O economista e especialista em planeamento e desenvolvimento estratégico guineense Carlos Lopes afirmou hoje que as alianças políticas fazem parte do "jogo democrático", mas acrescentou que, naquele país, são também marcadas pelo oportunismo e pouco duradouras.
"É o jogo democrático", disse à Lusa Carlos Lopes, questionado sobre o apoio expresso por candidatos derrotados, como Nuno Nabian, o terceiro mais votado na primeira volta das presidenciais do país, a Umaro Sissoco Embaló, que ficou em segundo lugar e que vai disputar a segunda volta com Domingos Simões Pereira, no dia 29 de dezembro.
"As pessoas fazem as alianças que quiserem, embora na Guiné-Bissau exista uma certa tendência ao oportunismo, quer dizer as alianças não duram muito tempo", assinalou, após ter participado no II Colóquio Internacional sobre a História do MPLA, que decorre até sexta-feira em Luanda.
Neste caso é uma aliança eleitoral imediata, "um percurso normal de uma situação eleitoral", considerou, declarando que qualquer um dos candidatos tem condições de vencer. Notou, no entanto, que com os 40% obtidos na primeira volta, Domingos Simões Pereira "tem toda a possibilidade de crescer".
Na campanha para a primeira volta das presidenciais guineenses, Carlos Lopes apelou ao voto em Domingos Simões Pereira, por considerar que este "tem um projeto com cabeça, tronco e membros".
O economista guineense, que participou no colóquio hoje abordando os desafios dos partidos africanos no contexto atual de revolução tecnológica, disse que a Guiné Bissau está entre os dez países com menor taxa de penetração da Internet, o que, no entanto, não limita o impacto dos media sociais naquele país africano.
"Estamos em presença de multiplicadores, de influenciadores, não interessa que o número seja pequeno porque os que têm acesso depois influenciam os que não têm", afirmou, frisando que nesta campanha eleitoral "a Guiné-Bissau tem vivido uma intensidade enorme da presença dos media sociais sobre as questões mais diversas".
Quanto à situação económica em Angola, que descreveu como "difícil", defendeu que a transição requer uma reestruturação completa da economia, o que está a ser feito "com muita dificuldade".
Além de respeitar as suas obrigações internacionais e de ter um quadro macroeconómico estável, Angola "precisa de ser mais ambiciosa" pondo em prática um projeto de transformação estrutural, que se prende com a industrialização do país, em vez de se falar apenas na diversificação da economia, advogou o especialista.
por Lusa
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