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Por Notícias ao Minuto 24/04/24
Uma bomba mecânica foi implementada para manter o seu coração a bater e recebeu um transplante de rim de um porco geneticamente modificado.
Uma mulher de 54 anos, natural de Nova Jérsia, nos Estados Unidos, estava à beira da morte e, por isso, a equipa médica que a acompanhava decidiu que um transplante tradicional não iria resultar. Eis que foi submetida à primeira cirurgia combinada do mundo: um rim de porco e uma bomba cardíaca.
A combinação de insuficiência cardíaca e renal de Lisa Pisano deixou-a demasiado doente para se qualificar para um transplante tradicional. Foi então que os médicos da Patient Care at NYU Langone Health conceberam uma nova solução, conta a Associated Press (AP).
Foi implantada uma bomba mecânica para manter o coração de Lisa a bater, no passado dia 4 de abril, e, oito dias depois, a 12 de abril, foi transplantado um rim de um porco geneticamente modificado.
Lisa Pisano foi a primeira mulher do mundo a fazer esta cirurgia combinada. Agora está a recuperar bem, de acordo com a equipa médica, em declarações nesta quarta-feira.
Esta semana, a paciente pegou num andarilho e deu os seus primeiros passos.
"Eu estava no fim da linha. Apenas arrisquei. Na pior das hipóteses, se não funcionar comigo, poderá funcionar com outra pessoa e poderá ter ajudado a próxima pessoa", afirmou Pisano à AP.
Robert Montgomery, diretor do instituto de transplantes, revelou que foram ouvidos aplausos na sala de operações quando o rim transplantado começou a produzir urina.
"Tem sido transformador", declarou Montgomery sobre os primeiros resultados da experiência.
Contudo, há ainda algumas reservas do cirurgião cardiologista que implantou a bomba cardíaca, que ressalva que "ainda não estamos safos".
“Com esta cirurgia, posso voltar a ver a minha mulher sorrir”, disse o marido de Pisano, Todd, na quarta-feira.
Lisa é a primeira mulher a receber um órgão de porco. Ao contrário de experiências anteriores de xenotransplante, tanto o coração como os rins tinham falhado. A paciente entrou em paragem cardiorrespiratória e teve de ser reanimada antes das cirurgias experimentais, tornando-a inelegível para o transplante de rim.
"Sentia-me miserável", conta a mulher.
Apesar da evolução ser positiva e de não haver qualquer sinal de rejeição do órgão, refere a AP, não há como prever o resultado desta dupla cirurgia a longo prazo.
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