segunda-feira, 20 de junho de 2022

Conferência de imprensa do executivo sobre sobre as conclusões da reunião do Conselho da Administração do FMI, realizada na última sexta-feira, relativa as consultas com a Guiné-Bissau, no âmbito do Programa de Referência do fundo.

 Alison Cabral 

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 JORNAL ODEMOCRATA
  20/06/2022 
 

O ministro das Finanças, João Aladje Mamadu Fadia afirmou que as “boas notícias” recebidas do Fundo Monetário Internacional (FMI) vão permitir o país captar mais investimentos estrangeiros, contudo, reconhece o período difícil em que se encontra o país e dos sacrifícios enfrentados pelo executivo para atingir a meta acordada com o fundo sem quaisquer sobressaltos.

“O esforço feito pelo executivo garante aos parceiros que efetivamente a Guiné-Bissau deve merecer apoio”, disse o governante em declarações aos jornalistas à margem da conferência de imprensa feita pelo chefe do executivo esta segunda-feira, 20 de junho de 2022, para anunciar a retoma do programa financeiro com o fundo, no âmbito da Facilidade do Crédito Alargado, suspenso há vários anos.

A administração do FMI aprovou a 25 de maio de 2022 a conclusão da terceira e última avaliação do Programa Monitorado pelo Corpo Técnico da Guiné-Bissau que, segundo o fundo, foi aprovado em 19 de julho de 2021 para apoiar um “ambicioso programa” de reformas destinado a estabilizar a economia, melhorar a competitividade e fortalecer a governação. 

Sobre as vantagens do programa, João Aladje Fadia explicou que é um programa do médio prazo, porque “o programa com o fundo são três anos”.

“Neste período é assegurado a forma como a economia deverá evoluir e as reformas por fazer, bem como os recursos por mobilizar para que de fato se possa atingir os objetivos e aí já é mais segura a participação de outras instituições no programa”, esclareceu.

Questionado se o processo eleitoral poderá obrigar o governo a fazer despesas não previstas no Orçamento Geral de Estado 2022, respondeu que as despesas não planificadas neste caso é o financiamento das eleições, tendo assegurado que o governo vai assumir todo o processo do recenseamento eleitoral estimado em cerca de 4.5 mil milhões de francos CFA que estão  a ser assegurados pelo governo.

“Tudo o que o governo vai assumir são despesas com o processo eleitoral, mas espera contar com algum apoio dos parceiros. Já pagamos os materiais para o recenseamento eleitoral, só falta chegar ao país”, disse.

Indagado se o governo vai abordar com o fundo a questão da crise energética e alimentar provocadas pelo conflito entre a Rússia e a Ucrânia, disse que essa crise é um problema mundial que agora está a interferir nas economias e que se traduz em termos de aumento de preços.

“Nos Estados Unidos, a inflação está em 18 por cento, na Europa acima de 7 por cento e na Inglaterra acima dos 9 por cento. Não se sabe onde é que vamos parar. Isso é uma transferência de custos desse problema a todos os países do mundo e a Guiné-Bissau não foge à regra, portanto vamos ter que reajustar e enfrentar essa situação, à medida em que vai prevalecendo”, alertou.

Relativamente às perspetivas económicas, João Aladje Mamadu Fadia afirmou que são boas, porque têm os indicadores que apontam que a campanha de caju está a decorrer normalmente. Acrescentou que o executivo conseguiu também um financiamento do Banco Mundial para a construção da estrada Safim / M’Pack (Senegal) no valor de 70 milhões de dólares norte-americanos, tendo frisado que a construção daquela estrada terá o impacto nas economias e que ajudará igualmente no crescimento do país.

Refira-se que a conclusão da terceira e última avaliação é baseada num desempenho geral satisfatório do programa de reforma, apesar dos desafios causados pela pandemia de Covid-19 e pelo aumento dos preços das matérias-primas associadas à guerra na Ucrânia. A maioria das metas quantitativas foram avaliadas no final de março de 2022 e as referências estruturais foram cumpridas.

Por: Assana Sambú  

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