Por Rádio Jovem Bissau
O secretário-geral da UNTG (União Nacional dos Trabalhadores da Guiné), maior central sindical do país, Júlio Mendonça, apresentou hoje uma queixa-crime contra o ministro das Finanças, João Fadiá, com quem mantém uma acesa polémica nos últimos dias.
De acordo com o advogado Alex Bassuco, que representa Júlio Mendonça, o sindicalista quer que o Ministério Público convoque o ministro para que apresente provas das suas afirmações, segundo as quais Mendonça "padece de sanidade mental".
À porta do Ministério Público, em Bissau, o advogado do secretário-geral da UNTG disse que João Fadiá fez aquelas alegações quando falava aos jornalistas na semana passada, quando apresentou também uma queixa-crime contra Júlio Mendonça.
Na altura, João Fadiá, entre outros, alegou que Júlio Mendonça, que tinha dado uma conferência de imprensa dias antes, em que acusou o ministro de agir como se o Ministério das Finanças fosse dele, atingiu a sua "honra e dignidade familiar".
O advogado de Mendonça citou, contudo, outras declarações do ministro transmitidas na Televisão da Guiné-Bissau em que teria afirmado que Júlio Mendonça "padece de sanidade mental".
"É preocupante saber que a UNTG tem à frente um secretário-geral com problemas mentais. Fazemos fé no Ministério Público em como vai fazer o seu trabalho na base da lei e do direito", observou Alex Bassuco.
O advogado de Júlio Mendonça sublinhou que este ainda não foi chamado a depor no Ministério Público no âmbito da queixa-crime movida pelo ministro das Finanças, mas que estava disposto "a qualquer altura".
Alex Bassuco acredita que as duas queixas-crimes entre os dois responsáveis "vem demonstrar que o Estado de direito tem que vencer na Guiné-Bissau".
O ministro das Finanças guineense e a UNTG têm estado num braço-de-ferro desde dezembro, quando a central sindical desencadeou uma onda de greves para exigir, entre outros, o aumento do salário mínimo na Função Pública e o respeito pelas regras de admissão de funcionários públicos.
Para a UNTG, os sucessivos governos do país têm admitido funcionários fora do quadro legal, apenas em obediência à militância partidária.
LUSA
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