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Socorristas recuperaram três corpos de uma escola atingida por um míssil russo no leste da Ucrânia, disseram esta sexta-feira as autoridades ucranianas, referindo que este foi apenas um de uma série de ataques contra o país.
As baixas na cidade de Kramatorsk surgiram após um grande ataque na quinta-feira numa área densamente povoada da segunda maior cidade da Ucrânia, Kharkiv, que matou pelo menos três pessoas e feriu 23.
Os ataques coincidem com o acordo mais relevante entre Rússia e Ucrânia desde o início do conflito, em fevereiro. Os dois países estabeleceram hoje compromissos com a Turquia e a ONU para o desbloqueio dos cereais nos portos ucranianos e algumas exportações russas de cereais e fertilizantes.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskyy, afirmou esta noite no seu discurso em vídeo que os acordos oferecem "uma oportunidade de evitar uma catástrofe global: uma fome que poderia conduzir ao caos político em muitos países do mundo".
No entanto, a guerra que bloqueou esses carregamentos de cereais durante quase cinco meses não diminuiu. A Rússia reiterou esta semana os seus planos de confiscar territórios além da Ucrânia oriental, onde os militares russos têm tentado conquistar a região de Donbass, incluindo as províncias de Donetsk e Luhansk.
"Os ataques russos em escolas e hospitais são muito dolorosos e refletem o seu verdadeiro objetivo de reduzir cidades pacíficas a ruínas", disse o governador de Donetsk, Pavlo Kyrylenko, em comentários televisivos, repetindo o seu apelo à saída dos residentes.
Contudo, a Rússia deu um relato diferente sobre o ataque. O porta-voz do ministério da Defesa russo, o tenente-general Igor Konashenkov, explicou que o ataque matou mais de 300 tropas ucranianas que utilizavam aquela escola de Kramatorsk como base, sublinhando um outro ataque destruiu um depósito de munições na cidade de Mykolaiv, no sul do país.
Igor Konashenkov revelou também que as forças russas destruíram nas últimas duas semanas quatro sistemas de foguetes de artilharia de alta mobilidade fornecidos pelos Estados Unidos da América (EUA), que disseram ter fornecido a Ucrânia com 12 dos lançadores de mísseis. Todavia, as reivindicações não puderam ser verificadas de forma independente.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou mais de 5.100 civis, segundo a ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.
A ofensiva militar russa causou a fuga de mais de 16 milhões de pessoas, das quais mais de 5,9 milhões para fora do país, de acordo com os mais recentes dados da ONU. Também segundo as Nações Unidas, mais de 15,7 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.
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