Por LUSA 11/05/22
O Exército alemão iniciou a formação aos soldados ucranianos, para que estes utilizem o sistema de artilharia avançado que a Alemanha e os Países Baixos pretendem fornecer à Ucrânia, divulgou esta quarta-feira o Ministério da Defesa.
Ao todo, 18 equipas estão a receber formação para utilizarem os lança-obuses blindados do tipo Panzerhaubitze 2000, especificou o governo alemão.
"Este é um sinal claro de nossa solidariedade", realçou o Ministério da Defesa alemão.
"Mas a Alemanha não se tornará parte do conflito por causa do treino [aos militares ucranianos] ou entrega" dos obuses, esclareceu ainda.
Em 26 de abril, o governo dos Países Baixos tinha revelado que iria fornecer à Ucrânia "um número limitado" de sistemas de defesa Panzerhaubitze 2000, acrescentando que a Alemanha iria assegurar a formação dos militares ucranianos.
Estes sistemas de defesa representam "a artilharia mais pesada do Exército neerlandês", que permitem atacar alvos a 50 quilómetros de distância, referiu, na altura, o Ministério da Defesa neerlandês.
A decisão do governo alemão constituiu um importante ponto de viragem na política cautelosa seguida até agora pela Alemanha quanto ao seu apoio militar a Kiev.
A Rússia iniciou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva na Ucrânia que causou já a fuga de mais de 13 milhões de pessoas de suas casas -- mais de oito milhões de deslocados internos e mais de 5,6 milhões para os países vizinhos -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Também segundo as Nações Unidas, cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.
A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e a imposição à Rússia de sanções que atingem praticamente todos os setores, da banca ao desporto.
A ONU confirmou hoje que 3.496 civis morreram e 3.760 ficaram feridos, sublinhando que os números reais poderão ser muito superiores e só serão conhecidos quando houver acesso a cidades cercadas ou a zonas até agora sob intensos combates.
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