JORNAL ODEMOCRATA 27/06/2022
O Secretário para Comunicação e Informação do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), Muniro Conté, acusou o primeiro-ministro, Nuno Gomes Nabiam, de estar a dirigir um governo “incompetente e totalitário” que conduziu a Guiné-Bissau ao caos, semeando crises a todos níveis, com a corrupção generalizada.
Muniro Conté falava numa conferência de imprensa,realizada esta segunda-feira, 27 de junho de 2022, na sede dos libertadores em Bissau para reagir às recentes declarações do líder da Assembleia do Povo Unido-Partido Democrático da Guiné-Bissau (APU-PDGB), Nuno Gomes Nabiam, sobre a suposta traição de que o partido terá sido alvo por parte do PAIGC.
No seu discurso durante o IIº Congresso de APU no qual foi reeleito presidente da APU, Nabiam contou que denunciou o acordo de incidência parlamentar e estabilidade governativa que mantinha com os libertadores, depois das eleições legislativas de 2019, por ter sido traído pelo PAIGC, decidindo de seguida juntar- se ao Partido da Renovação Social (PRS) e ao Movimento para a Alternância Democrática (MADEM G-15).
Em reação, Muniro Conté disse que seria mais sensato o líder de APU-PDGB ter a hombridade de pedir desculpas aos militantes do seu partido, reconhecendo que entrou numa aliança em que está reduzido à insignificância de um primeiro-ministro de corta fitas, tendo denunciado que Nabiam não viaja para assinar acordos, nem aparece nas cerimónias que deveria presidir.
Muniro Conté informou que o que foi estabelecido no acordo assinado entre os líderes do PAIGC e de APU-PDGB no dia 12 de março de 2019, foi para atribuir à APU-PDGB três direções gerais, mas beneficiou de 15 direcções gerais e seis postos de conselho de administração, adiantando que não havia razão de uma direção geral constituir motivo de polêmica. Contudo, ressalvou que essa direção geral não constava do acordo rubricado entre as partes.
Após a assinatura de acordo, insistiu Muniro Conte, o líder de APU-PDGB terá decidido que tinha que ter lugar nas pastas que o PAIGC salvaguarara.
O responsável para Comunicação e Informação dos libertadores assegurou que as alegações de Nabiam em como terá sido retirado uma das direções gerais foi uma tentativa de arranjar desculpas, acusando-o de querer há muito tempo juntar-se ao PRS e ao MADEM G-15, devido às promessas que recebeu paraliderar o governo.
“Neste acordo não se falou nada das eleições presidenciais, mas sim de algumas pastas ministeriais nas quais o PAIGC atribuiu à APU-PDGB três pastas, mas no decorrer das negociações este número foi alargado para seis, três ministérios e 3 secretarias de Estado. O acordo também previa como condicionante, que a APU-PDGB aprovaria o programa do governo e o orçamento geral de Estado no Parlamento, sendo um exercício de votos orientados que vem das estruturas da liderança e não se podia exercer voto de consciência” explicou, lembrando que, em setembro de 2019, o programa do governo do PAIGC foi submetido ao Parlamento e ali é que começou a violação do acordo por parte do Nuno Gomes Nabiam que fez cadeira vazia, abandonando a plenária sem votar o programa na qualidade da segunda figura do parlamento”, sublinhou.
Por: Aguinaldo Ampa
Foto: A.A
Sem comentários:
Enviar um comentário