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Por LUSA 19/05/22
Chanceler alemão nega que dar armas a Kyiv cause escalada do conflito
O chanceler alemão, Olaf Scholz, defendeu hoje a decisão do seu país de fornecer armas à Ucrânia para combater a Rússia, dizendo que isso "não constitui uma escalada" do conflito.
Num discurso feito no parlamento alemão, Scholz rejeitou as preocupações levantadas por alguns setores na Alemanha sobre a possibilidade de o fornecimento de armas à Ucrânia poder provocar um conflito mais amplo.
Armar a Ucrânia foi "uma contribuição para afastar o ataque [russo] e, assim, acabar com a violência o mais rapidamente possível", garantiu.
Scholz acrescentou que o Presidente russo, Vladimir Putin, estava "enganado" ao pensar que a paz pode ser imposta à Ucrânia pela força.
"Não haverá 'diktat' [exigência imposta pelo mais forte] de paz, porque os ucranianos não o aceitarão e nós também não", sublinhou o chanceler alemão.
"Só quando Putin entender isso, só quando entender que não pode quebrar a defesa da Ucrânia, estará preparado para negociar a paz a sério", referiu Scholz.
No seu discurso aos deputados alemães, o chanceler também se afirmou contra o encurtamento do processo de adesão à União Europeia da Ucrânia, explicando que não haver atalhos "é um imperativo de justiça para os seis países dos Balcãs ocidentais".
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou mais de três mil civis, segundo a ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.
A guerra na Ucrânia, que hoje entrou no 85.º dia, causou já a fuga de mais de 14 milhões de pessoas das suas casas -- cerca de oito milhões de deslocados internos e mais de 6,3 milhões para os países vizinhos -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Também as Nações Unidas disseram que cerca de 15 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
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