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Por Notícias ao Minuto com Lusa 18/04/24
O país considera que um Estado palestiniano independente deveria ser estabelecido através de negociações diretas entre Israel e a Autoridade Palestiniana.
Os Estados Unidos vetaram, esta quinta-feira, a resolução do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) que determinava a inclusão da Palestina no organismo enquanto Estado de pleno direito.
O país considera que um Estado palestiniano independente deveria ser estabelecido através de negociações diretas entre Israel e a Autoridade Palestiniana, sem a intervenção da ONU, de acordo com a agência Reuters.
O Reino Unido e a Suíça abstiveram-se, enquanto os restantes 12 membros do Conselho de Segurança votaram a favor.
É que, recorde-se, a Palestina é atualmente um Estado observador da ONU, estatuto que foi lhe concedido pela Assembleia Geral, em 2012. Para se tornar membro do organismo em pleno direito, o pedido terá de ser aprovado pelo Conselho de Segurança e, depois, por pelo menos dois terços da Assembleia Geral.
Esta quinta-feira, o secretário-geral da ONU, António Guterres, salientou que "as recentes escaladas [no conflito] tornam ainda mais importante apoiar os esforços de boa fé para encontrar uma paz duradoura entre Israel e um Estado palestiniano totalmente independente, viável e soberano".
"O fracasso em avançar no sentido de uma solução de dois Estados só aumentará a volatilidade e o risco para centenas de milhões de pessoas em toda a região, que continuarão a viver sob a constante ameaça de violência", complementou.
Por seu turno, o embaixador de Israel na ONU, Gilad Erdan, apontou que os palestinianos não cumprem os requisitos para se tornarem membros plenos da ONU, entre eles um território definido, com uma população permanente, um governo e capacidade para estabelecer relações com outros Estados.
"Quem é que o Conselho está a votar para reconhecer e conceder o estatuto de membro pleno? O Hamas em Gaza? A Jihad Islâmica em Nablus? Quem?", questionou.
Antes, o porta-voz do Departamento de Estado norte-americano, Vedant Patel, já tinha dado conta das intenções do país em vetar a resolução, também devido à falta de condições para a Palestina poder ser considerada um Estado-membro da ONU.
"O [movimento islamita palestiniano] Hamas, uma organização terrorista, é que está a exercer o poder e a influência" na Faixa de Gaza, sustentou Padel.
O responsável afirmou ainda que, se a Palestina fosse autorizada a aderir à ONU, os Estados Unidos retiraram o seu financiamento ao organismo.
Os Estados Unidos são atualmente o país que mais contribui para a ONU, tendo entregado à organização mais de 18 mil milhões de dólares (16,9 mil milhões de euros) no ano passado.
A resolução em prol da admissão do Estado palestiniano nas Nações Unidas foi apresentada pela Argélia, em nome do Grupo Árabe da ONU, e já suscitou um apoio unânime dos países muçulmanos e dos não-alinhados, além de alguns europeus, como é o caso de Espanha.
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