PDGB, Partido da Nova Democracia e União para a Mudança, obtendo 54 dos 102 assentos no parlamento.
Logo no início da legislatura, o líder da APU-PDGB, Nuno Nabian, que ocupava o cargo de primeiro vice-presidente do parlamento, incompatibilizou-se com o PAIGC e aliou-se ao Madem-G15, segunda força política do país, com 27 deputados, e Partido da Renovação Social, que elegeu 21 deputados.
Apesar da nova aliança, três dos deputados da APU-PDGB mantiveram a sua lealdade ao acordo de incidência parlamentar assinado com o PAIGC.
Os dois blocos alegam ter a maioria no parlamento.
A Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), organização sub-regional que tem mediado a crise na Guiné-Bissau, emitiu um comunicado em abril, onde reconhece Umaro Sissoco Embaló como Presidente do país e insta as autoridades a nomear um Governo, que respeite os resultados eleitorais, até sexta-feira, bem como uma revisão à Constituição, que seja aprovada por referendo.
Por Lusa
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